- Modatex participa em mostra de rendas de bilros
- E-commerce tardio beneficiou a Inditex
- Burberry otimista com Tisci
- Farfetch soma vendas e prejuízo
- Guerra comercial é oportunidade para o Alibaba
- Amazon apanhada a destruir stocks
1. Modatex participa em mostra de rendas de bilros
O Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confeção e Lanifícios associa-se novamente à Mostra Internacional de Rendas de Bilros da Vila de Serra d’El Rei, no concelho de Peniche. Os alunos do Modatex desenvolveram vários coordenados inspirados na arte centenária, que serão apresentados em desfile no próximo sábado, 18 de maio, pelas 22h00. Os formandos do curso de Aprendizagem do Modatex Lisboa criaram seis coordenados a partir do tema “Pedro e Inês”, proposto pela entidade organizadora, onde se destaca a cor vermelha, símbolo do sangue derramado por Inês, bem como o coração, que representa o amor dos dois. Já no Modatex Porto foram desenvolvidos oito coordenados, fruto da colaboração entre as formações de Design de Moda, Alfaiataria e Confeção de Vestuário. A modernização do gótico medieval do século em que Pedro e Inês viveram, o calcário dos seus túmulos em Alcobaça e o amor e lágrimas que marcaram este romance foram as inspirações dos alunos. A segunda edição da Mostra Internacional de Rendas de Bilros da Vila de Serra d’El Rei decorre entre 17 e 19 de maio e tem como objetivo promover e consagrar a tradição das rendas de bilros como um importante legado cultural para a identidade da região.
2. E-commerce tardio beneficiou a Inditex
Pablo Isla, presidente do conselho de administração da Inditex, acredita que a entrada mais tarde do grupo de retalho espanhol foi benéfico para o negócio. Na sua intervenção durante o Conselho de CEO organizado pelo Wall Street Journal em Londres, Isla sublinhou que a gigante espanhola só aderiu às vendas online em 2010, quando integrou o negócio digital com as lojas físicas, e afirmou que se tivesse entrado cinco anos antes, as coisas teriam sido muito diferentes. «É muito mais difícil avançar depois para um negócio integrado do que começar desde logo», explicou. Além disso, referiu, embora a empresa baseie as suas decisões de sourcing e distribuição em algoritmos e dados, continua a depender muito dos gestores de loja para tomar decisões. «tentamos sempre gerir dados, mas sem perder, ao mesmo tempo, o toque humano», acrescentou. Pagamentos por telemóvel, lojas sem caixas e encomendas colocadas em loja mas com entrega em casa são alguns dos comportamentos que a Inditex está a observar na China e que, provavelmente, se irão alastrar a outros mercados. Isla assegurou ainda que a guerra comercial não está a afetar o seu negócio, uma vez que a empresa é suficientemente diversificada para gerir este tipo de tensão. Será, contudo, fundamental reduzir o tempo de chegada ao mercado, considera, já que isso irá permitir à Inditex responder melhor à rápida mudança das tendências e evitar assumir grandes riscos. «Se tiver de tomar decisões 12 meses antes, corre um enorme risco de moda», concluiu Pablo Isla.
3. Burberry otimista com Tisci
Nos resultados preliminares do ano até março, a casa de moda britânica revelou um aumento de 1% a câmbios neutros do volume de negócios, que se cifrou em 2,72 mil milhões de libras, um crescimento que fica abaixo dos rivais mas que deixou Marco Gobbeti, CEO da Burberry, otimista. «Fizemos excelentes progressos no primeiro ano do nosso plano para transformar a Burberry, ao mesmo tempo que conseguimos ter uma performance financeira em linha com as expectativas», afirmou. Gobbeti destacou ainda que «as primeiras coleções de Riccardo Tisci chegaram às lojas no final de fevereiro e a reação dos consumidores é muito encorajadora. A implementação do nosso plano está em curso, estamos energizados pelos primeiros resultados e confirmamos a nossa previsão para o ano fiscal». Aliás, as primeiras coleções de Tisci estão a gerar aumentos de dois dígitos nas vendas. Na dissecação dos números, as vendas comparáveis a retalho subiram 2%, enquanto as vendas por grosso, excluindo produtos de beleza, registaram os maiores ganhos (+7%, a câmbios neutros). Por região, a Ásia-Pacífico registou um «crescimento excecional apoiado pelo forte consumo chinês no retalho de viagem». As vendas por grosso na região da Europa, Médio Oriente e África subiram por um dígito médio e na Américas a Burberry registou uma queda por um valor semelhante, impactadas pela saída de localizações não enquadradas com a imagem de luxo no segundo semestre. O lucro operacional subiu 7%, para 437 milhões de libras. A casa de moda de luxo destacou ainda as iniciativas digitais, que «ajudaram a reacender o poder da marca e a mudar significativamente a perceção do consumidor em relação à Burberry», apontando que tem 3 milhões de novos seguidores nas redes sociais «e aumentamos significativamente o envolvimento no Instagram». Para o ano fiscal de 2020, a Burberry espera que o volume de negócios se mantenha, «no geral, estável».
