Breves

  1. CE lança programa para atrair jovens para a ITV
  2. Spinnova à escala comercial
  3. Personalização é a chave para o sucesso
  4. Osklen redefine o conceito de luxo
  5. Índia em passo lento
  6. Glaciares inspiram coleção da Canada Goose

1. CE lança programa para atrair jovens para a ITV

A Comissão Europeia criou um programa para cativar os jovens para os sectores do têxtil, vestuário, calçado e curtumes. O objetivo é dar a conhecer as oportunidades profissionais em áreas ligadas às tecnologias digitais e à inovação nestes sectores, que influenciam a economia europeia. O projeto chama-se “Open Your Mind” e será apresentado no dia 24 de outubro, às 15 horas, na Alfândega do Porto, no showroom Brand Up do Portugal Fashion. A iniciativa é executada pela Agência de Execução para as Pequenas e Médias Empresas (EASME) e pela DG GROW – Direção-Geral do Mercado Interno, da Indústria, do Empreendedorismo e das PME e irá decorrer em seis países, sendo Portugal um dos escolhidos.

2. Spinnova à escala comercial

A empresa de acabamento de fibras sustentáveis Spinnova investiu 11 milhões de euros para elevar os seus produtos têxteis à base de celulose à escala comercial. A estratégia envolveu o desenvolvimento de uma tecnologia para produzir fibras de celulose a partir de madeira e resíduos que contenham esta matéria-prima, tal como a palha. Ao contrário do processo da viscose, este não inclui dissolventes ou outros químicos complexos e não envolve desperdícios. O processo de expansão comercial iniciou-se após o sucesso da fase de teste do conceito na sua unidade piloto na Finlândia, que terminou em dezembro, e foi aprimorado no início de 2019. Agora totalmente operacional, a unidade está a produzir a fibra para as marcas parceiras da empresa. Em setembro, a Spinnova anunciou a sua colaboração com a marca de vestuário Bergans para produzir equipamento de outdoor. Depois da última ronda de financiamento, junto de vários tipos de investidores, o próximo passo é assinar acordos com marcas que queiram recorrer às fibras sustentáveis. Janne Poranen, CEO e cofundadora da empresa, afirma que a estratégia é «trabalharmos de forma próxima às marcas no desenvolvimento dos nossos produtos de fibra e escalar a tecnologia sustentável a grandes volumes com parceiros industriais».

3. Personalização é a chave para o sucesso

Os retalhistas britânicos têm perdido potencialmente até 102 mil milhões de libras (118,1 mil milhões de euros) de vendas por ano devido às más experiências dos consumidores, com um estudo a concluir que a chave para melhorar os resultados passa pela otimização da personalização. Craig Summers, diretor da Manhattan Associates, explica que «a personalização não é nada de novo, mas se os básicos não estão corretos, os retalhistas arriscam-se a não entregar uma experiência [positiva] aos consumidores». Summers acrescenta ainda que «o cliente moderno exige uma experiência conectada e consistente, personalizada à sua medida, seja online ou em loja». A forma como os retalhistas podem interagir com os clientes mudou radicalmente durante a última década, desde a expansão das redes sociais. Além disso, a atratividade da inteligência artificial e a promessa de ofertas únicas potenciam as oportunidades de personalização, transformando-a numa estratégia de captação de clientes, pela maximização da sua experiência. Deste modo, Summers defende que a chave está em «acertar nos básicos», ou seja, garantir a disponibilidade dos produtos em stock, bem como a sua rastreabilidade ao longo da cadeia de aprovisionamento, reservá-los por um determinado período para o cliente poder experimentar ou enviá-lo para uma localização à sua escolha. No fundo, é garantir «a qualidade da interação. E isso significa considerar não apenas a precisão da oferta promocional, mas também a experiência completa do consumidor». O diretor da Manhattan Associates acredita que os retalhistas precisam de voltar ao básico, já que «ao criar uma experiência verdadeiramente envolvente para seus clientes, podem encontrar uma maneira de tornar a personalização novamente rentável».

4. Osklen redefine o conceito de luxo

A marca de luxo brasileira Osklen quer redefinir e aprimorar o conceito de luxo básico e sofisticado. Para isso, incorporou a tecnologia anti-odor da Polygiene na nova coleção de t-shirts pretas produzidas de forma sustentável. A edição limitada de t-shirts estará disponível este mês como parte da coleção ASAP Forests, que suscitou interesse no país de origem e na Vogue Brasil. A empresa sueca Polygiene é especialista em tecnologia de controlo de odores e, ao colaborar na coleção-cápsula da Osklen, acredita que está a dar um novo sentido de evolução ao mercado de luxo. «A forma como priorizamos a responsabilidade social e as formas de trabalhar para conservar recursos naturais está completamente ligada à nossa estratégia de sustentabilidade para minimizar o uso de recursos e prolongar a durabilidade das roupas», afirma Ulrika Björk, CEO da Polygiene. «Desde que abrimos portas ao mercado brasileiro, de longe a maior economia na Améria Latina, o nosso objetivo é em breve poder ter mais parceiros desta dimensão para juntar à lista de clientes», reforça. A Osklen refere que as camisolas vão incluir um toque tradicional com linhas elegantes à mistura e serão feitas com ecotton, um tipo de algodão do Brasil com um certificado restrito de sustentabilidade. O tratamento anti-odor nos tecidos é feito pela Polygiene. A empresa sueca afirma que os artigos tratados com a tecnologia exigem lavagens menos frequentes e, consequentemente, conservam-se durante mais tempo. A durabilidade dos produtos é um aspeto fundamental que vai ao encontro dos objetivos da Osklen de ser sustentável e de renovar o conceito de luxo. «Hoje em dia uma marca é identificada como luxuosa se representar os chamados bons valores. Isso requer assumir responsabilidade social e preservar os recursos naturas para as futuras gerações», alega Oskar Metsavaht, fundador e diretor criação da Osklen. Atualmente a marca de luxo tem 53 lojas próprias e 22 franchisados no Brasil com filiais de retalho em Miami, Mykonos, Nova Iorque, Punta del Este, Uruguai e Tóquio. O relatório “Deeper Luxury”, da organização World Wildlife Fund, atribuiu a distinção “Future Maker” a Oskar Metsavaht pelo trabalho desenvolvido na Osklen. Embora a Osklen tenha progredido, enquanto marca de luxo brasileira, na área da sustentabilidade, um estudo de 2018 da Fashion Revolution apontou a Malwee como a marca mais sustentável do país, com 53% no índice de transparência. A Osklen obteve uma classificação de 34%.

