- Modatex à procura do ouro no Campeonato Nacional
- Ralph Lauren produz em apenas 16 dias
- Uzbequistão põe fim ao trabalho forçado
- Burberry aposta na formação
- Fulgar lança fio preto desde a raiz
- Cimeira de Copenhaga confirma novos oradores
1. Modatex à procura do ouro no Campeonato Nacional
O Modatex – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confeção e Lanifícios está a participar no Campeonato Nacional das Profissões, em Setúbal, que teve início dia 9 e se prolonga até dia 14 de fevereiro. O objetivo é conquistar a medalha de ouro para que o Modatex possa representar Portugal no Campeonato Europeu das Profissões. A competição destina-se a jovens entre os 17 e 25 anos que tenham terminado ou frequentem um percurso de qualificação em modalidades de educação e formação profissional e exige uma demonstração individual das competências dos participantes através de provas práticas avaliadas por peritos qualificados nas áreas. Na 44.ª edição do Campeonato Nacional das Profissões, o Modatex está a ser representado por seis jovens divididos por três equipas, uma do Porto e duas de Lisboa, que concorrem na profissão Tecnologias de Moda, e frequentam as ações de design de moda e modelação de vestuário do centro de formação. A concurso estão cerca de 400 participantes de todo o país que lutam por um lugar no pódio ao mostrar as competências simuladas em situações reais de 44 profissões. «Os resultados alcançados pelos nossos formandos vêm, mais uma vez, comprovar a qualidade da formação ministrada e dos formadores do Modatex. Em 2013, por exemplo, Rúben Damásio conquistou uma medalha de excelência no WorldSkills, em Leipizig, e, um ano depois, Ana Rita Gaspar e Joana Filipa Caetano arrecadaram a medalha de prata no EuroSkills, em Lille. Tendo em conta o atual panorama do ITV e a falta de recursos humanos disponíveis que o sector atravessa, urge divulgar e promover, sobretudo junto dos mais jovens, a atratividade desta indústria», revela José Manuel Castro, diretor do Modatex. Os vencedores vão representar Portugal na 7.ª edição do Campeonato Europeu das Profissões que vai decorrer em setembro de 2020 e terá lugar em Graz, na Áustria, e na 46.ª edição do Campeonato Mundial das Profissões, em Xangai, em setembro de 2021.
2. Ralph Lauren produz em apenas 16 dias
A Ralph Lauren Corporation conseguiu testar com sucesso um novo modelo de produção capaz de executar uma camisola desde o design até à entrega ao cliente final em apenas 16 dias. «Esperamos que este modelo se torne uma parte crescente da nossa cadeia de aprovisionamento, à medida que continuamos a tentar atingir os nossos objetivos de três, seis e nove meses», enfatiza Jane Nielsen, diretora de operações e diretora financeira da empresa. Como resultado da divulgação das receitas do terceiro trimestre de 2019, a executiva explica que «aproveitando os nossos investimentos no desenvolvimento de produtos digitais, desenhamos, produzimos e entregamos uma camisola a um cliente grossista em apenas 16 dias, mesmo a tempo da Black Friday». Contudo, «não vamos transpor toda a cadeia de aprovisionamento para 16 dias», esclarece o CEO, Patrick Louvet. «O que é importante é compreender o tempo necessário para estarmos bem posicionados para vencer numa categoria, geografia e canal específicos». O teste é uma «indicação de que a nossa organização se está a tornar mais ágil, mais agressiva em termos de gestão de prazos de entrega e mais criativa», acrescenta. De facto, nos últimos tempos, a Ralph Lauren tem vindo a fazer progressos na redução dos prazos de entrega, estabelecendo agora o objetivo de obter mais de 50% dos seus produtos em seis meses ou menos. Esta nova orientação seguiu-se à revelação dos dados do terceiro trimestre de 2019, no início de fevereiro, que mostraram receitas e vendas mais elevadas, provando que a estratégia de crescimento da empresa está a surtir efeito. Aliás, nos três meses que antecederam o dia 28 de dezembro, os lucros quase triplicaram para 334,1 milhões de dólares (306,08 milhões de euros) e o volume de negócios líquido subiu 1%, para 1,8 mil milhões de dólares, impulsionado pelo crescimento na Europeu e na Ásia. A Ralph Lauren beneficiou ainda de preços mais altos, de redução de promoções, de uma melhoria da oferta de produto e do reforço da estratégia de marketing. Por outro lado, continua a gerar eficiência ao longo de toda a cadeia de aprovisionamento, incluindo poupanças incrementais nas instalações, trabalho, transporte aéreo e consolidação de materiais, que têm vindo a mitigar o impacto das tarifas punitivas da China sobre as importações americanas. Ao longo dos últimos dois anos, a empresa tem procurado diversificar a sua cadeia de aprovisionamento, para que se torne menos dependente de qualquer mercado, particularmente da China.
