Breves

  1. Europa mais confiante
  2. Valentino equilibra preços na Ásia
  3. Custos chineses são oportunidade para a Índia
  4. Retalho alemão dececiona em março
  5. Algodão em queda no Burkina Faso
  6. Designer japonês vence em Hyères

1. Europa mais confiante

A confiança na Zona Euro está a subir, apesar de ter começado mal o ano. De acordo com o mais recente índice de sentimento económico, pela primeira vez em 2016 o índice subiu para 103,9 em abril, em comparação com 103,0 em março. «O aumento da confiança na Zona Euro resultou de melhorias na confiança entre os consumidores e em todos os sectores de negócio, com exceção do retalho, onde a confiança caiu ligeiramente», indicaram os investigadores da Comissão Europeia. As empresas de serviços na Zona Euro estão a sentir-se particularmente otimistas, com a confiança a subir 1,9% graças a perspéticas melhores para as exportações nos próximos meses.

2. Valentino equilibra preços na Ásia

A casa de moda italiana Valentino está a reduzir os preços na Ásia, numa tentativa de minimizar as diferenças entre os diferentes mercados regionais. Os preços na Europa vão continuar inalterados, enquanto na Grande China e no sudeste asiático haverá uma redução, já que cada vez mais os consumidores comparam preços online e durante as suas viagens, segundo uma reportagem do Channel NewsAsia. A empresa escreveu em comunicado que a estratégia pretende ainda melhorar a imagem da marca e proteger o interesse dos clientes e os investimentos diretos estrangeiros realizados no retalho. O volume de negócios da Valentino no primeiro trimestre aumentou 9,4% em termos anuais, para 256 milhões de euros, com um crescimento a dois dígitos nos EUA e no Japão. O abrandamento económico na China pressionou as vendas a retalho em diversas cidades asiáticas, sobretudo em Hong Kong e Macau, que dependem em grande parte dos turistas da China Continental para o consumo.

3. Custos chineses são oportunidade para a Índia  

O aumento dos salários na China apresenta-se como uma grande oportunidade para os produtores de vestuário da Índia, com mais marcas a procurarem bases de produção mais baratas. Segundo o mais recente estudo do Banco Mundial, um aumento de 10% nos preços de produção de vestuário na China poderá criar 1,2 milhões de postos de trabalho na Índia, onde a população ativa está a crescer. Embora a China continue a ser o maior exportador de vestuário do mundo, o estudo indica que o sector tem vindo a cair em termos de quota nas exportações totais, tendo passado de 15,6% em 1990 para 7,1% em 2012, o que representa uma oportunidade para os países do sul da Ásia. Para a Índia, leis laborais complexas, impostos e pouca variedade de produto são as principais barreiras para melhorar as exportações de vestuário e tem de avançar rapidamente para concorrer com os mercados emergentes de produção de vestuário no sul da Ásia. O estudo, intitulado “Stitches to Riches? Apparel Employment, Trade and Economic Development in South Asia” analisou ainda o potencial impacto dos acordos comerciais nos mercados do sul da Ásia, como a Parceria Transpacífico.

4. Retalho alemão dececiona em março

As vendas a retalho na Alemanha caíram 1,1% em março, a maior quebra mensal em 18 meses, segundo o gabinete de estatística do país. Um resultado que surpreendeu os analistas, que antecipavam uma subida de 0,3%. Em termos anuais, as vendas cresceram 0,7%, um abrandamento em comparação com o aumento, revisto em alta, de 5,5% registado no mês anterior. Os analistas antecipavam uma subida de 2,2%. As vendas a retalho da Alemanha são consideradas um indicador volátil, sendo sujeitas a várias revisões. Como tal, os analistas tendem a olhar para os dados mensais com cautela e a focarem-se mais nas médias a três meses. Entre janeiro e março, as vendas a retalho subiram 1,5% em termos reais, indicou o gabinete de estatística do país.

5. Algodão em queda no Burkina Faso

O Burkina Faso produziu 581 mil toneladas de algodão na época 2015/2016, menos 18% do que na última colheita e um valor bastante abaixo da meta de atingir uma colheita recorde de 800 mil toneladas. A Interprofessional Cotton Association of Burkina, que reúne as três empresas de algodão do país e a associação nacional de agricultores, afirma que a queda na produção se ficou a dever às más condições meteorológicas. As chuvas sazonais chegaram tarde, houve secas longas em alturas críticas, mas também cheias noutros períodos de tempo, em que as chuvas foram demasiado abundantes, explicou o secretário-geral da Interprofessional Cotton Association of Burkina, Georges Yameogo, numa conferência de imprensa. O algodão é a segunda principal fonte de receitas do país, a seguir ao ouro. A época decorre de maio a fevereiro e na colheita de 2014/2015, o país produziu 707 milhões de toneladas de algodão. A associação anunciou que o preço aos agricultores era de 235 francos CFA (cerca de 0,36 euros) por quilo na época 2016/2017. Indicou ainda que o governo e as empresas de algodão vão oferecer subsídios no valor de 13,5 mil milhões de francos CFA para ajudar a pagar fertilizantes e pesticidas, numa altura em que o Burkina Faso está a deixar a produção de algodão geneticamente modificado. A Interprofessional Cotton Association of Burkina indicou que está a tentar obter uma compensação de 48,3 mil milhões de francos CFA da empresa americana Monsanto depois do algodão geneticamente modificado vendido pela empresa ter alegadamente levado a uma queda na qualidade. Como tal, pediu aos agricultores para deixarem de usar estas sementes até a tecnologia ter melhorado. A Monsanto argumenta que vários fatores podem levar a uma queda na qualidade e afirma que continua a negociar com os seus parceiros no Burkina Faso.

6. Designer japonês vence em Hyères

O designer japonês Wataru Tominaga venceu o Grande Prémio Première Vision na 31.ª edição do Festival Internacional de Moda e Fotografia de Hyères. O jovem de 28 anos, formado na Central Saint Martins, surpreendeu o júri com silhuetas divertidas para homem, incluindo mangas pregueadas, camisas em algodão, veludo côtelé tingido e calças estampadas com riscas, onde a cor esteve em destaque. Julien Dossena, diretor criativo de vestuário de senhora na Paco Rabanne, comparou Tominaga a «um jovem Issey Miyake». O painel de jurados também galardoou o designer Pierre Hardy, a designer de joalharia Charlotte Chesnais, vencedora do prémio para acessórios do ANDAM em 2015, e a diretora de moda sénior da Barneys New York, Tomoko Ogura. Os outros vencedores de Hyères incluem a dupla finlandesa Hanne Jurmu e Anton Vartiainen, que venceu o prémio Chloé, e a designer sueca Amanda Svert, que ganho o Prémio do Público.