- Hyosung liga a moda à funcionalidade
- Multicanal impulsiona lojas físicas
- Unifi retira plástico das praias
- Nigéria aprova algodão GM
- A&E lança linhas com identificação
- Retalhistas europeus preocupados com a sustentabilidade
1. Hyosung liga a moda à funcionalidade
O grupo sul-coreano, que detém a marca Creora, desenvolveu uma nova fibra de elastano desenhada para cominar moda e funcionalidade. A ActiFit, lançada no Outdoor Retailer Summer Market, em Denver, Colorado, tem uma grande durabilidade, resistência à radiação ultravioleta e ao cloro e uma grande capacidade de recuperação, o que a torna ideal para desportos como ciclismo ou natação. «A última coisa com que um atleta ou entusiasta do outdoor se deve preocupar é se o seu equipamento irá manter-se intacto numa corrida ou mesmo com o tempo», afirma Mike Simko, diretor de marketing do Hyosung. «O vestuário com elastano ActiFit dará aos atletas a confiança que precisam para se focar no desporto e não estarem preocupados com o que estão a usar», assegura. A empresa aponta que «costumavam existir linhas distintivas entre o pronto a vestir, o sportswear e o vestuário para outdoor – mas essas barreiras já não existem, uma vez que os consumidores de hoje querem a união entre a moda e a funcionalidade».
2. Multicanal impulsiona lojas físicas
Há muito que se fala da importância do retalho multicanal e um novo estudo dá provas disso mesmo. Dados da RetailMeNot mostram que os dispositivos móveis têm «um papel essencial para os consumidores que compram em lojas físicas». Apesar do crescimento das vendas online, cerca de 85% dos norte-americanos ainda realizam, habitualmente, as compras de alimentação em lojas físicas e 69% afirmam que receber ofertas personalizadas no telemóvel que podem usar nas lojas faz com que haja uma maior probabilidade de frequentarem esses espaços. 85% dos consumidores visitam, em média, cerca de três lojas por semana. Note-se que, dado que os consumidores da geração Y têm estado, em parte, na raiz do crescimento das vendas online, o número sobe para quatro lojas por semana nesta geração e uma média de 5,25 na geração Z. Embora as vendas online continuem a crescer, as lojas físicas não se vão tornar obsoletas nos próximos tempos. No entanto, segundo o relatório, estas devem adotar uma abordagem multicanal. «As lojas físicas ainda são o canal mais importante para os consumidores e o papel que os telemóveis têm no processo de compra é notável para os retalhistas que querem chegar aos consumidores que vão às lojas físicas. Os dispositivos móveis são a principal companhia dos clientes nas compras em loja, o que representa uma oportunidade de marketing para os retalhistas, não só para aumentarem as visitas às lojas, mas também para incentivarem as vendas e compreenderem o comportamento dos clientes», considera a CEO da RetailMeNot, Marissa Tarleton.
3. Unifi retira plástico das praias
A produtora de fios norte-americana está a lançar uma nova fibra sustentável, obtida a partir de garrafas de plástico recolhidas em 50 quilómetros de costa de países e áreas que não têm sistemas próprios de recolha ou de reciclagem. A nova fibra, batizada Repreve Our Ocean, é fabricada a partir de garrafas que estavam em alto risco de entrar no oceano. «Há muito que lutamos pela qualidade do nosso ar, solo e recursos naturais, ao transformarmos milhões de garrafas de plástico na nossa fibra reciclada Repreve. Com a Repreve Our Ocean, oferecemos uma oportunidade única às marcas de contarem uma história com foco no oceano», explica Jay Hertwig, presidente das vendas mundiais da Unifi. «A Repreve Our Ocean é feita para o futuro e este produto premium irá apelar aos consumidores que querem fazer tudo o que podem para ajudar a proteger o ambiente para as próximas gerações», garante. De acordo com a Ellen MacArthur Foundation, pelo menos 80% dos desperdícios de plástico chega aos oceanos e, a este ritmo, em termos de peso, haverá mais plástico do que peixe nos oceanos em 2050. A Unifi estima que, até ao momento, já terá transformado mais de 16 mil milhões de garrafas de plástico na fibra reciclada Reperve para vestuário, calçado, artigos para o lar e outros bens de consumo.
