- Bauhaus em destaque na Casa da Arquitectura
- UE apela a práticas mais sustentáveis na ITV
- Coats compra concorrente de fios de alta performance
- Indonésia e Coreia do Sul assinam acordo de livre comércio
- Nova tendência no retalho de vestuário infantil
- Sports Direct rebatizada Frasers Group depois de aquisição
1. Bauhaus em destaque na Casa da Arquitectura
“Bauhaus – Starting From Zero” celebra os 100 anos da escola de arte que deu origem ao movimento de design e arquitetura epónimo. “Starting from zero” era a expressão frequentemente repetida pelos jovens estudantes da escola fundada por Walter Gropius, onde promoveu a experimentação. As celebrações arrancam no próximo domingo, 1 de dezembro, às 16h, com a inauguração de uma exposição de arquitetura, design, escultura, fotografia, objetologia, pintura e textualidades que se prolonga até 8 de dezembro na Casa da Arquitectura, em Matosinhos. O programa contempla ainda um documentário/debate no dia 6 de dezembro, às 21h30, e uma conferência interdisciplinar no dia seguinte, 7 de dezembro, às 17h. «100 anos após sua fundação, importa, além do olhar sobre os acontecimentos do período 1919-1933 da Bauhaus como instituição, também abordar o movimento como um conceito ou uma filosofia», aponta a organização. A conferência, de entrada livre, será moderada por Isabel Patim e Luís Pinto de Faria e conta como convidados com António Cruz Rodrigues, Fátima Fernandes, Francisco Laranjo, João Barata Feyo e Norberto Jorge.
2. UE apela a práticas mais sustentáveis na ITV
Após a publicação de um novo estudo, a Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla original) apela a uma mudança profunda no sentido da economia circular na produção e no consumo têxtil para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. O estudo baseia-se no relatório técnico do Centro Temático Europeu sobre Resíduos e Materiais numa Economia Verde da EEA, que sustenta que o vestuário, calçado e têxteis-lar vendidos no mercado intracomunitário em 2017 utilizaram cerca de 1,3 toneladas de matérias-primas e 104 metros cúbicos de água por pessoa – aproximadamente 85% destes materiais e 92% da água têm origem noutras regiões do mundo. Nestes dois parâmetros, a indústria têxtil e do vestuário (ITV) representa a quarta maior categoria de consumo da UE, logo após a alimentação, imobiliário e transporte. Contudo, tem o segundo maior impacto nos solos, além do uso de uma quantidade considerável de químicos e poluição da água, entre outros impactos sociais negativos. Por outro lado, representa ainda cerca de 654 quilogramas de emissões de dióxido de carbono per capita, o que significa o quinto maior emissor de gases com efeito de estufa ligado ao consumo privado – cerca de três quartos destas emissões tiveram lugar fora da UE. «As políticas e princípios da economia circular, como o design ecológico e a reutilização, têm o potencial para mitigar os impactos ambientais e climáticos da produção e consumo têxteis», refere o estudo da EEA. «As políticas atuais da UE exigem que os estados-membros recolham têxteis separadamente até 2025 e garantam que o desperdício seja recolhido e não incinerado ou depositado em aterros», aponta. A EEA defende ainda que os modelos de negócio circular nos têxteis precisam de ser ampliados com o apoio de políticas que abordem materiais e design, produção e distribuição, utilização e reutilização, recolha e reciclagem. Neste sentido devem ser tomadas medidas no âmbito da produção sustentável, normas de design ecológico e durabilidade, materiais seguros e sustentáveis, prevenção da poluição, extensão da responsabilidade do produtor e normas de etiquetagem.
3. Coats compra concorrente de fios de alta performance
A produtora de linhas assinou um acordo para adquirir o negócio e ativos da Pharr HP. Sediada na Carolina do Norte, nos EUA, a Pharr especializa-se em fios técnicos de proteção térmica, defesa e resistência ao fogo para aplicações industriais. A aquisição das capacidades produtivas e carteira de clientes da empresa proporcionará à Coats uma maior experiência e dimensão, nomeadamente no seu negócio de proteção pessoal, que se insere no segmento de materiais de performance. Deste modo, a produtora de linhas planeia melhorar o desempenho da Pharr, elevando a sua experiência têxtil, ligações industriais, pegada operacional já existente na América do Norte, bem como a força da marca. «Com a Pharr HP estamos a obter uma experiência profunda em soluções de fios técnicos, o que nos permite criar produtos mais leves, resistentes e confortáveis para os ambientes mais extremos, protegendo muitos daqueles que nos defendem», explica Rajiv Sharma, CEO da Coats. Por seu turno, Bill Carstarphen, CEO da Pharr, afirma que a parceira «é uma líder global com um longo e comprovado histórico» e acredita que «haverá um grande potencial para colaborar, construindo sinergias para desenvolver produtos inovadores». Fundada em 1939, a especialista em fios técnicos emprega cerca de 350 trabalhadores e, no último ano fiscal, as vendas rondaram os 110 milhões de dólares (99,88 milhões de euros). O acordo deverá ainda ser aprovado pelas autoridades reguladoras, prevendo-se a sua conclusão no início de 2020.