4. Farfetch soma vendas e prejuízo
Apesar dos prejuízos, a Farfetch parece imparável na conquista de novos clientes e no aumento do volume de negócios. O valor bruto dos produtos transacionados através da plataforma aumentou 44% nos primeiros três meses do ano, para 415 milhões de dólares, o número de clientes ativos subiu 64,3%, para 1,7 milhões, e o número médio de encomendas por consumidor ativo também cresceu, assim como o número total de vendas. José Neves, fundador e CEO da plataforma, afirma que o valor bruto «ultrapassou as nossas expectativas, e a alguma distância, o crescimento no mercado de bens de luxo pessoal, já que continuamos a ganhar quota de mercado». O sucesso, acredita Neves, foi ajudado «por alguns marcos estratégicos importantes, que posicionam-nos para a continuação de um forte crescimento em 2020 e depois». Esses marcos incluem o lançamento do teste de realidade aumentada na nova flagship da Chanel em Paris, o lançamento da Farfetch na plataforma chinesa JD.com e as recentes aquisições da Stadium Goods e da Toplife. A plataforma acolheu ainda a Jil Sander, a Etro e a Mulberry como parceiras diretas, expandiu a oferta direta com a versace, a Maison Margiela, a Valentino, a Phillip Plein, a Zegna e a Pucci, acrescentou 30 boutiques parceiras em joalharia e relógios, adicionou vestuário infantil e expandiu as suas relações com grandes armazéns. «No geral, estamos muito bem posicionados para continuar a captar quota na oportunidade significativa no mercado online de bens pessoais de luxo», acrescenta o CEO. No entanto, os prejuízos continuam a amontoar-se. O prejuízo no Ebitda subiu 27,8% no primeiro trimestre, para 30,2 milhões de dólares, o prejuízo líquido aumentou 115,4%, para 109,3 milhões de dólares, e o prejuízo operacional cresceu de 35,1 milhões de dólares para 85,5 milhões de dólares, afetado por um dólar mais forte.
5. Guerra comercial é oportunidade para o Alibaba
A gigante chinesa do comércio eletrónico antecipa que o seu volume de negócios anual ultrapasse os 500 mil milhões de yuan neste ano financeiro e está mesmo otimista em relação aos possíveis efeitos da crescente guerra comercial entre os EUA e a China. A empresa, que está cotada em bolsa em Nova Iorque, registou um aumento de 51% do volume de negócios, para 376,8 mil milhões de yuan, nos 12 meses terminados em março e vê a guerra comercial «tanto como um desafio como uma oportunidade para a economia da China», apontou o CEO Daniel Zhang, citado pelo SMCP. «Olhando para o futuro, a China vai transformar-se de uma economia impulsionada pelas exportações para uma economia voltada para o consumo», afirmou. O Alibaba revelou ter agora 654 milhões de consumidores ativos nos seus mercados online na China Continental, enquanto os utilizadores ativos mensais através do telemóvel atingiram 721 milhões em março deste ano. No ano fiscal, o lucro operacional atingiu 57 mil milhões de yuan e o Ebitda ajustado subiu 15%. O lucro líquido aumentou de 80,2 mil milhões de yuan há um ano atrás para 87,6 mil milhões de yuan. «Acredito que o nosso volume de negócios vai continuar a ultrapassar a performance dos nossos pares», referiu Maggie Wu Wei, CFO, em resposta a uma questão sobre as previsões de chegar aos 500 mil milhões de yuan de volume de negócios, algo que representará, explicou, um crescimento de 33%. Atualmente estão em curso planos para o Alibaba aumentar os investimentos nas cidades mais pequenas e nas áreas rurais da China, que atualmente representam apenas 20% das encomendas totais do Alibaba.
6. Amazon apanhada a destruir stocks
Uma equipa de filmagens francesa captou em vídeo trabalhadores da Amazon a deitarem fora produtos não usados, como fraldas, brinquedos, artigos para a cozinha e até dispositivos eletrónicos. Os responsáveis pelas filmagens, que estavam infiltrados como funcionários da Amazon num armazém, documentaram os trabalhadores a carregaram diversos artigos para uma área a que chamam «a zona da destruição». Aí, os artigos foram encaixotados para transporte e enviados para uma lixeira local. Filmagens por drone mostram o percurso do camião, que terminou num aterro onde os produtos novos foram descarregados. O documentário, que foi transmitido por um canal de televisão francês, mostrou os investigadores a reverem dados oficiais da Amazon que mostram que mais de 3 milhões de produtos não usados foram destruídos em França só no ano passado. O jornal britânico Daily Mail fez também alguma investigação no Reino Unido e concluiu que as alegações podem ser mais do que uma anomalia, já que o jornal também infiltrou uma pessoa que percebeu que a prática é igualmente comum no centro de distribuição britânico. A Amazon não respondeu diretamente às alegações, mas insistiu que a empresa tem parcerias com organizações de caridade que distribuem os artigos não vendidos no Reino Unido. O documentário captou conversas com os funcionários do armazém a explicarem que a Amazon cobra às empresas um valor pelo espaço nos seus armazéns, deixando-os num dilema quando os produtos não são vendidos. Parceiros de retalho da Amazon indicaram que a empresa cobra cerca de 27 euros por um metro de espaço, um valor que aumenta para quase 500 euros passados seis meses e 1.000 euros depois de um ano. Embora estes produtos possam ser devolvidos aos vendedores por um valor substancial, a Amazon oferece-se para destruir ou deitar fora os mesmos a um valor mais baixo. Um dos vendedores indicou que a Amazon ofereceu-se para devolver os produtos por cerca de 20 euros por artigo, mas indicou que poderia deitá-los foram por cerca de 15 euros cada. Vários vendedores disseram aos jornalistas franceses que pagaram à Amazon para destruir os produtos porque não podiam pagar o espaço de armazenamento ou o seu reenvio. «A Amazon já foi criticada antes pelas embalagens e poluição causada nas entregas e agora estamos a ver provas que sugerem também que está a preferir destruir produtos perfeitamente bons», afirmou Craig Bennett, diretor-executivo da Friends of the Earth, com presença em 74 países, ao Daily Mail. «Não só isto está provavelmente a aumentar a poluição nos aterros, como a eletrónica exige enormes quantidades de água e recursos a produzir e é responsável por emissões de gases que prejudicam o clima quando são enviados», sublinhou Bennett.