Breves

  1. Yves Rocher premeia mulheres portuguesas
  2. Golden Goose nas mãos da Permira
  3. Semanas de moda antecipam quebras
  4. The North Face protege os Himalaias
  5. Centros comerciais recebem mais visitas
  6. PETA compra parte da Frasers

1. Yves Rocher premeia mulheres portuguesas

A 11.ª cerimónia de entrega do Prémio Femme de Terre 2020 está marcada para o final da tarde do dia 18 de fevereiro, no Clube Universitário do Porto. Os Prémios Terre de Femme, da Fundação Yves Rocher, premeiam anualmente mulheres e projetos que se destaquem no âmbito da sustentabilidade e do ambiente. Este ano, serão distinguidas três mulheres, com um valor agregado de 18 mil euros. A grande vencedora ficará ainda habilitada a um prémio internacional adicional no valor de 10 mil euros. No ano passado, Eunice Maia ocupou o primeiro lugar, com o projeto Maria Granel, uma mercearia biológica, 100% a granel e a primeira “Zero Waste Store”, totalmente isenta de plástico, para a qual os visitantes podem levar o seu próprio recipiente para se reabastecer ou então adquirir embalagens sustentáveis – sacos de papel reciclado ou frascos de vidro. Já em 2018, o prémio foi atribuído a Estrela Matilde, da ilha do Príncipe, pelo projeto “Cooperativa de Valorização dos Resíduos – CVR”, que além de decompor resíduos orgânicos, reúne um grupo de dez mulheres que desenvolvem joias a partir de garrafas de vidro recicladas, cooperando no desenvolvimento económico e social das famílias da ilha. Há 25 anos que a Fundação Yves Rocher premeia anualmente mulheres de todo o mundo que se comprometem a ajudar o planeta. Com a criação dos Prémios Terre de Femme, a fundação pretende «apoiar e dar visibilidade a projetos de mulheres na área do ambiente, comprometendo-se a apresentar soluções sustentáveis e a trabalhar diariamente para uma pegada ecológica mais positiva», explica, em comunicado. As ações resultantes deste programa já passaram por 50 países e juntam mais de 2 milhões de euros distribuídos por mais de 430 premiadas.

2. Golden Goose nas mãos da Permira

A Permira, que detém a marca Dr Martens, fechou um acordo com a marca italiana Golden Goose, superando as ofertas rivais de investidores americanos e apostando na indústria do luxo, apesar da desaceleração do crescimento económico da China. Com um longo histórico de investimento em marcas de gama alta, incluindo a Valentino e a Hugo Boss, a Permira anunciou que vai assumir o controlo da produtora de calçado sediada em Veneza, destronando o antigo proprietário, o Grupo Carlyle. O acordo avalia a Golden Goose em 1,28 mil milhões de euros, um valor 15 vezes superior ao lucro da empresa, em 2019 (85 milhões de euros). No outono passado, a Carlyle, que apoiou a marca nos últimos três anos, contratou o Banco da América para realizar um leilão que atraiu os fundos de investimento Advent e U.S. SPAC Acamar, além da Permira, estabelecendo um preço mínimo de 1,2 mil milhões de euros. As sapatilhas da Golden Goose, com a icónica estrela de cinco pontas na faixa lateral, custam cerca de 400 euros por par e atraem celebridades como a atriz Gwyneth Paltrow. Fundada em 2000 pelos designers Francesca Rinaldo e Alessandro Gallo, a marca italiana tem um longo histórico de proprietários de private equity, como o fundo DGPA e a Ergon Capital. Só em 2017 é que a Carlyle assumiu a sua propriedade, apostando na expansão para os EUA e Ásia, através da abertura de lojas em Nova Iorque, Tóquio e Pequim. Liderada pela CEO Silvio Campara, a Golden Goose diversificou a sua linha de produtos para integrar vestuário e acessórios, com um foco em artigos de couro. A receita do grupo aumentou para quase 200 milhões de euros em 2018, em comparação com menos de 50 milhões de euros registados em 2014, com a grande maioria gerada fora de Itália.

