- H&M une forças com designer chinesa Angel Chen
- Norte-americanos querem moda confortável
- Zalando expande oferta amiga do ambiente
- Geração Z opta pelo estilo e preço
- Empresa dos EUA investe 10 milhões em estamparia digital
- Consumidores não priorizam sustentabilidade
1. H&M une forças com designer chinesa Angel Chen
A gigante sueca irá apresentar uma coleção cápsula, com 45 peças, desenhada por Angel Chen, em setembro. A coleção baseia-se no portefólio de criações de luxo da designer e no conceito das artes marciais chinesas, incluindo peças de pronto a vestir que recorrem a referências culturais, como bambu, dragões e grous. «Quando desenhei a coleção cápsula, a minha prioridade foi refletir a cultura chinesa e a identidade da minha marca de uma forma significativa. As vendas tornaram-se secundárias», revela Angel Chen à WWD. «Escolhi alguns visuais icónicos do meu arquivo e dei-lhes uma nova vida, através das cores, dos materiais e de detalhes», explica. Magnus Olsson, diretor-geral para as operações da H&M na China, afirma que «esperamos atrair mais a atenção pública para a criatividade e a influência dos jovens designers chineses na indústria da moda chinesa e internacional». A coleção estará à venda online, em lojas na China e em países com um número significativo de compradores chineses, como Singapura, Malásia, Filipinas e Canadá. A colaboração surge meses após a H&M anunciar a sua colaboração com o designer italiano Giambattista Valli, cujo lançamento está previsto para 7 de novembro.
2. Norte-americanos querem moda confortável
Até 2020, o consumo dos norte-americanos deverá continuar a diminuir, porém, em 2021, os gastos com vestuário deverão aumentar, segundo o estudo The Future of Apparel do grupo NPD. O relatório refere que algumas categorias de produtos serão responsáveis por esse crescimento, como camisolas, swimwear, sleepwear e vestidos. «Os consumidores gostam de moda, mas não querem sacrificar o conforto e a conveniência do activewear, com o qual se acostumaram», garante Marshal Cohen, diretor de consultoria para a indústria no grupo NPD. De acordo com o grupo, nos 12 meses até maio, as vendas de artigos de activewear (para adultos e crianças) cresceram 8%, para 23,6 mil milhões de dólares (cerca de 21,6 mil milhões de euros), e as vendas de sleepwear aumentaram 2%, para 7,8 mil milhões de dólares. Os vestidos e o swimwear não terão a mesma performance, mas o grupo NPD acredita que estas categorias, «através da inovação, vão impulsionar o crescimento futuro». Na verdade, os vestidos registaram uma descida de 3% para 15 mil milhões de dólares, contudo, «os vestidos de activewear femininos deverão compensar essas descidas nos próximos dois anos», indica o NPD. As vendas de swimwear também decresceram 4%, para 5,8 mil milhões de dólares, ao longo do período, o que se deveu, em parte, à chegada tardia das temperaturas de verão aos EUA. «A moda de hoje tem a ver com um estilo que é simples e funcional – uma combinação que as marcas podem e devem aplicar», resume Cohen.
3. Zalando expande oferta amiga do ambiente
A retalhista online alemã irá expandir a sua gama de produtos de moda ecológica, com a adição, nas próximas semanas, de marcas amigas do ambiente como a Ecoalf, Girlfriend Collective, Mud Jeans, Swe-s e Stripe + Stare. A decisão, segundo a Zalando, surge para dar resposta às necessidades dos consumidores, que se estão a mostrar «cada vez mais preocupados com o futuro do nosso planeta e querem tomar decisões sustentáveis no que concerne à moda». A empresa refere que já conta com mais de 15 mil produtos produzidos de forma sustentável de cerca de 240 marcas, incluindo a Armedangels, Filippa K, Mother of Pearl, Nudie Jeans, Patagonia e Veja. Para ajudar os consumidores a encontrar estes produtos com maior facilidade, a Zalando criou uma espécie de etiqueta verde que apenas é atribuída aos produtos com matérias-primas amigas do ambiente e respetivas certificações. Assim, as marcas que a retalhista online vai agora incluir ampliarão a oferta, assegura a Zalando. A empresa revela ainda estar «consciente da sua capacidade de influenciar a procura e o fornecimento de moda sustentável» e pretende usar a sua influência para se tornar «um agente credível para a sustentabilidade» no sector. «A nossa atual variedade de produtos sustentáveis já é uma das maiores da Europa e estamos apenas a começar», afiança Sara Diez, vice-presidente para o vestuário feminino na Zalando. «A nossa ambição é dar aos nossos clientes uma maior variedade de escolha, informação mais completa e toda a inspiração que precisam para tomar as decisões mais sustentáveis possíveis», aponta. A Zalando explica que decidiu aumentar o seu portefólio de marcas depois de notar um aumento na pesquisa por termos como “orgânico” ou “comércio justo” no seu website. «Integrar estar novas marcas é um passo importante na nossa jornada e queremos adicionar mais opções sustentáveis à nossa gama de produtos nos próximos meses», confessa Sara Diez. A Zalando serve mais de 27 milões de consumidores em 17 países, incluindo da Bélgica, Dinamarca, França, Polónia, Espanha e Reino Unido.
