- Lenzing constrói maior fábrica de fibras celulósicas do mundo
- Época de saldos mais apelativa para os portugueses
- Gastos online vão aumentar no Sudeste Asiático
- Dormir com casaco do futuro
- Uniqlo cria aplicação de reconhecimento de vestuário
- Consumidores mais adeptos de private label
1. Lenzing constrói maior fábrica de fibras celulósicas do mundo
A produtora de fibras celulósicas está a investir na construção da maior fábrica de celulose de madeira do mundo no Brasil, para potenciar o crescimento do negócio e fortalecer a posição no mercado. O investimento de 1,3 mil milhões de dólares (1,17 mil milhões de euros) beneficia da colaboração da Duratex, a maior produtora de painéis de madeira industrializada do hemisfério sul. A unidade industrial será instalada no estado de Minas Gerais, perto de São Paulo, e produzirá até 500 mil toneladas de polpa de madeira anualmente, oriundas de plantações com a certificação FSC (Forest Stewardship Council), que assegura que os produtos provêm de florestas bem geridas que oferecem benefícios ambientais, sociais e económicos. Segundo a Lenzing, o novo centro de produção fortalece a integração e posição da empresa em termos de custos retroativos, assim como o crescimento do negócio de fibras especiais, alinhado à sua estratégia corporativa sCore RTE. A dissolução da polpa de madeira é essencial para a produção de fibras de base biológica, pelo que a joint venture deverá garantir todo o volume desta matéria-prima ao grupo. «As fibras celulósicas da madeira dão um importante contributo para melhorar a sustentabilidade na indústria têxtil», afirmou o CEO Stefan Doboczky. «Com este investimento, iremos tornar-nos mais competitivos, agiremos de forma mais independente e, posteriormente, fortaleceremos a nossa posição no mercado. A confiança e o apoio dos principais acionistas da Lenzing e da Duratex foram essenciais para este projeto», explicou. A fábrica deverá começar a operar no primeiro semestre de 2022 e estará entre as mais produtivas e energeticamente eficientes do mundo, alimentando-se em cerca de 40% de excesso de bioeletricidade, gerada no local como energia verde. O projeto representa um marco na estratégia da Lenzing para a neutralidade de carbono.
2. Época de saldos mais apelativa para os portugueses
Um novo inquérito do Observador Cetelem Natal 2019, realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen, refere que há mais portugueses a aproveitar o período de saldos depois das épocas festivas. A análise revela que 36% dos portugueses pretendem aproveitar os saldos no mês de janeiro, o que se traduz num aumento de 29% comparativamente com a 2018. Também a vontade de fazer compras aumentou 8% face aos 25% registados nesse mesmo ano. No entanto, 65% dos inquiridos não tem intenção de aproveitar os descontos no primeiro mês da nova década. São várias as categorias que se destacam, com o vestuário a ser novamente o grupo mais procurado na época de saldos (87%). Os acessórios de moda (29%), os perfumes (23%) e os artigos culturais (18%) são os produtos que se seguem na categoria dos mais requisitados. O estudo teve por base uma amostra representativa de 600 indivíduos residentes em Portugal continental com idades compreendidas entre os 18 e 74 anos e conclui que a média de gastos previstos pelos inquiridos na altura de saltos deverá ascender a 186 euros, ou seja, mais 7 euros do que no período homólogo do ano anterior.
3. Gastos online vão aumentar no Sudeste Asiático
De acordo com um relatório do Facebook e da Bain & Co, o aumento da escolha, o melhor acesso à internet e a abundância de produtos vão continuar a impulsionar os gastos digitais para os consumidores do Sudeste Asiático. O relatório refere que esta região vai contar com 310 milhões de consumidores nas plataformas de comércio eletrónico, o que se traduz num aumento significativo comparativamente aos 250 milhões registados em 2018. Já os gastos online vão ser mais de três vezes superiores ao crescimento dos consumidores digitais. Esta estimativa é alavancada pelo aumento da classe média no Sudeste Asiático, que vai corresponder entre 70% e 80% do crescimento dos consumidores nas plataformas digitais até 2025, com maior preferência para produtos de cuidado pessoal e também vestuário. Esta é a principal conclusão do estudo “Riding the Digital Wave: Southeast Asia’s Discovery Generation”, com base no inquérito realizado a 12.965 indivíduos da Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname, que incide sobre o comportamento do consumidor digital que está a moldar os gastos online da região. A análise revela que fazer pesquisas é muito importante, uma vez que 67% dos inquiridos afirmam não saber exatamente o que vão comprar antes de fazer compras online. Mais de 50% referem ficar a conhecer marcas e produtos através das redes sociais. Os compradores do Sudeste Asiático são mais adeptos do retalho que adota uma estratégia omnicanal, com mais de 80% a confessar que compara preços nas mais variadas plataformas e também nos espaços físicos das lojas antes de tomar uma decisão de compra. Cerca de 40% dos inquiridos mencionam ter experimentado comprar online numa loja que não conheciam no ano passado. Opiniões positivas de outros compradores, boas oportunidades e promoções são as três razões apontadas pelos consumidores para comprar um artigo sem conhecimento prévio. «Já não existe mais uma única forma de fazer compras e ninguém compra da mesma maneiras duas vezes. A conclusão principal é que direcionar para a descoberta é crucial, dado que os consumidores interagem com um negócio através de múltiplos canais em simultâneo», explica Sandhya Devanathan, diretora-geral do Facebook em Singapura. «Só em Singapura 75% dos inquiridos ou estão recetivos às marcas ou compram várias online. Isto significa que os negócios de qualquer dimensão, incluindo os especialistas, têm uma oportunidade de competir em grande escala no Sudeste Asiático», aponta. Além dos factos descobertos, o estudo mostra o «imenso potencial» para melhorar a fidelização à marca e também o crescimento, visto que não há nenhuma marca ou empresa preferida entre as escolhas dos consumidores adeptos do comércio eletrónico. Os consumidores mais experientes do mercado online no Sudeste Asiático, compram, em média, em 3,8 plataformas antes de tomar uma decisão. Criar benefícios através dos programas de fidelidade surge quase como um imperativo face às respostas recolhidas no estudo, que indicam que os programas de fidelidade aumentam a probabilidade de compra 1,5 vezes mais do que os retalhistas sem programa de fidelidade. Os membros deste tipo de programas têm 45% mais probabilidade de fazer recomendações em todas as categorias, são 25% mais suscetíveis de fazer compras mais frequentemente e têm uma apetência 20% superior para gastar uma maior quantia em qualquer categoria de produtos. «As marcas precisam de ser muito experientes e repensar os gastos em marketing e no comércio, para estarem sincronizadas com a jornada omnicanal do consumidor. Também necessitam construir novos músculos para assegurar uma experiência de compra online positiva para os consumidores digitais», reume Praneeth Yendamuri, sócio da Bain & Co.
