- Centro UNESCO forma cientistas
- Reliance Industries leva sustentabilidade à Turquia
- Reformas para pôr fim ao trabalho forçado no Uzbequistão
- Thermore inventa isolamento com características únicas
- Marrocos constrói cidade tecnológica
- Luxo de boa saúde
1. Centro UNESCO forma cientistas
A Universidade do Minho integra o Consórcio de Escolas de Engenharia (CEE) que assinou a semana passada, em Lisboa, protocolos de colaboração com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a Direção-Geral de Ensino Superior (DGES). A cerimónia foi protocolada a criação do Centro UNESCO, que pretende, para já, apoiar com 100 bolsas de doutoramento a formação de docentes e investigadores africanos em países de língua portuguesa, de forma a capacitar as suas instituições de origem. Este projeto envolve o CEE, o Consórcio de Escolas de Ciências Agrárias e a FCT. O CEE assinou também um protocolo de cooperação com a DGES, que visa estimular a modernização progressiva e a reestruturação do ensino de engenharia no contexto universitário europeu. O evento serviu ainda para oficializar o CEE, que reúne as principais escolas da área em Portugal: a Escola de Engenharia da UMinho (EEUM), a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o Instituto Superior Técnico e a Universidade de Aveiro. «[O Consórcio], a nível nacional permitirá, no curto prazo, trabalhar na reformulação dos cursos de engenharia conforme imposição legal, mas assegurando um consenso mais alargado que permita maior equilíbrio do ensino nas diferentes regiões do país, recusando o foco na especialização de cada instituição, apostando assim na manutenção e no crescimento de formas de cooperação que garantam o ensino universitário em múltiplas áreas de engenharia disseminado pelo país», explica o presidente da EEUM, João Monteiro. A nível internacional, afirma o responsável, «é a primeira iniciativa conjunta destas escolas para colaborarem na capacitação do corpo docente de países africanos e nos programas de ensino universitário e de I&D&I, como resultou das reuniões tidas com as ministras de Angola e de Cabo Verde».
2. Reliance Industries leva sustentabilidade à Turquia
A gigante indiana uniu-se à empresa turca Kivanc Tekstil para desenvolver o têxtil sustentável R|Elan Green Gold, na Turquia. Além do marketing e da produção dos têxteis, a Kivanc será também a distribuidora exclusiva das fibras Recron Greengold para produtores de fibras, fios e tecidos de todo o mundo. A Reliance Industries refere que esta relação de exclusividade irá permitir oferecer a melhor qualidade de soluções têxteis amigas do ambiente para marcas e retalhistas que aprovisionam da Turquia, assim como ajudar as empresas a ir de encontro à crescente procura por vestuário sustentável. Ziya Kivanç, CEO da Kivanç Textil, revela que o grupo pretende implementar «uma abordagem inovadora e sustentável em todos as fases de produção, da fiação até ao acabamento. Esta parceria com a Reliance Industries é uma iniciativa importante para cumprir a nossa missão. Sermos distribuidores exclusivos das fibras e fios Recron Greengold e produtores dos têxteis R|Elan Greengold irá dar-nos imensas oportunidades de crescimento». A Reliance Industries é uma das maiores empresas de reciclagem de poliéster, reciclando cerca de 2,2 mil milhões de garrafas de plástico por ano. O R|Elan GreenGold, obtido a partir de plástico reciclado, reduz significativamente as emissões de dióxido de carbono e, como é feito a partir de fibras pré-tingidas, a sua produção não usa tanta água e da pouca água que usa, 90% é reciclada. Gunjan Sharma, diretor de marketing da Reliance Industries afirma que a parceria irá «certamente dar aso à criação de têxteis inovadores para ir de encontro à procura crescente por vestuário sustentável de alta qualidade».
3. Reformas para pôr fim ao trabalho forçado no Uzbequistão
A Cotton Campaign quer erradicar o trabalho forçado e infantil do cultivo e produção de algodão na Ásia Central. A organização definiu uma série de recomendações para pôr fim ao que consideram ser trabalho forçado «patrocinado pelo estado» no sector do algodão no Uzbequistão. O denominado “Roadmap of Reforms” pretende servir como base para processo de reformas que atualmente está em vigor no país, para garantir que os esforços que estão a ser levados a cabo são sustentáveis. O documento é fundamentando, segundo a Cotton Campaign, por uma ampla consulta aos seus parceiros e um diálogo com o governo do país, que decorreu ao longo do último ano. Os três principais objetivos foram apresentados ao governo do Uzbequistão em fevereiro e passam por colocar um ponto final no trabalho escravo; criar reformas estruturais e empoderar a sociedade civil. De acordo com a Cotton Campaign, os três desígnios complementam-se e «o trabalho forçado não pode ser eliminado sem a adoção de reformas estruturais, e essas reformas não podem ser colocadas em prática sem o empoderamento da sociedade civil, para garantir que há transparência e responsabilização entre as várias vertentes». Embora o grupo elogie o compromisso assumido pelo presidente Shavkat Mirziyoyev, em setembro de 2017, e reconheça a evolução registada nas colheitas de 2017 e 2018, também aponta que o trabalho forçado persistiu em 2018, devido a questões estruturais. No entanto, a organização refere que se tem sentido «encorajada» pela disponibilidade do governo uzbeque e a sua abertura em considerar a visão da organização e as suas recomendações desde o início de 2018. «Juntamente com o apoio de marcas de vestuário e associações industriais, iremos usar este quadro de recomendações como base para a nossa maior envolvência com o governo do Uzbequistão, ajudar a levar a cabo reformas estruturais», assegura Patricia Jurewicz, fundadora e vice-presidente do Responsible Sourcing Network.
