Breves

  1. Primark estreia-se em Itália
  2. Retalho abranda em abril
  3. Aquisições dão lucro à Hanesbrands
  4. Target apoia transexuais
  5. Quénia aproveita Agoa
  6. Robots vão às compras

1. Primark estreia-se em Itália

A retalhista britânica Primark abriu a sua primeira loja em Itália no centro comercial Il Centro em Milão. Já batizada de “Primarni” pelos fãs italianos, a retalhista planeia abrir três lojas no país nos próximos 12 meses. Com a expansão na Europa, John Bason, diretor financeiro da ABF, a empresa que detém a Primark, considera que Itália é o passo lógico, uma vez que um estudo da própria Primark concluiu que o país é o segundo mercado com maior potencial para a marca na União Europeia, a seguir à Alemanha. «Muito disso tem a ver com a disponibilidade de lojas… Itália é apenas um pouco mais difícil», afirmou Bason ao jornal The Guardian. «A Primark vai fazer o que já fez inúmeras vezes. Vai abrir algumas lojas, perceber as variações [no mercado] e depois ter a confiança para acelerar», acrescentou. Ao jornal The Irish Independent, Paul Marchant, diretor-executivo da Primark, revelou que «esta nova loja Primark vai oferecer aos nossos novos clientes italianos moda fantástica a preços fantásticos para toda a família». No próximo mês, a retalhista vai ainda abrir duas lojas na Holanda, em Groningen e Alkmaar. E em junho, abrirá a sua terceira loja nos EUA, em Danbury, no Connecticut, depois de ter entrado no mercado em setembro do ano passado. Atualmente, a Primark opera mais de 300 lojas em 11 países: Reino Unido, Irlanda, Espanha, Portugal, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, França, Itália e EUA.

2. Retalho abranda em abril

O abrandamento no tráfego em loja nos EUA levou a um aumento de apenas 0,5% nas vendas a retalho comparáveis na segunda semana de abril, de acordo com o Johnson Redbook Sales Index, depois de um ganho de 1,1% na semana anterior. Nas primeiras duas semanas de abril, as vendas comparáveis aumentaram 0,8%, em comparação com uma queda de 3% no mesmo período do ano anterior. O Redbook sugere que a campanha presidencial e os debates, assim como os envios tardios das declarações de impostos, podem ter mantido os consumidores em casa. As condições meteorológicas foram variadas no país: quente e solarengo em algumas regiões e com neve, chuva e inundações noutras zonas. «As lojas que confiaram nas vendas de vestuário de primavera registaram resultados mistos para a semana, dependendo da sua distribuição regional», afirmou o Redbook. Já as vendas semanais em cadeias de lojas subiram 0,4% em termos mensais nos sete dias até 16 de abril, segundo o Retail Economist-Goldman Sachs Index, o que representa um aumento de 2,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, o ritmo mais acelerado em cinco semanas. Michael P Niemira, analista-chefe da The Retail Economist, destaca que «o tempo ficou frio novamente no país, especialmente no Nordeste. Mas isso não impediu os consumidores de fazerem compras tanto nas lojas físicas como online».

3. Aquisições dão lucro à Hanesbrands

A Hanesbrands registou uma subida de 1% nas vendas, para 1,22 mil milhões de dólares (1,08 mil milhões de euros), com o lucro operacional a aumentar 10%, para 147 milhões de dólares, graças à continuação da política de aquisições da empresa. «Tivemos um bom início e estamos a manter o plano de ter mais um ano de crescimento de dois dígitos nos lucros por ação», afirmou o diretor da Hanesbrands, Richard A. Noll. «Continuamos focados nas nossas iniciativas de vendas previamente anunciadas, aproveitando as sinergias de aquisição, expandindo as margens e desenvolvendo planos de crescimento para a aquisição pendente da Champion Europe», acrescentou. Os resultados no primeiro trimestre beneficiaram da aquisição de negócios, como a Knights Apparel, o negócio de activewear com licenças de universidades comprado em abril de 2015, que teve uma boa performance no trimestre com vendas de cerca de 21 milhões de dólares. A Hanesbrands também continuou a colher os benefícios da aquisição da Maidenform e Hanes Europe Innerwear. As vendas internacionais caíram 1% como resultado dos efeitos adversos das taxas de câmbio.

