Breves

  1. Cone Denim reaproveita o desperdício
  2. UE ameaça retirar benefícios ao Camboja
  3. Nike abandona Amazon
  4. Bangladesh põe tónica na responsabilidade
  5. Designer Johanna Ortiz colabora com a H&M
  6. Eugénio Campos já está online

1. Cone Denim reaproveita o desperdício

A Cone Denim desenvolveu uma linha de tecidos produzidos a partir de algodão reciclado que recorre a desperdícios pré e pós-consumo. A coleção Cone Denim Recycled Cotton promove um sistema de ciclo fechado para denim socialmente mais responsável. A empresa colaborou com parceiros no México, como a Apparel International e a Flynn Enterprises, para recolher e incorporar desperdícios pré-consumo da mesa de corte na sua cadeia de aprovisionamento. Ao usar um processo de ciclo fechado, a Cone Denim é capaz de juntar restos dos seus tecidos com outros componentes sustentáveis, através de processos de produção ambientalmente conscientes. «A Cone está continuamente a inovar para criar denim mais sustentável e responsável», declara o presidente da empresa, Steve Maggard. «Não é segredo que a produção de denim requer uma quantidade significativa de recursos. A utilização de algodão reciclado pré-consumo das operações internas da Cone, assim como os nossos parceiros de corte e costura ajudam-nos a poupar água, compensando aquela que é consumida no cultivo de algodão. Adicionalmente, a utilização de algodão reciclado pré e pós-consumo desviou aproximadamente 500 mil libras [cerca de 227 toneladas] de desperdício dos aterros ao longo do último ano», acrescenta. Oscar González Franch, diretor da Apparel International, acredita que «proteger o ambiente é uma obrigação e estamos satisfeitos por participar nesta causa tão urgente e digna, ao mesmo tempo que apoiamos a Cone e a indústria nos seus esforços para criar denim mais socialmente responsável e encontramos formas de inovar sem comprometer a paixão do consumidor pela autenticidade». A Cone Denim faz parte da Elevate Textiles, que este ano anunciou os seus Compromissos de Sustentabilidade para 2025, focados no sourcing responsável de fibras e na redução do consumo de água e da emissão dos gases com efeito de estufa. Como parte dos compromissos da Elevate Textiles e do seu portefólio de marcas, incluindo a Cone Denim, estão a ser empreendidos esforços para usar pelo menos 80% de algodão de origem sustentável e 50% de conteúdo de poliéster reciclado, reduzir em 25% o consumo de água por unidade de produção e atingir uma redução de emissão de gases com efeito de estufa de 2,5% ao ano. No mês passado, a Cone Denim expandiu as suas ofertas de sustentabilidade com o lançamento da sua nova coleção-cápsula de denim com elasticidade, projetada para reduzir a acumulação de microfibras em oceanos e nos aterros sanitários.

