Breves

  1. ITV norte-americana em crescimento
  2. Gap derrapa no início do ano
  3. A confiança é mais importante do que a publicidade
  4. Supreme e Clarks reinventam o Wallabee
  5. Revolução na reciclagem das fibras celulósicas
  6. Maria Martinez aposta na cor e nas assimetrias

1. ITV norte-americana em crescimento

O “Made in America” está a crescer no que toca aos têxteis e ao vestuário. O valor da produção norte-americana de têxteis e vestuário aumentou, em 2018, 12% para 76,8 mil milhões de dólares (cerca de 68,6 mil milhões de dólares), comparado com os 73 mil milhões de dólares do ano passado, revela a National Council of Textile Organizations (NCTO) no seu relatório anual. As exportações norte-americanas de fibras, têxteis e vestuário atingiram os 30,1 mil milhões de dólares em 2018, uma subida de 5,4% em relação aos 28,6 mil milhões de dólares de 2017, de acordo com a NCTO. Os investimentos de capital para a produção de têxteis e vestuário totalizaram 2 mil milhões de dólares em 2017, o último ano cujos dados são conhecidos. O presidente da NCTO, Marty Moran, afirma que «graças à sua produtividade, flexibilidade e inovação, a indústria têxtil dos EUA cimentou a sua posição no mercado mundial». Moran adianta ainda que os envios para países que fazem parte do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio e o Acordo de Livre Comércio da América Central representaram cerca de 47,5% das exportações.

2. Gap derrapa no início do ano

A retalhista norte-americana baixou as estimativas de crescimento e registou a maior descida nas vendas comparáveis nos últimos três anos na sua marca epónima, no trimestre terminado a 4 de maio. O CEO da Gap Inc, Art Peck, consiera que este período foi «extremamente desafiante» e apontou as temperaturas anormalmente frias em fevereiro, a pausa letiva e uma época pascal mais tardios e os reembolsos fiscais mais reduzidos como razões para a performance negativa. Temperaturas anormalmente baixas afetaram a maioria dos retalhistas dos EUA nos primeiros meses do ano, prejudicando especialmente a marca Old Navy da empresa, que aposta maioritariamente em vestuário para temperaturas mais quentes. Contudo, os analistas não ficaram convencidos e citam que foi a falta de atenção às tendências por parte da Gap que pesou nos seus resultados. «Todos os trimestres, a administração garante que os produtos estão a melhorar e que [a marca Gap] está a responder às alterações nas exigências dos consumidores», recorda Neil Sauders, diretor geral da GlobalData Retail. «Contudo, todas as estações, a Gap produz, em grandes quantidades, a mesma gama de produtos indiferenciados, igual à dos últimos 20 anos», assegura. As vendas nas lojas Gap caíram 10% no trimestre, um valor acima das estimativas dos analistas, que eram de 4%.

3. A confiança é mais importante do que a publicidade

As marcas podem acreditar que é importante investir fortemente em grandes campanhas publicitárias, mas um novo estudo aponta que, para os consumidores do Reino Unido, a confiança em relação à marca é o fator mais importante. No “Eptica Digital Trust Study” de 2019, 79% dos consumidores confessam que, se a confiança em relação à marca for quebrada, deixam de comprar produtos da mesma. Isso significa que o serviço de apoio ao cliente é essencial, com 63% dos consumidores a consideraram que ter “processos fáceis” é das três características mais importantes na comunicação das marcas. O estudo, que inquiriu mil consumidores, revela que, dos quase 80% que deixam de comprar a marca por problemas de confiança, 49% fá-lo-iam imediatamente, enquanto outros 10% permaneceriam na mesma marca, mas gastariam menos. Apenas 4% afirmaram continuar a apoiar uma marca ao mesmo nível. Entre géneros, os homens têm uma maior probabilidade de optar por uma marca rival instantaneamente (52%) comparado com 45% das mulheres. O inquérito mostra ainda que, para 59% dos britânicos, «dar respostas consistentes e satisfatórias de forma rápida» às suas questões é vital para a lealdade, com a publicidade a ter uma importância mais reduzida (32%). Na verdade, 35% consideram que ter boas campanhas publicitárias é o fator menos importante na construção da confiança em relação à marca.

4. Supreme e Clarks reinventam o Wallabee

Para esta primavera-verão, a Supreme e a Clarks juntaram-se, uma vez mais. Desta feita, lançaram a coleção Wallabee. Os modelos recriam a icónica silhueta de mocassins da Clark e surgem em diferentes cores: azul marinho, vermelho, tom terra e preto. A coleção Supreme x Clarks Originals 2019 já está disponível nas lojas de Nova Iorque, Brooklyn, Los Angeles, Londres, Paris e também online. Às lojas do Japão, a coleção chegará amanhã, 1 de junho.

5. Revolução na reciclagem das fibras celulósicas

A startup finlandesa Infinited Fiber Company (IFC) angariou 3,7 milhões de euros em financiamento para fazer crescer a empresa de reciclagem de fibras celulósicas. A tecnologia da empresa transforma materiais que contêm fibras celulósicas, como têxteis, cartão e resíduos agrícolas em novas fibras. Os investidores incluem a gigante H&M, a empresa de energia elétrica finlandesa Fortum e a Virala, uma empresa de marketing digital. As fibras recicladas têm como aplicação o denim, t-shirts, camisolas, roupa de cama e materiais não-tecidos. Segundo a IFC, a fibra tem um aspeto e toque natural e macio, é antibacteriana e biodegradável. Além disso, a absorção da cor é entre 30% a 40% mais elevada do que nas fibras homólogas, o que significa que se usa menos água e químicos. A utilização de água por um quilo de Infinited Fiber é de 50 litros, enquanto o algodão requer 20 mil litros por quilo. «Um problema na indústria têxtil é a procura crescente por algodão, que simplesmente não está disponível», aponta Petri Alava, CEO da IFC. Já Erik Karlsson, gestor de investimento do grupo H&M, afirma que a Infinitd Fiber «já provou o seu potencial para acelerar a jornada da moda rumo a um modelo circular. Estamos entusiasmados para fazer parte do desenvolvimento e fazer crescer esta tecnologia nos próximos anos».

6. Maria Martinez aposta na cor e nas assimetrias

A marca portuguesa de swimwear apresentou a coleção primavera-verão, batizada Assimetrias. Para a Maria Martinez, as assimetrias são o mote destas novas propostas, que apostam em diferentes conjugações de formas e cortes. A insígnia de moda de bnho aventurou-se igualmente, nesta estação, no universo das cores. As tonalidades utilizadas vão desde as mais sóbrias, como o azul marinho, o verde petróleo e o bordeaux, até às mais fortes, como o azul real e o encarnado. A coleção é ainda complementada com alguns modelos em preto e branco, denominados “off line”. A coleção Assimetrias foi oficialmente apresentada na loja Degrau Alecrim, na Rua do Alecrim, em Lisboa, onde a marca estará, a partir deste mês, à venda.