3. Semanas de moda antecipam quebras

A Gucci e outras marcas de luxo pertencentes ao grupo Kering antecipam uma queda de espetadores nos seus desfiles de moda durante este mês devido à ausência prevista de compradores e influenciadores chineses. O surto de coronavírus tem vindo a refletir-se negativamente nas vendas das empresas de luxo, pressionadas pelo encerramento de lojas na China e o cancelamento de campanhas publicitárias num dos seus maiores mercados. O presidente da Kering, François-Henri Pinault, anunciou, na semana passada, que a empresa irá usar hiperligações de vídeos para dar acesso aos visitantes impossibilitados de viajar. Os designers deverão exibir as suas mais recentes coleções femininas em Londres, a partir de hoje, após a semana de moda de Nova Iorque, com apresentações de algumas das maiores marcas do mundo já marcadas para o final deste mês em Milão e Paris. «Todos os profissionais da indústria da Ásia não deverão estar presentes», confirma Pinault, que estima que este grupo de nacionalidades constituí até 40% dos espectadores dos seus desfiles. As marcas Gucci e Bottega Veneta realizam os seus desfiles em Milão, enquanto a Saint Laurent, Balenciaga e Alexander McQueen escolheram os palcos de Paris, onde rivalizam com a Chanel ou a Christian Dior, do LVMH. Apesar de disponível online, as semanas de moda são o equivalente às feiras comerciais para as empresas de bens de luxo, reunindo comerciais, clientes e jornalistas, bem como influenciadores de redes sociais, que normalmente são essenciais à estratégia de publicidade da marca, especialmente na China. «Não ter os retalhistas e compradores asiáticos será uma grande desvantagem», assegura Robert Burke, consultor do segmento do luxo da Robert Burke Associates. «As semanas de moda ainda são importantes, principalmente à luz da atenção global que as marcas recebem através de análises das redes sociais e da imprensa», acrescenta. Na semana passada, a Câmara Nacional de Moda Italiana revelou que três designers chineses cancelaram os seus desfiles em Milão, tendo o mesmo acontecido com seis designers em França.

4. The North Face protege os Himalaias

Enriquecendo o seu portefólio de projetos focados na sustentabilidade, a The North Face lançou uma nova iniciativa para proteger os Himalaias. A marca expandiu a sua coleção Bottle Source, que retira resíduos de plástico pós-consumo de áreas protegidas de parques, com um projeto especial que beneficia a cordilheira que abrange a Índia, Nepal, China e Butão. Lançado na quarta-feira passada, o projeto Himalayan Bottle Source recolhe as garrafas de plástico de um dos rios mais poluídos do mundo – o Ganges – que depois são transportadas para uma unidade em Surat, na Índia, onde são limpas e processadas em pequenos pedaços. Posteriormente, estas peças são enviadas para a parceira Polygenta, para serem transformadas em fibras e fios. A mistura de plástico reciclado com fibras de algodão dá origem a t-shirts e camisolas sustentáveis. O projeto representa a primeira interação global do programa Bottle Source da The North Face, que já reciclou cerca de 174 toneladas de resíduos plásticos até à data. Para apoiar os programas de reciclagem e reutilização, a empresa também doa um dólar à Fundação National Park por cada produto Bottle Source que produz. A nova coleção caracteriza-se por t-shirts gráficas unissexo, adornadas com ilustrações paisagísticas dos Himalaias a 45 dólares (41,51 euros), assim como uma camisola com capuz de 80 dólares. «Lançamos a nossa primeira coleção Bottle Source, que usa garrafas de plástico recicladas de resíduos de três dos nossos parques nacionais americanos, em 2018, e esta primavera estamos muito satisfeitos por ver o programa a evoluir e a expandir-se para os mercados globais, ajudando agora a dar uma nova vida aos plásticos descartáveis dos Himalaias», reflete Carol Shu, chefe de sustentabilidade da The North Face. «A nossa coleção é uma ótima forma para os consumidores se ligarem emocionalmente aos produtos que foram produzidos a partir de resíduos plásticos reciclados de alguns dos lugares selvagens que mais adoram», continua. Na semana passada, a empresa já tinha anunciado o lançamento do programa de formação Renewed Design Residency, que irá permitir que grupos rotativos dos seus designers participem em workshops anuais sobre os princípios do design circular e o reaproveitamento criativo de vestuário. O programa iniciou-se com um leilão de quatro modelos de vestuário exterior realizados pelos seus designers, produzidos a partir de materiais provenientes de peças descartadas ou não vendidas pela marca, e está planeado para terminar a 19 de fevereiro.

