Breves

  1. G-Star Raw tinge com resíduos de plantas
  2. México interpela Louis Vuitton sobre padrão do país
  3. Sergio Tacchini muda de mãos e renasce
  4. Dona da La Perla entra na Ralph & Russo
  5. Uniqlo cai em casa, mas aumenta além-fronteiras
  6. Crescimento da publicidade online deverá abrandar

1. G-Star Raw tinge com resíduos de plantas

A marca de jeanswear incorporou resíduos de plantas na sua mais recente coleção. A G-Star Raw uniu forças com a Archroma, especialista suíça em corantes e químicos especiais, para a criação de uma nova coleção sustentável, batizada “Dyed By Nature”. A coleção inclui casacos, camisolas, jeans e t-shirts para homem e mulher, todos tingidos com ingredientes naturais como restos de serenoa repens, uma espécie de palmeira, e resíduos de beterraba, que, garante a marca, são «totalmente rastreáveis, desde o solo até ao produto». O resultado é uma gama de peças com tonalidades suaves, como rosa claro, azul marinho e verde-oliva. Para além de corantes ecológicos, a linha foi fabricada a partir de matérias-primas como algodão reciclado, algodão orgânico e liocel. A coleção é fruto de uma colaboração existente entre a G-Star Raw e a Archroma, que se iniciou em 2017, quando a dupla se juntou numa gama de jeans tingidos de forma sustentável. A marca tem vindo a lançar várias coleções amigas do ambiente, como a “G-Star RAW for the Oceans”, de 2014, que partiu de plástico reciclado, e a “Renewed” que, desde 2012, dá uma segunda vida a jeans usados.

2. México interpela Louis Vuitton sobre padrão do país

O governo mexicano questionou a casa de moda francesa pelo uso de um padrão tradicional do país, no design de uma cadeira. O ministério da cultura mexicano, frisou, numa carta enviada a 5 de julho, que estava «surpreendido» por encontrar, numa cadeira da coleção Dolls by Raw Edges, da casa de moda francesa, os padrões desenhados por artistas mexicanos de Hidalgo. «Sentimo-nos obrigados a perguntar, de forma respeitosa, se, na elaboração da mencionada cadeira procuraram e, neste caso, trabalharam em conjunto com a comunidade e os seus artistas», pode ler-se na carta. Esta é a segunda vez em menos de um mês que o governo mexicano envia este tipo de carta. Em junho, interpelou a casa de moda Carolina Herrera por «apropriação cultural» de padrões indígenas. O partido político mexicano de esquerda, Movimento Regeneração Nacional, tem vindo a preparar a elaboração de legislação que proteja as comunidades indígenas de plágio ou de que o seu trabalho seja usado por outros agentes, sem que recebam compensação por isso.

3. Sergio Tacchini muda de mãos e renasce

A marca italiana de sportswear conta com novos proprietários, tendo sido adquirida por Stefano Maroni, pela Twin Lakes Capital e pela B Riley Principal Investments. Segundo a nova estrutura, Stefano Maroni será o CEO e Lee Feldman, administrador da Twin Lakes Capital, irá presidir a marca. Além disso, a Sergio Tacchini terá um novo diretor criativo, Dao-Yi Chow. O designer, que já foi premiado várias vezes pelo Council of Fashion Designers of America, é mais conhecido pela sua marca Public School New York, tendo também já sido diretor criativo da DKNY. Dao-Yi Chow irá supervisionar todos os aspetos da identidade visual e do design da marca, incluindo o lançamento de coleções de vestuário, acessórios e calçado para homem e mulher, revela a Sergio Tacchini. A primeira coleção lançada será a da primavera-verão 2020. Trata-se de uma «coleção de lifestyle inspirada no ténis, para homem e mulher, que estará disponível em pontos de venda exclusivos», revela a marca. «Apaixonei-me pelo ténis quando era novo e agora ter a oportunidade de recriar a Sergio Tacchini, tornando-a uma marca moderna de lifestyle é um sonho tornado realidade», admite Dao-Yi Chow. Já Stefano Maroni, fundador e antigo CEO da GMI USA Corp, explica que «a Sergio Tacchini inspirou um movimento criativo no vestuário desportivo ao longo de 50 anos ao ser a primeira a introduzir cor e moda no ténis. O legado da marca como pioneira na indústria, juntamente com a sua herança italiana e historial no mundo desportivo, ajudou-a a transcender as suas raízes para se tornar uma marca de sportswear e lifestyle reconhecida e adorada mundialmente».