5. Índia em passo lento

Após três meses de declínio, as exportações de vestuário indianas continuam em processo de desaceleração, depois de uma taxa de crescimento de 11% em julho, comparativamente com o mês anterior. Segundo a Associação de Produtores de Vestuário da Índia (CMAI, na sigla original), o país exportou 1,36 mil milhões de dólares (1,22 mil milhões de euros) em produtos de vestuário, durante o mês de julho, o que representa um crescimento de 7% face ao período homólogo anterior. As previsões para agosto apontam para um novo declínio de 2% face ao ano passado e 8% desde julho. Apesar dos produtores indianos se terem esforçado para conter a diminuição das exportações para a maioria dos principais mercados, durante os meses de abril a julho de 2019, as remessas para os EUA registaram um crescimento de apenas 7% em relação ao mesmo período de 2018. Efetivamente, os EUA são o maior mercado de destino do vestuário da Índia, com as vendas durante esse período a atingirem 1,47 mil milhões de dólares. Por outro lado, as exportações para a Arábia Saudita e Japão cresceram 59% e 8%, respetivamente, enquanto o Reino Unido e a Alemanha – dois dos maiores importadores de vestuário indiano – diminuíram 2% e 11%, respetivamente, durante o mesmo período. Por outro lado, entre abril e julho, quase todas as marcas de moda e produtores de vestuário sentiram um aumento nas suas receitas e nas suas margens de lucros operacionais. O estudo da CMAI explica que o «crescimento da margem de lucro operacional para a maioria das empresas é também muito elevado, com a Gokaldas Exports e a Pearl Global a evidenciar uma subida de 11,3 e 4,6 pontos percentuais, respetivamente». Contudo, esclarece que estes dados podem estar inflacionados pela alteração das regras de contabilização na Índia, que tiveram influência durante este período. No que diz respeito às importações indianas, os dados de julho apontam para um crescimento no sector do vestuário de 40% comparativamente ao mês anterior e 8% face a julho de 2018. O Bangladesh continuou no topo enquanto maior fornecedor da Índia, com as suas vendas a registarem um aumento de 31% entre abril e julho, face ao período homólogo do ano anterior.

6. Glaciares inspiram coleção da Canada Goose

A última coleção da Canada Goose é feita com imagens dos lugares destruídos pelas mudanças climáticas. Diane Burko descreve-se como uma «artista exploradora». Desde 2006 que viaja para os locais mais frios do mundo para documentar os glaciares a derreter, um efeito do aquecimento global. A pintora e fotógrafa americana viajou para os três maiores pontos de gelo da Terra, a Península Antártica, o Manto de Gelo da Gronelândia e Svalbard, um território ártico norueguês. Com base nas mudanças climáticas que testemunha, Diane Burko usa o talento para pintar e o fotografar o que vê. Um dos trabalhos mais conhecidos chama-se “Elegy Series” e, à primeira vista, parece abstrato mas, depois de um olhar atento, é possível ver os tons azuis da água e o branco do gelo. As imagens são esteticamente agradáveis, mas também assustam a partir do momento em que se percebe que os glaciares estão a desaparecer e a destruir os ecossistemas do Norte. Karuna Scheinfekd, vice-presidente de design da Canada Goose, juntamente com os outros membros da equipa, viram as imagens no MoMA – Museu da Arte Moderna em Nova Iorque. «Ficamos profundamente comovidos com o que vimos. Soubemos que queríamos colaborar com ela», afirma. A Canada Goose está a lançar uma coleção limitada com o nome Branta, que representa duas imagens da “Elegy Series” de Diane Burko. A coleção terá seis casacos e seis parkas, três para homem e três para mulher. Algumas das parkas são reversíveis: num lado têm uma das imagens de Diane Burko e do outro um acolchoado monocromático. Para Karuna Scheinfekd, a colaboração faz sentido porque a marca serviu durante décadas exploradores, cientistas e oficiais da polícia que passaram muito tempo no Hemisfério Norte. Um dos casacos mais conhecidos, o Snow Mantra, foi criado especificamente para expedições à Antártida. «É realmente lamentável, mas muitos de nós enfrentam condições climáticas como no Ártico e na Antártida», refere. A Canada Goose está a desenhar parkas e casacos modulares que se adaptem a variações do clima, incluindo para dias mais amenos além do frio. «Queremos criar casacos que os clientes possam usar ao longo do dia e do ano. Isso significa que é possível usar no frio, mas depois quando se entra num edifício mais quente ou num comboio não é preciso estar tão carregado», acrescenta Scheinfekd.