4. Geração Z opta pelo estilo e preço
Os mais jovens querem que os produtos que compram sejam éticos. Porém, questões relacionadas com o design e a qualidade do produto tendem a ser priorizadas em relação a questões sustentáveis e éticas, mostra um novo estudo da Unidays. A Unidays inquiriu 17.500 estudantes da geração Z (14 mil dos EUA e 3.500 do Reino Unido) acerca da sua visão em relação a 12 diferentes indústrias, com as considerações éticas a não figurarem no top três de prioridades. No sector da moda, os inquiridos definem o design, a qualidade e, ainda, «a apresentação de novos produtos a cada estacão» como os fatores mais importantes. Estas questões superaram as preocupações ecológicas ou éticas. As questões éticas podem não ser a prioridade da geração Z, mas muitos estudos indicam que, quando têm que optar por dois produtos quase idênticos, com preços praticamente iguais, as preocupações ecológicas são essenciais. «Ainda que seja revelador o facto de o estereótipo em relação à geração Z não corresponder necessariamente à verdade, é de destacar que as questões éticas ainda são importantes para esta geração», garante Alex Gallagher, diretor de estratégia da Unidays. «A geração Z, tal como todas as gerações que lhe antecederam, é composta por consumidores complicados, que estão a entrar no mercado de trabalho e a aumentar o seu poder de compra. As empresas que querem ser bem-sucedidas, não apenas aqui e agora mas também no futuro, vão precisar de aprender a tratar a geração Z como mais do que um estereótipo», avisa. Globalmente, as marcas favoritas dos inquiridos foram a Nike, Netflix, Instagram, YouTube e Adidas.
5. Empresa dos EUA investe 10 milhões em estamparia digital
A Spreadshirt planeia investir 10 milhões de dólares (cerca de 8,9 milhões de euros) em novas tecnologias de estamparia ao longo dos próximos dois anos, para dar resposta à crescente procura e conquistar novos segmentos. A empresa de estamparia digital norte-americana revela que o investimento possibilitará renovar e ampliar a maquinaria existente e definir novos padrões de qualidade na estamparia e nos tempos de entrega. «Vai permitir-nos expandir a nossa liderança de mercado em muitas categorias», afirma a empresa. A Spreadshirt opera em 18 países, com um negócio em constante crescimento «e um grande sucesso com a nosso recém-lançado segmento de entregas», adianta o CEO Philip Rooke acerca do planeado investimento de capital. Nas suas unidades em Henderson e Greensburg, a empresa está a instalar a tecnologia Atlas da Kornit, que oferece estamparia digital em HD e entre 30% e 40% de mais impressões por hora do que outros modelos, proporcionando entregas mais rápidas. Em 2020, a tecnologia será também instalada nas unidades da Spreadshirt na República Checa e na Polónia. «Em 2020, vamos rapidamente expandir a nossa gama de produtos e de técnicas de estamparia, tanto para as empresas que usam os nossos serviços de entrega como para a nossa base de consumidores. Isto vai possibilitar-nos consolidar a nossa liderança de mercado para outros segmentos», assevera Rooke.
6. Consumidores não priorizam sustentabilidade
Um novo estudo da Accenture conclui que mais de metade dos consumidores garante que está dispostos a pagar mais por produtos reutilizáveis ou recicláveis. Contudo, a qualidade e o preço ainda são as principais preocupações dos consumidores. Ainda que estejam preparados para pagar mais, há, claramente, limites, e o desafio é criar produtos feitos a partir de matérias-primas recicladas e que, simultaneamente, possam ser reciclados sem custos adicionais. A Accenture inquiriu 6 mil consumidores de 11 países da Europa, América do Norte e Ásia e descobriu que «enquanto os consumidores ainda estão focados na qualidade e no preço, 83% acreditam que é importante ou extremamente importante que as empresas criem produtos que podem ser ou reutilizados ou reciclados», pode ler-se no relatório. 72% garantem que, atualmente, compram mais produtos amigos do ambiente do que há cinco anos e 81% esperam adquirir cada vez mais produtos sustentáveis ao longo dos próximos cinco anos. «A mudança nos hábitos de compra dos consumidores, com os clientes dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente responsáveis, reforça a necessidade de as empresas aumentarem os seus compromissos em relação a práticas sustentáveis», destaca Jessica Long, diretora-geral de estratégia da Accenture. «Empresas de várias indústrias começaram a liderar esse caminho, abraçando a economia circular como uma oportunidade para impulsionar o crescimento e a competitividade», aponta. No entanto, a qualidade e o preço ainda superam a sustentabilidade na lista de prioridades dos consumidores no momento de compra, citados por 89% e 84% dos inquiridos, respetivamente. 83% dos inquiridos consideram que é importante que as empresas façam da sua oferta sustentável, mas apenas 37% citam o impacto ambiental como um importante fator no que toca às decisões de compra. Já 49% dos consumidores privilegiam questões de saúde e segurança. Embora as empresas químicas tenham um importante papel no desenvolvimento de produtos recicláveis e reutilizáveis, os consumidores olham-nas de forma negativa. Acreditam que essa indústria, no geral, não se preocupa com o seu impacto ambiental e 26% dos consumidores afiançam que a indústria química é a menos preocupada com questões ambientais, entre nove indústrias incluídas no inquérito.