Breves

  1. Lã australiana investe na rastreabilidade
  2. Roberto Cavalli a um passo da Damac
  3. Afound da H&M chega à Europa
  4. Irlanda proíbe produção de peles
  5. Consumo abranda no Reino Unido
  6. Manequim 100% digital assina contrato com agência

1. Lã australiana investe na rastreabilidade

O plano estratégico para os próximos três anos da Australian Wool Innovation (AWI) – entidade que representa os produtores de lã do país – define a rastreabilidade como principal prioridade operacional e de investimento. Stuart McCullough, CEO da AWI, explica que, ao definir o plano estratégico para o período entre 2019 e 2022, a AWI incorporou o feedback dos produtores para garantir que a estratégia refletia as prioridades dos produtores em relação a temáticas como a investigação, desenvolvimento e marketing. «Como sempre, o compromisso principal da AWI é apoiar os produtores australianos e garantir que obtêm o melhor preço pela sua lã. Porém, através do processo de consulta, conseguimos auscultar algumas prioridades que os produtores acreditam que fará uma grande diferença na indústria ao longo dos próximos três anos», acrescenta. O relatório The Review of Performance, da Ernst & Young, foi também fundamental para a elaboração do plano estratégico, afirma McCullough. Ao delinear as prioridades, a AWI lançou um número de projetos focados na rastreabilidade durante os últimos cinco anos. «Estes projetos estão em ponto de maturidade e temos os suficientes onde podemos criar toda uma estratégia à volta da rastreabilidade. Reconhecemos que as gerações Z e Y estarão mais interessadas na origem dos materiais no futuro. Irão querer saber a origem dos produtos, como foram tratados, todo o processo da cadeia de aprovisionamento e onde irão terminar os produtos. Vemos isto como uma tendência», garante.

2. Roberto Cavalli a um passo da Damac

Um tribunal italiano deverá aprovar a venda da casa de moda italiana à Damac, noticia a Reuters. No início do mês, a administração da Roberto Cavalli tinha já revelado a oferta da Damac como a favorita entre as cinco propostas de aquisição. Outras ofertas pela compra terão sido submetidas pelo grupo italiano OTB e pela norte-americana Bluestar Alliance. A Damac Properties já é parceira da Roberto Cavalli, num projeto imobiliário que inclui pelo menos cinco hotéis de luxo, a começar por um que vai ser construído no Dubai até 2023. Dada a relação entre a Damac e o diretor executivo da casa de moda, Gian Giacomo Ferraris, a Reuters avança que Ferraris deverá permanecer na Roberto Cavalli depois de o acordo ser assinado.

3. Afound da H&M chega à Europa

O marketplace multimarca discount da H&M está a dar os seus primeiros passos na Europa, com a Holanda a tornar-se o seu primeiro mercado fora da Suécia. Como parte de uma estratégia a longo prazo do grupo sueco, a Afound inicia a sua presença na Europa com o lançamento de um marketplace digital na Holanda no outono. «A Holanda é um mercado interessante para nós, onde acreditamos que temos uma oportunidade de ocupar uma posição favorável. O consumidor holandês é um consumidor inteligente. Acreditamos que irá receber de forma positiva a nossa oferta de artigos de excedentes de stocks, a preços reduzidos», acredita a diretora-geral da Afound, Joanna Hummel. O marketplace foi lançado online em 2018, e inaugurou várias lojas físicas na Suécia entre 2018 e 2019, incluindo uma flagship em Estocolmo.

