- Algas tingem t-shirt biodegradável
- Novas lojas impulsionam vendas na Primark
- JD Sports é a maior retalhista de moda desportiva da Península Ibérica
- Nova fibra à base de resíduos ganha escala industrial
- Puma entra os e-textiles
- Porto Design Biennale abre portas amanhã
1. Algas tingem t-shirt biodegradável
A Vollebak, uma empresa de tecnologia de moda sediada em Londres, afirma ser a primeira a desenvolver uma t-shirt biodegradável fabricada a partir de algas e plantas. Quando a t-shirt não estiver em condições de ser utilizada deverá ser enterrada, de modo a passar pelo processo de compostagem. A biodegradação demora cerca de 12 semanas e a t-shirt passa a ser alimento para o subsolo. A camisola comercializada por quase 100 euros é composta por uma mistura de 30% linho e 70% liocel de eucalipto, uma fibra ambientalmente sustentável, cultivada em plantações certificadas pelo Forestry Stewardship Council, posteriormente transformada em fio por um sistema de circuito fechado. Para substituir os corantes sintéticos, a Vollebak usa spirulina. Esta alga microscópica é criada num reator biológico, onde é coada e resulta numa espécie de pasta de alga, que seca através da exposição solar. Ao ficar em pó adiciona-se água ao processo para obter consistência. De acordo com o site, ainda que o corante das algas não seja o mais sólido, a Vollebak não considera que seja uma falha do produto, mas apenas um recurso. «Como é uma planta e não um corante, o pigmento natural das algas é mais sensível e não se comporta como a cor convencional no vestuário. Assim que entra em contacto com o ar, a cor começa a oxidar, o que significa que o verde da t-shirt pode parecer diferente de uma semana para a outra». A necessidade de uma peça de roupa amiga do ambiente é inegável. Segundo o Waste & Resources Action Programme, aproximadamente 350 mil toneladas de vestuário acabam nos aterros do Reino Unido por ano. A fundação Ellen MacArthur revela que o aterro de vestuário e têxtil custa à economia britânica 92 milhões de euros anuais. Apesar dos dados serem incontestáveis, a roupa biodegradável não faz sentido num mercado circular, onde os recursos devem ser usados no seu melhor, explicou Annie Gullingsrud, consultora de moda circular, ao Sourcing Journal em abril. Mesmo assim, a Vollebak considera-se um exemplo em matéria de fabrico de vestuário que, na perspetiva da marca, deve ser realizado em consonância com o ritmo da natureza. A t-shirt biodegradável é produzida com o menor impacto ambiental possível e acaba onde tudo começa: na terra.
2. Novas lojas impulsionam vendas na Primark
A Primark espera um forte desempenho das vendas para o corrente exercício. A abertura de novas lojas está a contribuir para o aumento das receitas, que se anunciam robustas. A detentora da retalhista da moda, a Associated British Foods (ABF), assume uma perspetiva otimista e antecipa que o desempenho financeiro este ano seja tão forte quanto o anterior. Também o lucro por ação deve seguir os padrões do ano passado. A ABF afirma também estar pronta para o Brexit – «existem planos de contingência caso alguns dos nossos negócios sofram interrupções no momento de saída» – e vai continuar a abrir novas lojas a um ritmo consistente. A administração prometeu ainda aos clientes que não aumentará os preços. «Estamos a controlar a situação da queda da libra e aceitamos que isso resulte em margens menores», assegurou o CFO, John Bason, à agência noticiosa PA. As vendas das 373 lojas nas 52 semanas até 14 de setembro deverão crescer 4% na moeda constante e às taxas de câmbio atuais, devido ao aumento do espaço comercial, que ajudou a compensar parcialmente o declínio de 2% nas vendas comparáveis. A antecipação da nova coleção de outono/inverno “tem sido encorajadora”. A Primark evidenciou um «bom desempenho» num mercado de vestuário, calçado e acessórios “fraco” no Reino Unido, no quarto trimestre do ano. «Continuamos a registar um ganho significativo na quota de mercado, com o crescimento de vendas de 3% e a queda de 1% nas vendas comparáveis» refere a retalhista. O aumento foi também incentivado pela recetividade dos clientes na renovada loja de Birmingham, agora a mais importante da cadeia com quase 1.5000 metros quadrados, apresentando toda a gama de artigos disponível e ainda novos serviços de alimentação, bebidas e beleza. Além disso, as vendas na zona euro deverão crescer 5% a moeda constante, particularmente em Espanha, França, Itália e Bélgica. A contribuição das novas lojas de Bordéus, Sevilha e Liubliana «superou todas as expectativas». No entanto, as vendas comparáveis na zona euro sofreram uma queda de 3% «impulsionadas pelo fraco desempenho na Alemanha», onde as devidas medidas estão a ser tomadas através de uma gestão local mais forte e de um marketing mais focado no mercado. A somar às quatro lojas inauguradas no Reino Unido, abriram três na Alemanha, duas em Espanha, duas na França e uma na Bélgica e na Holanda. Além do mais, abriu a primeira loja na Eslovénia. Já nos Estados Unidos, as boas notícias traduzem-se em vendas robustas na loja de Brooklyn. «Isto combinado com custos operacionais mais baixos provenientes da redução do espaço de venda em três lojas, resultará numa perda significativamente reduzida nas operações dos Estados Unidos». Os resultados do ano fiscal serão anunciados a 5 de novembro.
