Breves

  1. Primark quer descontos nas rendas
  2. Verão frio afeta vestuário no Japão
  3. A alegria de ir às compras (online)
  4. América do Norte prejudica Ralph Lauren
  5. O stress das noivas que vestem tamanhos maiores
  6. Ler e ver a moda de Rick Owens

1. Primark quer descontos nas rendas

A gigante do retalho exige cortes de 30% em dezenas de lojas do Reino Unido, para manter-se a par dos seus rivais que usaram processos de insolvência para reduzir os encargos, segundo o Sunday Times. A Primark está a pedir aos senhorios reduções nas rendas das lojas cujos contratos de arrendamento ainda estarão em vigor ao longo dos próximos anos e, em troca, propõe estender o contrato ou investir em obras de remodelação. Um porta voz da retalhista afirma que «com os contratos a chegar ao fim, procurámos novos acordos que reflitam o atual valor da renda em vigor. Atualmente, esses valores são mais baixos do que os anteriormente impostos». Ao Sunday Times, um senhorio contou que «a administração da Primark pediu à equipa de gestão imobiliária que conseguissem reduções nas rendas. Estão a ver as insolvências e a perceber que estão a perder vantagem competitiva. Querem uma fatia da ação». Embora os cortes nas rendas sejam desagradáveis para os senhorios, a extensão dos contratos pode ajudar a potenciar o valor dos seus bens, que tem vindo a diminuir com o abandono das lojas físicas. A Primark é o motor de crescimento da empresa mãe Associated British Foods. No Reino Unido, as vendas de vestuário e lifestyle subiram 2,3% nos seis meses até março. «Temos obrigação para com os acionistas de continuarmos a ser competitivos e queremos igualmente manter uma boa relação com os nossos senhorios», justifica a Primark.

2. Verão frio afeta vestuário no Japão

Um julho invulgarmente chuvoso e frio no Japão afetou a procura por vestuário, mobiliário e outros produtos, com alguns retalhistas a reportarem descidas drásticas nas vendas. A Shimamura, uma cadeia de lojas de vestuário acessível, revelou que, em julho, as vendas comparáveis caíram 18% em relação ao ano passado. Muitos dos clientes da Shimamura chegam às suas 1.433 lojas de bicicleta, em vez de carros, por isso, os dias chuvosos tendem a ter um impacto nas receitas, explicou um porta voz da empresa. Para já, Tóquio apenas teve cerca de 50 horas de luz em julho, um dos valores mais baixos desde que há registos da Agência Metrológica do Japão, ou seja, 1890. Além disso, houve menos um domingo no julho deste ano, comparado com julho de 2018, e a chuva também manteve as pessoas em casa, especialmente nos fins de semana. Dado que os retalhistas japoneses, especialmente a Uniqlo, são sensíveis a questões meteorológicas, estes irão provavelmente reportar vendas mensais menos positivas na próxima semana, antecipa Michael Allen, analista na Jefferies. «Provavelmente, todos os retalhistas de vestuário sofreram», admite, indicando que, entre 1 e 25 de julho, a temperatura média foi de 22,7 ºC, comparado com os 28,3 ºC do ano passado. A Right On, empresa de vestuário com 495 espaços físicos e uma loja online, registou um declínio de 5,9% nas vendas comparáveis até 20 de julho, referindo que houve uma menor procura por vestuário de verão.

3. A alegria de ir às compras (online)

A ideia de que ir às compras é uma terapia, no sentido tradicional da expressão (uma visita ao centro comercial com amigos, por exemplo), poderá não corresponder exatamente à realidade na era das lojas online. No entanto, muitos norte-americanos ainda acreditam que ir às compras é uma forma de se sentirem mais felizes. Um inquérito, realizado junto de 2 mil consumidores, mostra que 66% compraram recentemente um artigo apenas devido à sensação gratificante sentida depois da compra. A informação surge num relatório elaborado pela plataforma colaborativa de compras online Slickdeals, indicando ainda que não é apenas o ato de comprar algo que entusiasma os consumidores. 70% dos inquiridos consideram que a procura por saldos ou por preços mais baixos é «entusiasmante». Além disso, 69% confessam que procurar artigos em desconto é um «desporto». Na verdade, três em cada quatro norte-americanos definem-se como «especialistas» no ato de encontrar artigos a preços reduzidos. São boas notícias para o sector da moda, já que a principal categoria que torna as pessoas mais felizes é o vestuário (escolhida por 50% dos inquiridos), com o calçado (46%) em segundo lugar. Os acessórios e a joalharia ficam em 6º lugar (32%) e a maquilhagem em 19º (20%). «Este inquérito ilustra aquilo que testemunhamos com o nosso público hoje em dia. Há um valor significativo no entusiasmo pela descoberta de preços reduzidos», reconhece Josh Meyers, CEO da Slickdeals. O estudo revela igualmente que o cidadão comum gasta quase 151 dólares (cerca de 135 euros) por mês na procura pela felicidade que sente depois de fazer compras e 65% garantem que são mais simpáticos para os outros depois de irem às compras. 66% dos inquiridos admitem sentir-se entusiasmados só por saber que algo está a ser enviado por correio para eles. Josh Meyers acredita que «conseguir um bom preço não é apenas um esforço racional. Há uma sensação de satisfação, já que os consumidores obtêm prazer na adrenalina da procura».