4. Target apoia transexuais

A gigante americana do retalho Target Corp tornou-se a primeira grande retalhista a assumir uma política “amiga” dos consumidores e funcionários transexuais, tendo anunciado que, nas suas lojas, estes podem usar a casa de banho que se identifique com a sua identidade de género. A ação segue-se após a decisão anterior de abandonar o rosa e o azul para identificar grupos de produtos para menina ou menino nos pontos de venda. A questão da casa de banho é um debate ativo atualmente nos EUA, após a legislação da Carolina do Norte que exige que os transexuais usem as casas de banho públicas que correspondam ao seu sexo no nascimento. Embora pareça ser uma questão menor para muitos, a notoriedade do assunto está a transformar-se num golpe publicitário para as empresas que apoiam um ou outro lado. O peso da opinião pública parece estar do lado liberal e tem havido boicotes de celebridades a atuações ou negócios na Carolina do Norte. Um grupo de empresários pediu para que a lei estadual seja revogada devido aos prejuízos que estão a sofrer. «Nas nossas lojas, demonstramos o nosso empenho numa experiência inclusiva de muitas formas», garante a Target, que contabiliza 49 lojas na Carolina do Norte.

5. Quénia aproveita Agoa

As exportações de vestuário do Quénia podem aumentar 5% este ano, para 400 milhões de dólares (354,4 milhões de euros), depois da extensão do acordo de comércio preferencial dos EUA com os países africanos, o chamado Agoa. A maior economia da África Oriental exportou vestuário no valor de 380 milhões de dólares em 2015, quando o Agoa foi alargado por mais uma década, segundo Phyllis Wakiaga, diretora-executiva da Associação de Produtores do Quénia. «A extensão do Agoa por 10 anos ofereceu aos produtores africanos mais confiança para fazerem investimentos a longo prazo, sobretudo no vestuário», explicou Wakiaga à Bloomberg. Marcas e retalhistas como a Puma, Wal-Mart, JC Penney e H&M já aprovisionam algum do vestuário que vendem nas chamadas Zonas de Processamento das Exportações do Quénia, onde trabalham mais de 66 mil pessoas. Estas zonas, que têm de exportar 80% da sua produção para fora do bloco da Comunidade da África Oriental, têm isenções de impostos durante 10 anos. A África Oriental pode potencialmente exportar vestuário no valor de 3 mil milhões de dólares por ano até 2025, segundo um estudo da McKinsey & Company. Eletricidade barata e mão de obra a preços baixos – com salários mensais que podem ser de 60 dólares – tornam os produtores do Quénia e da Etiópia atrativos para os investidores, revelam os estudos. O bloco da Comunidade da África Oriental está a tentar revitalizar o mercado interno de vestuário através da proibição da importação de vestuário em usado até ao final de 2018, indicou a diretora-executiva da Associação de Produtores do Quénia. Em 2013, o Quénia importou vestuário no valor de 243 milhões de dólares, segundo os dados da ComTrade. Ao aumentar a sua produção, os produtores de vestuário do Quénia podem também responder à procura dos retalhistas do país, afirma. «Os vendedores de vestuário em segunda mão têm a oportunidade de passar para a venda de vestuário novo à medida que a oferta seja garantida pelos produtores, podendo assim evitar a perda de postos de trabalho», concluiu Phyllis Wakiaga.

6. Robots vão às compras

Os robots estão a ser apontados como a chave para o futuro do retalho e um empresário chinês mostrou uma das formas como podem ser usados: transportar as compras. Várias notícias mostram um homem num centro comercial em Guangzhou, na China, com os robots a levarem os seus sacos de compras, o seu casaco e até a sua garrafa de água. Esta ida às compras tornou-se numa sensação na Internet, mas muitos na China já o criticaram por ter demonstrado mau gosto. O facto é que os robots vão tornar-se cada vez mais importantes nas lojas a retalho nos próximos anos, com a Amazon já a usá-los. Este ano, a Hitachi anunciou que está a desenvolver um robot humanoide que pode abordar os consumidores que necessitam de assistência e oferecer-lhes ajuda. Tem um cérebro remoto conectado a sistemas de processamento inteligente sediados na nuvem.