- Gio Rodrigues desfila Bridal&Couture 2020
- Algodão 100% rastreável
- Patagonia na vanguarda do isolamento ecológico
- Nova ferramenta para o consumo de água
- Hugo Boss escorrega no terceiro trimestre
- Mali aprovado para a AGOA
1. Gio Rodrigues desfila Bridal&Couture 2020
A marca, que se apresenta como «elegante, ousada e cosmopolitana com inspirações vintage», revelou as suas novas propostas para noivas e noivos na Alfândega do Porto, no passado dia 7. A coleção nasceu a partir do filme Casablanca, com a protagonista Ingrid Bergamn a servir de inspiração para as peças que retratam uma mulher «confiante, luminosa e romântica». O cenário do desfile foi também inspirado no filme dos anos 40. Rendas, cristais, plumas e transparências discretas foram alguns dos detalhes usados para fazer a diferença na coleção que pretende transparecer uma mistura de glamour com um toque vintage. Tecidos fluidos e delicados, cores sóbrias, volumes discretos e linhas clássicas foram algumas das apostas nas peças criadas. Além do design feminino ter marcado uma forte presença na passerelle, os artigos masculinos, «caracterizados pelas linhas clássicas da alfaiataria tradicional», destacaram-se com as cores cinzento, bege e preto. A coleção tem como objetivo reafirmar a capacidade de reinventar e de inovar da marca epónima do designer Gio Rodrigues no ano em que celebra o 20.º aniversário.
2. Algodão 100% rastreável
A Cotton USA estabeleceu uma parceria com a especialista de rastreabilidade na cadeia de aprovisionamento Oritain para fornecer verificação forense de origem para todo o algodão americano e providenciar, às marcas e retalhistas, as garantias de que necessitam para tomar decisões de compra e de sourcing responsáveis. O método da Oritain aplica ciência forense para detetar elementos chave do próprio algodão. A composição do solo e outros fatores ambientais proporcionam, ao algodão, uma marca distintiva de cada local – aquilo que a empresa denomina por Origin Fingerprint (Impressão Digital de Origem). O algodão pode ser testado em qualquer fase do seu percurso, desde o cultivo à compra pelo cliente final, garantindo aos compradores que o produto não foi substituído ao longo do percurso. Segundo a Oritain, esta segurança irá abordar os desafios de rastreabilidade colocados pela indústria global, incluindo a minimização do risco dos parceiros da cadeia de aprovisionamento misturarem o produto com outras fibras de qualidade menor. «As cadeias de aprovisionamento globais são incrivelmente complexas e o potencial para fazer misturas e concretizar outras atividades ilegais na produção de têxteis de algodão é grande», explica Rupert Hidges, CEO da Oritain. «Contudo, dado que a Impressão Digital de Origem da Oritain não pode ser alterada ou falseada, a Cotton USA e os seus clientes estarão seguros com o conhecimento de que o seu produto é exatamente o que afirma ser», acrescenta. A iniciativa surge no seguimento de um programa piloto bem-sucedido e um rigoroso teste às cegas para a Oritain, durante o qual foram recolhidas amostras de Arkansas, Mississippi, Oklahoma e Tennessee e, posteriormente, identificadas com 100% de precisão. Embora este nível rastreabilidade seja novo, a indústria americana de algodão tem vindo a esforçar-se para produzir e entregar uma matéria-prima sustentável e de elevada qualidade, através da melhoria de propriedades da fibra, aumento da produtividade e diminuição da pegada ambiental. Todas as regiões que produzem algodão nos EUA visam agora reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, a erosão do solo e o consumo de água, energia e terra arável. Bruce Atherley, CEO da organização Cotton Council International considera que «esta parceria com a Oritain oferecerá à Cotton USA um ponto de venda único aos mercados nacional e internacional. Agora o algodão americano irá oferecer o mais alto nível de rastreabilidade de ponta a ponta da indústria, combinado com uma matéria-prima que está a liderar o caminho em termos de práticas de sustentabilidade – dois aspetos que as marcas de vestuário globais procuram atualmente para os seus fornecedores».
3. Patagonia na vanguarda do isolamento ecológico
A Patagonia será a primeira marca a usar o isolamento com a nova tecnologia PrimaLoft PURE, que reduz as emissões de carbono em 48%. A PURE (que se traduz para Produzido Usando Emissões Reduzidas) é o mais recente resultado do compromisso “Relentlessly Responsible” da PrimaLoft, para tornar os produtos mais sustentáveis, sem comprometer o seu desempenho. A produção de isolamento tradicional requere que as fibras sejam termocoladas a altas temperaturas, resultando em elevadas emissões de gases com efeito de estufa. «Os nossos engenheiros desenvolveram e aperfeiçoaram a tecnologia de produção que usa ar, em vez de calor, para condensar e estabilizar o isolamento», explica o CEO da PrimaLoft, Mike Joyce. Os produtos de isolamento fabricados com a tecnologia PURE incorporam 100% de material reciclado pós-consumo e apresentam os mesmos benefícios de performance que os artigos PrimaLoft Gold Insulation. Para além da redução das emissões de gases com efeito de estufa, a nova tecnologia também deverá permitir diminuir mais de 157 mil quilogramas de dióxido de carbono e mais de 438 mil quilómetros de poupança de carbono – o suficiente para dar 17,6 voltas ao planeta, de carro. A tecnologia PURE chega um ano após a empresa ter introduzido a PrimaLoft Bio, uma fibra sintética 100% reciclada e biodegradável, a ser incorporada no vestuário de marcas como Houdini e Norrøna, a partir do outono de 2020.
