Breves

  1. 3D promete revolução na moda
  2. M&S inova retalho de lingerie
  3. Sourcing de viscose mais “verde”
  4. Delta Galil bate recordes
  5. Centros comerciais Sonae reforçam oferta
  6. C&A suprime sacos descartáveis

1. 3D promete revolução na moda

Embora as marcas e empresas de vestuário tenham demorado a adotar ferramentas de design e ajuste 3D, a tecnologia pode oferecer recompensas significativas no longo prazo, realça a GlobalData. O software garante a visualização 3D de peças de vestuário em tempo real, permitindo que as empresas partilhem e acompanhem os seus designs, ajustes e redimensionamentos ao longo de toda a cadeia de aprovisionamento em avatares virtuais realistas. Este processo contribui para tempos de entrega mais curtos, mediante a redução da necessidade de amostras físicas, e pode ajudar a melhorar os fluxos de trabalho. Leonie Barrie, analista de vestuário da GlobalData, defende que «face a uma crescente pressão por ciclos mais curtos de desenvolvimento, menor tempo de colocação do produto no mercado e redução do desperdício, as marcas e os retalhistas de vestuário estão cada vez mais a tentar aproveitar os benefícios das ferramentas de design e prototipagem virtuais 3D para obter resultados rápidos em áreas como o ajuste, design, amostragem e fluxo de trabalho». No fundo, «a tecnologia 3D possibilita uma maior agilidade e flexibilidade para atender às necessidades correntes do mercado, além de reduzir o stock. As soluções 3D também podem ter um grande impacto na sustentabilidade e na redução dos resíduos, dado que uma menor quantidade de amostras significa menos desperdício de material e uma menor pegada ambiental». Contudo, ainda se colocam alguns desafios à prototipagem 3D, entre os quais se destaca a adaptação dos designers a um novo processo criativo e a uma nova abordagem ao cliente. Além disso, também se salienta a importância da conectividade e da automação, para que todo o software e componentes da cadeia, como CAD, o PLM, tecidos, avatares, scanners corporais e produção, se interliguem intimamente. Barrie reforça que «não são apenas as equipas de design e desenvolvimento de produtos que podem beneficiar da transição para o 3D. Modelos 3D fotorrealistas podem ser partilhados com os fornecedores antes da produção para criar produtos personalizados. E os projetos podem ser criados e divulgados nas redes sociais para avaliar o interesse do público antes mesmo de iniciar a produção». Deste modo, os retalhistas poderão contrariar os «elevados volumes de devoluções», acrescenta.

2. M&S inova retalho de lingerie

A Marks & Spencer (M&S) desenvolveu uma nova ferramenta digital para auxiliar o ajuste do sutiã, num movimento que lhe concede acesso aos dados do cliente e ajudará a rastrear melhor as tendências de aquisição de lingerie e hábitos de compra no longo prazo. Ao mesmo tempo que contribui para uma maior satisfação do consumidor, a nova ferramenta garantirá novas oportunidades para sugerir produtos personalizados para os clientes e, consequentemente, aumentar a disponibilidade e variedade de sutiãs da M&S, bem como obter uma perceção mais fidedigna dos tamanhos e modelos que se destacam como best-sellers. Amanda Glover, chefe de mudanças digitais, integrou a equipa há dois anos para ajudar a empresa a interligar digitalmente mais lojas, criando «várias oportunidades para todas as áreas do retalho». «Este movimento está a ajudar-nos a desenvolver soluções para os nossos clientes, tornando as suas compras mais fáceis e convenientes. Sabemos que quase 90% dos clientes compram um sutiã após o ajuste, mas, por vezes, não querem proceder a esta adaptação em loja, logo arranjamos a solução ideal», acrescenta. Desta forma, a retalhista espera impulsionar um terço de suas vendas de vestuário e lingerie online. No início deste mês, a M&S anunciou o encerramento de dois dos seus centros de distribuição de vestuário e artigos para o lar, colocando em risco cerca de 662 empregos. Além disso, também procedeu a um reforço da sua equipa interna, contratando mais recentemente Alex Dimitriu como diretor de compras de moda masculina.

