Breves

  1. JD Sports revela marcas mais vendidas em Portugal
  2. PepsiCo explora a moda com a Huemn
  3. Adidas recolhe equipamentos usados
  4. Tejidos Royo faz campanha para poupar água
  5. Alfaiates travam devoluções na Myntra
  6. Finisterre estreia sacos seguros para o oceano

1. JD Sports revela marcas mais vendidas em Portugal

A JD Sports revelou as 20 marcas de streetstyle mais vendidas em Portugal. Os primeiros 10 lugares são ocupados pela Adidas, Nike, Fila, Vans, New Balance, Lacoste, Puma, McKenzie, Champion e Sik Silk. A tabela das 20 marcas mais vendidas em Portugal fica completa com a Converse Nether, Crep Protect, Reebok, Ellesse, New Era Cap Co., Supply & Demand, Implus, Illusive, The North Face e Athlete. Os dados avançados pela retalhista britânica JD Sports, que conta com 20 lojas em Portugal, mostram ainda que as marcas Champion e Ellesse conquistaram as subidas de classificação mais acentuadas, para o 9.º e 14.º lugar, respetivamente. A americana Champion e a italiana Ellesse cresceram 118,37% e 1.227,89% entre 2018 e 2019.

2. PepsiCo explora a moda com a Huemn

A PepsiCo anunciou a entrada no mundo da moda com o lançamento da Huemn, uma marca de vestuário ética e sustentável na Índia. A marca de pronto-a-vestir foi lançada em Nova Deli e apresenta tecidos denim feitos a partir de plástico reciclado de acordo com a política da empresa, que pretende que os plásticos nunca se tornem resíduos. «A coleção é uma amálgama da ética de ambas as marcas e um esforço para aproximar os dois públicos com uma linha de produtos inclusiva, impulsionada pela cultura popular e pela moda de vanguarda», afirma Shyma Shetty, cofundadora da Huemn. Relativamente ao lançamento, Shagun Sachdeva, analista de consumo da GlobalData, considera que a racionalidade faz parte da estratégia da PepsiCo para diversificar das categorias principais e «aumentar os pontos de contacto com a geração mais jovem». Segundo as informações da GlobalData, o mercado de vestuário na Índia aumentou rapidamente, de 32 mil milhões de dólares (28,8 mil milhões de euros) para 59 mil milhões de dólares em 2018. Embora inúmeras marcas estejam a lutar para conseguir espaço no mercado, empresas como a Reliance Trends, Pantaloons, Wrangle, John Player e Raymond estão a liderar o sector. «A Huemn oferece à PepsiCo uma forma de conseguir que o risco seja relativamente mais baixo para mapear o roteiro de crescimento sem colocar as marcas principais em risco. A Huemn pode potenciar a escala operacional, o alcance global e a ambição da PepsiCo para aprimorar a própria linha de produtos e proporcionar produtos de moda éticos e sustentáveis», acredita Shagun Sachdeva. «Uma vez que os consumidores estão voltados para a tendência crescente de usar produtos naturais, a PepsiCo pretende conectar-se com o novo tipo de consumidor através de produtos ecológicos, como o denim feito de plástico reciclado. Espera-se que a mudança na marca suscite interesse nas gerações mais jovens, ambientalmente conscientes», acrescenta o analista.