4. Nova ferramenta para o consumo de água
Uma nova ferramenta online foi estruturada para ajudar os produtores, retalhistas e marcas têxteis a aprofundar conhecimentos sobre as suas causas, impactos e tratamento das águas residuais – e, em última análise, melhorar a sua pegada ambiental. Lançado pela organização sem fins lucrativos Sustainability Consortium (TSC), o recurso gratuito – ‘Wastewater 101 Toolbox’ – é um centro para comunicar casos de negócios e o tratamento de águas residuais, integrando novos padrões, conhecimentos e recursos ao longo de toda a cadeia de aprovisionamento. A ferramenta contou com a participação de líderes da indústria têxtil, que incluem Hanes Brands, Fruit of the Loom, Walmart, NC State, Cotton Inc. e o Departamento de Energia dos EUA. Deste modo, a Toolbox interliga os utilizadores a recursos globalmente relevantes, específicos para 17 dos maiores países produtores de têxteis do mundo. «A indústria têxtil é muito competitiva. Acreditamos em condições de igualdade no que se refere ao tratamento adequado de águas residuais, que representa uma questão muito importante» observa Philip Henson, diretor de energia e sustentabilidade da Hanes Brands. Por sua vez, Sarah Lewis, diretora de inovação da TSC indica que A Wastewater 101 Toolbox cobre uma «necessidade de nos ligarmos facilmente a pessoas com recursos e informações sobre o tratamento adequado de águas residuais», permitindo que «as pessoas agora possam aprender mais facilmente sobre as águas residuais e respetivos impactos, compartilhem recursos sobre o tratamento e acedam a informações que as ajudam a tomar medidas».
5. Hugo Boss escorrega no terceiro trimestre
As condições macroeconómicas desafiantes da América do Norte e Hong Kong pesaram sobre as receitas do terceiro trimestre da Hugo Boss. Contudo, a marca alemã espera um aumento «significativo», nas palavras do CEO Mark Langer, nos últimos três meses do ano. Analisando o trimestre que terminou em setembro, a empresa declara que o seu lucro líquido diminuiu 15% para 56 milhões de euros, menos 10 milhões do que no ano anterior. Retirando os efeitos da IFRS 16 (Normas Internacionais de Relatórios Financeiros, traduzido da sigla original), norma que entrou em vigor no início do ano, o lucro líquido atingiu os 58 milhões de euros e a margem de lucro bruto aumentou 0,8 pontos percentuais para 63,3%. Durante esse período, as vendas subiram 1% para 720 milhões de euros. Em câmbio ajustado, significa que as vendas nas Américas do Norte e Sul ficaram 8% abaixo do nível registado no ano passado, mas subiram 2% nas regiões da Ásia e Pacífico. Na China Continental, o grupo atingiu um crescimento de dois dígitos, mas o CEO apontou que o negócio em Hong Kong está a ser «afetado significativa e negativamente» pelas manifestações sociais pró-democráticas. Na Europa, as vendas de câmbio ajustado aumentaram 2%, com as do Reino Unidos a crescer, mas com a Alemanha a diminuir para valores inferiores aos de 2018. Por outro lado, as vendas em lojas comparáveis subiram 2%, sentido acompanhado pelo negócio online, que aumentou 36%. «O ambiente desafiante do mercado demonstra a importância de nos concentrarmos na execução das nossas prioridades estratégicas», afirma Langer, acrescentando que «também estamos a trabalhar para melhorar o nosso lucro em termos estruturais. No importante trimestre final, pretendemos aumentar significativamente o lucro operacional de novo». Deste modo, o grupo já ajustou suas perspetivas financeiras para o corrente ano e revela que deverão aumentar a uma taxa percentual baixa de um único dígito. Além disso, espera-se um lucro operacional entre 330 e 340 milhões de euros para o ano inteiro (excluindo os efeitos da IFRS 16) – valores abaixo dos 347 milhões de euros registados em 2018.
6. Mali aprovado para a AGOA
Os EUA aprovaram a integração do Mali na Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA, na sigla original). A decisão foi incluída numa proclamação presidencial que descreveu várias alterações ao Sistema Generalizado de Preferências (GSP, na sigla original), no seguimento de uma análise aos países em desenvolvimento em lista de espera para se qualificarem para o programa. De acordo com a plataforma da AGOA, o Mali está entre os 25 países mais pobres do mundo. Deste modo, 30 dias após a proclamação ser publicada no Registo Federal, o país poderá exportar artigos de vestuário para os EUA, independentemente da origem das matérias-primas usadas para a sua confeção. O Mali foi reintegrado como beneficiário elegível para a AGOA em janeiro de 2014, um ano após ter sido suspenso do programa, devido a um golpe de estado. Em julho de 2013, as eleições presidenciais democráticas nomearam Ibrahim Boubacar Keïta para assumir o poder, que se concentrou na implementação de reformas com base no mercado, investindo em infraestruturas e capital humano e prometendo abordar a corrupção do sector público, o combate aos abusos aos direitos humanos e o fortalecimento do estado de direito. Por outro lado, no contexto da revisão anual de elegibilidade da AGOA, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de retirar os Camarões da lista de beneficiários da AGOA, devido a «violações graves e persistentes aos direitos humanos internacionalmente reconhecidos».