Breves

  1. Universidade do Minho recebe professora do MIT
  2. Armazéns do Chiado celebram 20 anos
  3. Mango e Fundação Fero na luta contra o cancro da mama
  4. Resultados da LVMH são «notáveis»
  5. Stella McCartney lança pelo não natural sustentável
  6. Diversidade e inclusão importam para os consumidores

1. Universidade do Minho recebe professora do MIT

No âmbito da conferência “Economia, História e Tecnologia: um tripé para o futuro?”, a Universidade do Minho prepara-se para receber Anna McCants, presidente da Associação Internacional de História Económica e diretora do Programa Concourse do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, no dia 17 de outubro. A abordagem da docente baseia-se numa visão integrada entre humanidades e ciências exatas, desenvolvida na sua investigação conjunta nestas áreas desde os anos 70. O objetivo é evidenciar a importância da educação para a história, sociologia, geografia e demais ciências humanas, numa sociedade tendencialmente preocupada com os avanços económicos, médico-científicos e tecnológicos. Com efeito, no contexto atual de um mundo globalizado, a competitividade, o empreendedorismo e o desenvolvimento têm sido as qualidades de recursos humanos mais procuradas por qualquer entidade coletiva ou individual, desafiando universidades e agências financiadoras a criar ofertas com outro nível de interações curriculares e disciplinares. Já não é a primeira vez que a professora do MIT colabora com a Universidade do Minho – em 2012, participou na conferência internacional “Railroads in Historical Context”, que, mais tarde, resultou num livro. Esta iniciativa, com entrada livre, é organizada pelo Centro Interdisciplinar em Ciências Sociais, pelo Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais e pela Pró-reitoria para a Investigação e Projetos da Universidade do Minho, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

2. Armazéns do Chiado celebram 20 anos

No último fim-de-semana de outubro, os Armazéns do Chiado festejam duas décadas de existência. O centro comercial, gerido pela Multi Portugal, convidou Raquel Tavares para um espetáculo gratuito e aberto ao público, no dia 24 de outubro, e dedica o dia seguinte às compras com ofertas e descontos de 20% em vários produtos de lojas aderentes, desde moda, beleza, acessórios até à restauração. A redução poderá aplicar-se a toda a loja, como é o caso da Pepe Jeans, Magnólia ou Boticário, ou apenas a algumas linhas de produtos. No final do dia, cantam-se os Parabéns aos Armazéns do Chiado, «que prometem apagar as velas de forças renovadas para as próximas décadas», anunciam em comunicado. Contudo, o centro comercial nem sempre foi o espaço de glamour que hoje o caracteriza. Em 1988, houve um incêndio que consumiu por completo o edifício, que «marcou uma geração de portugueses numa época de ouro no coração de Lisboa», descreve em comunicado. Onze anos mais tarde, a sua reconstrução e reabilitação devolveram-lhe a vida e o movimento que fazem deste espaço comercial um dos mais famosos de Lisboa. Os Armazéns do Chiado, pela sua localização central na baixa lisboeta, assumem, para além da componente comercial, um forte compromisso com a cultura, «promovendo exposições e animações, com a certeza permanente de um atendimento personalizado e de qualidade», de acordo com a sua plataforma online.

3. Mango e Fundação Fero na luta contra o cancro da mama

A retalhista espanhola, em parceira com a Fundação Fero, criou uma coleção-cápsula, no âmbito do Dia Internacional da Luta contra o Cancro da Mama, que se celebra a 19 de outubro. Já disponível online e em algumas lojas selecionadas distribuídas pelo mundo, a coleção inclui duas t-shirts, uma sweatshirt e um necessaire da linha de mulher que evidenciam mensagens de força e esperança, além do icónico laço cor-de-rosa. Deste modo, a Mango dá «continuidade à sua contribuição para a luta contra esta doença e colabora mais uma vez com a Fundação Fero, que se dedica a promover a pesquisa oncológica translacional», explica a marca em comunicado. A totalidade dos lucros resultantes das vendas da coleção irão reverter para a fundação. Além disto, a Mango recorreu ao seu clube de fidelização, Mango Likes You, para potenciar as vendas, oferecendo o dobro de Likes aos seus membros pela compra de peças da linha solidária – os Likes obtidos podem, posteriormente, ser trocados por doações a diferentes organizações não-governamentais (ONG). Esta não é a primeira vez que as duas entidades estabelecem uma colaboração a favor desta causa – em 2018, a coleção angariou mais de 320 mil euros, que se destinaram exclusivamente a um programa de Diagnóstico Molecular Avançado do Cancro da Mama, cujo objetivo é «detetar as alterações moleculares que são fulcrais no desenvolvimento do tumor e suscetíveis de serem tratadas com terapias dirigidas», revela a Mango em comunicado. Além da luta contra o cancro da mama, esta parceria já se havia envolvido na celebração do Dia do Cancro da Próstata, em junho último, lançando, pela primeira vez, uma coleção solidária para a linha masculina.