4. América do Norte prejudica Ralph Lauren

A marca norte-americana estima que as vendas anuais na América do Norte sejam pressionadas por um difícil ambiente para o retalho e a diminuição dos gastos dos turistas, ofuscando os lucros trimestrais positivos e afetando as ações. A Ralph Lauren tem vindo a tentar reanimar o negócio depois de anos consecutivos de grandes descontos e uma estratégia que passava por inundar o mercado com produtos. A retalhista lançou uma edição limitada de vestuário, investiu fortemente em marketing e uniu-se ao golfista profissional Justin Thomas para a época desportiva, de modo a revigorar as vendas de produtos essenciais, como os polos. Não obstante, a concorrência feroz no sector do vestuário e a popularidade das compras online pesaram nas casas de moda, que dependem bastante das lojas físicas para a maior parte das vendas. A Ralph Lauren tem uma perspetiva prudente relativamente ao ambiente do retalho no próximo ano e continuar a registar dificuldades na adesão às lojas físicas, tendo em conta a volatilidade dos gastos dos turistas, afirma Patrice Louvet, presidente e CEO da retalhista de moda. No primeiro trimestre do ano fiscal, terminado a 29 de junho, as vendas totais foram o maior fator impulsionador do crescimento de 3,1% das receitas na América do Norte, que foram, contudo, afetadas por vendas comparáveis mais fracas do que esperado. Internacionalmente, a marca norte-americana manteve uma boa performance, com as receitas a subirem 1,5% na Europa e 4,3% na Ásia. Para o segundo trimestre, a empresa estima que as receitas líquidas cresçam cerca de 1% a taxas de câmbio constantes. A Ralph Lauren mantém as estimativas para o resto do ano relativamente às receitas. Os lucros líquidos subiram para 117,1 milhões de dólares (aproximadamente 105 milhões de euros) no primeiro trimestre, face aos 109 milhões de dólares do ano anterior. As receitas líquidas aumentaram para 1,43 mil milhões de dólares.

5. O stress das noivas que vestem tamanhos maiores

As noivas que vestem a partir do tamanho 42 têm quase o dobro da probabilidade de se sentirem mais inseguras do que as mulheres que usam até ao tamanho 40 antes de irem comprar um vestido de noiva, de acordo com o Fashion Study for Size Inclusivity de 2019, realizado pela plataforma The Knot. A pesquisa aborda a forma como as experiências de compra diferem entre as mulheres que usam tamanhos distintos, revelando que uma em cada quatro mulheres que usa tamanho 42 ou mais sente a necessidade de dar a si mesma um discurso animador antes de experimentar vestidos de noiva. Além disso, estas têm uma probabilidade maior de se sentirem ansiosas antes de uma sessão de compras, com 50% das mulheres que vestem acima do 42 a admitirem que se sentem ansiosas antes das sessões de compras, comparado com 46% das mulheres que usam até ao tamanho 40. Enquanto 59% das mulheres que vestem até ao 40 se sentem entusiasmadas antes de irem a uma loja de vestidos de noiva, tal acontece com apenas 51% das noivas que vestem a partir do tamanho 42. As mulheres que usam tamanhos maiores têm o dobro da probabilidade de ligarem com antecedência para as lojas para pedir vestidos do seu tamanho e 24% das mesmas compram os seus vestidos online. 46% das mulheres que vestem até ao 40 compram os seus vestidos em lojas locais, mas o número diminui para 30% para as mulheres que vestem a partir do 42. A maioria das noivas com tamanhos maiores (61%) admite que poderia ter tido uma melhor experiência de compras se pudesse ter experimentado mais vestidos do seu tamanho. «Na The Knot acreditamos que o amor e o casamento são para todas», afirma a coordenadora Kristen Maxwell. «Porém, se como indústria não estamos a ser inclusivos o suficiente, nem a representar todas as pessoas em todos os nossos designs, fotografias, publicidade e marketing de vestidos, então temos muito trabalho pela frente», assegura.

6. Ler e ver a moda de Rick Owens

O trabalho do designer Rick Owens dá o mote a um livro que será lançado este outono. O criador de moda norte-americano, que lidera a marca epónima de pronto a vestir, terá o seu trabalho em destaque na obra “Rick Owens Photographed by Danielle Levitt”. A publicação irá incluir 150 fotografias do trabalho de Owens, da autoria da fotógrafa e diretora de cinema Danielle Levitt. Trata-se da mais recente conquista do designer, que chegou ao mundo da moda com a sua marca própria em 1994 e, desde então, tem vindo a ser premiado de diversas formas. As suas criações de moda desfilam regularmente na Semana da Moda de Paris e o designer foi premiado pelo Council of Fashion Designers of America (CFDA) no segmento de vestuário masculino, na sua mais recente edição de prémios. Além disso, Rick Owens está também a preparar o lançamento do um livro próprio, que aborda o trabalho do designer nova-iorquino Larry LeGaspi. Ambas as obras deverão ser lançadas em setembro e serão publicadas pela Rizzoli New York.