Breves

  1. Fashion SVP com novas datas
  2. França cria lei contra o desperdício
  3. Coats e Osram iluminam active e workwear
  4. C&A produz denim 100% sustentável
  5. Guerra EUA-China a 50%
  6. Algodão cresce na América Latina

1. Fashion SVP com novas datas

A maior feira de sourcing de moda do Reino Unido, Fashion SVP, anunciou novas datas para a segunda edição de 2020, que foi adiada de junho para setembro. A alteração surge no contexto de um aumento de 28% no número de visitantes registado na edição de inverno, que ocorreu em janeiro. «Tivemos um evento muito animado, repleto de interessantes novidades, incluindo um Moroccan Pavilion exclusivo, o lançamento do Sourcing Hub dos nossos compradores e um Breakfast Briefing bem-sucedido», garante o fundador do evento, Buzz Carter. «Conseguimos a nossa melhor remarcação do futuro espaço nos últimos dois anos e estamos muito satisfeitos com a presença de compradores de alta gama e o aumento significativo de visitantes. Este é o reflexo de uma resposta muito positiva dos nossos expositores», acrescenta. O próximo evento está agora programado para os dias 8 a 9 de setembro na London Olympia.

2. França cria lei contra o desperdício

França prepara-se para proibir que marcas e retalhistas destruam artigos devolvidos ou não vendidos, ao abrigo de uma legislação aprovada pelo governo a 21 de janeiro. A “Loi Anti Gaspillage” abrange também itens elétricos, bem como produtos de higiene e cosmética, que agora têm de ser reutilizados, redistribuídos ou reciclados. Exige ainda que os bens contenham informação sobre a facilidade de reparação e presença de desreguladores endócrinos. Com um conjunto de 130 artigos, a lei foi proposta em junho de 2019 e faz parte da estratégia francesa no sentido de uma economia circular. O objetivo é reduzir em 30% do consumo de recursos relativamente ao PIB (produto interno bruto) contabilizado entre 2010 e 2030, diminuir em 50% a quantidade de resíduos não perigosos despejados em aterros até 2025, limitar a emissão de gases com efeito de estufa, evitando a libertação de 8 mil toneladas adicionais de dióxido de carbono a cada ano graças à reciclagem do plástico, e criar mais 300 mil postos de trabalhado, incluindo novas profissões. Vários estudos que citam o gabinete do primeiro ministro, Edouard Philippe, sugerem que 650 milhões de euros de produtos de consumo são destruídos ou descartados em França a cada ano – com maior destaque para os sectores de higiene, beleza, utensílios de cozinha e vestuário. Um comunicado anterior do governo indica que a França é o primeiro país no mundo a adotar uma política para combater o desperdício de bens não vendidos. De acordo com o Serviços de Investidores da Moody, o novo decreto de lei visa eliminar o desperdício, impulsionar a criação de novos métodos de produção mais eficientes, conservar recursos, encorajar as pessoas a prolongar a vida útil dos seus bens e facilitar a sua reparação e reutilização. Contudo, a empresa de análise salienta também que a proibição de produtos não vendidos «representa um crédito negativo para os retalhistas de vestuário, particularmente porque eles renovam os seus artigos com maior frequência e tem muitas vezes excedentes de stock não vendido». Além disso, apesar de algumas empresas de luxo destruírem os seus produtos para manter a exclusividade da marca, encontrar uma alternativa ao stock excedentário não terá um grande impacto sobre as margens, devido à diversidade da sua carteira de clientes fora do território francês.

3. Coats e Osram iluminam active e workwear

A produtora de linhas industriais Coats juntou-se à Osram para desenvolver um sistema de luzes LED leve e personalizável, para ser aplicado em activewear e workwear. O Coats Signal Active Illumination oferece uma visibilidade três vezes maior do que os produtos retrorrefletores. Integrando guias de luzes flexíveis, que consomem energia através de um power bank USB do tamanho de um cartão de crédito, o sistema tem uma bateria de oito horas – o equivalente à duração média de um turno de trabalho. O power bank pode ser facilmente desconectado e removido para possibilitar a lavagem e secagem do vestuário, incluindo o sistema de luzes LED. «Combinando a nossa profunda experiência no têxtil com o conhecimento técnico sobre iluminação da Osram, conseguiremos moldar a próxima geração de activewear e workwear com alta visibilidade», declara Adrian Elliott, presidente de vestuário e calçado na Coats. «A iluminação homogénea no vestuário literalmente irá aumentar a visibilidade das pessoas e, consequentemente, a sua segurança», acrescenta. As luzes LED estão disponíveis em várias cores: âmbar, azul, verde, vermelho, amarelo, branco frio e branco quente, e podem ser usadas individualmente ou em combinações, bem como a diferentes velocidades: permanentemente ligadas, intermitentes ou suaves. Ainda estão planeados desenvolvimentos para a integração de sensores e ligação à internet para acrescentar novas funcionalidades. Adarsh Murthy, CEO do segmento industrial da Osram, salienta que «temos uma parceria muito sinérgica com a Coats que nos permite criar e moldar um mercado totalmente novo. A convergência de duas indústrias, iluminação e têxtil, com dois protagonistas neste mercado representa uma excelente oportunidade de inovação, no nosso percurso para tornar o mundo num lugar mais seguro e agradável». Além desta nova oferta, existem também soluções de tubulação desenvolvidas para uma maior facilidade de integração em peças de vestuário e acessórios, que oferecem iluminação passiva, através de um processo de retrorreflexão, assim como iluminação ativa em combinação com sistemas de luz. O Coats Signal Active Illumination é um dispositivo de baixa tensão (5 volts) e cumpre os requisitos de todas as normas relevantes, incluindo a CE, RoHS e REACH.

