- Covilhã inspira concurso do Modatex
- HUUB calcula pegada de carbono na Web Summit
- O fim da Zac Posen
- Roupa interior sem odor
- Li Ning acelera na Bolsa
- Empresas temem aumento dos custos
1. Covilhã inspira concurso do Modatex
A delegação da Covilhã do Modatex está a promover o concurso “Tea&Burger”, que pretende eleger o melhor coordenado inspirado na Covilhã do século XVIII. O objetivo desta iniciativa é incentivar o interesse pelo desenvolvimento da indústria têxtil, vestuário, confeção e lanifícios, mantendo o foco na sustentabilidade, já que as peças submetidos a concurso deverão ser desenvolvidas a partir de materiais reciclados. O concurso termina com um desfile que decorrerá dia 13 de dezembro, na Tinturaria Galeria de Exposições, às 21 horas. Os melhores coordenados serão apresentados no desfile e, no final, serão conhecidos os três vencedores. Fidedignidade à inspiração, confeção e acabamentos, originalidade, harmonia, inovação e sustentabilidade são os critérios de avaliação dos coordenados. «Com este concurso, o Modatex pretende aproximar-se da comunidade onde está inserido, bem como trocar e partilhar sinergias e conhecimentos, promovendo a interação entre as diferentes instituições, de modo a captar potenciais candidatos a formandos», explica o centro de formação, que nesta iniciativa tem como parceiros a Câmara Municipal da Covilhã e a Universidade da Beira Interior. Os coordenados deverão ser entregues até ao dia 2 de dezembro.
2. HUUB calcula pegada de carbono na Web Summit
A startup portuguesa HUUB prepara-se para elucidar as marcas que integram a plataforma logística através de um programa de transparência carbónica para a indústria da moda. De acordo com análises ao impacto da cadeia de aprovisionamento e matérias-primas, prevê-se que, num prazo de dois anos, as empresas em que a logística seja gerida pela HUUB tenham uma perceção sobre cerca de 70% da sua pegada ecológica. A matriz Environmental Profit & Loss, criada pelo grupo Kering para as suas marcas, que incluem a Gucci, a Yves Saint Laurent, a Balenciaga e a Alexander McQueen, vai servir de base a este trabalho. O objetivo da HUUB é «extrapolar resultados de forma a mostrar aos parceiros não só o impacto que têm na emissão de carbono mas também o custo ambiental das matérias primas», refere em comunicado. A pensar na promoção da sustentabilidade, a HUUB vai dar os primeiros passos na Web Summit com um Visualizador de Emissões Carbónicas para mostrar as emissões de CO2 dos envios feitos pelas marcas da HUUB em tempo real. Informações como o impacto por país, por tipo de transporte e por canal de venda serão tidas em conta. É já a partir da Web Summit que a HUUB vai começar a pôr em prática esta realidade e vai disponibilizar dados que permitam às empresas avaliar o seu impacto carbónico através do transporte de encomendas. «O primeiro passo para solucionar um problema é percebê-lo. É isso que queremos construir com as nossas marcas. Um programa que, numa fase inicial, permita identificar o impacto ambiental produzido e, numa segunda fase, definir as medidas de melhoria e otimização», afirma Luís Roque, cofundador e CEO da HUUB. «Gerimos, neste momento, cerca de 70 marcas, na sua maioria, insígnias slow fashion com a sustentabilidade no seu ADN. Queremos ajudá-las a crescer e a ganhar escala, mas de uma forma sustentada e consciente. Acima de tudo, queremos com isto criar um efeito de contágio positivo, que se estenda a toda a indústria da moda a médio prazo», explica. O stand da HUUB na Web Summit terá também uma “Fashion Footprint Calculator” para que os visitantes possam perceber o impacto das escolhas de vestuário no meio ambiente. O programa de transparência carbónica fará parte do Growth Summit Stage dia 7 de novembro.
3. O fim da Zac Posen
Zac Posen prepara-se para encerrar a sua marca homónima após 18 anos de atividade, confirmaram os seus proprietários, a House of Z e a Z-Spoke, no contexto de uma «revisão estratégica e financeira abrangente dos negócios». O site da marca já foi descontinuado e a coleção de primavera, exibida em setembro, não irá para produção. A administração afirma estar «dececionada com este resultado», mas «acredita que um afastamento organizado nesta fase é o melhor». Posen também confessou ao WWD que «os meus parceiros e eu tentamos tudo o que foi possível, dentro dos nossos recursos, para encontrar soluções para continuar», mas «o tempo acabou». Após a declaração de encerramento, o designer partilhou uma publicação pessoal no Instagram, expressando o seu «agradecimento à nossa equipa extraordinária e a todos aqueles que estiveram ao meu lado e ao lado da marca», acrescentando que «continuo incrivelmente orgulhoso do que criamos e expectante para o futuro». Embora não tenha fornecido detalhes quanto aos seus planos, Posen espera ter «uma longa carreira pela frente. Agora, esta é uma nova etapa», revelou ao WWD.