4. Indonésia e Coreia do Sul assinam acordo de livre comércio
Ambos países chegaram a um consenso após sete anos de negociação de um acordo de livre comércio que irá eliminar tarifas de produtos têxteis transacionados entre os dois. Uma declaração conjunta sobre o Acordo de Parceria Económica Global Indonésia-Coreia (IK-CEPA, na sigla original) foi assinada numa cimeira bilateral em Busan, Coreia do Sul, no dia 25 de novembro. «O IK-CEPA é um novo marco histórico nas relações comerciais entre a Indonésia e a Coreia do Sul», afirma Agus Suparmanto, ministro do comércio da Indonésia, explicando que «mais do que um acordo de livre comércio, o IK-CEPA é uma parceria global entre os dois países em áreas de transação de bens, serviços, capital, regras de origem e cooperação económica». As principais commodities que a Indonésia exporta para a Coreia do Sul são carvão, minério de cobre, borracha natural, madeira compensada e estanho. No sentido inverso, importa borracha sintética, produtos de chapa de aço, eletrónica e tecidos de filamentos sintéticos. De acordo com a Agência de Estatística Central (BPS, na sigla original), os dados de 2018 revelam que a Coreia do Sul é o sexto maior destino e fonte de exportações e importações para a Indonésia. O valor total transacionado entre ambos atingiu os 18,62 mil milhões de dólares (16,91 mil milhões de euros), no ano passado, com as exportações da Indonésia a ascenderem a 9,54 mil milhões de dólares e as importações a 9,08 mil milhões de dólares. O diretor-geral de negociações comerciais internacionais do Ministério do Comércio da Indonésia, Iman Pambagyo, assegura que o IK-CEPA representa também uma estrutura para a cooperação e capacitação em vários sectores, que incluem a indústria, economia criativa, saúde e trabalho. Pambagyo espera que o acordo «contribua positivamente para a transformação da economia da Indonésia num país desenvolvido, através de investimentos crescentes, cooperação económica e assistência técnica, além de incentivar a partilha de conhecimento e tecnologia da Coreia do Sul, incluindo a melhoria dos padrões de qualidade da mão de obra». Ambas as partes continuarão o processo legal para a finalização dos parâmetros do acordo, que deverá ser concluído até fevereiro de 2020 e assinado no primeiro semestre desse ano.
5. Nova tendência no retalho de vestuário infantil
A Isbjörn tornou-se a mais recente retalhista de vestuário a entrar sector do aluguer. A marca premium sueca de vestuário outdoor para criança prepara-se para lançar o seu primeiro negócio de aluguer para a gama de vestuário dos 0 aos 16 anos, começando na Suécia e potencialmente a estender ao resto do mundo. Os clientes poderão adotar uma subscrição sazonal para alugar vestuário da Isbjörn, mediante um pagamento mensal, antes de o devolver para voltar a ser utilizado na estação seguinte. Quando a peça ficar disponível pela segunda vez, será a um preço mais reduzido e o consumidor terá a oportunidade de comprá-la com desconto. Se devolvidos, os produtos serão escoados num mercado de vestuário em segunda mão. «Tudo o que fazemos no nosso negócio assume que tanto os consumidores como o planeta são a prioridade», afirma Maria Frykman Forsberg, fundadora e CEO da Isbjörn. «Eventos como a Black Friday servem apenas para exacerbar o consumo em massa e o problema do desperdício. Esta é a principal razão pela qual estamos a lançar o nosso negócio de aluguer esta semana em particular [que coincide com a semana de promoções] – queremos que os pais consumam menos, não mais», explica. Fundada em 2005, a Isbjörn alega ter sido a primeira marca de vestuário outdoor para criança a tornar-se parceira do sistema bluesign, que oferece uma solução para ambientes mais seguros e sustentáveis para as pessoas trabalharem e viverem. As suas peças utilizam materiais reciclados e a empresa exerce um esforço contínuo para ser tão ecológica quanto possível. A ideia da Isbjörn seguiu os exemplos da Nike, H&M, Ganni e Banana Republic, que, recentemente, lançaram opções de aluguer para os consumidores. Na perspetiva da empresa, esta estratégica tem um maior sentido lógico no sector infantil, já que o crescimento rápido das crianças implica que o seu vestuário e calçado tenham de ser substituídos regularmente.
6. Sports Direct rebatizada Frasers Group depois de aquisição
A retalhista britânica Sports Direct International, que comprou a cadeia de grandes armazéns da House of Fraser no ano passado, prepara-se para mudar a sua identidade para Frasers Group Plc, de modo a refletir a alteração do seu posicionamento de mercado no sentido de servir o mercado do luxo e lifestyle. Representando a maior retalhista de artigos desportivos do Reino Unido em receitas, a empresa revela que o processo de rebranding arrancará em meados de dezembro. Desde agosto de 2018, altura em que comprou as lojas, marca e stock da House of Fraser por 90 milhões de liras (105,62 milhões de euros), o diretor Mike Ashley admite que tem vindo a enfrentar dificuldades de reavivar o negócio. Deste modo, a mudança de identidade da empresa surge de uma estratégia anunciada este ano de mudar algumas lojas da House of Fraser para o sector do luxo e do lifestyle a partir de 2020. «A decisão de alterar o nome do grupo para Frasers reflete o facto de que este novo e elevado conceito hospedará as áreas principais de foco para o negócio alargado – marcas icónicas, beleza, desporto e moda de luxo», explica a empresa, em comunicado. Fundada como uma única loja em 1982, a Sports Direct International opera hoje um portfólio diversificado de desporto, fitness, moda e lifestyle, distribuído por mais de 20 países. Além disso, emprega cerca de 29.400 trabalhadores em seis segmentos: Retalho Desportivo do Reino Unido, Lifestyle Premium, Retalho da House of Fraser, Retalho Desportivo Europeu, Retalho para o Resto do Mundo e Grossismo e Licenciamento. Para além da House of Fraser, a empresa é ainda proprietária da Flannels, USC e Lillywhites, além de marcas como Donnay, Slazenger, Firetrap, Everlast, Kangol, Karrimor e Lonsdale.