Breves

  1. Algodão a caminho de novo recorde
  2. Mudanças na Calvin Klein estão a compensar
  3. Exportações de vestuário da Índia em ascensão
  4. Guess lança coleção de denim “verde”
  5. Novo pacto para proteger trabalhadores
  6. Carine Roitfeld é a nova consultora de estilo da Karl Lagerfeld

1. Algodão a caminho de novo recorde

A “década perdida” do consumo de algodão poderá estar a chegar ao fim. Novas estimativas preveem que um aumento na produção na próxima época poderá fazer com que o consumo atinja um novo recorde. Segundo o recente relatório “Cotton Market Fundamentals & Price Outlook”, da Cotton Incorporated (organização sem fins lucrativos criada por produtores de algodão dos EUA), o Departamento de Agricultura dos EUA estima um crescimento sustentável na produção de algodão, de 8 milhões de fardos, para 126,5 milhões na época 2019/2020, face aos 123,8 milhões de fardos da época 2017/2018. A utilização em fiação também deverá crescer na próxima época, em cerca de 1,9 milhões de fardos, para 125,5 milhões de fardos, em relação aos 122,6 milhões de fardos do ano anterior. O relatório acrescenta que o crescimento do consumo mundial tem sido elevado ao longo dos últimos anos, e o aumento previsto para a próxima época poderá resultar num novo recorde. «Caso se verifique o crescimento, colocaria um fim no que tem sido uma década perdida para o consumo de algodão, depois de mais de 10 anos desde os efeitos da crise financeira mundial em 2008/2009 e o pico nos preços em 2010/2011, fazendo com que a procura global por algodão supere o recorde definido na época 2006/2007», pode ler-se no relatório, citado pelo just-syle.com. Quanto ao aumento global da produção em 2019/2020, a maior parte advém dos EUA, seguidos da Índia, Paquistão e China. Contudo, o relatório avisa que a previsão poderá alterar-se, tendo em conta as atuais condições macroeconómicas, incluindo o ambiente negocial e, mais especificamente, a guerra comercial entre os EUA e a China. «Desde a segunda metade de 2018, as estimativas para as condições económicas globais são cada vez mais pessimistas. O prolongamento desta tendência poderá influenciar a procura», afirma a Cotton Incorporated.

2. Mudanças na Calvin Klein estão a compensar

O grupo PHV registou uma recuperação no quarto trimestre do ano, depois de um terceiro trimestre difícil. As mudanças radicais efetuadas na Calvin Klein estão a começar a compensar, garante o grupo. A Tommy Hilfiger também está em boa forma, tendo registado um quarto trimestre «excelente». «Estamos especialmente felizes com os resultados inicias da Calvin Klein … É um bom primeiro passo», afirma o CEO do grupo PHV, Emanuel Chirico, ao WWD, assegurando que, a partir de agora, a Calvin Klein apenas poderá melhorar, e, no outono, será visível «uma melhoria significativa». «A melhor resposta que vimos até ao momento foi a nova campanha de primavera com Shawn Mendes. A reação dos consumidores revela que as nossas campanhas e o nosso marketing estão a regressar aos níveis que apresentaram no passado», admite Chirico. Quanto aos resultados do PVH no quarto trimestre, as receitas líquidas atingiram os 2,48 mil milhões de dólares (2,21 mil milhões de euros), superando as expetativas dos analistas, que eram de 2,41 mil milhões de dólares. Ainda que a receita líquida tenha, na verdade, diminuído 0,6% em relação ao período homólogo, o grupo sublinha que o mesmo trimestre do ano anterior incluía uma semana a mais. Já as receitas da Tommy Hilfiger subiram 2,3%, para 1,2 mil milhões de dólares, enquanto a Calvin Klein verificou um trimestre «saudável», particularmente na Europa, embora as receitas tivessem diminuído 2%, para 953 milhões de dólares, devido à quebra de 7% das vendas na América do Norte, em parte devido à fragilidade da Calvin Klein Jeans. As receitas internacionais cresceram 2%, para 523 milhões de dólares. As receitas da Heritage Brands baixaram 5% para 363 milhões de dólares, incluindo um impacto negativo de cerca de 15 milhões de dólares da 53.ª semana em 2017. Os lucros aumentaram para 158 milhões de dólares, em relação aos 109 milhões de dólares do ano anterior.