3. Adidas recolhe equipamentos usados

A Adidas lançou um novo serviço que permite que os clientes do Reino Unido troquem os equipamentos que já não usam para evitar que acabem no lixo. A iniciativa “Infinite Play” foi desenvolvida com o London Waste and Recycling Board (LWARB) e com a empresa de consultoria em negócios circulares QSA Partners. Através de uma aplicação disponibilizada pela Adidas, os clientes podem receber um cartão de oferta eletrónico ou armazenar pontos em troca de artigos Adidas. A marca está também a trabalhar com a solução para reduzir o desperdício no consumo Stuffstr na iniciativa, que será incorporada na aplicação existente da Adidas. Os artigos recolhidos serão revendidos ou reciclados. O serviço surgiu como resultado da parceria entre a Adidas e a Stuffstr e foi concebido para tornar mais fácil e rápido o processo de troca, oferecendo ao consumidor opções de recolhas gratuitas. O Infinite Play é um dos vários modelos circulares de negócio que as empresas podem optar para obter mais valor e lucro, ao mesmo tempo que reduzem o seu impacto ambiental. A reutilização ajuda a prolongar a vida dos produtos e aumentar a vida útil do vestuário em nove meses poderia reduzir a pegada anual de carbono, de água e de resíduos no vestuário, no Reino Unido em 20% a 30% cada. À medida que as mudanças climáticas se tornam cada vez uma problemática mais urgente para o público e para as marcas, os retalhistas que não evoluam no sentido de apresentar soluções para a pegada de carbono ficam para trás, segundo a perspetiva da Adidas. Um estudo recente descobriu que 75% dos consumidores inquiridos considera que a sustentabilidade é importante ou extremamente importante. Mais de um terço dos consumidores confidenciou já ter trocado de marca favorita para outra que inclua práticas ambientais e sociais credíveis e positivas. «Como marca entendemos os desafios que o modelo linear trouxe», afirma David Quass, diretor de inovação do modelo de negócio e de parcerias de marcas na Adidas. «Quando falamos em deitar coisas fora, não há nenhum “fora”, as coisas simplesmente acabam noutro lugar. Os nossos clientes têm uma consciência elevada do impacto do seu consumo e dos desafios que enfrentamos como planeta e querem saber como podem fazer a diferença. Desenvolvemos o Adidas Infinite Play para dar aos nossos clientes uma melhor escolha para que, juntos, possamos partilhar a responsabilidade e reduzir a pegada de carbono, de água e de resíduos», acrescenta. A LWARB e QSA Partners estão a trabalhar com a Adidas, a Ted Baker e a Farfetch para explorar o modelo de negócio de economia circular como parte da iniciativa da C&A Foundation “Bridging the Gap”. «Com 350 toneladas ou 140 milhões de libras de vestuário a entrar anualmente em aterros no Reino Unido e 30 mil milhões de libras paradas no fundo dos nossos armários, desenvolvimentos como este são bons para o negócio e cruciais para o meio ambiente», acredita James Close, responsável pelo Programa Circular de Londres da LWARB. «Serviços de recuperação e revenda como o Adidas Infinite Play ajudam as empresas a ganhar a lealdade dos clientes e, ao mesmo tempo, atenua alguns dos piores impactos da indústria têxtil nas mudanças climáticas», sublinha.

4. Tejidos Royo faz campanha para poupar água

“One Million Liters” (Um milhão de litros) é o nome da campanha lançada no Kingpins Show em Amesterdão com o objetivo de consciencializar as pessoas para a quantidade de água gasta no processo de produção de denim. A campanha pretende incentivar os participantes e consumidores da indústria a doarem um milhão de litros de água para uma boa causa. A fabricante espanhola de têxteis Tejido Royo é a responsável pela iniciativa e desenvolveu o processo DryIndigo, que tinge sem utilizar água. O processo foi desenvolvido com a Gaston Systems e a Indigo Mill Designs (IMD). Até ao momento, a empresa afirma ter economizado mais de um milhão de litros de água no tingimento de denim. A missão da campanha é mostrar como mudar uma parte do processo de produção pode acelerar a mudança para alcançar uma indústria mais sustentável. Através da plataforma www.onemillionliters.com e das redes sociais, a meta para 2020 é consciencializar a Europa e os EUA de modo a que os utilizadores das plataformas se sintam encorajados a partilhar sugestões sobre a causa que mais beneficiaria de um milhão de litros de água. O vencedor do donativo será selecionado entre os projetos propostos até 30 de novembro de 2019 e será revelado em fevereiro de 2020. O milhão de litros de água será transportado até ao destino final. A Tejidos Royo já contribuiu com o primeiro milhão de litros de água economizados para a UNICEF, para melhorar a vida de milhares de crianças em todo o mundo. De acordo com relatórios da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, o sector de moda usa uma quantidade de água equivalente à necessidade de cinco milhões de pessoas durante um ano. Já a produção de um par de calças, que use um sistema convencional, gasta uma quantidade de água equivalente à que uma pessoa precisa de beber ao longo de sete anos. A DryIndigo usa 0% de água durante o processo de tingimento e reduz o consumo energia até 65% durante a produção. Também usa 89% menos produtos químicos e elimina por completo a descarga de águas residuais. «Na indústria têxtil, precisamos de reorganizar os processos para que nos possamos tornar numa indústria muito mais sustentável», explica José Rafael Royo, membro do conselho de administração da empresa. «Estamos perante a revolução sustentável do denim e com a campanha “One Million Liters” queremos que todos participem, para que, juntos, possamos alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas antes de 2030», sublinha.

