- Aly John lança coleção slow fashion
- Ciclo de conferências no Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave
- Better Cotton Initiative aumenta lucros do algodão
- China perde €1,07 mil milhões em exportações de ITV
- Camper em sprint com impressão 3D
- Rainha Isabel II diz não ao pelo animal
1. Aly John lança coleção slow fashion
A marca portuguesa regressa às origens com o planeta em mente. Utilizar menos recursos e escolher a matéria prima adequada são algumas das medidas que a Aly John, com 30 anos de experiência, decidiu adotar para tentar evitar o consumo de fast fashion. Esta prática tem deixado grandes marcas no ambiente, nomeadamente a degradação do planeta e o consumo de materiais não renováveis. «Moda e preservação são aparentemente incompatíveis, o primeiro problema são os produtos com um ciclo de vida curto, o segundo tem a ver com a durabilidade dos materiais pondo em causa a qualidade dos produtos», aponta a Aly John em comunicado. Neste sentido, e uma vez que o mundo consome 80 mil milhões de peças de vestuário por ano, a marca afirma que «as empresas têm de repensar na forma como tudo começa». Assim, reconsiderar o consumo sustentável em todo o processo de fabrico é obrigatório para a insígnia de casacos de ganga e jeans feitos à mão. Criar um consumidor que analisa aquilo que compra está na lista de objetivos da Aly John, que lançou assim uma coleção de 19 peças «produzidas essencialmente com materiais orgânicos». No processo, todos os artigos passam por lavandarias com certificados Ecotex e Gots e que se localizem num raio de 20 quilómetros das instalações. As encomendas da coleção são enviadas em sacos feitos de um tecido submetido a um teste de qualidade. As peças têm nomes de figuras que nos sensibilizem para os perigos ambientais e foram pensadas para durar anos, reduzindo o desperdício e o consumo de energia.
2. Ciclo de conferências no Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave
O Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, em Vila Nova de Famalicão, vai continuar com o ciclo de conferências com visita guiada intitulado “Percursos e memórias da indústria na Bacia do Ave”. O tema da segunda conferência, agendada para sábado, dia 16 de novembro, será “A Fábrica de lanifícios do barão da Trovisqueira, a têxtil inaugural de Riba de Ave”. O conferencista Mário Bruno Pastor comandará o diálogo que terá início a partir das 15 horas. De seguida, está prevista, de acordo com o programa, uma visita ao local onde esteve implantada a fábrica. O próximo encontro deste ciclo está já marcado para o dia 14 de dezembro, com o mote “O contributo da revista de Guimarães para a mudança do paradigma industrial local” com a presença de Paula Ramos Nogueira.
3. Better Cotton Initiative aumenta lucros do algodão
A Better Cotton Initiative (BCI) revela que mais de dois milhões de produtores de algodão distribuídos por 21 países receberam formação sobre práticas agrícolas mais sustentáveis entre 2017 e 2018, conseguindo reduzir o consumo de água e pesticidas, ao mesmo tempo que aumentaram os rendimentos e os lucros. Através da formação e do acesso a ferramentas específicas, os produtores integrados na BCI aprendem a lidar com questões pertinentes na produção de algodão, desde o consumo de água à gestão de pragas e trabalho justo. Os resultados durante a época do algodão de 2017 a 2018, «demonstram claramente» os benefícios de implementar práticas mais sustentáveis em todo o mundo, divulga a iniciativa. O estudo evidencia, então, que, durante este período, os produtores da BCI na China reuniram 25% mais lucro e geraram 14% mais rendimentos, consumindo menos 18% de água, através da nivelação dos terrenos antes da época de irrigação na primavera, que garante a melhor circulação hídrica ao longo de toda a área de cultivo. Por outro lado, na Índia, os produtores da BCI otimizaram a sua utilização de água, pesticidas e fertilizantes sintéticos, alcançando mais 9% de rendimentos do que outros produtores, e mais 24% de lucro. Por seu turno, no Paquistão a iniciativa permitiu que os participantes conseguissem aumentar os lucros em 40% relativamente a outros produtores, para o que contribuiu a adoção de técnicas mais sustentáveis. Além disso, o crescimento dos preços de algodão e os subsídios governamentais potenciaram o seu investimento no cultivo de algodão, expandindo as áreas destinadas a esta matéria-prima em 16%. Mediante a colaboração com os parceiros da BCI, os produtores integrados nesta iniciativa atingiram 15% mais rendimentos, monitorizando as plantações em risco de escassez de água ou em solo seco, o que lhes permite determinar quando e quanta mais água deveria ser aplicada na irrigação. Além disso, investiram em nivelamento a laser e plantação em relevo, minimizando 17% do seu consumo de água. Na Turquia, estes produtores alcançaram maiores lucros (13%), comparativamente a outros. Apoiado pelo parceiro especialista agronómico IPUD, os produtores responderam às condições desafiantes da época em tempo útil, gerando mais 5% de rendimentos, e consumiram menos 4% de água, com algumas técnicas de irrigação gota-a-gota que alimentam as culturas de forma mais eficiente, proporcionando também maiores rendimentos.