3. Uzbequistão põe fim ao trabalho forçado
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) confirma que o recurso sistemático ao trabalho infantil e ao trabalho forçado no Uzbequistão chegou ao fim. Num dos seus mais recentes estudos, a OIT explica que mais de 94% dos trabalhadores exerceram a sua atividade livremente, não se verificando casos de recrutamento de estudantes, professores, médicos e enfermeiras durante o período de colheita do algodão de 2019. Acrescenta ainda que «o trabalho infantil sistemático foi erradicado e o trabalho infantil já não é uma grande preocupação». Ainda assim, registaram-se 102 mil catadores em trabalho forçado, durante o mesmo período – um número 40% inferior ao de 2018 – e o recrutamento de mão de obra de instituições, agências e empresas ainda se verifica a nível local. A OIT começou a monitorizar o trabalho infantil na colheita de algodão do Uzbequistão em 2013. Dois anos mais tarde, esta análise estendeu-se também ao trabalho forçado, por força de um acordo com o Banco Mundial. Em 2019, pela primeira vez, a Monitorização de Terceiros da OIT (TPM, na sigla original) foi conduzida por ativistas independentes da sociedade civil, usando a própria metodologia e formação da organização. Este grupo elaborou mais de 7 mil entrevistas não acompanhadas e não anunciadas com uma amostra representativa dos 1,75 milhões catadores de algodão do país. «Este ano observamos vários novos desenvolvimentos positivos», revela Elena Urlaeva, ativista e monitora de direitos humanos. «O nosso grupo de ativistas de direitos humanos aumentou. Vários jovens juntaram-se a nós este ano». Por sua vez, Tanzila Narbaeva, presidente do Senado Uzbeque reforça que «o trabalho forçado é totalmente inaceitável e não tem lugar no Uzbequistão moderno». A executiva destaca ainda que «2020 é um ano importante para nós à medida que continuamos a modernizar os nossos sistemas agrícolas e reforçamos a legislação do mercado de trabalho. Recentemente, introduzimos a criminalização do trabalho forçado, que acreditamos vir a ser um impedimento efetivo. Estamos ansiosos dar continuidade à nossa cooperação com a OIT, o Banco Mundial e a sociedade civil para apoiar o progresso nesta área». Em 2019, registou-se também uma melhoria na aplicação da lei do governo Uzbeque – o número de inspetores laborais duplicou para 400 e foram investigados 1.282 casos de trabalho forçado. Em janeiro deste ano, o presidente do país Shavkat Mirziyoyev assinou uma nova legislação para criminalizar o trabalho forçado. «Estas reformas devem ser apoiadas pela comunidade internacional», defende Heinz Koller, diretor geral e regional para a Europa e Ásia Central da OIT.