4. Roupa interior sem odor
A Elemental Essentials está a fazer uma campanha na plataforma Kickstarter para uma nova linha de roupa interior que elimina naturalmente o odor e as bactérias, através da incorporação de zinco produzido de forma sustentável. Este lançamento compreende três novos produtos: uma t-shirt clássica, cuecas e boxers, e meias curtas e pela canela. A gama é produzida com a tecnologia Zincore, um método patenteado que envolve a introdução de zinco diretamente numa fibra polimérica para maximizar as suas propriedades antimicrobianas. Segundo a marca, o zinco pode contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico, promovendo a regeneração celular, bem como auxiliar no tratamento do acne e do eczema. Sugere ainda que os utilizadores não precisam obrigatoriamente de lavar as roupas, mesmo que usadas por dias consecutivos, dadas as propriedades de combate ao odor, respirabilidade e capacidade de absorção da humidade do material. Por outro lado, a marca salienta que o poliéster incorporado nos seus produtos é recolhido de garrafas de plástico recicladas. «Começámos a trabalhar neste projeto há três anos com um único par de meias que evoluiu para uma linha de artigos essenciais», expressou orgulhosamente Timothy Brittain, cofundador da Elemental Essentials, em comunicado, acrescentado que «queremos cumprir a nossa parte ao encerrar o ciclo de plásticos descartáveis para sempre». Neste sentido, a marca revela que os seus produtos cumprem o Standard 100 da Oeko-Tex, uma certificação que garante a realização de testes rigorosos para eliminar materiais nocivos ou prejudiciais ao meio ambiente dos produtos de consumo, e que as fibras com zinco retêm as suas propriedades antimicrobianas após cem lavagens. Timothy Brittain acredita que «as empresas de fast fashion estão a produzir vestuário a um ritmo alarmante, fabricadas com grande rapidez, mas igualmente descartadas instantaneamente». A Elemental Essentials prevê arrecadar 50 mil dólares (45 mil euros) em contribuições dos consumidores, através da Kickstarter, para iniciar a produção em novembro – se o financiamento atingir os 75 mil dólares, irão ser acrescentadas mais duas opções de cores à linha de produção, promete a marca.
5. Li Ning acelera na Bolsa
A empresa chinesa Li Ning, fundada pelo homónimo ex-ginasta olímpico, lidera atualmente o mercado de ações, no seio das marcas de vestuário desportivo. A Li Ning mais do que triplicou o seu valor na bolsa de Hong Kong este ano, colocando-a no topo da tabela do índice MSCI Asia Pacific. A empresa tem beneficiado de uma crescente popularidade da moda desportiva na China, o que levou o banco Morgan Stanley a elevar o objetivo de preço destas ações no início de outubro. A Li Ning também prevê beneficiar de um consumo patriótico, potenciado pela disputa entre a China e a NBA, defende Kay Hian, do banco UOB. De facto, não é a primeira vez que a empresa chinesa, listada em bolsa desde 2004, atinge tamanha popularidade. Já em 2007, as ações estavam cotadas em níveis semelhantes, assim como aconteceu em 2010, antes de sofrer uma crise durante alguns anos. Uma década mais tarde, a Li Ning volta à ribalta, desta vez potenciada pelos investidores que procuram empresas de consumo aparentemente imunes à desaceleração do crescimento da China e à guerra comercial com os EUA. Também a sua concorrente Anta Sports Products Ltd. cresceu no mercado bolsista este ano, com uma subida de 87%. Embora as ações da Li Ning estejam a ficar mais caras, com um valor 35 vezes superior aos lucros projetados para 12 meses – em comparação com 30 vezes mais para a Nike Inc. e 25 vezes mais para a Adidas AG –, os analistas continuam otimistas, com 28 a recomendarem a compra, seis neutros e zero recomendações de venda.
6. Empresas temem aumento dos custos
O estudo Aprovisionamento Cognitivo de 2019 da LevaData revela que 89% dos fornecedores da cadeia de aprovisionamento estão reticentes relativamente aos efeitos das tarifas sobre os custos de produção no próximo ano. O estudo reúne as observações de mais de 200 líderes de aprovisionamento em empresas de produção de todo o mundo, assim como uma análise das suas práticas e ferramentas de sourcing, focando-se na adoção de tecnologias transformadoras. Uma das conclusões aponta que a produção de bens de consumo, automóveis, tecnologias e telecomunicações serão as áreas que sofrerão um maior impacto. Os inquiridos revelaram um conjunto de métodos que poderão vir a adotar no sentido de reduzir a inflação dos custos de produção: 45% esperam poupar custos através de processos produtivos mais eficientes; 54% reconhece que terá de aumentar o preço de venda; e 43% planeia renegociar acordos com os fornecedores. A LevaData indica também que as produtoras ainda são muito dependentes de processos analógicos obsoletos, apesar da tendência crescente para soluções tecnológicas mais avançadas. Rajesh Kalidindi, fundador e CEO da LevaData, explica que «o estudo deste ano mostra que um número surpreendentemente elevado de empresas e equipas de scourcing ainda usam os mesmos sistemas e processos analógicos de há mais de 20 anos», acrescentando que «só a falta de informação localizada de forma centralizada expõe estas empresas a riscos significativos». Em contrapartida, continua, «um número pequeno, mas crescente, de empresas está a adotar tecnologias transformadoras que permitirão considerar estrategicamente milhões de dados que afetam a cadeia de aprovisionamento e a engenharia de produto», melhorando a sua capacidade de resposta à concorrência. Para além do fraco investimento em tecnologias de informação, o estudo reflete a falha generalizada das empresas que não consideram o sourcing estratégico em maior escala – apenas 5% dos inquiridos acreditam ter potencial para «criar uma vantagem competitiva», enquanto 68% estavam unicamente focados na redução dos custos.