- Adidas corre para o lucro
- Economia britânica abranda
- Zalora muda de mãos
- Febre dos centros comerciais nos Vietname
- Vaga desportiva atinge grandes armazéns
- Online causa despedimentos no retalho
1. Adidas corre para o lucro
Não houve falsas partidas no arranque do ano fiscal da Adidas. A gigante alemã de sportswear começou 2016 da mesma forma que acabou 2015, isto é, com resultados preliminares melhores do que o esperado graças ao forte dinamismo da marca, o que levou a uma revisão em alta das previsões de lucros e de vendas para o ano completo. O volume de negócios no primeiro trimestre do ano aumentou 22% a câmbios neutros e 17% em euros, para 4,8 mil milhões de euros. O lucro operacional do grupo subiu 35%, para 490 milhões de euros, em resultado de margens brutas mais elevadas e melhores resultados nas despesas, indicou. Como tal, o lucro operacional aumentou 38%, para 350 milhões de euros, com os lucros por ação a subirem 50%, para 1,75 euros. A empresa espera agora que as vendas a câmbios neutros cresçam cerca de 15% em 2016, em comparação com os 10% a 12% anteriormente previstos. O lucro de operações continuadas deverá também aumentar a uma taxa mais elevada, subindo 15% a 18% face às expectativas anteriores de 10% a 12%.
2. Economia britânica abranda
A economia do Reino Unido abrandou no primeiro trimestre e mais uma vez apoiou-se no sector dos serviços para crescer. De acordo com os dados mais recentes do gabinete de estatística do país, no período entre janeiro e março, o PIB aumentou 0,4%, uma taxa de crescimento inferior à registada no mesmo período do ano passado, que atingiu 0,6%. O gabinete de estatística, contudo, sublinhou que não há provas que liguem este abrandamento à incerteza que rodeia o referendo de 23 de junho sobre a saída, ou não, da Grã-Bretanha da União Europeia.
3. Zalora muda de mãos
O retalhista tailandês Central Group vai comprar o website de moda Zalora, com sede em Singapura. Os media locais indicaram que o grupo de retalho já assinou um acordo para comprar as operações do Zalora na Tailândia e no Vietname à Rocket Internet, estando apenas a aguardar a aprovação das autoridades de regulação. O negócio deverá valer 20 milhões de dólares (17,7 milhões de euros), de acordo com o site TechCrunch, o que iria ajudar o Zalora a diminuir os custos nas suas operações asiáticas e avançar para a rentabilidade. Os mais recentes resultados financeiros publicados pela Rocket Internet mostram que o volume de negócios do Zalora aumentou 78%, para 234 milhões de dólares em 2015, mas o prejuízo subiu 36%, para 105 milhões de dólares. O Zalora gere websites locais nos principais mercados asiáticos, incluindo Hong Kong, Taiwan e Singapura. O Central Group é um dos maiores players do retalho da Tailândia, operando múltiplos centros comerciais e grandes armazéns no país e no Vietname, Malásia e Indonésia.
4. Febre dos centros comerciais nos Vietname
A gigante de retalho sul-coreana Lotte planeia quintuplicar o número de centros comerciais que tem no Vietname nos próximos quatro anos, elevando o número de espaços para 60 até 2020. Um novo centro comercial vai abrir ainda este mês em Ho Chi Minh City, segundo a Nikkei Report. A empresa está também a planear lançar o seu canal de comércio eletrónico para o Vietname até ao final do ano. Won-Sik Hong, diretor-executivo da Lotte Vietnam Shopping, afirmou que a expansão agressiva não seria fácil se não fosse suportada pelo acordo de comércio livre entre a Coreia do Sul e o Vietname que entrou em vigor em dezembro passado. Hong acrescentou que a Lotte vai analisar a compra de negócios existentes para conseguir atingir o seu objetivo de exportação. O conglomerado de retalho é também um grande investidor em hotéis e imobiliário no Vietname, com um investimento atual estimado em 3 mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros), incluindo hotéis, escritórios e cinemas. Nos próximos cinco anos, o aumento do investimento da Lotte no Vietname deverá empatar com o da Samsung, que é a maior investidora estrangeira no país, com um valor de 14,8 mil milhões de dólares. A Coreia do Sul é, atualmente, o país que mais investe no Vietname, segundo os dados da Agência de Investimento Estrangeiro do Vietname para o primeiro trimestre de 2016, seguida de Singapura e Taiwan.
