Breves

  1. Bauhaus em destaque na Casa da Arquitectura
  2. UE apela a práticas mais sustentáveis na ITV
  3. Coats compra concorrente de fios de alta performance
  4. Indonésia e Coreia do Sul assinam acordo de livre comércio
  5. Nova tendência no retalho de vestuário infantil
  6. Sports Direct rebatizada Frasers Group depois de aquisição

1. Bauhaus em destaque na Casa da Arquitectura

“Bauhaus – Starting From Zero” celebra os 100 anos da escola de arte que deu origem ao movimento de design e arquitetura epónimo. “Starting from zero” era a expressão frequentemente repetida pelos jovens estudantes da escola fundada por Walter Gropius, onde promoveu a experimentação. As celebrações arrancam no próximo domingo, 1 de dezembro, às 16h, com a inauguração de uma exposição de arquitetura, design, escultura, fotografia, objetologia, pintura e textualidades que se prolonga até 8 de dezembro na Casa da Arquitectura, em Matosinhos. O programa contempla ainda um documentário/debate no dia 6 de dezembro, às 21h30, e uma conferência interdisciplinar no dia seguinte, 7 de dezembro, às 17h. «100 anos após sua fundação, importa, além do olhar sobre os acontecimentos do período 1919-1933 da Bauhaus como instituição, também abordar o movimento como um conceito ou uma filosofia», aponta a organização. A conferência, de entrada livre, será moderada por Isabel Patim e Luís Pinto de Faria e conta como convidados com António Cruz Rodrigues, Fátima Fernandes, Francisco Laranjo, João Barata Feyo e Norberto Jorge.

2. UE apela a práticas mais sustentáveis na ITV

Após a publicação de um novo estudo, a Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla original) apela a uma mudança profunda no sentido da economia circular na produção e no consumo têxtil para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. O estudo baseia-se no relatório técnico do Centro Temático Europeu sobre Resíduos e Materiais numa Economia Verde da EEA, que sustenta que o vestuário, calçado e têxteis-lar vendidos no mercado intracomunitário em 2017 utilizaram cerca de 1,3 toneladas de matérias-primas e 104 metros cúbicos de água por pessoa – aproximadamente 85% destes materiais e 92% da água têm origem noutras regiões do mundo. Nestes dois parâmetros, a indústria têxtil e do vestuário (ITV) representa a quarta maior categoria de consumo da UE, logo após a alimentação, imobiliário e transporte. Contudo, tem o segundo maior impacto nos solos, além do uso de uma quantidade considerável de químicos e poluição da água, entre outros impactos sociais negativos. Por outro lado, representa ainda cerca de 654 quilogramas de emissões de dióxido de carbono per capita, o que significa o quinto maior emissor de gases com efeito de estufa ligado ao consumo privado – cerca de três quartos destas emissões tiveram lugar fora da UE. «As políticas e princípios da economia circular, como o design ecológico e a reutilização, têm o potencial para mitigar os impactos ambientais e climáticos da produção e consumo têxteis», refere o estudo da EEA. «As políticas atuais da UE exigem que os estados-membros recolham têxteis separadamente até 2025 e garantam que o desperdício seja recolhido e não incinerado ou depositado em aterros», aponta. A EEA defende ainda que os modelos de negócio circular nos têxteis precisam de ser ampliados com o apoio de políticas que abordem materiais e design, produção e distribuição, utilização e reutilização, recolha e reciclagem. Neste sentido devem ser tomadas medidas no âmbito da produção sustentável, normas de design ecológico e durabilidade, materiais seguros e sustentáveis, prevenção da poluição, extensão da responsabilidade do produtor e normas de etiquetagem.

3. Coats compra concorrente de fios de alta performance

A produtora de linhas assinou um acordo para adquirir o negócio e ativos da Pharr HP. Sediada na Carolina do Norte, nos EUA, a Pharr especializa-se em fios técnicos de proteção térmica, defesa e resistência ao fogo para aplicações industriais. A aquisição das capacidades produtivas e carteira de clientes da empresa proporcionará à Coats uma maior experiência e dimensão, nomeadamente no seu negócio de proteção pessoal, que se insere no segmento de materiais de performance. Deste modo, a produtora de linhas planeia melhorar o desempenho da Pharr, elevando a sua experiência têxtil, ligações industriais, pegada operacional já existente na América do Norte, bem como a força da marca. «Com a Pharr HP estamos a obter uma experiência profunda em soluções de fios técnicos, o que nos permite criar produtos mais leves, resistentes e confortáveis para os ambientes mais extremos, protegendo muitos daqueles que nos defendem», explica Rajiv Sharma, CEO da Coats. Por seu turno, Bill Carstarphen, CEO da Pharr, afirma que a parceira «é uma líder global com um longo e comprovado histórico» e acredita que «haverá um grande potencial para colaborar, construindo sinergias para desenvolver produtos inovadores». Fundada em 1939, a especialista em fios técnicos emprega cerca de 350 trabalhadores e, no último ano fiscal, as vendas rondaram os 110 milhões de dólares (99,88 milhões de euros). O acordo deverá ainda ser aprovado pelas autoridades reguladoras, prevendo-se a sua conclusão no início de 2020.