4. Dormir com casaco do futuro
No início de dezembro, a empresa de vestuário britânica Vollebak lançou um casaco que potencia o sono, facilitando as sestas em qualquer lugar. Além de induzir o sono, o Deep Sleep Cocoon – à venda por 895 dólares (797,61 euros) – inspira-se nas necessidades do futuro, apresentando-se como um casaco que pode servir como um microhabitat, «um cruzamento entre um casulo e um fato espacial», descreve a empresa. «A ideia original surgiu dos astronautas», explica Steve Tidball, cofundador da Vollebak. O exterior do casaco assemelha-se a um blusão comum, com três camadas de material impermeável e corta-vento. Contudo, a característica que mais se destaca é o capuz, cujo formato relembra um capacete espacial – pode dobrar-se sobre todo o rosto, deixando espaço suficiente para não causar claustrofobia. Apesar de preto e opaco, o capuz é feito a partir de uma malha macia e confortável e tem propriedades de isolamento que retêm o calor corporal, bem como espaço para usar fones de isolamento de ruído, tornando-o ideal para voos longos e noturnos. Este design foi pensado para potenciar o conforto do utilizador, de modo a facilitar o sono. «Queríamos apresentar o Deep Sleep Cocoon num voo de avião para ter o mesmo efeito que uma placa de “não perturbar”, luzes brilhantes desaparecem, tudo fica mais silencioso. E as pessoas deixam-te em paz», revela Steve Tidball. Esta não é a única solução numa indústria em expansão dirigida para o sono, que já chegou aos 70 mil milhões de dólares – também com as mesmas propriedades para impedir a passagem de luz estão os produtos da marca Ostrichpillow, bem como a Hoodie Pillow, fundada por Chris Hindley.
5. Uniqlo cria aplicação de reconhecimento de vestuário
A marca de vestuário japonesa criou uma aplicação para telemóvel batizada StyleHint que ajuda os utilizadores a encontrar os artigos certos para recriar algum look que visto em plataformas sociais como o Instagram. A aplicação foi criada em parceria com a empresa de design I&Co e permite aos utilizadores enviar fotos de coordenados, sugerindo artigos similares do website da marca através de uma parceria com a análise de imagem do Google Cloud Vision, que aplica a tecnologia de reconhecimento de imagem nos artigos. A StyleHint funciona como uma rede social convencional em que os utilizadores podem ser seguidos, seguir outras pessoas e partilhar fotografias das combinações preferidas. Durante o processo, a aplicação da Uniqlo indica artigos similares e o respetivo meio de compra. A aplicação foi lançada em parceria com a influencer Olivia Perez, que conta com cerca de 146 mil seguidores no Instagram.
6. Consumidores mais adeptos de private label
Um novo relatório da empresa de análise de dados IRI revelou que ainda que mais de metade (57%) dos consumidores estivesse confiante financeiramente, não demonstrou essa confiança para gastar durante o terceiro trimestre de 2019. Muitos consumidores estão a tentar precaver-se a nível económico perante tempos desfavoráveis, mas deixar de fazer compras por completo não está nos planos. «Enquanto os compradores a cada geração e os grupos de rendimento em 2019 estão indubitavelmente mais conscientes no que toca ao preço, estão a recorrer ao private label pelas perceções positivas de valor», afirma Joan Driggs, vice-presidente de conteúdo e liderança de pensamento da IRI. «Os consumidores estão a comprar private label porque os faz sentir bem ao poupar dinheiro sem sacrificar o gosto, escolha ou qualidade. A perceção melhorada do consumidor sobre o valor do private label está a ter uma influência crescente na escolha em loja, com muitos retalhistas líderes a oferecer seleções private label premium», revela. A mudança de pensamento em relação às marcas em private label está a atravessar gerações e também os níveis de rendimento. De facto, quase todos os consumidores inquiridos (99,9%) disseram que compram private label regularmente, embora os jovens, séniores e baixos rendimentos médios sejam os principais alvos de crescimento da categoria. Os millennials têm mostrado altas taxas de adoção com os níveis de consumo de produtos private label com um crescimento de 10% desde 2018, ultrapassando a adoção de outras marcas domésticas. À medida que o grupo envelhece e adquire maior poder de compra, a tendência para as marcas private label vai manter-se. Segundo a IRI, a confiança nos retalhistas também tem um papel fundamental na popularidade da categoria. Quando confrontados com uma infinidade de opções, os consumidores podem recorrer às marcas de loja como uma solução para a entidade de retalhistas nas quais confiam. A popularidade do private label pode traduzir-se numa oportunidade para os retalhistas que aplicam esta estratégia na marca da loja.