Breves

  1. UM desenvolve têxtil que cheira bem quando se transpira
  2. Guerra comercial afeta algodão
  3. Zara expande gama personalizável
  4. Como criar um fato de mergulho 100% reciclável?
  5. G-Star Raw lança jeans impermeáveis sustentáveis
  6. Nike compra startup de análise de dados

1. UM desenvolve têxtil que cheira bem quando se transpira

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UM) está a modificar um têxtil em algodão para que este cheire a limão quando entra em contacto com o suor – abrindo a porta a novas peças de vestuário que não têm maus odores. A equipa do Centro de Engenharia Biológica da UM analisou duas formas de libertar a fragância: a partir do óleo de citronela, que é usado em alguns repelentes de insetos – e a partir dos têxteis. Os investigadores exploraram diferentes métodos para libertar as fragâncias dos têxteis. A primeira abordagem envolveu uma proteína de ligação ao odorante – extraída do focinho de porco –, que estabelece ligação com as moléculas de cheiro. Além disso, foi também anexado um módulo de ligação entre carboidratos e o algodão. A segunda abordagem envolve lipossomas, em vez das proteínas, para ligar o aroma ao têxtil. Posteriormente, os investigadores expuseram os têxteis de algodão a uma solução de suor ácida e este libertou o cheiro a citronela. Comparando as duas estratégias, enquanto que utilizando a proteína do focinho de porco há uma explosão rápida de cheiro, com os lipossomas, tal acontece de forma mais lenta e controlada. O estudo encontra-se publicado na revista ACS Applied Materials & Interfaces e foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

2. Guerra comercial afeta algodão

A escalada da guerra comercial entre os EUA e a China continua a afetar a cadeia de aprovisionamento do algodão, com os preços na bolsa ICE Futures em Nova Iorque para entregas em dezembro a caírem para 58,53 centavos por libra. O valor atingido segunda-feira foi o mais reduzido dos últimos três anos e meio, segundo a Reuters, que acrescenta que o preço do algodão caiu acima dos 8% desde 1 de agosto e mais de 20% este ano, devido às tensões comerciais. Além disso, os preços diminuíram 26% desde agosto de 2018, altura em que atingiram os 81,28 centavos por libra. Os preços para as entregas em março de 2020 situam-se atualmente nos 59,4 centavos por libra. Na semana passada, o International Cotton Advisory Council revelou que, de acordo com o índice de preços do Cotlook A, os preços do algodão desceram dos 99,5 centavos por libra, registado em agosto de 2018, para os 74 centavos por libra de julho de 2019, também devido as incertezas comerciais. Além disso, segundo a Cotton Incorporated, a incerteza que prevalece no ambiente comercial é a maior questão a ameaçar o mercado de algodão na temporada 2019/2020.

3. Zara expande gama personalizável

Depois do teste bem-sucedido em três lojas pop up em Amesterdão, Barcelona e Milão, em março, a gigante espanhola irá expandir a sua ferramenta “Edited”, aos EUA, Espanha, China, Reino Unido, Holanda e Itália. A ferramenta permite aos consumidores personalizarem os artigos, ao escolherem palavras que podem ser bordadas em peças de vestuário. A aposta da marca para tornar a sua oferta mais única e pessoal irá incluir uma coleção de 28 peças, abertas à customização, através de uma ferramenta online, que irá permitir aos consumidores personalizarem as peças a partir do website da Zara. Na prática, os clientes podem transformar o vestuário ao escolherem uma palavra, no máximo com 11 letras, em tempo real, através de uma janela nas páginas dos produtos. Quando os utilizadores escreverem a palavra que querem, a palavra irá aparecer automaticamente no artigo de vestuário, com duas opções de fontes e seis cores: vermelho, branco, laranja, rosa claro, preto e amarelo. A gama personalizável – que também está incluída nos esforços sustentáveis da marca sendo feita a partir de algodão reciclado – abarca artigos para mulher, homem, criança e peças em denim para mulher.

4. Como criar um fato de mergulho 100% reciclável?

A Finisterre, especialista britânica em vestuário para outdoor, está a desenvolver o primeiro fato de mergulho totalmente reciclável. Fundada por Tom Kay há 15 anos, a empresa tem vindo a desenvolver fatos de mergulho feitos a partir de borracha biodegradável, com a Econyl, fibra de poliamida derivada de redes de pesca abandonadas, carpetes usadas e outros têxteis. Agora, quer ir mais longe. Ao longo dos últimos 18 meses, a Finisterre tem estado focada em descobrir como pode criar o primeiro fato de mergulho totalmente reciclável. Apesar de ainda não ter conseguido, para já, resolver o problema, segundo o The Guardian, está prestes a fazê-lo, tendo contratado a investigadora Jenny Banks para se dedicar a tempo inteiro ao desenvolvimento da peça. De acordo com o The Guardian, «os fatos de mergulho convencionais podem conter quase 15 tipos de materiais diferentes, que são quase impossíveis de separar no final de vida da peça» e, aparentemente, não haverá muita investigação acerca do assunto. Tal significa que Jenny Banks estará praticamente a começar do zero, enquanto tenta desenhar um fato de mergulho efetivamente eficaz, reciclável, atrativo e acessível. O projeto está a demorar mais tempo do que originalmente previso, mas a empresa garante que está a registar progressos.

5. G-Star Raw lança jeans impermeáveis sustentáveis

No outono, a marca de jeanswear irá enfrentar a instabilidade climática e tudo o que isso significa para os cidadãos – que se vestem para condições meteorológicas imprevisíveis – com os novos jeans Citishield 3D. O denim destes jeans possui um acabamento sustentável repelente de água, o que significa que é totalmente impermeável. Os jeans foram desenhados para que os consumidores estejam confortáveis ao longo do dia, independentemente da meteorologia, e apresentam ainda um bolso para proteger os seus bens e um bolso antirroubo para segurança extra. Além disso, as bainhas são ajustáveis e a G-Star garante que têm «um elemento de design único, assim como máximo conforto e durabilidade». Os novos jeans já estão disponíveis nas lojas físicas e online.

6. Nike compra startup de análise de dados

A gigante norte-americana adquiriu a Celect com o objetivo de antecipar as necessidades dos consumidores e otimizar o inventário entre as suas múltiplas plataformas. A stratup de Boston é a mais recente aquisição para fomentar a estratégia da Nike de «servir os clientes de forma personalizada a uma escala global», afirma a empresa. O acordo «acelera a nossa estratégia digital, ao adicionar uma plataforma desenvolvida por cientistas de excelência», sublinha o COO da Nike, Eric Sprunk. «Com a procura pelos nossos produtos a crescer, temos que seguir o conhecimento e os dados e estar muito focados no comportamento dos consumidores», explica. Fundada em 2013, a plataforma da Celect, com base na nuvem, providencia informação que permite aos retalhistas otimizar o inventário, numa estratégia omnicanal, prevendo a procura dos consumidores por determinados produtos. No âmbito do acordo, a equipa da Celect vai integrar imediatamente a equipa de operações globais da Nike e os seus cofundadores permanecerão como docentes do MIT, em consultoria permanente para a gigante desportiva.