5. Centros comerciais recebem mais visitas

Os centros comerciais britânicos registaram um crescimento no tráfego de clientes, pela primeira vez, em quase três anos, potenciando um «começo de um caminho para a recuperação» para destinos de retalho, evidencia Luke Tugby, editor da revista Retail Week. Este crescimento atingiu 0,2%, em janeiro, e representa a única subida verificada desde março de 2017 e um dos três meses positivos dos últimos quatro anos, revela a empresa de análise de dados Springboard. Os parques de retalho também refletiram um aumento de 1,4% do número de compradores, em janeiro. Em compensação, as ruas principais sofreram um declínio de 1,8%, o que significa um balanço geral negativo de 0,5%. A taxa de lojas não ocupadas nos centros das cidades caiu para 9,8% – o valor mais baixo registado num ano. A Springboard aponta sinais de «alguma estabilidade» para os negócios e garante que os dados trouxeram «alguma esperança necessária» aos centros comerciais, que têm vindo a sofrer constantemente de uma quebra de clientes nos últimos dois anos. A diretora de marketing e perceções da empresa, Diane Wehrle, sustenta que «este parece ser um sinal precoce de que os programas de regeneração planeados há muito tempo pelos proprietários para ampliar a oferta dos centros comercias e incorporar um elemento experiencial maior, particularmente nas grandes superfícies, estão a surtir efeito e refletem melhor as procuras dos consumidores. É provável que esta seja parte da razão pela qual a afluência nas ruas diminuiu 1,8%, em janeiro». Wehrle sublinha ainda que «este resultado reforça o benefício de uma estrutura de propriedade única e também demonstra a perceção de que o antigo formato de retalho a 100% já não é relevante». Isto significa que «um único proprietário poderá, com mais facilidade, oferecer [mais] mudanças significativas, do que uma rua comercial, que pode estar sobrecarregada por uma multiplicidade de proprietários, que apresentam objetivos variados para o seu ativo particular».

6. PETA compra parte da Frasers

O grupo de defesa dos direitos dos animais PETA (People for Ethical Treatment of Animals) comprou uma participação no Grupo Frasers, detido por Mike Ashley, em setembro. Ashley tem vindo a sofrer uma pressão por parte da PETA), depois dos grandes armazéns House of Fraser terem voltado a vender casacos de pele verdadeira. Agora que pode participar na reunião anual de investidores do retalhista, o grupo de ativistas tem a capacidade para condicionar a sua posição no que toca à comercialização destes artigos. Após uma investigação em 2017 que descobriu que as peles dos produtos anunciadas como falsas eram, de facto, verdadeiras, a rede de grandes armazéns assumiu uma «política rígida de não usar peles de animais», seguido de um pedido de desculpas e da retirada de venda destes itens. Contudo, em novembro do ano passado, alguns dos seus artigos voltaram a revestir-se de peles de animais, como foi o caso do casaco da marca de luxo Pyronex, que continha um acabamento de 100% pele de guaxinim.