4. Resultados da LVMH são «notáveis»

A palavra de ordem da semana da LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy) é «notável». Foi desta forma que a gigante de artigos de luxo descreveu o desempenho dos primeiros nove meses do ano das principais marcas de moda que possui. A Louis Vuitton teve uma «performance notável», enquanto Christian Dior mostrou um «progresso notável». Também a marca de beleza de luxo Guerlain «fez progressos notáveis». Não há número de vendas específicos para as marcas individuais, mas a Louis Vuitton, a Dior e outras marcas como a Celine, Loewe e Rimowa, juntas na divisão Moda & Artigos de Couro, registaram um aumento orgânico impressionante de 18%, para 15,87 mil milhões de euros, com as vendas a aumentar 22%. A divisão de vendas também cresceu em 19% no terceiro trimestre. A contribuição mais ampla do grupo, incluindo beleza e joalheria, elevou o desempenho geral da receita em 16%, para 38,4 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019. As receitas cresceram 11% em termos orgânicos comparando com o mesmo período do ano passado. No mais recente trimestre, de julho a setembro, as receitas subiram 17% para 13,32 mil milhões de euros (as receitas orgânicas aumentaram 11%), passando de 11,38 mil milhões no ano anterior e superando as expectativas dos analistas de 12,81 mil milhões. A LVMH revela que e a Europa e os EUA evidenciaram um bom progresso no terceiro trimestre, assim como a Ásia. Apesar do contexto difícil em Hong Kong, onde a confusão política constante forçou algumas empresas e casas de artigos de luxo a fecharem as lojas, os analistas esperam que a China continental e o Japão compensem parte das vendas perdidas, mas não em todos os sectores da LVHM. Na área de Perfumes & Cosmética observou-se um crescimento orgânico de 8% nos primeiros nove meses e de 7% no terceiro trimestre, alavancados principalmente pelas marcas principais. Parfums Christian Dior teve um «bom desempenho», particularmente com a vitalidade das fragâncias icónicas e as novas gamas Joy e Sauvage. Maquilhagem e cuidados para a pele são «áreas de crescimento significativas», com a Guerlain a apresentar um «progresso notável», impulsionado pelos produtos de cuidado da pele e pelas linhas de maquilhagem Rouge G e L’Essential. As vendas na unidade retalhista seletiva da LVHM, que inclui a cadeia Sephora e o grupo de DFS, denotam um crescimento orgânico de 6% de janeiro a setembro, com um aumento de 4% no terceiro trimestre, uma vez que abrandou de forma mais acentuada nesse período do que noutros sectores como sector dos perfumes. As manifestações em Hong Kong pararam o aeroporto em meados de agosto, o que se pode ter refletido na desaceleração. A Sephora verificou um «crescimento constante» nas vendas e também na quota nos mercados principais. As vendas online continuaram a crescer a um «ritmo acelerado». Sem desvendar os planos futuros, o grupo mantém uma postura vigilante. «A LVMH vai confiar no poder das marcas que possui e no talento das equipas para expandir a liderança global no mercado em 2019» assegura a gigante de luxo.

