- Elevenate investe em software da Gerber
- Primark desmarca-se da Amazon
- PrimaLoft junta-se à Parley for the Oceans
- Influenciadores fazem crescer fast fashion
- Hohenstein estuda vestuário em ação
- Macy’s e Bloomingdale’s banem pelos de animais
1. Elevenate investe em software da Gerber
A marca sueca de performance Elevenate está a recorrer ao software de gestão do ciclo de vida do produto (PLM) para garantir um maior controlo sobre a sua cadeia de aprovisionamento e uma maior simplificação dos processos com o objetivo de melhorar a satisfação dos consumidores. A marca planeia implementar o YuniquePLM da Gerber Technology para acelerar os processos de design e desenvolvimento de produto e permitir o acompanhamento de uma procura cada vez mais desafiante. A plataforma também ajudará a marca a visualizar de forma mais eficaz a sua cadeia de aprovisionamento, a reduzir erros e diminuir o tempo de colocação do produto no mercado, através de uma melhoria na integração com outras fases do seu fluxo de trabalho. Tim Larsson, gestor de projetos da Elevenate, afirma que «implementar o YuniquePLM representa um grande passo no sentido de tornar o nosso negócio mais eficiente e ágil». Fundada em 2010 em Åre, na Suécia, a marca provou o sucesso do conceito de desenvolvimento interno de produtos e design de moldes com o software CAD AccuMark da Gerber Technology, bem como a produção com controlo de qualidade, colaborando com parceiros selecionados que também recorrem à mesma tecnologia.
2. Primark desmarca-se da Amazon
Depois de saber que os seus produtos estavam a ser vendidos na Amazon a preços mais elevados, a retalhista irlandesa está a avisar os seus clientes para não os comprarem em plataformas online. A Primark informa que não tem qualquer parceria comercial com a Amazon, logo quaisquer artigos que surjam no site estão a ser revendidos por terceiros que inflacionaram os preços. «Incentivamos os nossos clientes a visitarem as nossas lojas para encontrarem o melhor preço», declara o porta-voz da empresa. Os produtos da Primark a ser vendidos na Amazon integram maioritariamente as categorias de vestuário de senhora, decoração e merchandise da Disney e do Harry Potter, com uma inflação do preço entre 50% a 75%. Neste contexto, os clientes aproveitaram a oportunidade para reivindicar à empresa, através do Twitter, a disponibilização da sua oferta online, argumentando que nem sempre conseguem visitar uma das suas lojas. A Primark tem mantido a sua posição de não enveredar pelo comércio online para continuar a praticar preços baixos. Paul Lister, diretor de comércio ético e sustentabilidade ambiental da empresa, também revelou ao parlamento britânico, numa audiência sobre “Sustentabilidade da Indústria da Moda”, que a retalhista não faz ações publicitárias significativas, poupando cerca de 150 milhões de libras (173,38 milhões de euros) por ano, comparativamente com alguns dos seus maiores concorrentes. Além disso, a Primark tem acordos com as fábricas que incluem prazos de entrega mais longos, em períodos de menor atividade.
3. PrimaLoft junta-se à Parley for the Oceans
A especialista em têxteis de performance PrimaLoft anunciou uma colaboração com a organização ambiental Parley for the Oceans para transformar o plástico recolhido em ilhas remotas, praias e comunidades costeiras em materiais de isolamento de alto desempenho. O CEO da PrimaLoft, Mike Joyce, acredita que ambos têm «os mesmos objetivos: reduzir a poluição de plástico no nosso planeta, especialmente nos oceanos. Evitar a produção de novos materiais de base fóssil sempre que possível é também uma prioridade. Após o lançamento da PrimaLoft Bio e garantindo que a nossa fibra está pronta para ser utilizada numa economia circular, esta é uma importante peça-chave nos nossos esforços sustentáveis». A empresa planeia também apoiar a Parley for the Oceans, que opera já em 28 países, recolhendo os resíduos plásticos de praias, ilhas e comunidades costeiras, nos projetos para prevenir a poluição dos oceanos. Em 2015, os primeiros produtos produzidos com Parley Ocean Plastic colocaram a crise da poluição marítima na ribalta e apresentaram uma solução que diverge das abordagens tradicionais de reciclagem. Cyrill Gutsch, fundador e CEO da Parley for the Oceans, argumenta que a «Parley Ocean Plastic é uma marca registada de uma gama de materiais premium para transformar produtos em Símbolos de Mudança e financiar a nossa batalha contra a poluição marítima de plástico». O CEO acredita que «o enorme sucesso das nossas parcerias com marcas como Adidas e Stella McCartney, atletas, artistas e entertainers de renome internacional provocou um efeito de transição em toda a indústria».
