Breves

  1. EUA e China adiam tarifas de dezembro
  2. Camp lidera pesquisas da Google
  3. Poliéster reciclado já tem certificação
  4. Fashion for Good dá nova vida aos sacos de plástico
  5. M&S aplica downsizing nas lojas
  6. Calçado de grafeno para todo o terreno

1. EUA e China adiam tarifas de dezembro

Os EUA e a China chegaram a acordo na primeira fase das negociações comerciais, o que se reflete no adiamento das novas tarifas que iriam começar a ser aplicadas no dia 15 de dezembro e na redução das taxas atualmente impostas na maioria dos produtos têxteis e de vestuário. O departamento do representante comercial dos EUA (USTR, na sigla original), indicou que, apesar da manutenção da aplicação das tarifas de 25% sobre cerca de 250 mil milhões de importações chinesas, as taxas adicionais de 15% sobre os produtos da lista 4A – que incluem a maioria dos itens de vestuário importados da China – que entraram em vigor em setembro, serão reduzidas para 7,5%. A alteração surge no contexto das reformas estruturais ao regime comercial e económico chinês nas áreas de propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura, serviços financeiros e matérias relacionadas com a moeda e o câmbio. O acordo da primeira fase inclui também um compromisso da China de aumentar as suas importações de produtos e serviços americanos nos próximos anos e estabelece um sistema rápido e eficaz de resolução de disputas. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a novidade no Twitter. «As tarifas punitivas definidas para 15 de dezembro não serão cobradas pelo facto de termos chegado a um acordo. Vamos começar as negociações para a Fase Dois imediatamente, em vez de esperarmos pelas eleições de 2020», escreve o presidente. A notícia parece ter agradado às associações de retalhistas de vestuário e calçado, marcas e importadores americanos e «pode ser um sinal de que o fim da guerra comercial está próximo», considera a Associação Americana de Vestuário e Calçado (AAFA, na sigla original). No entanto, o grupo reforça que continuará a pressionar a eliminação das tarifas punitivas que estão atualmente em vigor, apoiado pela Federação Nacional de Retalho (NRF, na sigla original). «As tarifas criam incerteza e custos às cadeias de aprovisionamento dos retalhistas americanos e a guerra comercial não terminará enquanto não forem eliminadas totalmente», explicou David French, vice-presidente para as relações governamentais da NRF. Do outro lado da balança, está o Conselho Nacional de Organizações Têxteis (NCTO, na sigla original), que apoia fortemente a aplicação de tarifas em produtos acabados, como uma vantagem de negociação, já que «a produção de têxteis e de vestuário é um pilar essencial na economia chinesa», destacou em comunicado. «Acreditamos que uma abordagem mais sensata seria manter as tarifas punitivas em produtos acabados chineses, enquanto se reduz os impostos da secção 301 em insumos chave que são usados pelos produtores americanos», resumiu a NCTO.

2. Camp lidera pesquisas da Google

A Google revelou os dez estilos de moda mais pesquisados nos últimos 12 meses e “Camp” assumiu o primeiro lugar. Durante a sua gala anual, em maio, o Museu Metropolitano de Arte (MET) de Nova Iorque convidou várias celebridades mundiais a desfilar pela carpete vermelha, apresentando as suas interpretações do código de vestuário, num evento batizado “Camp: Notes on Fashion”, que deverá ter despertado o interesse pela pesquisa no motor de pesquisa da Google. Em segundo lugar, de acordo com o estudo “Year in Search 2019”, está o estilo “Egirl”, que se refere à estética irónica que se tornou popular no meio online, seguindo-se o seu equivalente masculino “Eboy”. O estilo vitoriano e retrofuturista “Steampunk” posicionou-se em quarto lugar, mesmo antes do “Harajuku”, que se baseia numa estética eclética japonesa nascida no bairro Harajuku, em Tóquio. Além destes, também constaram no top 10 os estilos Formal, Yankii, Vintage, VSCO Girl e Emo.