4. Nigéria aprova algodão GM
A Nigéria aprovou duas novas variedades de algodão, geneticamente modificadas, para serem utilizadas pelos agricultores do país, com o objetivo de impulsionar o sourcing para a sua indústria têxtil e diminuir as importações anuais de 115 mil milhões de nairas (cerca de 29 milhões de euros). As modificações foram feitas pelo Institute for Agricultural Research (IAR) da Universidade Ahmadu Bello, em colaboração com a empresa Mayco Nigeria, para incluir um gene que torna o algodão resistente a pragas, segundo a diretora adjunta da National Biotechnology Development Agenc, Rose Gidado. As alterações tornam possível que estes tipos de algodão resistam às pragas da lagarta-da-espiga, «a mais devastadora na produção de algodão», indica Rose Gidado, permitindo triplicar a produção para mais de 4 toneladas por hectare. As novas variedades são adaptáveis a todas as áreas de produção no país, amadurecem rapidamente e têm uma maior resistência e cumprimento, aponta a responsável. Atualmente, a Nigéria produz cerca de 60 mil toneladas de algodão ao ano, um valor menor do que as mais de 100 mil toneladas registadas há quatro décadas, importando o valor restante para ir de encontro às necessidades. Os produtores esperam que a produção na próxima temporada atinja pelo menos as 150 mil toneladas. «Queremos que estas sementes melhorem significativamente a produção local e aumentem a participação dos nossos agricultores, que outrora foram desencorajados da produção de algodão», assume Anibe Achimugu, presidente da National Cotton Association of Nigeria.
5. A&E lança linhas com identificação
A produtora de linhas de costura e bordados apresentou, na mais recente edição da Texprocess, linhas com etiqueta de identificação molecular. As linhas Integrity foram desenvolvidas em parceria com a empresa de autenticação de produtos Applied DNA Sciences (APDN). O projeto de colaboração tinha já sido anunciado em fevereiro do ano passado, com a APDN a afirmar na altura que iria usar a sua plataforma CertainT para desenvolver linhas de costura seguras para proteção da marca, ajudando os produtores e marcas a assegurarem que os seus produtos são autênticos. A plataforma da empresa pode ser utilizada para identificar, rotular, testar e seguir produtos, para ajudar a garantir a autenticidade, origem, rastreabilidade, sustentabilidade e qualidade. «Um dos grandes desafios que as marcas enfrentam hoje está centrado na autenticidade. A perda de receitas, reputação e confiança na marca é uma das principais consequências dos produtos contrafeitos», admitu o presidente da A&E, Chris Alt. A empresa trabalhou anteriormente como governo dos EUA para assegurar o fornecimento de produtos que cumpram a Berry Amendment, com marcas de consumo ou industriais que exigem controlos mais restritos na qualidade e integridade dos produtos e com parceiros em todo o mundo para garantir que eles cumprem os seus objetivos de sustentabilidade.
6. Retalhistas europeus preocupados com a sustentabilidade
A sustentabilidade é um fator essencial para os retalhistas europeus, em matéria de aprovisionamento, segundo o estudo do International Trade Centre, designado The European Market for Sustainable Products. 98,5% dos retalhistas inquiridos de cinco estados membros da União Europeia (UE) consideram o fator da sustentabilidade nas decisões em termos de aprovisionamento. O estudo abrange várias categorias de produto: vestuário, computadores, alimentação, bebidas, artigos para o lar, mobiliário para escritório, telemóveis, materiais impressos, brinquedos e jogos. O objetivo do estudo é fazer recomendações para os retalhistas, fornecedores, decisores políticos – dentro e fora da UE – para que estabeleçam normas ambientais e sociais nas suas cadeias de aprovisionamento. 96% dos retalhistas inquiridos implementam estratégias sustentáveis de aprovisionamento e 76% assumiram compromissos públicos no mesmo sentido. Os resultados têm como base inquéritos a 1.800 retalhistas de Espanha, França, Itália, Alemanha e Holanda. Só na categoria de vestuário, todos os participantes inquiridos disseram que aumentaram, nos últimos cinco anos, as vendas dos produtos que foram aprovisionados de forma sustentável e 99% acreditam que tal irá continuar a acontecer nos próximos cinco anos. A comissária da UE para o Comércio, Cecilia Malmstrom, afirma que, «na UE, a sustentabilidade está no centro das políticas comerciais. O estudo mostra que esta foi a decisão certa. Os consumidores preocupam-se cada vez mais com a origem dos seus produtos e como são fabricados – querem saber que, quando compram algo, o meio ambiente e os direitos dos trabalhadores são respeitados. A boa noticia é que os retalhistas estão a começar a responder a essas necessidades».