Breves

  1. Musa e Kalium lutam contra o desperdício
  2. SGS instala laboratório na Etiópia
  3. Fashion for Good aposta no Sudeste Asiático
  4. Gore e Checkerspot juntas para o revestimento “verde”
  5. Weekday oferece vestuário reciclado
  6. Fashion Awards premeiam Sarah Burton

1. Musa e Kalium lutam contra o desperdício

A marca de cosméticos Musa e a marca de vestuário Kalium, ambas com valores sustentáveis, juntaram-se na procura de alternativas mais naturais. A luta contra o desperdício têxtil e a defesa da produção de cosméticos sem químicos é o objetivo da colaboração entre as duas, que resultou numa edição limitada para o Natal de um nécessaire com discos de algodão reutilizáveis, miniaturas de sabonetes com «design inconfundível» e champôs sólidos. Catarina Nobre, fundadora da Musa Natural Cosmetics e Katia Almeida, fundadora da Kalium Atelier, recolheram excedentes de tecidos para produzirem os nécessaires. A principal meta da coleção limitada é alertar para o facto de serem produzidas 230 toneladas de resíduos têxteis anualmente e mostrar o que é possível produzir com a reutilização. «No nosso caso fizemos um produto que pode ser um presente de Natal que cuida não só da pele como contribui para uma menor pegada ecológica», afirma Catarina Nobre.

2. SGS instala laboratório na Etiópia

A empresa de testes e certificações SGS abriu um novo laboratório para têxteis e vestuário na Etiópia – um dos maiores países produtores da África Oriental. Localizado no parque industrial de Awassa, a empresa acredita que o novo laboratório irá reforçar a capacidade do sector do vestuário do país para cumprir as exigências impostas pelos standards globais e pelos mercados internacionais. A unidade providencia serviços de testes em vestuário, garantindo o cumprimento dos requerimentos e regulações internacionais. «A Etiópia está a tornar-se um centro para as exportações de vestuário para a Europa e EUA, demonstrando claramente um aumento da procura de serviços de teste de produto nesta região», destaca Spencer Yeung, vice-presidente da SGS Global Softlines. «A nossa nova instalação permite fazer testes num conjunto de requerimentos de segurança, qualidade e conformidade. Além disso, o nosso programa de investimento e desenvolvimento futuros garante que este laboratório será o único que permite testes completos a têxteis na região», continua. A história da Etiópia com o têxtil iniciou-se em 1939, altura em que foi inaugurada a primeira fábrica de vestuário no país. Nos últimos anos, a sua indústria têxtil e do vestuário tem crescido a uma média superior a 50% e mais de 65 projetos de investimento internacionais no têxtil foram licenciados. Para além dos serviços de teste, a SGS sublinha que tem também inspeções de qualidade, auditorias de conformidade, avaliação da fábrica e supervisão de carregamento, que permitem uma única paragem para a indústria de vestuário da Etiópia.

3. Fashion for Good aposta no Sudeste Asiático

Soluções de rastreabilidade blockchain para a redução do desperdício nas fases de produção e montagem estão entre as inovações lançadas no primeiro Dia da Inovação, realizado pela plataforma Fashion for Good no Sudeste Asiático. Stakeholders, investidores, marcas e produtores da indústria reuniram-se no evento, na capital do Sri Lanka, onde 10 inovadores apresentaram as suas soluções sustentáveis a um júri de líderes industriais da região. Além do sistema blockchain e da redução de desperdício, as ideias também se debruçaram sobre materiais, tinturaria e consumo da energia. Os membros do júri incluíram Madu Rathnayake, diretor de informática da Virtusa, e Prajeeth Balasubramanium, fundador da BOV Capital. Os convidados a participar no programa de inovação da Fashion For Good terão acesso prioritário a uma rede que inclui a sua parceira Fundação C&A e as empresas Adidas, C&A, Chanel, Bestseller, Grupo Galerias Lafayette, Kering, Grupo Otto, PVH Corp, Stella McCartney, Target e Zalando. Além disso, receberão financiamento, orientação e formação para impulsionar as suas ideias. Durante o evento, foi também anunciada a parceria oficial da Fashion for Good, que procura incentivar a sustentabilidade da moda, com a Welspun, produtora de têxteis-lar, no sentido de apoiar as suas atividades locais. O Dia da Inovação surge no contexto do lançamento do novo Fundo Good Fashion, que irá financiar investimentos em inovação nas cadeias de aprovisionamento na Índia, Bangladesh e Vietname, de modo a que os produtores possam melhorar o seu impacto ambiental e social. «Com uma herança rica na produção têxtil e na confeção, o Sudeste Asiático apresenta oportunidades significativas para criar valor e impacto, tanto social como ambientalmente», sustenta a Fashion for Good. A iniciativa procura potenciar e escalar inovações promissoras, catalisando projetos colaborativos, como o mais recentemente concluído Piloto de Rastreabilidade do Algodão Orgânico, que combina selos nos produtos e tecnologia blockchain para rastrear algodão orgânico desde o cultivo até ao consumidor.