3. Sourcing de viscose mais “verde”

A organização ambiental sem fins lucrativos Canopy lançou a iniciativa Next Generation Vision para a viscose, de modo a apoiar o investimento, criação, avaliação e compra de produtos de viscose produzidos com fibras alternativas de impacto reduzido. Após o lançamento do Next Generation Action Plan, em Davos, durante o Fórum Económico Mundial, 26 marcas e produtores CanopyStyle, incluindo a H&M, Esprit, Inditex e M&S, apoiaram o novo movimento. «O vestuário produzido com tecidos Next Generation não são ficção científica – já estão nas lojas e constituem um componente essencial para a indústria da moda abordar as crises climáticas e de biodiversidade do planeta», acredita Nicole Rycroft, fundadora e diretora executiva da Canopy. «Estas marcas e produtores estão a mostrar a verdadeira liderança. Sabemos que mais se juntarão a este percurso nos próximos meses», acrescenta. A organização argumenta que «a transição para alternativas circulares, como resíduos têxteis, celulose microbiana ou resíduos agrícolas, ajudará o sector da moda a atingir os seus objetivos climáticos e de sustentabilidade, ao mesmo tempo que elimina o sourcing em florestas antigas e em vias de extinção». Na lista de apoiantes está a Tangshan Sanyou, a quarta maior produtora de viscose do mundo, que agora começou a vender as primeiras séries desta fibra a partir de 50% de algodão pós-consumo. Dos cinco maiores produtores mundiais de viscose, três já oferecem as primeiras linhas de produtos com 20% a 50% de algodão reciclado, revela a Canopy. Esta iniciativa ajudará a cumprir as metas globais do clima e da biodiversidade de 2030 e exigirão 17 novas fábricas Next Gen, bem como um investimento de 3,4 mil milhões de dólares (3,09 mil milhões de euros) ao longo da próxima década. Em dezembro, a organização divulgou que mais de 40% da oferta global desta matéria-prima está agora verificada com um nível de baixo risco no que diz respeito à origem em florestas antigas ou em via de extinção.

4. Delta Galil bate recordes

A Delta Galil registou resultados recordes de faturação no quarto trimestre e para o ano fiscal completo. Contudo, o surto do coronavírus pode vir a provocar a perda de 5 a 7 milhões de dólares (4,55 a 6,37 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020 e, consequentemente, impactar o seu lucro operacional anual. A produtora israelita assistiu a uma subida de 44% no lucro líquido, para 35,6 milhões de dólares, no último trimestre de 2019. Excluindo artigos não regulares, os ganhos aumentaram 28%, para 34,8 milhões de dólares. O lucro operacional escalou 36%, para 52,2 milhões de dólares, mais 13,8 milhões de dólares do que no período homólogo anterior, e as vendas acumularam um valor recorde de 504,8 milhões de dólares, o que significa uma subida de 11%. Na totalidade do ano de 2019, o lucro líquido aumentou 20%, para 57,7 milhões de dólares, mais 9,5 milhões de dólares do que em 2018. Contudo, excluindo artigos não regulares, as receitas totalizaram 60,2 milhões de dólares, uma descida de 0,4% face a 2018. Por seu turno, o lucro operacional cresceu 29%, para 103,7 milhões de dólares, enquanto as vendas anuais subiram 13%, para 1,69 milhões de dólares. «Os nossos resultados foram impulsionados principalmente pela força do nosso mercado de gama mais alta, pela Delta Israel e pelas nossas marcas europeias, juntamente com a nossa variedade de categorias de produto e segmentos de negócio. Continuamos a investir no crescimento das nossas vendas online, que apresentaram uma taxa de dois dígitos», declara Isaac Dabah, CEO da Delta Galil. «Durante o ano, focamo-nos na consolidação do recém-adquirido líder de vestuário íntimo, o grupo Bogart, nos nossos negócios e o seu desempenho excedeu as nossas expectativas. Adicionalmente, a compra da Eminence continua a contribuir para o crescimento das nossas marcas europeias – assim como para o global – e iniciamos a venda cruzada da Eminence e Schiesser», acrescenta. Para o futuro, o CEO assegura que a empresa continua focada no reforço da sua variedade de produtos para a Bogart. Contudo, o surto de coronavírus deverá produzir um impacto negativo sobre os resultados anuais e do primeiro semestre de 2020. As vendas anuais deverão situar-se entre os 1,74 e os 1,77 mil milhões de dólares, uma subida de 3% a 5% face a 2019, enquanto o EBIT está previsto para os 107 a 113 milhões de dólares, mais 1% a 7% do que no ano anterior. O lucro líquido deverá variar entre os 57 e os 62 milhões, comparativamente aos 60,2 milhões de dólares registados em 2019.