4. China perde €1,07 mil milhões em exportações de ITV
A China perdeu cerca de 1,19 mil milhões de dólares (1,07 mil milhões de euros) em envios têxteis e de vestuário para os EUA, durante o primeiro semestre do ano, devido às tarifas punitivas impostas pelo presidente americano, Donald Trump. O novo relatório publicado pela Nações Unidas calcula que 866 milhões de dólares em exportações da China foram perdidos para países que não estão diretamente envolvidos na guerra comercial, tais como a União Europeia (que ganhou cerca de 66 milhões de dólares), Coreia do Sul (48 milhões de dólares), México (47 milhões de dólares), Índia (41 milhões de dólares), Paquistão (25 milhões de dólares), Turquia (14 milhões de dólares) e Japão (12 milhões de dólares). O estudo, que analisou o impacto de 250 mil milhões de dólares em tarifas efetivadas no ano passado, evidencia um total de 35 mil milhões de dólares em exportações chinesas perdidas – 21 mil milhões de dólares foram desviados para outros países e 14 mil milhões de dólares perdidos ou capturados pelos produtores americanos. As Nações Unidas apontam também para alguns sinais de descida dos preços dos produtos chineses exportados, no sentido de suportar os custos destas tarifas. «Os resultados do estudo servem de alerta global: uma guerra comercial em que ambas as partes perdem não é apenas prejudicial aos evolvidos, como também compromete a estabilidade da economia global e o crescimento futuro», afirma Pamela Coke Hamilton, diretora de comércio internacional e commodities da UNCTAD. É importante realçar que esta investigação cobre um período que antecede a 1 de agosto de 2019, altura em Trump anunciou os planos para acrescentar mais uma tarifa de 300 mil milhões de dólares, que incluíam quase todos os segmentos de têxteis e vestuário. Apesar das Nações Unidas não considerarem o impacto das tarifas chinesas sobre as importações americanas, o resultado é «provavelmente» o mesmo: «preços mais elevados para consumidores chineses, perdas para os exportadores americanos e vantagens comerciais para outros países», refere a organização. No final de outubro, Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping afirmaram estar perto de uma primeira fase de chegar a acordo comercial. Neste sentido, a administração dos EUA divulgou estar a reconsiderar a proposta de uma tarifa adicional de 15%, que entraria em vigor a 15 de dezembro. Por outro lado, as tarifas punitivas sobre o Tranche 4A – que se aplicam à maioria do vestuário – continuam ativas. Além disso, Trump também adiou a proposta de aumentar as tarifas em 250 mil milhões de dólares em bens chineses de 25% para 30%, no início de outubro, que afeta cerca de 3,7 mil milhões de importações americanas em têxteis.
5. Camper em sprint com impressão 3D
A Camper está a usar a impressão 3D para agilizar o processo criativo, permitindo que os seus designers e engenheiros produzam protótipos em três dimensões diariamente. A empresa espanhola fabrica calçado para homem, senhora e criança, criando cerca de 500 referências para cada estação, que são vendidas em lojas distribuídas por mais de 40 países. A nova tecnologia de produção reproduz componentes impressos em 3D que, por norma, exigiriam moldes e um elevado nível de complexidade de fabrico. Na altura em que os designers trabalhavam num ambiente conceptual 2D, os protótipos demoravam semanas até estarem prontos. A impressão 3D permite não só acelerar este processo, como também agiliza a tomada de decisão. «Se temos uma ideia, juntamente com o técnico, podemos obter resultados rápidos e diretos para as dimensões das componentes», o que «melhora a nossa capacidade de ser reativos», explica Job Willemsen, designer da Camper. As impressoras 3D Sigma e Sigmaz recorrem a materiais tanto rígidos como flexíveis para obter protótipos tão próximos da realidade quanto possível. «Dado que temos um sistema de extrusão dupla, podemos usar material de impressão solúvel em água. Assim, conseguimos trabalhar com formas geométricas mais complexas e reduzir o tempo de design para a coleção», destaca Jordi Guirado, engenheiro de produto da empresa. Esta variedade de impressoras 3D representa uma «grande vantagem para os designers, porque agora podem validar volumes, dimensões e formas geométricas que não conseguiam visualizar num modelo digital», acrescenta Xavier Martínez Faneca, CEO da BCN3D, que desenvolve a tecnologia.
6. Rainha Isabel II diz não ao pelo animal
Os novos conjuntos desenhados para a rainha britânica Isabel vão deixar de incorporar pelo verdadeiro, anunciou em comunicado o Palácio de Buckingham – uma iniciativa que os ativistas de proteção dos direitos animais aplaudiram. Contudo, a monarca esclareceu que não descartará o seu vestuário antigo de pelo verdadeiro. «Não estamos a sugerir que todo o pelo presente em peças já existentes seja substituído, ou que a rainha nunca usará este material outra vez. A rainha continuará a reutilizar as peças já existentes no seu armário», confirmou o porta-voz do palácio. Ao longo dos anos, Isabel II tem sido fotografada numa variedade de conjuntos totalmente em pelo, incluindo vestuário de noite, trajes cerimoniais e chapéus e casacos de inverno. Neste sentido, o grupo de proteção de direitos dos animais People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) enalteceu a mudança. «Estamos a brindar com um copo de gim e Dubonnet à decisão compassiva da rainha de abandonar o pelo», escreveu no seu perfil do Twitter. A notícia vem no seguimento do movimento adotado por marcas de moda de deixar de recorrer ao pelo verdadeiro e melhorar as suas credencias ecológicas e éticas, à medida que os consumidores se tornam progressivamente mais ambientalmente conscientes. No ano passado, aliás, a Semana da Moda de Londres já se havia apresentado enquanto livre de pelo animal, pela primeira vez.