5. Alfaiates travam devoluções na Myntra

A retalhista de moda indiana Myntra, uma plataforma da Flipkart, criou uma forma de reduzir as devoluções e os reembolsos causados pelas roupas mal ajustadas. Juntaram-se a alfaiates para entregar e transportar os artigos, procedendo às alterações da peça no local. Os alfaiates pegam nas encomendas nos armazéns e entregam-nas ao cliente. Outras empresas como a Raymond e a Abof.com, que são propriedade da Birla, estão a fazer mudanças neste sentido, de forma a criar parcerias com alfaiates locais como agentes de entrega. De acordo com dados da GlobalData, as vendas online na Índia atingiram os 17,2 mil milhões de dólares (cerca de 15,5 mil milhões de euros) em 2017 e espera-se que cheguem a 69,9 mil milhões de dólares até 2022. As vendas online de vestuário na Índia têm vindo a aumentar exponencialmente nos últimos anos, atingindo os cinco mil milhões de dólares em 2018, como consequência da maior oferta de descontos dos retalhistas na internet. Atualmente o mercado está fragmentado e a Amazon é líder, com uma quota de 5% em todas as categorias. Para resolver esta problemática, empresas como a Myntra estão a tentar encontrar formas inovadoras de agradar aos clientes. «A Myntra começou a oferecer serviços alternativos em Bengaluru em 2016. Com a mudança atual, a empresa procura solucionar o desconforto que os consumidores sentem ao procurar alfaiates para fins de alteração. O objetivo é corrigir a discrepância de vendas e, ao mesmo tempo, melhorar a satisfação do cliente, ajustando as falhas à porta», afirma Shagun Sachdva, analista da perceção do consumidor na GlobalData. «A Myntra reduziu o prejuízo de 96 milhões de dólares no ano fiscal de 2017 para 22 milhões em 2018 e está a tentar tornar-se lucrativa e este tipo de medidas de redução de perdas pode ajudar», salienta.

6. Finisterre estreia sacos seguros para o oceano

A marca britânica de surfwear Finisterre tornou-se a primeira marca a usar sacos feitos de polímero Aquapak, que pode ser reciclado ou dissolvido, depois de utilizado. A nova embalagem entrará na sua cadeia de aprovisionamento em linhas selecionadas de vestuário em malha ainda durante o mês de outubro, antes da implementação completa em fevereiro, altura em que a embalagem será aplicada a todo o vestuário da coleção de primavera-verão 2020 da marca. Feitos a partir de uma versão solúvel em água quente do material Hydropol da Aquapak, os sacos que vão ser usados pela Finisterre podem ser reciclados ou dissolvidos e colocados posteriormente, em prejudicar o ambiente, nos sistemas de águas residuais. A redução do impacto ambiental, foi, desde a sua fundação em 2003, uma das prioridades da Finisterre. Em 2018, assumiu o compromisso de erradicar o plástico de utilização única e não-degradável, o que a levou a colaborar com a Aquapak – empresa que desenvolve e fabrica produtos de resina polimérica hidrofílica não-tóxicos e não-poluentes. O polímero Aquapak pode ser utilizado por si só para substituir os tradicionais sacos de uso único ou, então, combinado com outros materiais para criar produtos e soluções de embalamento para diversas indústrias. Mark Lapping, CEO na Aquapak Polymer, sustenta que «a ciência por detrás dos nossos produtos é uma solução real para a crise de plástico do mundo e esperamos ver uma reação positiva nos seus consumidores – percebendo que não estão a aprofundar o problema, mas a ajudar a resolvê-lo». O diretor técnico da Aquapak, John Williams, acrescenta que «a quantidade de poluição de embalagens de plástico tradicionais tem sido, compreensivelmente, uma fonte de preocupação em todo o mundo. Vários anos de pesquisa e desenvolvimento permitiram à Aquapak criar uma alternativa ao tradicional», já que «a embalagem de plástico hidrofóbico oferece todas as funcionalidades do plástico utlizado habitualmente, ao mesmo tempo que cobre as preocupações que lhe estão inerentes».