2. UE ameaça retirar benefícios ao Camboja

A Comissão Europeia deu um mês ao governo do Camboja para responder às alegações de violações dos direitos humanos, antes de tomar uma decisão sobre a continuação da concessão ao país asiático de privilégios comerciais que o isentam de pagar taxas alfandegárias. O Camboja é o segundo maior beneficiário do programa Everything But Arms (EBA), contabilizando mais de 18% de todas as importações que entram no mercado da União Europeia (UE) dos países que integram o EBA, em 2018. As importações da UE provenientes do Camboja totalizaram 5,3 mil milhões de euros, no ano passado, 95% das quais aproveitaram as vantagens do programa EBA – os têxteis e o vestuário representaram cerca de três quartos do total, chegando aos 4 mil milhões de euros. Em fevereiro, a Comissão Europeia iniciou um processo que pode resultar na suspensão temporária do Camboja do programa EBA, devido a um relatório que indicia alegadas violações de direitos humanos. Concedeu ao país um prazo de um mês para responder às acusações sob pena de perder os seus benefícios comerciais. A decisão será tomada em fevereiro de 2020 e a revogação do contrato começaria a surtir efeito após um período de seis meses – caso a elegibilidade do Camboja para o EBA seja suspensa, as exportações de vestuário do país estarão sujeitas ao princípio da nação mais favorecida da Organização Mundial do Comércio, cujas taxas rondam, em média, os 12%. «O objetivo do procedimento é abordar as preocupações de direitos humanos e do trabalho no Camboja. Embora a União Europeia mantenha o compromisso de trabalhar com as autoridades do país neste objetivo, é necessária a melhoria real e credível nos problemas em questão para evitar a suspensão das preferências do EBA», explica a Comissão Europeia em comunicado. O Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional do Camboja confirmou a receção do relatório e garante que os ministros e instituições irão estudar o assunto e formular as respetivas respostas, «que irão refletir atualizações nos desenvolvimentos recentes em áreas de preocupação para a Comissão Europeia», reforça em comunicado. Contudo, aponta também que os jornalistas da Radio Free Asia (RFA), que emitiu o comunicado, lançaram informações falsas alegando provir do relatório – cujo conteúdo é confidencial – com a «intenção de enganar o público». «Estas falsas informações criam preocupações desnecessárias entre as centenas de milhares de trabalhadores envolvidos, bem como equívocos no público e mancham a reputação dos oficiais do governo, que a RFA acusa de ser a fonte que divulgou o documento». Vários grupos europeus e internacionais que representam compradores de vestuário, calçado e artigos de viagem já tinham repetidamente expressado as suas preocupações sobre a situação de direitos humanos e de trabalho no Camboja. Por outro lado, a potencial retirada dos benefícios comerciais pode representar um obstáculo às empresas cujo aprovisionamento provém do país – o Banco Mundial avisa, aliás, que a incerteza relativamente a este assunto pode provocar uma desaceleração do crescimento económico do Camboja.

3. Nike abandona Amazon

A Nike confirmou que não continuará a vender diretamente produtos através da plataforma online Amazon. A medida – que corresponde ao encerramento de um projeto-piloto que começou em 2017 – surge no seguimento de uma revisão da estratégia da marca, que planeia aumentar a sua presença online, através das suas próprias plataformas. Em declarações ao just-style.com, um porta-voz da Nike sustenta que, «como parte do foco da Nike em elevar a experiência do consumidor através de relações mais diretas e pessoais, tomamos a decisão de concluir o nosso atual projeto-piloto com a Amazon Retail». Acrescenta ainda que a empresa planeia «continuar a investir em parcerias fortes e distintivas com outros retalhistas e plataformas para servir perfeitamente os nossos consumidores a nível mundial». Por outro lado, a Nike espera manter a parceria com a Amazon Web Services para «fortalecer o conjunto de serviços da Nike.com e o seu ecossistema de aplicações (Nike app, NTC, NRC e SNKRS)». No mês passado, a Nike contratou o antigo diretor do eBay, John Donahoe, como novo CEO. Vários analistas apontam que o seu conjunto de capacidades e experiências permitirá abordar diretamente a transformação digital da empresa e ajudá-la a tornar-se mais responsiva às tendências digitais.