5. Vaga desportiva atinge grandes armazéns
Os grandes armazéns parisienses BHV Marais lançaram uma nova secção batizada Fashion Sport. O primeiro andar, com cerca de 120 m2, está dividido por temas, nomeadamente running, treino e ginásio, e combina vestuário, calçado e acessórios de marcas como a Adidas, Reebok e Asics. A Nike deverá juntar-se a esta seleção nas próximas semanas e a Under Armour é um objetivo a longo prazo, revelou ao WWD Elsa Brunois, diretora de compras de sportswear e lingerie do grupo Galerias Lafayette, a empresa detentora do BHV Marais. «Focamo-nos deliberadamente nas grandes marcas para simplificar a leitura», explicou. «Sabemos pela nossa área de sportswear nas Galerias Lafayette que as mulheres procuram activewear mas com um toque de moda e estas são as marcas que melhor representam esta tendência», acredita. As Galerias Lafayette lançaram a sua própria área dedicada a desporto para senhora em abril de 2015, com as marcas Nike, Adidas e Reebok, assim como a Lorna Jane e a Lolë, que são exclusivas da flagship Paris Haussmann do grupo. «O BHV Marais tem sido historicamente um grande armazém local e por isso estamos a direcionar-nos para as mulheres parisienses, embora o tráfego de turistas esteja a melhorar constantemente, sobretudo dos EUA e de outros países europeus», destacou Elsa Brunois. Como parte do novo serviço de ginásio da Fashion Sport, serão realizadas aulas com os treinadores das marcas na cobertura dos grandes armazéns durante o ano.
6. Online causa despedimentos no retalho
Os retalhistas americanos deverão despedir 37 mil pessoas este ano, mais do dobro das demissões anunciadas no ano passado e o valor mais alto que o sector registou nos últimos oito anos, segundo Michael Exstein, analista do Credit Suisse. Mas esta ronda de despedimentos é uma reação a mudanças maiores relacionadas com o local e a forma como as pessoas compram, segundo o relatório. «Estes despedimentos são claramente uma tentativa de lidar com o declínio na produtividade das lojas físicas, com as vendas a serem perdidas para o comércio online, enquanto as despesas com as lojas físicas continuam a acumular devido ao aumento dos salários», aponta o relatório. Exstein escreve que «o que torna este ciclo diferente é que muito do declínio se deve a uma mudança secular no consumo, tanto devido aos novos concorrentes online, como à mudança nas vendas para o canal de comércio eletrónico com margens mais baixas». A maior parte dos despedimentos anunciados até agora surgiram de retalhistas que estão a fechar lojas não rentáveis ou a diminuírem o número de trabalhadores para tornar as lojas físicas mais rentáveis, de acordo com o relatório. Muitos retalhistas estão ainda a tentar investir na cadeia de aprovisionamento e em melhorias tecnológicas que são necessárias para competirem online. Em 2015, foram anunciados 17.219 despedimentos no sector do retalho. O pico anterior surgiu a meio da recessão, em 2010, altura em que foram anunciados 30.273 despedimentos, aponta o relatório. As vendas online representaram 7,3% das vendas a retalho nos EUA no ano passado, mas estão a aumentar, segundo o Departamento de Comércio. As vendas de comércio eletrónico estão estimadas em 341,7 mil milhões de dólares (302,3 mil milhões de euros) em 2015, mais 14,6% do que em 2014. No total, as vendas a retalho subiram apenas 1,4%.