5. Stella McCartney lança pelo não natural sustentável

A designer tornou-se a primeira entre os seus pares a lançar um novo pelo não natural, biológico e sustentável, produzido através de ingredientes à base de plantas. O Koba Fur-Free foi desenvolvido pela Ecopel, uma empresa de vestuário e têxteis de pelo não natural, com uma cadeia integrada de aprovisionamento vertical, a operar a partir da China, que fornece esta matéria-prima a mais de 300 marcas de moda mundiais. Segundo a sua plataforma online, a empresa procura «fazer a diferença na indústria têxtil e vestuário e quer adicionar a sua contribuição positiva à forma como a moda é criada». Produzido com poliéster reciclado e fibras de plantas DuPont Sorono, o pelo Koba constitui-se como a primeira gama com ingredientes biológicos a estar comercialmente disponível – a sua composição de 37% de ingredientes de plantas Sorona significa que consume até 30% menos energia e produz até 63% menos gases com efeito de estudo, relativamente aos sintéticos convencionais. Além disso, o pelo Koba pode ser reciclado ao fim da sua via útil, garantindo que nunca se transforma em desperdício, uma das preocupações que está no centro das prioridades de Stella McCartney. Christopher Sarfati, CEO da Ecopel, explica que a parceria com a criadora de moda já soma muito anos numa influência mútua e crescimento conjunto no sentido da sustentabilidade, defendendo que «de reciclado a biológico, estamos a apoiar a transição em direção a materiais mais sustentáveis». Por sua vez, Renee Henze, diretora de marketing global da DuPont Biomaterials, acredita que este é apenas o início do percurso sustentável da indústria da moda, esperando «ver os materiais biológicos a ganhar cada vez mais utilização e aceitação». O primeiro produto de pelo Koba foi apresentado durante o seu desfile de primavera/verão 2020, em Paris, no final de setembro – o casaco preto Koba Fur-Free foi vestido pela modelo Natalia Vodianova e fará parte da coleção da designer para a próxima estação quente. Recentemente, Stella McCartney redigiu uma carta aberta à indústria da moda e aos consumidores, apelando à sua consciência para alterar comportamentos no sentido do consumo mais sustentável, que acabou por ser publicada no The Sunday Times.

6. Diversidade e inclusão importam para os consumidores

Os consumidores estão cada vez mais a exigir que os retalhistas tomem medidas no sentido da inclusão e da diversidade. No entanto, nem todos os retalhistas estão convencidos e parece que a ideia está mais consolidada nos EUA do que no Reino Unido nalguns aspetos. Esta informação vai ao encontro de um novo estudo realizado pela First Insight, que inquiriu mil consumidores americanos e 500 ingleses. O estudo concluiu que embora os homens e as mulheres estejam sincronizados, as mulheres inglesas classificam estes fatores como menos importantes que as suas homólogas americanas e até dos inquiridos do género masculino no Reino Unido. A First Insight refere que, nos EUA, aproximadamente metade das mulheres e dos homens questionados considera que ter mulheres em minoria nas posições de liderança é essencial e que os retalhista e marcas beneficiariam deste facto para contratar diretores de diversidade. A inclusão cultural foi considerada como importante por 48% dos homens e 45% das mulheres. Cerca de 44% de todos os inquiridos disseram que os influenciadores que representam diversos pontos de vista são relevantes. Contudo, no Reino Unido, apenas 39% das mulheres acham que ter pessoas do género feminino em minoria nas posições de liderança é importante em comparação com 43% dos homens. Também 36% das mulheres sentem que a inclusão cultural é importante à semelhança de 44% dos homens. Em relação à diversidade de influenciadores, 35% das mulheres do Reino Unido gostam da ideia assim como 44% dos homens. Em geral, os britânicos parecem adotar uma perspetiva mais favorável em relação às marcas que têm diretores de diversidade do que os americanos. 55% dos homens afirmaram «sim, por favor» e 48% das mulheres partilharam da mesma opinião. Nos dois países, as mulheres estão cada vez mais interessadas e a pedir a extensão de tamanhos, com 67% das mulheres dos EUA e 63% do Reino Unido a classificarem este fator de diversidade como o mais importante. Além disso, dada a publicidade à volta dos erros dos produtos ultimamente, mais mulheres esperam que as empresas assumam a responsabilidade e passem a agir devidamente quando cometem erros graves. 55% das mulheres americanas e 58% das britânicas garantiram que, após o lançamento de um produto ofensivo, deixariam de fazer compras naquela loja ou retalhista. Para a mesma situação, os resultados foram de 42% dos homens americanos e 47% ingleses. Nos dois países, mais de três quartos dos consumidores esperam um pedido de desculpas imediato e 71% das mulheres e 64% dos homens americanos só voltariam a comprar artigos daquela loja ou marca se, durante um período de seis meses, tivessem lançado produtos não ofensivos. O mesmo se aplica para 76% das mulheres e 63% dos homens britânicos. O estudo também analisou os hábitos reais de compra e constatou que 39% dos inquiridos nos EUA compram em grandes armazéns quatro vezes por mês ou mais, comparando com 41% dos inquiridos do Reino Unido. Não obstante, 56% dos entrevistados do Reino Unido e 34% dos inquiridos dos EUA visitam lojas com descontos quatro ou mais vezes por mês. 42% dos americanos compram online através de dispositivos móveis mais de seis vezes por mês com uma diferença de 6% para os inquiridos do Reino Unido (48%). Antes de comprar ou procurar noutra loja, 61% dos consumidores dos EUA e 58% do Reino Unido verificam os preços na Amazon.