5. Centros comerciais Sonae reforçam oferta

Com a assinatura de 180 novos contratos com lojistas fechados em 2019, a Sonae Sierra melhorou a oferta comercial dos espaços que gere em Portugal. Esta ação permitiu que os centros comerciais aumentassem a taxa de ocupação e, consequentemente, a área bruta locável (ABL) comercializada. «2019 foi um ano muito positivo para esta área de negócio, não só pelas elevadas taxas de comercialização, mas também pela possibilidade de responder a desafios diferenciadores, como a comercialização de conceitos inovadores, como o The CookBook, no NorteShopping, ou a comercialização de espaços fora do âmbito dos centros comerciais», refere Cristina Santos, diretora de gestão de ativos da Sonae Sierra em Portugal. «É graças a uma equipa comercial versátil e multidisciplinar que conseguimos valorizar a oferta dos espaços comerciais, mantendo-os atualizados, modernos e diferenciadores, e torná-los mais atrativos para os visitantes e lojistas», acrescenta. O Centro Vasco da Gama, o AlbufeiraShopping, o Albufeira Retail Park, o AlgarveShopping, o Coimbra Retail Park, o Estação Oriente, o LeiriaShopping, o Campus Nova e o Portimão Retail Park são exemplos de centros comerciais que terminaram o ano com 100% da área bruta locável comercializada. Já o CascaiShopping, o Estação Viana Shopping, o GaiaShopping, o GuimarãeShopping, o MaiaShopping, o MadeiraShopping e o Parque Atlântico registaram uma taxa de ocupação de 99%. Para destacar nos espaços com maior reforço da oferta comercial está o NorteShopping, que se encontra em processo de expansão, com a introdução de 61 novas lojas e reformulação e aumento da praça de restauração. Está ainda prevista a criação de um espaço premium denominado Galleria que albergará nomes como Hugo Boss, Weekend Max Mara, Tumi, Twinset, Adolfo Dominguez e Corneliani.

6. C&A suprime sacos descartáveis

Em prol da sustentabilidade, os sacos plásticos descartáveis vão ser abolidos de todas as lojas C&A. A medida será implementada a partir de março e serão disponibilizados sacos de maior durabilidade com 80% de PET (politereftalato de etileno) de modo a prolongar a utilização dos materiais. Caso os sacos sofram algum tipo de danificação, os clientes podem fazer a substituição dos mesmos de forma gratuita em qualquer uma das lojas da retalhista. Para além desta iniciativa, a C&A disponibiliza ainda sacos 100% reciclados, feitos a partir de papel não branqueado como alternativa. Com 1.400 lojas em 18 países da Europa, a C&A refere que o objetivo é economizar água e energia que o processo de lavagem de papel branco implica. «A eliminação de sacos de plástico de utilização única nas nossas lojas na Europa é um marco importante no compromisso da C&A em reduzir as emissões, obter materiais mais sustentáveis e em criar produtos tendo em mente a sua próxima utilização», afirma Michael Reidick, chefe de sustentabilidade da C&A Europa. Em comunicado, a C&A ressalva que continua a analisar a utilização de plástico da empresa, nomeadamente no transporte e embalamento de produtos. «Queremos oferecer aos nossos clientes opções mais sustentáveis e incentivar o hábito de reutilizar e reciclar. Quanto mais tempo pudermos usar o mesmo saco, mais ecológico ele se torna. Esta medida reduzirá ainda mais as emissões de gases com efeito de estufa e o consumo de plástico», conclui Michael Reidick.