3. Poliéster reciclado já tem certificação

A Applied DNA Sciences está pronta para rotular molecularmente poliéster reciclado da indiana Reliance Industries Limited (RIL) para que marcas e retalhistas possam garantir que os seus produtos são sustentáveis, rastreáveis e autênticos. A estratégia surge no contexto do desenvolvimento e venda de vestuário autenticado CertainT, produzido com tecido R | Elan GreenGold da RIL, bem como fibras e filamentos de poliéster reciclado GreenGold da Recron. Dada a elevada incerteza relativamente à utilização de poliéster reciclado pós-consumo para reivindicar a sustentabilidade de um determinado produto, esta parceria permite que as marcas e retalhistas que produzem artigos comercializados com o título de 100% reciclado tenham uma garantia forense e respetiva autenticação. «As marcas agora têm a opção de adicionar a rastreabilidade forense CertainT para assegurar que os seus produtos são sustentáveis, rastreáveis e autênticos», reforça Gunjan Sharma, diretor de marketing dos negócios de poliéster da RIL. «Ecológicos, naturais, verdes e orgânicos são reivindicações e rótulos sustentáveis típicos que podem ser confusos e artificiosos para os consumidores», acrescenta. «Sem o sistema de marcação molecular da Applied DNA, a incerteza e o risco são demasiado elevados e a apresentação de provas [que apoiam a sustentabilidade] é mais complexa para as marcas e retalhistas», explica. Gunjan Sharma confessa que «estamos muito satisfeitos por oferecer uma solução que acreditamos realmente fazer a diferença para o planeta, para as pessoas e para os nossos processos». Por sua vez, James A Hayward, presidente e CEO da Applied DNA Sciences, acredita que este sistema «é uma verdadeira adição de valor à cadeia de aprovisionamento e o poliéster reciclado com a marca CertainT fornece um selo indelével de aprovação de que muitas marcas e fabricantes necessitam». A Applied DNA já marcou mais de 20 milhões de libras de poliéster reciclado, testou centenas de amostras e rastreou produtos autenticados, desde fibra a artigos acabados. Os produtos comerciais são vendidos em mais de 4.000 lojas nos EUA, prevendo expandir-se para o mercado internacional ainda este ano.

4. Fashion for Good dá nova vida aos sacos de plástico

A Fashion for Good, em conjunto com várias empresas, onde se incluem a Adidas, a C&A, o Kering, Grupo Otto e PVH Corp, lançou o “Circular Polybag Pilot”, cujo objetivo é fechar o ciclo no que toca aos sacos de plástico. A iniciar-se nos primeiros meses de 2020, o sistema irá prolongar-se durante cerca de três a cinco meses e envolve a transformação de resíduos de sacos de plástico pós-consumo em novos sacos, através de uma tecnologia da empresa espanhola Cadel Deinking. Esta tecnologia produz pellets de polietileno de baixa densidade (PEBD) de qualidade elevada, através de resíduos de plástico pós-consumo, que podem ser recuperados para criar novos sacos de plástico. Os gigantes de moda que estão a apoiar a iniciativa fornecerão grandes quantidades estes resíduos, que depois serão reintegrados na cadeia de aprovisionamento sob a forma de novos sacos. «Temos o prazer de fazer parte do Circular Polybag Pilot e procurar soluções sustentáveis juntamente com outras empresas e parceiros fortes na indústria do vestuário», declara Stefan Krantz, diretor de serviços no Grupo Otto, em comunicado. «Só podemos marcar uma diferença real e garantir uma grande contribuição para a sustentabilidade com um modelo de circuito fechado que economiza recursos», acrescenta. De acordo com a Fashion For Good, aproximadamente 180 mil milhões de sacos de plástico são produzidos todos os anos, para armazenamento, transporte e proteção de artigos de moda, e menos de 15% são recolhidos para reciclagem. Recentemente, este tema tem estado em foco para os retalhistas que visam acentuar os seus esforços sustentáveis. No início deste ano, o grupo Aldo anunciou o seu plano de abandonar totalmente a utilização de sacos descartáveis, substituindo-os por caixas de calçado de cartão reciclado. Também a marca japonesa Muji introduziu uma taxa sobre os sacos nas suas lojas dos EUA, de modo a encorajar os consumidores a trazer o seu próprio, e a Inditex prometeu eliminar os plásticos descartáveis em todas as marcas do seu portefólio até 2020.