3. JD Sports é a maior retalhista de moda desportiva da Península Ibérica
A insígnia, pertencente ao Iberian Sports Retail Group (ISRG), conseguiu cumprir o objetivo de se tornar a maior retalhista da Península Ibérica. A JD Sports atingiu as 76 lojas em Portugal e Espanha e, depois de ter inaugurado a loja no ArrábidaShopping, conseguiu executar o plano de crescimento e tornar-se líder. A primeira loja surgiu em Portugal, em 2017, ano em que foi definida uma estratégia de crescimento para a marca que decidiu, nesse ano, reforçar a dinâmica das lojas localizadas em Espanha, onde abriu 56 pontos de venda desde 2012. O processo de crescimento da JD Sports é tão visível que só na Península Ibérica, a marca emprega 1.650 colaboradores nas várias lojas e escritórios, que alcançam uma área total de 290.000 m2 de superfície. Ainda assim, o plano de serem conhecidos como líderes em moda urbana não fica por aqui. De acordo com Gabriel Bocci, diretor de expansão da JD Sports para Portugal e Espanha, algumas metas já estão definidas: «estamos a trabalhar para iniciar 2020 com a segunda fase do plano, que irá levar a JD a estar presente em todas as regiões ibéricas e a abrir lojas ‘flagship’ nas grandes capitais. Apesar de termos alcançado a liderança no sector, estamos certos de que o potencial do mercado ibérico nos permitirá continuar com um plano de expansão ambicioso, ao mesmo tempo que disciplinado e alinhado com a estratégia do grupo». Para Portugal, está confirmada a inauguração de dois novos espaços-chave no mercado, um no centro comercial Vasco da Gama, em Lisboa, e outro no NorteShopping, no Porto, ainda antes do final do ano. Em Espanha seguem-se lojas nas cidades de Sevilha, Lagoh, Saragoça, Puerto Venecia e uma flagship em Granada, ainda este ano.
4. Nova fibra à base de resíduos ganha escala industrial
A startup têxtil Infinted Fiber Co planeia expandir a sua tecnologia que transforma resíduos têxteis em novas fibras, no seguimento do seu grande investimento na RGE, especialista em viscose de Singapura. Esta última aliou-se a um grupo de investidores – que já incluíam a H&M, Virala e Fortum – e assinou um acordo estratégico de cooperação com a IFC (International Finance Corporation) para comercializar a tecnologia da startup. A IFC conseguiu angariar 8 milhões de euros de fundos este ano, nos quais estão 1,96 milhões oferecidos pela European Innovation Council (EIC). Desde o início do ano passado que a IFC opera uma unidade-piloto de 50 toneladas por ano em Espoo, na Finlândia, produzindo Infinited Fiber para fins de teste juntamente com outras marcas globais, como a H&M, VF Corp e respetivos fabricantes. Recentemente, a empresa arrendou novas instalações de produção na cidade finlandesa de Valkeakoski, previstas para iniciar atividade em 2020. O CEO Petri Alava expressa a sua satisfação «por ter a RGE como um parceiro estratégico, já que podemos aplicar o que aprendemos com as suas operações globais para acelerar o plano de trazer a tecnologia para a produção em larga escala». Acrescenta ainda que o novo investimento «permitirá finalizar o dimensionamento da tecnologia e ampliar a capacidade de produção de fibra, no sentido de possibilitar que marcas líderes globais tragam coleções cápsula aos mercados em 2020». Por sua vez, Tey Wei Lin, CEO da RGE, afirma que «a tecnologia da IFC é empolgante, pois reúne o uso de matéria-prima reciclada e solvente limpo numa moda circular para produzir fibras». A RGE fabrica anualmente cerca de 1,4 milhões de toneladas de viscose usando matérias-primas provenientes de plantações renováveis. A empresa procura «soluções para melhorar o desempenho de sustentabilidade das nossas práticas e produtos». A tecnologia Infinited Fiber transforma resíduos têxteis, de papelão e agrícolas numa fibra totalmente nova que pode circular infinitas vezes, preservando 100% da qualidade. O modelo de negócios a ser aplicado baseia-se na concessão da licença da tecnologia a produtores globais de fibras na indústria têxtil, para fabricar artigos de moda, têxteis-lar e produtos descartáveis para cuidados pessoais, assim como produtos técnicos. A venda da primeira unidade comercial licenciada com capacidade estimada em mais de 25 mil toneladas por ano está prevista entre 2020 e 2021.