4. Influenciadores fazem crescer fast fashion
Mais de metade dos consumidores do Reino Unido acreditam que os influenciadores digitais têm uma grande influência no crescimento da fast fashion. As mudas constantes de coordenados e o uso do chamado “swipe up”, o link que os influenciadores partilham no Instagram que basta deslizar para aceder, ou dos links afiliados, só incentiva os seguidores a comprarem cada vez mais. De acordo com um novo estudo da Fashion Retail Academy, mais de metade (54%) dos inquiridos acredita que alguns influenciadores têm um efeito considerável no aumento da fast fashion. Um terço dos britânicos procura o Instagram e os anúncios em redes sociais para terem inspirações de moda. Os influenciadores também ditam as tendências e, consequentemente, o que as pessoas vestem e, nas fotografias que publicam, têm sempre a preocupação de nunca repetir as mesmas peças. O processo de compra está mais simplificado que nunca para os consumidores, uma vez que os influenciadores disponibilizam links afiliados que ligam o comprador com o artigo em questão. Por cada compra a partir desse link, os influenciadores ganham comissões. A tendência para comprar roupa só para uma estação faz parte da geração da fast fashion, que prefere comprar peças mais baratas para uma determinada época, o que faz com que cada artigo seja usado poucas vezes. O estudo mostra que a partilha de fotos no Instagram é uma das fontes de inspiração mais usadas, com quase um quinto das pessoas (17%) a usar a plataforma para seguir tendências comparativamente com 8% há cinco anos. A publicidade nas redes sociais também se tornou mais influente, visto que 13% das pessoas considera que tem impacto na decisão de compra de artigos de moda. Há cinco anos apenas 7% das pessoas tinha esta perspetiva. A família e os amigos continuam a ter uma grande preponderância no que diz respeito à inspiração. Um quarto das pessoas (26%) comprova esta afirmação. No entanto, as montras continuam a ser fonte de inspiração, com mais de um quinto (21%) a admitir que ainda contemplam as vitrines para ter ideias de conjugações. Em Londres, o número chega a 30%. «A inspiração de moda chegou a ser dominada pelas produções fotográficas das revistas, mas agora cada vez mais pessoas estão a fazer dinheiro com as redes sociais», refere Lee Lucas, diretor e CEO da Fashion Retail Academy. «Por sua vez, os influenciadores inspiram outras pessoas a irem às lojas para criar looks semelhantes aos deles. Contudo, nem todos têm a possibilidade de pagar as melhores marcas, então os retalhistas que vendem vestuário mais acessível são a principal escolha dessas pessoas», acrescenta. A Fashion Retail Academy, fundada em 2005 como uma parceria público-privada, com um investimento conjunto da indústria de retalho e do governo, incentiva os consumidores a dar as peças de vestuário que ainda estejam em boas condições a lojas sociais.
5. Hohenstein estuda vestuário em ação
Um novo scanner corporal 4D desenvolvido pelo Instituto Hohenstein vai ser usado num projeto de investigação estruturado para incentivar o avanço do conhecimento e dos processos, ao longo da indústria do vestuário. Este estudo, intitulado “Mobilitätsrestriktionen” (restrições à mobilidade, em português), concentra-se nas alterações das medidas do corpo durante o movimento. Previsto para terminar em outubro de 2020, o projeto foi financiado pela Federação Alemã de Associações de Investigação Industrial (AiF, na sigla original) e tem como objetivo desenvolver um método standardizado para analisar a forma como o vestuário restringe o movimento, assim como o efeito inverso. A digitalização em 4D apresenta a forma e tamanho do corpo, revelando as suas alterações durante movimentos relevantes. Neste contexto, o 4D reduz ou elimina o tempo e o custo da prototipagem, criando melhores dados para a produção de gráficos relativos ao tamanho e forma, que, por sua vez, permitem minimizar o consumo de materiais e consequente desperdício. Por outro lado, esta informação também garante a criação de peças que vestem melhor o corpo, o que poderá refletir-se positivamente nos lucros e na fidelização às marcas.
6. Macy’s e Bloomingdale’s banem pelos de animais
As department stores americana Macy’s e Bloomingdale’s vão deixar de vender artigos com pelos até 2021. A Macy’s afirma também que os pelos não serão vendidos nas lojas off-price, incluindo a Macy’s Backstage e o outtlet da Bloomingale’s. Como parte do compromisso, a Macy’s irá fechar os Fur Vaults. «Nos últimos dois anos, temos seguido atentamente as tendências dos consumidores e das marcas, dando ouvidos aos nossos clientes e a procurar alternativas aos pelos», indica o CEO da Macy’s, Jeff Gennette. «Ouvimos os nossos colegas, incluindo os feedbacks diretos do nosso Go Green Employee Resource Group, e reunimo-nos regularmente por causa desses tópicos com a Humane Society dos EUA e outras organizações não-governamentais. As marcas da Macy’s já não utilizam pelos e pretendemos expandir essa prática a toda a Macy’s. A Inc será o próximo passo. Vamos continuar a oferecer alternativas de alta qualidade, mas com pelo artificial», acrescenta. «Esta declaração vai ao encontro das opiniões de vários consumidores no mercado. Os outros retalhistas devem segui-las. Com tantos designers, grandes cidades e agora uma providência contra a venda de pelos, estamos muito perto de acabar com esta prática desumana desnecessária», considera Kitty Block, CEO da Human Society dos EUA. O anúncio da Macy’s segue-se ao anúncio de que a Califórnia se tornou o primeiro Estado dos EUA a banir a venda e produção de pelos de animais, como coelhos, coiotes e vison.