4. C&A produz denim 100% sustentável

A C&A lançou o primeiro tecido certificado Cradle to Cradle (C2C) com o nível platina, reclamando ser o primeiro denim sustentável do mundo. Desenvolvido em parceria com a fornecedora de longo prazo Rajby Textiles e a consultora de economia circular Eco Intelligent Growth (EIG), o “Beluga Denim” é alegadamente o único tecido no mundo que vai ao encontro do nível mais alto de certificação C2C, do Instituto de Inovação de Produtos Crade to Cradle. Os produtos certificados C2C são avaliados pela sua otimização para a saúde humana e ambiental, reciclabilidade ou capacidade de serem decompostos, utilização de energia renovável, gestão de carbono, gestão da água e justiça social e recurso a materiais que permitam um ciclo de vida e de reutilização perpétuo. Existem cinco níveis de certificação no programa: básico, bronze, prata, ouro e platina. O Beluga Denim da Rajby é produzido com recursos 100% renováveis e é totalmente reciclável. Apresentando a certificação GOTS, o denim é processado num circuito de água fechado, desenvolvido especialmente para este projeto e a fase final de fabricação é 100% neutra em carbono. A investigação para identificar os materiais e produtos químicos mais adequados, para permitir que o produto seja efetivamente reciclado, foi o resultado de um esforço colaborativo entre a Rajby, a Archroma, EIG e C&A. «A C&A orgulha-se de ser a primeira marca de moda a alcançar o mais alto nível de certificação no Programa de Produto Certificado Cradle to Cradle, mas, como acontece nas nossas outras inovações circulares, pretendemos partilhar o nosso conhecimento abertamente para orientar o percurso para a circularidade da indústria», explicou Jeffrey Hogue, diretor de sustentabilidade da C&A, no Congresso C2C 2020, em Berlim, altura em que o denim foi apresentada pela primeira vez.

5. Guerra EUA-China a 50%

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla original) confirmou que as tarifas da quarta tranche sobre mercadorias importadas do território chinês serão reduzidas para metade a partir de 14 de fevereiro – iniciativa essa acompanhada pela China relativamente às importações dos EUA. A medida faz parte da primeira fase do acordo comercial, assinado entre os dois países a 22 de janeiro, depois de dois anos de tensão. A notificação do CBP confirma que a lista 4A de produtos afetados por esta alterações – onde se inclui a maioria do vestuário – irão sofrer uma quebra taxativa de 15% para 7,5%, afetando 300 mil milhões de dólares (273,84 mil milhões de euros) em produtos, dos quais cerca de 31 mil milhões de dólares são têxteis, têxteis-lar e vestuário. As novas tarifas que deveriam iniciar-se a 15 de dezembro nos restantes itens de vestuário chineses foram suspensos indefinidamente. Os importadores americanos de vestuário e calçado defendem que a iniciativa traz benefícios limitados, já que as tarifas punitivas sobre 92% dos artigos de vestuário que vêm da China para os EUA ainda estão em vigor. A taxa reduzida continuar a aplicar-se sobre as tarifas já existentes que apresentam uma média de 10,4% para tecidos e 14,4% para malhas. Por outro lado, a China confirmou a 6 de fevereiro que irá reduzir as tarifas de 10% para 5% em alguns produtos exportados para os EUA, bem como de 5% para 2,5% noutros artigos no sentido de «promover a saúde e o desenvolvimento estável das relações comerciais e económicas sino-americanas», revela, em comunicado. As alterações entrarão em vigor também a 14 de fevereiro.

6. Algodão cresce na América Latina

A produção global de algodão deverá diminuir em alguns dos principais países produtores, durante a época 2019/2020, a par de uma aceleração do crescimento das exportações da América Latina para atender à procura adicional. Na mais recente atualização mensal, o Conselho Consultivo de Algodão Internacional (ICAC, na sigla original) prevê que a produção da Turquia desça para 815 mil toneladas e a do Paquistão para 1,35 milhões de toneladas, o que se irá refletir no aumento das importações de ambos os países (818 mil toneladas e 967 mil toneladas, respetivamente). A organização argumenta que a América Latina deve responder a alguma da procura adicional, à medida que a produção do Brasil se mantém elevada, dentro das 2,76 mil toneladas, e as exportações estão previstas crescer 19%, para 1,7 mil toneladas. Adicionalmente, antecipa-se que a Argentina suba a sua produção para 358 mil toneladas, o que significa um ganho de 39%, enquanto as importações deverão aumentar 57%, para 186 mil toneladas. Por outro lado, a organização prevê que a China se mantenha na posição de maior importador de algodão, com 1,8 mil toneladas, apesar dos dados revelarem uma queda de 14%, relativamente ao período homólogo anterior. O comércio global de algodão está previsto para se expandir em 2% durante esta temporada, atingindo as 9,4 mil toneladas. O ICAC assume ainda que, pelas estimativas atuais de produção e consumos, os preços do algodão deverão registar ganhos ligeiros até ao final da temporada – a projeção do índice A da Cotlook está nos 80 cêntimos de dólar por libra.