5. Puma entra os e-textiles
A Puma e a Fossil uniram forças e revelaram ao mundo o primeiro smartwatch da marca desportiva. O smartwatch foi desenvolvido à semelhança dos padrões da marca e promete ser muito mais do que outro relógio inteligente num mercado cada vez mais concorrencial. Baseado no Wear OS da Google e equipado com a plataforma Qualcomm Snapdragon Wear 3100, este smartwatch destina-se aos atletas que procuram uma tecnologia eficaz, adequada tanto para desporto em ginásio como também ao ar livre. O dispositivo é descrito como sendo «usável e desenvolvido para ajudar os atletas a treinarem, sentirem-se motivados, cumprirem objetivos e a conectarem-se com outras pessoas em movimento». Ao criar o smartwatch, a Puma adotou uma perspetiva desportista e, além do visual bem desportivo, os elementos físicos do relógio e toda a tecnologia vão de encontro às necessidades de qualquer atleta. O produto de lançamento está disponível em três cores da paleta de tendências e apresenta uma pulseira de silicone com bastante textura para que a pele respire e se torne possível minimizar o suor em movimento. A Puma espera que o dispositivo seja muito mais que um relógio adequado para a prática desportiva. Um dos objetivos passa por apelar ao incentivo do exercício físico na rua, com um recurso que complementa este estilo de vida ativo, e que seja adequado para o dia a dia. O smartwacth tem a capacidade de rastrear várias atividades como pilates, remo, spinning e ainda conta as repetições dos exercícios de força. No modo de treino, o Google Fit indica a frequência cardíaca do usuário e se este conseguiu ou não cumprir as metas desejadas através de uma notificação. O design vem com várias opções interativas e é ajustável às preferências de cada utilizador, na medida em que permite selecionar os dados que aparecem no ecrã. Existe ainda a possibilidade de guardar fotografias das redes sociais para o dispositivo. O smartwatch estará à venda aproximadamente por 250 euros, a partir de novembro.
6. Porto Design Biennale abre portas amanhã
A 1.a edição da Porto Design Biennale explora as Tensões Pós-Milénio num programa constituído por exposições, workshops, conferências, instalações e performances nad cidades do Porto e Matosinhos. Entre 19 e 28 de setembro é a semana inaugural do evento que promete promover a cultura do design. A Porto Design Biennale nasce de uma perspetiva do design para além do campo artístico, que pretende ser a disciplina de eleição para pensar a cidade e contruir o futuro da mesma. Com destaque em Matosinhos e no Porto, este fenómeno quer agitar as transformações sociais, económicas, tecnológicas e ambientais. Pelas palavras de Rui Moreira, o presidente do Board, a Porto Design Biennale é «um projeto alicerçado nas duas cidades mas que a elas não se limita e cujos objetivos passam por desenvolver uma análise da atual configuração do design e fomentar diálogos entre estruturas e agentes, nacionais e internacionais, cruzando práticas e disciplinas». O objetivo passa, assim, por desenvolver trabalho de investigação e também dar a conhecer o design português e internacional de forma a surgir um ambiente de cooperação entre designers, empresas e outros setores. “Post Millenium Tension” é a temática do evento que conta com cinco exposições, duas instalações no espaço público, dois ciclos de oficinas, uma conferência performativa e um evento de conferência e debate sobre Cultura Digital. “Territorio Itália”, por sua vez, leva toda a gente a viajar até ao design italiano através de três exposições e uma conferência. Já o “Projeto Escolas” é um espaço de reflexão para várias instituições de ensino de design. No plano destaca-se ainda o programa “Satélites”. Esta celebração do design estará disponível até 8 de dezembro.