4. Irlanda proíbe produção de peles

A Irlanda será o 15.º país da União Europeia a proibir a produção de peles. A declaração emitida pelo Departamento de Agricultura, Alimentação e Marinha (DAFM na sigla inglesa) refere que o governo irá criar uma lei para fasear a proibição. Há atualmente três produtores de peles, que operam em Donegal, Laois e Kerry, segundo o DAFM. O número de produtores reduziu de quatro para três em 2014. «A nova legislação irá tornar ilegal o estabelecimento de novas unidades de produção. Serão levados a cabo acordos com o reduzido número de produtores que ainda existem, para permitir o desaparecimento organizado do sector, dando tempo aos trabalhadores de encontrem alternativas», revela o ministro da agricultura, Michael Creed. Depois de países como a Noruega, Luxemburgo e Bélgica, chegou a vez da Irlanda proibir a produção de peles. A notícia foi bem recebida pela Humane Society International/Europe (HSI). «Pedimos aos governantes que proíbam a produção de peles rapidamente para por fim ao sofrimento e morte de centenas de milhares de animais», apela Joanna Swabe, diretora sénior de assuntos públicos da HSI.

5. Consumo abranda no Reino Unido

2019 será o ano de menor crescimento nos gastos do consumidor dos últimos seis anos no Reino Unido, de acordo com as estimativas da EY ITEM Club. A previsão é que o crescimento seja de 1,6% comparativamente ao ano passado. O valor fica, contudo, acima da estimativa de crescimento da economia britânica, que é de 1,3% em 2019. A EY ITEM Club antecipa que o aumento dos lucros tenha atingido o seu ponto mais alto no início de 2019 e que deverá manter-se ligeiramente abaixo desse nível durante o resto do ano. Depois dos gastos do consumidor terem beneficiado do forte aumento do emprego e do incremento dos salários na segunda metade de 2018 e no início de 2019, a estimativa é agora menos otimista. Howard Archer, consultor de economia na EY ITEM Club, refere que «a melhoria no poder de compra significa que os consumidores foram menos afetados do que as empresas pela incerteza económica e pelo Brexit». A EY ITEM Club prevê ainda que o crescimento do emprego abrande para 1% em 2019 e 0,6% em 2020, em relação aos 1,2% de 2018. O crescimento mais moderado nos gastos dos consumidores irá colocar ainda mais pressão na high street, que enfrenta desafios face às mudanças nos padrões de compra dos consumidores.

6. Manequim 100% digital assina contrato com agência

A Spark CGi, com sede em Los Angeles, criou «a primeira modelo 100% gerada através de computador a assinar um contrato com uma grande agência internacional». A startup conseguiu criar uma modelo que descreve como «uma modelo confiante, com sardas, de 19 anos, chamada Daisy Paige». A modelo assinou um contrato exclusivo com a agência Lipps LA, cujo portefólio conta com celebridades, influenciadores e modelos. A Daisy Page não é a primeira modelo virtual. A Lil Miquela, que recentemente apareceu junto a Bella Hadid numa campanha para a Calvin Klein, ou a supermodelo digital Shudu e a personagem do Final Fantasy, a Lightning, que a Louis Vuitton usou numa campanha em 2016 são alguns dos exemplos. A Yoox, por exemplo, também introduziu a sua modelo digital (também chamada Daisy), em dezembro, como um avatar que ajuda os seus clientes a ter uma melhor ideia de como as peças lhes poderão servir. Scott Lipps, presidente e fundador da Lipps LA, é otimista em relação ao futuro das modelos da CGI e planeia «representar mais modelos virtuais como a Daisy num futuro próximo. Estamos apenas a começar a explorar esta tecnologia e sentimo-nos entusiasmados com o futuro». A Spark CGi é uma startup tecnológica gerida por uma equipa de especialistas em design 3D e marketing digital. Quanto à Daisy Page, a startup garante que esta não é apenas mais uma Lil Miquela. «A Daisy é 100% gerada digitalmente, o que inclui mesmo a sua roupa», ao contrário das restantes modelos virtuais, cuja face digital é colocada em cima de um modelo humano que usa vestuário real. A startup esclarece que a diferença permite que as suas criações «tenham mais flexibilidade e potencialidades de marketing do que as são possíveis atingir usando uma personagem metade pessoa, metade tecnológica».