- Museu dos Lanifícios propõe Desenhos da Vida
- China perde quota no mercado americano
- Bélgica acolhe próxima convenção IAF
- Riri e Coeurdor juntas em aliança de aço
- Marita Moreno calça os desfiles de Madrid
- Alberto Giacometti e Peter Lindbergh no Porto
1. Museu dos Lanifícios propõe Desenhos da Vida
A Galeria do Museu de Lanifícios da UBI/Núcleo da Real Fábrica Veiga vai receber, no próximo dia 21 de fevereiro, a exposição Desenhos da Vida, disponível para o público até 19 de abril. Organizado pelo Museu de Lanifícios e pelo Projecto Pontes, a mostra advém do projeto Mapas – Desenhos da Vida, que resulta da investigação, seleção e recolha das memórias de pessoas na velhice, promovendo sessões de desenho, com o objetivo de estimular nos participantes a ativação da memória, «tornando presente um património imaterial esquecido que se expõe na sua autenticidade», refere em comunicado. Deste modo, o conjunto de participantes, maioritariamente de idade avançada, é convidado a desenhar de memória recordações de histórias, objetos ou ambientes vividos. Na sessão de abertura, o Museu de Lanifícios da UBI e o Projecto Pontes irão dar a conhecer os arquivos dos Desenhos da Vida, iniciado em 2008, em Vila Franca das Naves, que organiza e documenta sessões de desenho contínuas que podem vir a constituir um levantamento etnográfico de populações de diferentes regiões. Nesta exibição estará patente uma seleção de desenhos realizados nas freguesias de Vila Franca das Naves (2008) e em Caria (2017), bem como dois filmes concretizados no âmbito das duas atividades.
2. China perde quota no mercado americano
Os efeitos da guerra comercial EUA-China estão a tornar-se evidentes, à medida que os dados de 2019 revelam que a quota do aprovisionamento chinês no mercado de vestuário dos EUA está a diminuir, indica a GlobalData. A quota de mercado da China caiu de 41,9%, em 2018, para 39,9%, em 2019, apesar do declínio de preços unitários do vestuário importado para os EUA. «Apesar da China ainda deter a maior parte do mercado de importação de vestuário dos EUA, as tarifas dificultam o comércio com os compradores norte-americanos. Embora os EUA e a China tenham assinado a primeira fase do acordo comercial, que reduzirá as tarifas punitivas para 7,5%, muitas marcas já começaram a avançar com a diversificação das suas cadeias de aprovisionamento para além da China», assegura Hannah Abdulla, correspondente de vestuário da GlobalData. A maior eficiência e produtividade das fábricas contribuíram para que os produtores chineses conseguissem baixar os preços ao longo dos últimos oito anos até aos 2,24 dólares (2,07 euros) registados no ano passado. A quebra de 4,6%, em termos homólogos, significa que a China continua a ser a mais barata dos 10 maiores fornecedores de vestuário dos EUA. Ao longo dos últimos dois anos, o país manteve-se envolvido numa guerra comercial com os EUA, que resultou numa disputa tarifária entre as duas nações, provocando uma transição da procura por fontes alternativas ao sourcing da China por parte de várias marcas – o que acabou por beneficiar o Vietname e o Bangladesh, que viram a sua quota de mercado americano crescer. «Para os retalhistas americanos, o preço por unidade para importar peças de vestuário de outros mercados de aprovisionamento pode ser superior. No entanto, é igualmente importante a necessidade de minimizar o risco, garantindo que as suas fontes de aprovisionamento estão distribuídas pelo maior número possível de países», afirma Hannah Abdulla.
3. Bélgica acolhe próxima convenção IAF
Os planos para a próxima Convenção Mundial de Moda da IAF (Federação Internacional de Vestuário, traduzido da sigla original) começam a ganhar forma, depois de definido o tema da agenda deste ano como “Transição no Sistema Global de Moda”. O 36.º certame está planeado para os dias 9 a 11 de novembro, em Antuérpia, na Bélgica. Nesta edição, a IAF alterou o formato da programação da melhor responder à temática. Um dos dias será dedicado a sessões plenárias com palestrantes reconhecidos em todo o globo, enquanto, no segundo dia, os participantes irão discutir vários tópicos que impulsionam a transição e implementar novas tecnologias em workshops paralelos. De acordo com a organização, o tema deste ano reconhece o facto de a procura das sociedades e dos consumidores, as restrições impostas pelo ecossistema terrestre e as possibilidades oferecidas pela tecnologia convergem no sentido de uma necessidade de transição. «A mera adaptação não parece ser o suficiente em 2020. A adaptação é demasiado lenta», argumenta a IAF. «Novas empresas de sucesso baseadas em modelos de negócio totalmente diferentes moldam a transição do sector, assim como empresas já existentes que embarcam em programas ousados de mudança. A transição não irá envolver apenas a indústria, mas exige sim que todo o ecossistema da moda trabalhe em conjunto», reforça. Isto significa que é necessária uma «colaboração íntima com os governos, criando ambientes regulatórios que apoiam a transição, sem prender o impulso empreendedor», além da atribuição de um novo papel de relevância aos institutos de educação, que não servem apenas para «formar novos funcionários, mas também ativamente para fomentar novos negócios», acrescenta a IAF. O tema do evento será, então, dividido em quatro objetivos distintos: o futuro do vestuário, economia circular, legislação e harmonização, e educação e formação.