4. Burberry aposta na formação
A Burberry abriu um novo Centro para a Excelência da Confeção no Reino Unido, que a UK Fashion and Textiles Association (UKFT) acredita poder melhorar as capacidades de formação na própria unidade e ajudar a garantir que a indústria se mantém competitiva relativamente à concorrência global. O centro abriu as portas ontem (10 de fevereiro) em Castleford, West Yorkshire. A UKFT ofereceu formação aos formadores e líderes de equipa na Burberry para permitir a entrega de um novo programa de desenvolvimento industrial e formalizado de costureiros e de técnicas práticas para atualizar e expandir o seu conjunto de habilidades. A associação está a trabalhar com empregadores, formadores e outros stakeholders para abordar as falhas mais críticas na indústria têxtil e da moda britânica, garantindo que a formação atual está adaptada ao objetivo, ao mesmo tempo que desenvolve novas orientações para o sector. Lise Edwards-Warrener, vice-presidente de produção interna da Burberry, relembra que a empresa «criou alguns dos produtos mais icónicos em Castleford e Keighley em Yorkshire há mais de 100 anos. Acreditamos efetivamente na proteção das habilidades artesanais, na promoção de talentos e no investimento na confeção da moda britânica, através de programas que incluem o Centro para a Excelência da Confeção da Burberry». Por outro lado, «a parceria com a UKFT tem sido essencial para dar vida a esta iniciativa e estamos orgulhosos com o impacto que este programa tem e continuará a ter na nossa comunidade local». Celia Thornley, gestora de habilidades e formação da UKFT adianta ainda que «estamos muito satisfeitos por colaborarmos com esta marca de luxo britânica icónica, que assume um compromisso com a confeção aqui no Reino Unido».
5. Fulgar lança fio preto desde a raiz
A produtora de fios italiana Fulgar lançou uma versão totalmente a preto da sua poliamida Q-Nova que pode ser usada para criar tecidos pretos sem recorrer ao tingimento. A Q-Nova Pure Black integra um pigmento preto derretido no núcleo do fio, que se liga permanentemente à poliamida, que é produzida com uma mistura de materiais virgens e reciclados. Esta técnica permite a criação de tecidos pretos com uma única intensidade e solidez da cor que cumpre com a norma Oeko-Tex e que não desaparece após a lavagem frequente. Além disso, pode ser combinada com o elastómero Lycra Blackorigin para elasticidade, sem que o efeito de brilho que o caracteriza se torne visível. As vantagens do fio preto incluem a «simplificação do processo de tingimento e a ausência total de corantes pretos adicionais, o que resulta numa redução do consumo de água e energia e do desperdício, bem como na segurança total para o consumidor final», explica a Fulgar. Além do standard Oeko-Tex, obteve também a certificação GRS (Global Recycled Standard) da ICEA). A empresa recorre ainda à metodologia analítica Pegada Ecológica de Produtos (PEF, na sigla original), do Centro de Investigação Conjunta (JRC, na sigla original) da Comissão Europeia para medir o seu impacto ambiental. O fio Q-Nova foi lançado, pela primeira vez, há seis anos, usando matérias-primas regeneradas, através de um processo mecânico não-químico, que reduz as emissões de carbono e o consumo de água no ciclo de produção. A Fulgar é também a distribuidora exclusiva na Europa e Turquia das marcas Lycra Fibre, Lycra T400 e Elaspan Fiber.
6. Cimeira de Copenhaga confirma novos oradores
A Cimeira de Moda de Copenhaga vai contar com Karl-Johan Persson, ex-CEO da H&M, e Robert Sinclair, presidente da cadeia de aprovisionamento para o Grupo Global Brands Group, entre os palestrantes. A Persson – que abandonou o cargo de CEO da H&M no final de janeiro – e a Sinclair juntam-se as oradoras Eva Kruse, CEO da GFA; Omoyemi Akerele, fundadora e diretora-executiva da Lagos Fashion Week; Max Bittner, CEO da Vestiaire Collective, e Olivier Fournier, vice-presidente executivo de desenvolvimento corporativo e assuntos sociais da Hermès International. Acrescentam-se ainda Rishi Pardal, vice-presidente de soluções globais de vestuário da Avery Dennison Corporation; Rick Ridgeway, vice-presidente de interação pública na Patagonia; a jornalista e escritora de moda e cultura Dana Thomas e Vanessa Friedman, diretora de moda do The New York Times. A Cimeira, que é organizada pela Global Fashion Agenda (GFA), que procura alterar a forma como a moda é produzida, comercializada e consumida, será também palco para o Fórum de Inovação, e o Design Studio, lançado recentemente. Juntas, a Cimeira e a Feira de Moda Internacional de Copenhaga (CIFF, na sigla original) desenvolveram um novo espaço de negócio que visa apoiar empreendimentos de moda pequenos e grandes na implementação de soluções para criar produtos mais ecológicos. A Cimeira irá ocupar o DR Koncerthuset entre os dias 27 e 28 de maio.