Breves

  1. Lion of Porches aposta no vermelho
  2. Exportações de vestuário em queda no Bangladesh
  3. Deichmann dá passos largos em Portugal
  4. Kit de ferramentas para formar trabalhadores
  5. Adidas prepara 2.ª geração de sapatilha 100% reciclável
  6. EUA querem proibir importações de Xinjiang

1. Lion of Porches aposta no vermelho

Depois de vários anos sem aparecer, o preto está de volta à paleta de cores da marca de vestuário de inspiração britânica. O azul marinho esteve no centro das atenções até ao momento mas, a pensar na oferta de uma escolha «segura» para os consumidores, a Lion of Porches acaba de lançar a coleção cápsula Red para o outono-inverno 2019/2020. Com o mote “The black is back”, a marca detida pela empresa Cães de Pedra aposta na «irreverência e na diversidade», sem nunca descurar os padrões britânicos. A coleção masculina de sportswear apresenta duas tonalidades, o preto e o vermelho. Em comunicado, a Lion of Porches afirma ter escolhido a combinação de cores de forma a aliar o clássico ao irreverente. Na linha Red, o conforto é o elemento principal, atribuindo aos artigos disponíveis um «mood contemporâneo» com várias conjugações e «propostas mais relaxadas».

2. Exportações de vestuário em queda no Bangladesh

As exportações de vestuário de Bangladesh diminuíram 6,67% para 10,5 mil milhões de dólares (9,49 mil milhões de euros) no primeiro trimestre do ano. De agosto a outubro, das exportações de malhas caíram 5,73%, para 5,5 mil milhões de dólares, assim como as de tecidos, que baiz«xaram para 5 mil milhões de dólares, o que significa uma quebra de 7,67%. O Bangladesh é o segundo maior exportador de vestuário do mundo e a indústria têxtil e vestuário do país contribui para cerca de 20% do seu PIB. Além disso, este sector é a principal força motriz da economia nacional, empregando cerca de 20 milhões de pessoas. De facto, o just-style.com averiguou que o Bangladesh é responsável por cerca de 8% do total de exportações de vestuário do mundo. Durante o Fórum de Vestuário Sustentável e a Exposição de Denim do Bangladesh, que decorreram na capital Daca no início de novembro, foi discutida a perda de quota de mercado do Bangladesh para países concorrentes, como o Vietname, dada a pressão contínua sobre os preços, apesar das medidas tomadas pelo país para tornar as operações de produção mais ecológicas e seguras para os trabalhadores. Além disso, prevê-se que o Bangladesh saia da lista de países menos desenvolvidos em 2024, o que lhe retirará as isenções fiscais sobre as exportações para mercados como a União Europeia, Canadá e Japão, podendo refletir-se negativamente na sustentabilidade económica futura do seu sector do vestuário. Atualmente, a União Europeia é o maior importador de vestuário do Bangladesh, representando mais de 50% do seu total de exportações. As investigações realizados por órgãos noticiosos sugerem que o Bangladesh poderá perder 7 mil milhões de dólares em receitas anuais de exportação após sair da lista de países menos desenvolvidos.

3. Deichmann dá passos largos em Portugal

A marca de calçado alemã vai abrir mais uma loja em Portugal. Guimarães é o local escolhido para a inauguração do novo ponto de venda, no centro comercial Espaço Guimarães, que terá lugar no dia 28 de novembro. A abertura do espaço insere-se nos objetivos de modernização das lojas já existentes e na criação de novas lojas que fazem parte do plano de crescimento da Deichmann. Numa área de 35 0m2, os clientes podem encontrar calçado para homem, mulher e criança, bem como as mais recentes colaborações com Kendal Jenner, Kylie Jenner e Rita Ora. Nike, Adidas, Fila, Diadora e Skecthers são algumas das marcas propostas no novo ponto de venda da marca de calçado, que completará assim um total de nove em Portugal. O espaço já incorpora o design das lojas recém-inauguradas. Amplitude e luminosidade são as características evidenciadas nos novos espaços da Deichmann, que faturou 9,7 milhões de euros no mercado nacional, mais 16,5% que no ano anterior. Aqua Portimão (Portimão), UBBO (Amadora), Almada Forum (Almada), Forum Barreiro (Barreiro), Alegro Montijo (Montijo), Alegro Sintra (Sintra), Mar Shopping Algarve (Loulé) e LoureShopping (Loures) são os centros comerciais onde a insígnia alemã já está presente em Portugal.