4. Riri e Coeurdor juntas em aliança de aço
A produtora suíça de fechos e botões Riri juntou-se à francesa Coeurdor para criar aquilo que afirmam ser a maior gama de acessórios de metal dedicada às marcas de luxo de alta qualidade. A combinação das duas empresas pretende garantir uma proposta de valor único, oferecendo um conjunto de acabamentos metálicos, que permitirá que as marcas de luxo simplifiquem a sua cadeia de aprovisionamento e beneficiem de tecnologias e materiais inovadores, onde se inclui a impressão 3D e o aço inoxidável. O duo contará com uma rede de produção que se estende de França à Itália, Suíça e Portugal, fornecendo «máxima flexibilidade e aprovisionamento seguro», adaptado às exigências do mercado da moda. Sediada em Maîche, a Coeurdor é uma produtora de acessórios metálicos para a indústria da moda, especializada em acabamentos de superfície e na produção para o couro, com unidades fabris em França e Portugal. Por sua vez, a Riri oferece fechos zipper e botões, através da sua marca homónima e da marca Cobrax, principalmente para o mercado de luxo de alta costura. «Acreditamos que as duas organizações partilham os mesmos valores, incluindo um foco na inovação e a dedicação a níveis elevados de serviço para os nossos consumidores. O nosso percurso com Riri irá ajudar-nos a continuar a crescer e a aumentar os nossos meios financeiros, tornando-nos um fornecedor de referência para as marcas de luxo de alta costura», explica Robert Jeambrun, presidente da Coeurdor. Renato Usoni, CEO do grupo Riri, acrescenta que «a aliança entre os dois grupos irá criar uma nova liderança no mercado com um modelo de negócio único e meios industriais capazes de fornecer todas as peças de metal necessárias para os nossos clientes».
5. Marita Moreno calça os desfiles de Madrid
A marca espanhola Avasan escolheu a designer portuguesa Marita Moreno para
acompanhar as suas peças de vestuário apresentadas na Sustainable Fashion Week (SFW). Inserida no festival Madrid Es Moda, a SFW ocupou a cidade de Madrid entre os dias 5 e 9 de fevereiro. Do portefólio da designer portuguesa, foi selecionada a linha Azores – Limited Line, inspirada nas tradicionais tecelagens das colchas das ilhas açorianas, o Repasso. Os motivos utilizados nas típicas mantas foram minimizados, redesenhados e adornados com novas cores, e os sapatos de tecelagem artesanal de lã e algodão, cortiça, forro de microfibra antitranspirante e sola pintada são acompanhados por um certificado com um número de série limitada e da carta de artesão de Eduarda Vieira (a tecelã). A Marita Moreno é uma marca portuguesa de calçado e bolsas, que se define como marca de “slow fashion”, apoiando-se nos princípios de ética, transparência na produção e responsabilidade social. O compromisso, indica a marca, é usar práticas ecológicas e sustentáveis na cultura corporativa, minimizando os impactos gerados pelas atividades económicas no meio ambiente e alertando o público para a forma como consome, numa tentativa de alterar hábitos de compra e mentalidades. Todos os produtos, tanto para homem como para mulher, utilizam recursos endógenos locais e nacionais, artesanais e industriais. As coleções espelham uma preocupação com o processo criativo e com o recurso a materiais de qualidade, que permitam uma maior durabilidade dos produtos e garantam um design intemporal para um ciclo de vida mais duradouro.
6. Alberto Giacometti e Peter Lindbergh no Porto
A exposição “Alberto Giacometti – Peter Lindbergh. Capturar o Invisível”, até agora apenas exposta no Instituto Giacometti, em Paris, no ano passado, será apresentada de 1 de abril a 24 de setembro de 2020 no MMIPO – Museu da Misericórdia do Porto. A exposição retrata um «diálogo íntimo» entre a obra de Alberto Giacometti, um dos mais aclamados escultores do século XX, e a fotografia de Peter Lindbergh, explica um comunicado. Inserida no âmbito das comemorações do 5.º aniversário do museu, esta iniciativa é também um tributo ao lendário fotógrafo de moda que morreu prematuramente em setembro de 2019 e que esteve totalmente envolvido no processo de trazer a exposição para o Porto. «Ele estava muito interessado em perceber todos os detalhes do espaço e na interação entre a exposição e o edifício. Mas fez também questão de conhecer a cidade e as pessoas», descreve Pedro Nunes, diretor do MMIPO, recordando o momento em que recebeu Peter Lindbergh no Porto. «Esta exposição é uma homenagem ao seu legado. A sua arte permanecerá», acrescenta. Fascinado, desde novo, pela obra e personalidade de Giacometti, Lindbergh foi convidado pelo Instituto Giacometti, em Paris, a fotografar a coleção, em 2017. Deste encontro resulta uma coleção de fotografias que estarão lado a lado com as esculturas, contabilizando um total de 110 obras. Numa sala exclusiva, estarão em exibição alguns dos mais icónicos retratos da carreira do fotógrafo de moda, entre os quais os protagonizados por Naomi Campbell, Uma Thurman e Julianne Moore. No final da exposição, os visitantes são convidados a provar um cálice de vinho do Porto Taylor’s no bar do jardim do museu. Esta iniciativa resulta de uma nova parceria entre o MMIPO, a marca de vinho do Porto Taylor’s e a comissária Charlotte Crapts, que já se tinham juntado para trazer a exposição “Pablo Picasso. Suite Vollard”, patente no Palácio das Artes, no Porto, em 2019.