4. Bangladesh põe tónica na responsabilidade

Os stakeholders da indústria de denim do Bangladesh estão a ser impelidos a analisar e exercer práticas de negócio responsáveis quando lidam com os fornecedores do país. A informação foi dada por Mostafiz Uddin, CEO da Bangladesh Denim Expo, que comemorou a sua 11.ª edição na primeira semana de novembro. O evento contou com a participação de quase 100 expositores de 11 países diferentes (Bangladesh, China, Japão, Itália, Índia, Singapura, Brasil, Espanha, Paquistão, Turquia e Alemanha) e mais de 5.600 visitantes. Nesta edição, os expositores apresentaram tecidos, vestuário, linhas de costura, maquinaria, equipamento de acabamento e acessórios, representando toda a indústria de denim do país – que é o segundo maior exportador de denim para a União Europeia e o terceiro maior para os EUA. O tema deste ano foi “Responsabilidade”, com as práticas de compra e respetivos efeitos na sustentabilidade a longo prazo do sector a dominar as intervenções. Os destaques do evento incluíram um conjunto de exposições de produtos, apresentações e seminários para encorajar o debate entre os expositores e os visitantes para promover uma indústria de denim mais responsável. Para os painéis de discussão foram convidados Andrew Olah, fundador da feira de denim Kingpins e Pierre Borjesson, diretor de produção global de sustentabilidade da H&M. Adicionalmente, a feira reservou lugar para as apresentações do designer Piero Turk e de Alice Tonello, diretora de I&D do Grupo Tonello. «É dever dos stakeholders da indústria de denim reconhecer a sua responsabilidade e analisar as práticas de negócios para o benefício de todos», defendeu Uddin.

5. Designer Johanna Ortiz colabora com a H&M

A H&M anunciou uma colaboração exclusiva com a designer colombiana Johanna Ortiz. As peças apresentam uma paleta de «cores exuberantes, estampados florais exóticos e silhuetas glamorosas». A coleção, que oferece opções «elegantes», como a marca refere em comunicado, estará disponível em março de 2020. No entanto, quatro vestidos da coleção estarão disponíveis num pré-lançamento a partir do dia 3 de dezembro no site da marca e em algumas lojas selecionadas. Entre eles um vestido túnica, um vestido traçado, um vestido curto e um vestido comprido com camadas. Os estampados florais e exóticos que os compõem são do arquivo de Johanna Ortiz, “Wild Roses”, “Orchid Paradise”, “Cacatua” e “Coquelicots”, mas as peças foram reinventadas com folhos e detalhes ondulantes nos punhos e nas bainhas de modo a adaptarem-se a um novo público. «Os padrões resultam da minha obsessão com as flores, as palmeiras e as cores lindas que tenho a sorte de poder ver da janela de minha casa, na cidade de Cali, no meu país natal: a Colômbia. O cunho da América Latina e da atmosfera festiva tão própria é algo que pode ser sentido em cada peça, por isso fico muito feliz que tantas mulheres em todo o mundo passem a ter um pouco da Colômbia nos seus armários graças à colaboração», afirma Johanna Ortiz. «Descobrir o mundo do exuberante design de Johanna Ortiz, a forma como usa a cor e o seu excecional talento para criar silhuetas marcantes tem sido uma experiência maravilhosa para toda a equipa de design. Temos trabalhado de perto com a Johanna ao longo de todo o processo, desfrutando da hospitalidade extraordinária na sua bela casa de Cali. Estamos muito entusiasmados por podermos celebrar a história e o artesanato tão ricos da Colômbia e por trazermos, para junto dos clientes da H&M, os designs alegres que caracterizam o trabalho da Johanna», refere Maria Östblom, diretora de design da coleção feminina na H&M.

6. Eugénio Campos já está online

Fruto da estratégia de comunicação da marca, que tem como foco a internacionalização, a Eugénio Campos Jewels tem agora a primeira loja online onde disponibiliza a sua coleção de joias. O lançamento oficial foi dia 25 de novembro, em Lisboa, numa apresentação que recebeu vários parceiros que puderam ver o site que, indica a Eugénio Campos Jewels, se diferencia por ser «elegante, moderno, intuitivo e de fácil acesso». A marca de joias portuguesa conta com mais de três décadas de experiência e é reconhecida pelas criações «inovadoras e intemporais». Eugénio Campos procura criar joias personalizadas com o objetivo de lhes atribuir o fator «exclusividade», ao mesmo tempo que se mantém a par das tendências de moda. A marca tem como embaixadora a apresentadora de televisão Sónia Araújo.