4. Thermore inventa isolamento com características únicas
A empresa desenvolveu um novo isolamento, no âmbito da sua gama Ecodown, que confere uma nova dimensão ao isolamento térmico. A Thermore explica que o novo Ecodown Fibers Marble é um isolamento «leve, suave e quente» com uma mistura de fibras especiais brancas e pretas. A ideia é que, quando usado com têxteis leves e transparentes, o novo isolamento possa ser visto – o que significa que não haverá duas peças iguais graças à configuração das fibras brancas e pretas. Nos últimos cincos anos, a empresa tem vindo a trabalhar em tecnologias de desenvolvimento de fibras, chegando à conclusão que, do ponto de vista técnico, «havia muito pouco a melhorar. Havia apenas uma coisa que poderia mudar com este produto e que faria toda a diferença: o seu aspeto. A evolução na tecnologia permite agora que os têxteis sejam muito resistentes e leves que é possível ver através deles. Sentimos que o mundo do vestuário estava pronto para o próximo desafio: usar o isolamento para dar um aspeto visual único ao vestuário».
5. Marrocos constrói cidade tecnológica
O país do norte de África espera atrair investimentos a rondar os 10 mil milhões de dólares (aproximadamente 8,9 mil milhões de euros) e criar 100 mil postos de trabalho numa cidade tecnológica, a ser construída perto de Tangier. O BMCE Bank assinou um memorando de entendimento em abril com a China Communications Construction Co (CCCC) e a sua subsidiária China Road and Bridge Corp (CRBC), para construir a cidade, que será batizada como Tanger Tech Mohammed VI. O acordo surge depois da saída do grupo chinês Haite, com o qual o BMCE e o concelho regional expressou, em 2017, a intenção de construir a cidade em 10 anos. «Houve desentendimentos relativamente à propriedade da nova cidade, entre outros problemas», revelou Ilyas El Omari, chefe da região norte de Tânger-Tetouan-Alhoceima à Reuters. Marrocos ainda está a negociar com a CCCC a sua percentagem. «O nosso parceiro é chinês, mas isso não significa que a cidade será chinesa», afirmou Ilyas El Omari, acrescentando que a cidade tecnológica irá atrair investimento internacional e não apenas da China. «O número de candidaturas de empresas internacionais para investir na cidade supera a área que nós planeámos», assegurou. Marrocos irá garantir benefícios fiscais para as empresas da indústria têxtil, automóvel, aeronáutica, química, de alimentação e de energias renováveis que se quiserem instalar na nova cidade. Segundo Ilyas El Omari, a cidade será construída em três fases. Numa primeira fase, irá abranger cerca de 700 hectares e, no total, prevê-se que a cidade tecnológica ocupe cerca de 2 mil hectares.
6. Luxo de boa saúde
Um indicador da saúde de um sector é, normalmente, medido pelo número de fusões e aquisições. Um novo estudo da Deloitte mostra que, no ano passado, as aquisições e fusões aumentaram 22% no sector do luxo, com 265 acordos, mais 47 do que no ano anterior. O número de parcerias entre empresas de vestuário e acessórios de moda diminuiu ligeiramente para 73. Contudo, os artigos pessoais de luxo, liderados pelo sector da beleza, aumentaram para 44, em relação aos 28 do ano anterior, dando provas do dinamismo do sector. Ainda que possa ter havido mais acordos, de um modo geral, no sector do luxo, a dimensão financeira média dos acordos diminuiu 12% para 233 milhões de dólares (cerca de 209 milhões de euros), refletindo o facto de os investidores estarem a adquirir empresas mais pequenas. As marcas com receitas até aos 50 milhões de dólares representaram 65% dos acordos, comparado com 55% em 2017. Entretanto, as marcas que geraram entre 50 milhões de dólares e 250 milhões de dólares registaram uma descida de 25% no número de fusões e aquisições. Já 22% das aquisições e fusões tiveram como alvo as empresas de maior dimensão. No entanto, os maiores acordos foram os que tiveram maior impacto mediático, como por exemplo a Versace, que se tornou parte da família Michael Kors (agora Capri Holdings) num acordo que superou os 2 mil milhões de dólares. Outros grandes acordos envolveram a Perry Ellis, Lanvin e Nautica.