4. Kit de ferramentas para formar trabalhadores

A iniciativa Empower@Work Collaborative lançou um novo kit de ferramentas de formação para trabalhadores, como parte da sua estratégia de acelerar o empoderamento das mulheres e a igualdade de género nas cadeias de aprovisionamento de vestuário. O processo de desenvolvimento do novo recurso foi orientado pelo Centro Internacional de Investigação sobre as Mulheres (ICRW, na sigla original), juntamente com um grupo de especialistas técnicos, e com financiamento da Fundação Walmart. O conjunto de ferramentas, aberto ao público e gratuito, funciona como um recurso durante o design, construção ou renovação de um projeto de capacitação do local de trabalho, onde está incluída a formação de trabalhadores. Este conjunto de ferramentas integra materiais de um programa de formação, com 12 módulos de diferentes projetos e/ou programas externos, assim como um guia profissional que sumariza os princípios coletivos do grupo de coordenação e as orientações aprendidas para a implementação dos currículos de formação dos trabalhadores. Ao partilhar o kit de ferramentas, o grupo de coordenação procura eliminar a necessidade de «reinventar o ciclo no que toca à formação de trabalhadores». O currículo do kit de ferramentas não está estruturado para ser implementado de uma vez, na sua totalidade. Em vez disso, pode ser usado para relembrar e atualizar materiais de formação já existentes ou desenvolver do zero as capacidades de uma organização para este novo recurso. A iniciativa Empower@Work Collaborative foi criada pelas organizações HERproject da BSR, CARE International, P.A.C.E. da Gap Inc. Programa e Melhor Trabalho da OIT-IFC, que desenvolveram, testaram e aplicaram programas de empoderamento e capacitação para trabalhadores e gestores de cadeias de aprovisionamento por mais de uma década. Os seus objetivos passam por encorajar a expansão e adoção das melhores práticas lecionadas aos trabalhadores, partilhar o sucesso, fracassos e inovações de modo a inspirar novas áreas de boas práticas e amplificar a voz coletiva para a mudança de políticas.

5. Adidas prepara 2.ª geração de sapatilha 100% reciclável

A Adidas introduziu a segunda edição da sua primeira sapatilha de corrida 100% reciclável. O FutureCraft Loop foi desenvolvido a partir de uma mistura de materiais e componentes reciclados da sapatilha de primeira geração da Adidas, lançada em abril, para 200 utilizadores-beta. Esta edição foi posteriormente devolvida à marca para iniciar o processo de reciclagem. A nova edição será entregue aos mesmos 200 utilizadores que testaram a primeira geração. Assim, a Adidas conseguiu criar, pela primeira vez, uma sapatilha de performance a partir de um outro calçado já existente. A empresa está atualmente a explorar a infraestrutura de devolução e reciclagem do produto, juntamente com parceiros, governos e órgãos reguladores, antes do lançamento comercial do FutureCraft Loop Gen 2, previsto para a coleção primavera-verão 2021. Em setembro, a Adidas abriu o serviço de devolução “adidas Infinite Play” no Reino Unido, com o apoio da Stuffstr, que visa evitar que artigos velhos da marca sejam enviados para aterros sanitários ou despejados nos oceanos.

6. EUA querem proibir importações de Xinjiang

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) foi instada a tomar medidas de investigação e bloqueio de mercadorias produzidas a partir de trabalho forçado na Região Autónoma Uigur do Xinjiang (XUAR, na sigla original) da China. A exigência vem da parte de James McGovern e Marco Rubio, presidente e co-presidente, respetivamente, da Comissão Congressional-Executiva bipartidária e bicameral da China (CECC, na sigla original), que redigiam uma carta dirigida a Mark Morgan, comissário interino da CBP. «Reconhecemos as medidas tomadas pelo CBP recentemente para bloquear a importação de vestuário produzido pela empresa Hetian Taida», refere a missiva, acrescentando que «há um risco significativo de que o vestuário produzido em XUAR, ou com componentes de produção de XUAR, é realizado com trabalho forçado. Este risco é tão grande que se torna difícil, se não impossível, para as empresas tomarem a devida diligência sobre as suas cadeias de aprovisionamento da região». Os comissários da CECC também apontaram para o «número substancial de empresas proeminentes sediadas na China e Honk-Kong», com grandes operações de vestuário, de fiação e agrícolas em XUAR ou que incluam materiais processados nesta região. Neste sentido, McGovern e Rubio já requisitaram um estudo sobre todos os produtos, total ou parcialmente, fabricados com recurso a trabalho forçado de XUAR e uma lista de empresas chinesas que aí se aprovisionam. «Se este estudo resultar em provas adicionais de que uma grande variedade de produtos é fabricada com formas proibidas de trabalhado forçado, escravo ou condenado pedimos que publiquem uma conclusão formal de todas as empresas envolvidas para garantir que os consumidores americanos não estão a alimentar abusos de direitos humanos flagrantes em XUAR», reforçam os comissários. Apesar da China já ter terminado oficialmente o seu programa de 2013 de reeducação através do trabalho, continuam a verificar-se alegações de violação de direitos humanos na produção de têxteis e vestuário em Xinjiang – os media indicam que as detenções de minorias étnicas muçulmanas na região multiplicaram-se desde meados de 2017. Por outro lado, estas preocupações foram acrescidas pela alegação de um estudo de outubro que sugeria que as cadeias de aprovisionamento da Europa e dos EUA poderiam participar no trabalho forçado – entre as quais estão implicadas marcas como H&M, Esprit, Adidas e Uniqlo –, já que Xinjiang produz mais de 80% do algodão da China. Na carta redigida pelos comissários é solicitado a Morgan que tome medidas para impedir a importação de têxteis e outros produtos de XUAR que recorrem ao trabalho forçado, garantindo que «os EUA e os consumidores americanos não são cúmplices da vigilância massiva e internamento de mais de um milhão de uigures e outras etnias minoritárias em XUAR, ações que podem constituir crimes contra a Humanidade».