4. Gore e Checkerspot juntas para o revestimento “verde”

A produtora de tecidos de performance WL Gore & Associates juntou-se à Checkerspot, especialista em biotecnologia e em polímeros de base biológica, para desenvolver novos revestimentos têxteis mais ecológicos. O centro de inovação da Gore irá explorar materiais de desempenho inovadores, juntamente com a sua parceira, para oferecer produtos únicos que antes não estavam acessíveis à escala comercial. Sediada na Califórnia, a Checkerspot esteve recentemente entre as 10 startups a integrar o programa de crescimento Fashion for Good Plug and Play Accelerator. A empresa combina bioengenharia, química e a ciência ao design, a um nível molecular, de novos materiais. Recorre a microfibras disponíveis na natureza para produzir óleos com propriedades únicas, que depois podem ser reproduzidos em larga escala num sistema de fermentação para criar revestimentos e poliuretano de alto desempenho. A colaboração irá incluir também o apoio da empresa suíça Beyond Surface Technologies (BST), que trabalha com acabamentos têxteis com um impacto ambiental mais reduzido. A BST está atualmente a desenvolver acabamentos renováveis à base de plantas, como alternativas aos compostos perfluorados convencionais (PFCs). Deste modo, a estratégia vai ao encontro do objetivo de 2017 da Gore de eliminar os PFC ambientalmente problemáticos dos seus produtos. No início de 2018, a empresa já tinha atingido uma meta-chave ao introduzir os primeiros laminados Gore-Tex com um novo tratamento de repelência à água duradouro e sem PFCs. «Os nossos conhecimentos em ciência dos materiais e a experiência de décadas na indústria ajudam startups pioneiras como a Checkerspot a transformar conceitos em realidades», acredita Mike Magyar, investigador no centro de inovação da Gore. Por sua vez, Charles Dimmler, CEO da Checkerspot, acrescenta que «ao nos envolvermos diretamente com desenvolvedores de produto e colaborarmos com parceiros socialmente responsáveis, conseguimos projetar e trazer ao mercado produtos superiores com materiais melhores e mais sustentáveis». O CEO revela ainda que o objetivo é «comercializar os melhores materiais de desempenho, desenvolvidos com sustentabilidade, bem como promover mudanças semelhantes em todos os sectores, além do vestuário».

5. Weekday oferece vestuário reciclado

A H&M afirma que a sua marca Weekday se tornou a primeira, a nível global, a produzir vestuário com um novo tecido sustentável, desenvolvido pela startup Infinited Fiber Company (IFC). A tecnologia permite transformar desperdícios têxteis, agrícolas e de cartão em material semelhante ao algodão, ao mesmo tempo que garante a reciclagem infinita do vestuário sem comprometer a qualidade. Neste sentido, a Weekday convidou a atriz Maisie Williams, conhecida pela participação na série Guerra dos Tronos, oferecendo-lhe um conjunto de duas peças produzidas exclusivamente com tecido da IFC, que a atriz afirma não ser diferente do denim convencional. O projeto começou como uma experiência no Laboratório de Inovação Circular e Renovável do grupo H&M, que realiza testes sobre inovações nas fases iniciais do seu desenvolvimento. Posteriormente, o grupo recorreu ao seu parceiro de investimento CO:LAB para apoiar a IFC na aceleração da evolução e escala do novo tecido. «A inovação da IFC alinha-se perfeitamente com os objetivos de sustentabilidade da H&M e a nossa visão de sermos totalmente circulares. A IFC provou ter potencial significativo para acelerar a transformação de uma indústria de moda linear para circular», assegura Erik Karlsson, diretor de investimentos em moda sustentável da CO: LAB. Por sua vez Ulrika Jakobsson, responsável de sustentabilidade e material da Weekday garante que a IFC «tem uma nova técnica de reciclagem com o potencial para ajudar a marca a cumprir os nossos objetivos de materiais 100% reciclados ou de origem sustentável. Para nós, este tecido [da startup] é ainda mais interessante dada a sua aparência e durabilidade iguais às características do algodão». No final de novembro, a H&M procedeu ao teste da viabilidade de jeans customizadas para a Weekday, à medida que procura enfrentar os desafios do negócio, através da redução das devoluções e da produção em excesso, fabricando apenas aquilo que os clientes procuram.

6. Fashion Awards premeiam Sarah Burton

No passado dia 27 de novembro o British Fashion Council anunciou o designer vencedor do prémio “Trailblazer Award” entregue no evento “Fashion Awards” que decorreu a 2 de dezembro no Royal Albert Hall em Londres. Sarah Burton foi a vencedora do prémio que honra o trabalho da designer como diretora criativa da Alexander McQueen bem como o espírito visionário e a perspetiva defensora do know-how britânico. Na cerimónia, o British Fashion Council juntou à lista de designers uma homenagem ao impacto de cada um no sector. Sarah Burton foi selecionada para o “Trailblazer Award”, que reconhece os pioneiros da inovação. A organização ainda destacou a «abordagem narrativa» da designer no desfile Alexander McQueen primavera-verão 2020, que desfilou pelas passerelles de Paris em setembro. Na edição de 2018, o vencedor deste mesmo prémio foi o designer Kim Jones. Bottega Veneta, Gucci, Jacquemus, Loewe e Prada disputaram o prémio da melhor marca do ano, no qual a italiana de artigos de luxo Bottega Veneta saiu vencedora. O prémio de modelo ano foi para Adut Akech que foi selecionada ao lado de Adesuwa Aighewi, Adwoa Aboah, Kaia Gerber e Winnie Harlow.