4. Indonésia e Coreia do Sul assinam acordo de livre comércio

Ambos países chegaram a um consenso após sete anos de negociação de um acordo de livre comércio que irá eliminar tarifas de produtos têxteis transacionados entre os dois. Uma declaração conjunta sobre o Acordo de Parceria Económica Global Indonésia-Coreia (IK-CEPA, na sigla original) foi assinada numa cimeira bilateral em Busan, Coreia do Sul, no dia 25 de novembro. «O IK-CEPA é um novo marco histórico nas relações comerciais entre a Indonésia e a Coreia do Sul», afirma Agus Suparmanto, ministro do comércio da Indonésia, explicando que «mais do que um acordo de livre comércio, o IK-CEPA é uma parceria global entre os dois países em áreas de transação de bens, serviços, capital, regras de origem e cooperação económica». As principais commodities que a Indonésia exporta para a Coreia do Sul são carvão, minério de cobre, borracha natural, madeira compensada e estanho. No sentido inverso, importa borracha sintética, produtos de chapa de aço, eletrónica e tecidos de filamentos sintéticos. De acordo com a Agência de Estatística Central (BPS, na sigla original), os dados de 2018 revelam que a Coreia do Sul é o sexto maior destino e fonte de exportações e importações para a Indonésia. O valor total transacionado entre ambos atingiu os 18,62 mil milhões de dólares (16,91 mil milhões de euros), no ano passado, com as exportações da Indonésia a ascenderem a 9,54 mil milhões de dólares e as importações a 9,08 mil milhões de dólares. O diretor-geral de negociações comerciais internacionais do Ministério do Comércio da Indonésia, Iman Pambagyo, assegura que o IK-CEPA representa também uma estrutura para a cooperação e capacitação em vários sectores, que incluem a indústria, economia criativa, saúde e trabalho. Pambagyo espera que o acordo «contribua positivamente para a transformação da economia da Indonésia num país desenvolvido, através de investimentos crescentes, cooperação económica e assistência técnica, além de incentivar a partilha de conhecimento e tecnologia da Coreia do Sul, incluindo a melhoria dos padrões de qualidade da mão de obra». Ambas as partes continuarão o processo legal para a finalização dos parâmetros do acordo, que deverá ser concluído até fevereiro de 2020 e assinado no primeiro semestre desse ano.

5. Nova tendência no retalho de vestuário infantil

A Isbjörn tornou-se a mais recente retalhista de vestuário a entrar sector do aluguer. A marca premium sueca de vestuário outdoor para criança prepara-se para lançar o seu primeiro negócio de aluguer para a gama de vestuário dos 0 aos 16 anos, começando na Suécia e potencialmente a estender ao resto do mundo. Os clientes poderão adotar uma subscrição sazonal para alugar vestuário da Isbjörn, mediante um pagamento mensal, antes de o devolver para voltar a ser utilizado na estação seguinte. Quando a peça ficar disponível pela segunda vez, será a um preço mais reduzido e o consumidor terá a oportunidade de comprá-la com desconto. Se devolvidos, os produtos serão escoados num mercado de vestuário em segunda mão. «Tudo o que fazemos no nosso negócio assume que tanto os consumidores como o planeta são a prioridade», afirma Maria Frykman Forsberg, fundadora e CEO da Isbjörn. «Eventos como a Black Friday servem apenas para exacerbar o consumo em massa e o problema do desperdício. Esta é a principal razão pela qual estamos a lançar o nosso negócio de aluguer esta semana em particular [que coincide com a semana de promoções] – queremos que os pais consumam menos, não mais», explica. Fundada em 2005, a Isbjörn alega ter sido a primeira marca de vestuário outdoor para criança a tornar-se parceira do sistema bluesign, que oferece uma solução para ambientes mais seguros e sustentáveis para as pessoas trabalharem e viverem. As suas peças utilizam materiais reciclados e a empresa exerce um esforço contínuo para ser tão ecológica quanto possível. A ideia da Isbjörn seguiu os exemplos da Nike, H&M, Ganni e Banana Republic, que, recentemente, lançaram opções de aluguer para os consumidores. Na perspetiva da empresa, esta estratégica tem um maior sentido lógico no sector infantil, já que o crescimento rápido das crianças implica que o seu vestuário e calçado tenham de ser substituídos regularmente.

6. Sports Direct rebatizada Frasers Group depois de aquisição

A retalhista britânica Sports Direct International, que comprou a cadeia de grandes armazéns da House of Fraser no ano passado, prepara-se para mudar a sua identidade para Frasers Group Plc, de modo a refletir a alteração do seu posicionamento de mercado no sentido de servir o mercado do luxo e lifestyle. Representando a maior retalhista de artigos desportivos do Reino Unido em receitas, a empresa revela que o processo de rebranding arrancará em meados de dezembro. Desde agosto de 2018, altura em que comprou as lojas, marca e stock da House of Fraser por 90 milhões de liras (105,62 milhões de euros), o diretor Mike Ashley admite que tem vindo a enfrentar dificuldades de reavivar o negócio. Deste modo, a mudança de identidade da empresa surge de uma estratégia anunciada este ano de mudar algumas lojas da House of Fraser para o sector do luxo e do lifestyle a partir de 2020. «A decisão de alterar o nome do grupo para Frasers reflete o facto de que este novo e elevado conceito hospedará as áreas principais de foco para o negócio alargado – marcas icónicas, beleza, desporto e moda de luxo», explica a empresa, em comunicado. Fundada como uma única loja em 1982, a Sports Direct International opera hoje um portfólio diversificado de desporto, fitness, moda e lifestyle, distribuído por mais de 20 países. Além disso, emprega cerca de 29.400 trabalhadores em seis segmentos: Retalho Desportivo do Reino Unido, Lifestyle Premium, Retalho da House of Fraser, Retalho Desportivo Europeu, Retalho para o Resto do Mundo e Grossismo e Licenciamento. Para além da House of Fraser, a empresa é ainda proprietária da Flannels, USC e Lillywhites, além de marcas como Donnay, Slazenger, Firetrap, Everlast, Kangol, Karrimor e Lonsdale.