4. Dona da La Perla entra na Ralph & Russo

A Tennor Holding adquiriu, por 50 milhões de dólares (cerca de 44 milhões de euros), uma quota minoritária da marca de alta-costura. A empresa, que também detém a La Perla, não divulgou a percentagem que adquiriu, revelando apenas que existe a opção de aumentar a fatia para 40%. O investimento «é feito dentro da mesma lógica do que foi realizado na La Perla Global Management e cobre os requisitos de financiamento que a Ralph & Russo necessita para acelerar os seus atuais planos de crescimento a nível mundial», explica a Tennor. No âmbito do acordo, Pascal Perrier, CEO da La Perla, fará parte da direção da Ralph & Russo, como membro não-executivo. Os fundadores da marca de alta costura, Tamara Ralph e Michael Russo, garantem que a casa de moda irá permanecer totalmente independente e continuará a ser liderada pela atual equipa de gestão. Michael Russo explica que a venda parcial é «um passo importante que irá permitir à Ralph & Russo concretizar os planos de crescimento a longo prazo, enquanto a marca continua a ser gerida de forma independente». Já o CEO da Tennor, Robin Bagchi, afirma que «estamos entusiasmados por conseguir providenciar à Ralph & Russo o investimento necessário. Partilhamos o espírito empreendedor da casa de moda e a sua paixão pelo luxo, e estamos felizes por podermos trabalhar com a Tamara Ralph e o Michael Russo».

5. Uniqlo cai em casa, mas aumenta além-fronteiras

A gigante do vestuário e detentora da Uniqlo, a Fast Retailing, registou resultados insatisfatórios no terceiro trimestre, pelo menos no mercado nipónico. Internacionalmente, o sucesso das vendas da Uniqlo conduziu a um crescimento das receitas em 7,3%, para 551,1 mil milhões de ienes (aproximadamente 4 mil milhões de euros), ligeiramente abaixo das estimativas dos analistas, que eram de 556,9 mil milhões de ienes. Este incremento compensou o declínio de 0,5% nas vendas domésticas no mesmo trimestre. Tanto as vendas como os lucros operacionais da Uniqlo fora do Japão cresceram 15% no terceiro trimestre, motivadas pelo forte crescimento na China, Sudeste Asiático e Oceânia, o que a empresa espera que continue até ao último trimestre. No entanto, a Fast Retailing aponta que o declínio no mercado doméstico se deveu parcialmente ao adiamento das promoções para junho. Deste modo, o grupo estima agora que as receitas domésticas e os lucros aumentem no quarto trimestre e, ainda, que a margem de lucro bruta melhore significativamente. No final de maio, os lucros líquidos cresceram para 44,64 mil milhões de ienes, em relação aos 44,18 mil milhões de ienes do ano anterior, mas ficaram aquém das expetativas dos analistas, que eram de 47,42 mil milhões de ienes. Os lucros operacionais aumentaram 9% para 75 mil milhões de ienes, uma vez mais abaixo das previsões dos analistas, de 79 mil milhões de ienes.

6. Crescimento da publicidade online deverá abrandar

A Zenith estima-se que os gastos mundiais com publicidade cresçam 4,6% em 2019, uma diminuição em relação a estimativas anteriores, com o incremento da publicidade na internet a abrandar em 2021. A empresa, detida pelo grupo francês de publicidade Publicis, revela, num relatório, que a publicidade online deverá representar, em 2021, 52% dos gastos mundiais com publicidade, ultrapassando, pela primeira vez, a marca dos 50%. O relatório surge numa altura em que as empresas de publicidade estão a dirigir-se para as plataformas digitais, como o Google ou Facebook, para chegar aos consumidores. Atualmente, 47% dos gastos mundiais com publicidade dirigem-se à internet, segundo a Zenith, um aumento em relação aos 44% do ano passado. Porém, a taxa de crescimento deverá abrandar devido ao amadurecimento do mercado da publicidade online. «2021 vai ser o primeiro ano de crescimento a um dígito nos gastos com a publicidade online desde 2001, o ano em que explodiu a bolha da internet» revela Jonathan Barnard, diretor de estimativas da Zenith. Os gastos mundiais com publicidade deverão crescer para 28 mil milhões de dólares (cerca de 24 mil milhões de euros) em 2019, indica a Zenith, acrescentando que cerca de metade do crescimento advirá dos EUA, impulsionado pelo rápido crescimento da publicidade digital. A China surge de seguida na lista dos maiores contribuidores para o crescimento, seguida do Reino Unido e da Índia.