5. M&S aplica downsizing nas lojas

A Marks & Spencer irá reduzir cerca de 20 das suas maiores lojas em localizações centrais, como parte da sua estratégia de transformação empresarial. A cadeia de grandes armazéns pretende fazer uma revisão à generalidade das suas lojas, incluindo aquela que representa uma das suas maiores referências, em Marble Arch, Londres. De acordo com o jornal City A.M., as lojas em análise concentram-se essencialmente naquelas com mais de quatro ou cinco pisos, onde os andares superiores podem ser convertidos em espaços residenciais ou de escritório. A M&S já encerrou várias lojas no Reino Unido e as mais recentes aberturas são muito mais pequenas. No sentido de avançar com o projeto de transformação empresarial, a empresa estabeleceu uma equipa, liderada pelo diretor de gestão de ativos Andrew Turton e pelo presidente de gestão de ativos Abhimanyu Agarwalla, e planeia contratar ainda um gestor de finanças e um supervisor especialista. Em novembro, o CEO da empresa, Steve Rowe, anunciou aos investidores que ainda estavam a «avaliar todas as oportunidades. Contudo, o que sabemos é que há cerca de 20 oportunidades substanciais no portefólio para desenvolvimento potencial no futuro».

6. Calçado de grafeno para todo o terreno

A marca britânica de calçado de performance Inov-8 está a trazer tecnologia com infusão de grafite para um novo modelo de corrida outdoor. Lançada em 2008, a marca conquistou um sucesso inicial com a linha X-Talon. Combinando o grafeno, uma substância ultraleve e resistente proveniente da grafite, com uma sola de borracha, a Inov-8 lançou o modelo X-Talon G235 que se dirige a atletas que correm em terrenos acidentados, como trilhos e montanhas. A equipa da Inov-8 contou com a colaboração da Universidade de Manchester para o desenvolvimento da sola, que oferece flexibilidade e aderência ao solo aos utilizadores que atravessam terrenos rochosos ou escorregadios. «O grafeno é extraído da rocha da grafite, inicialmente proveniente das colinas e montanhas do lago District, no Reino Unido, há 450 anos», refere Michael Price, diretor de operações do Inov-8, em comunicado. Os materiais da sola do novo produto têm a mesma origem, acrescenta. Desta forma, «conseguimos reunir toda a história e herança, transformar a rocha em borracha e projetar o melhor calçado X-Talon com a maior aderência conhecida a nível mundial», argumenta o diretor. Os pinos de 8 milímetros estão preparados para proporcionar mais eficiência e proteção contra o desgaste e a entressola, levemente almofadada, confere proteção ao impacto e apoio ao pé do utilizador, enquanto a parte superior recorre a poliamida resistente e impermeável. Em 2010, a equipa da Universidade de Manchester recebeu o prémio Nobel da Física pela invenção do grafeno e desde essa altura, que tem vindo a desenvolver protótipos de substâncias aprimoradas pelo material, onde se incluem equipamentos médicos, carros desportivos e aviões. A Inov-8 é a primeira e única marca de calçado a utilizar o material nos seus designs, argumenta Price, assumindo-se como «líder de desenvolvimento do grafeno no desporto». No futuro, planeia continuar a trabalhar neste segmento, incorporando o material em mais ofertas de calçado e vestuário da marca. O X-Talon G235 está já disponível no site da marca, para homens e mulheres, em tons laranja e preto, por um preço de 140 libras (165,29 euros).