3. Exportações de vestuário da Índia em ascensão

De acordo com o ministério do comércio e da indústria da Índia, as exportações de vestuário do país cresceram 7,17% em fevereiro de 2019, quando comparadas com o mesmo mês do ano anterior. Já as exportações de fio de algodão, tecidos, têxteis-lar e artigos artesanais aumentaram 2,25% em relação ao período homólogo. De modo geral, as exportações da Índia atingiram os 26,67 mil milhões de dólares (23,74 mil milhões de dólares), representando um crescimento anual de 2,44%. A imprensa local, citando o ministro do comércio e da indústria, Suresh Prabhu, refere que as exportações totais deverão ascender aos 330 mil milhões de dólares entre 2018 e 2019. No período entre abril de 2018 e janeiro de 2019, as exportações indianas subiram 9,5%, para 271,8 mil milhões de dólares. Suresh Prabhu acrescenta que o Departamento de Comércio identificou nove sectores, incluindo têxteis e artigos em pele, que deverão atingir um crescimento de, pelo menos, 16%, entre 2018 e 2019. Segundo a Direção Geral de Inteligência Comercial e Estatísticas da Índia, a União Europeia, os EUA e os Emirados Árabes Unidos continuam a ser os principais destinos de exportação dos têxteis e vestuário indianos. Durante os primeiros nove meses do ano fiscal 2019, atingiram uma quota de mercado conjunta de 54%.

4. Guess lança coleção de denim “verde”

A marca de moda norte-americana uniu-se à Candiani Denim, uma empresa italiana que adota métodos sustentáveis para a produção dos seus tecidos denim, com o objetivo de desenvolver uma nova coleção-cápsula para homem e mulher, produzida com matérias-primas ecológicas e através de métodos sustentáveis. Com 12 peças, a linha Guess Eco inclui denim «que reduz o uso de água», garante a marca, e um par de jeans, um blusão, t-shirts e um macacão com emblemas 100% algodão orgânico, para mulher. Para homem, a coleção contempla jeans com lavagem média e clara, que acompanham de camisas de 100% algodão orgânico. O denim da coleção Guess Eco é produzido através de uma tecnologia avançada que usa, em média, cerca de 30% menos água por peça fabricada e reduz os químicos utilizados. O denim, produzido «numa das fábricas mais ecológicas do mundo», garante a Guess, posui um tingimento que reduz previamente a quantidade de químicos e, consequentemente, o impacto ambiental. Os forros dos bolsos incorporam 30% de material reciclado, reduzindo o lixo e retirando garrafas de plástico de aterros. «Com a nossa primeira coleção Guess Eco e um programa de maior dimensão para a sustentabilidade, comprometemo-nos a lutar um futuro melhor, através da inovação. Ao oferecer produtos de alta qualidade, desenhados com o meio-ambiente em mente, queremos que os nossos consumidores saibam que a Guess compreende os atuais desafios ambientais e que estamos a trabalhar para melhorar as nossas práticas e produtos», afirma o CEO da Guess, Carlos Alberini. A coleção está atualmente disponível nas lojas físicas e online nos EUA e no Canadá e a ideia é torná-la uma coleção permanente, globalmente disponível e mais vasta, a lançar no outono.

5. Novo pacto para proteger trabalhadores

A Organização Internacional de Migração (IOM na sigla inglesa) e a Associação do Trabalho Justo (FLA na sigla inglesa) decidiram unir forças para promover processos de recrutamento éticos e a proteção de trabalhadores migrantes nas cadeias de aprovisionamento mundiais. As duas entidades subscrevem um memorando de entendimento, assinado pela diretora geral adjunta da IOM, Laura Thompson, e a presidente e CEO da FLA, Sharon Waxmax. A IOM é uma organização intergovernamental que combate todas as formas de exploração e abuso de trabalhadores migrantes, incluindo o tráfico humano, enquanto a FLA é uma organização sem fins lucrativos que promove a adesão a normas internacionais e visa a melhoria das condições de trabalho em todo o mundo. «As nossas organizações têm a responsabilidade de trabalhar em conjunto para combater os riscos que os migrantes enfrentam diariamente na busca por emprego e por meios de subsistência», afirma Laura Thompson. Sharon Waxman acrescenta que «o recrutamento responsável e a diminuição do trabalho forçado é essencial para o trabalho da FLA. Acreditamos que nenhum migrante deveria, por exemplo, ter que se preocupar sobre se pode ou não regressar livremente a casa, porque o empregador reteve o seu passaporte, ou outros documentos legais importantes, ou mesmo o salário. Nenhum trabalhador deveria ter que arriscar um despedimento por não conseguir trabalhar horas extraordinárias, seja involuntariamente ou por opção. As empresas de vestuário e calçado que assinaram o “AAFA/FLA Apparel & ootwear Industry Commitment to Responsible Recruitment” comprometeram-se a criar condições para que nenhum trabalhador pague pelo seu próprio trabalho; para que os trabalhadores mantenham o controlo dos seus documentos e tenham liberdade total de movimento e, ainda, que os trabalhadores sejam informados dos termos básicos da sua contratação. As empresas signatárias também concordaram em trabalhar «séria e eficazmente» na implementação destas práticas, incorporando-as nos seus padrões sociais até 31 de dezembro de 2019.

6. Carine Roitfeld é a nova consultora de estilo da Karl Lagerfeld

Amiga e colaboradora de longa data do designer recentemente desaparecido, a stylist e ex-diretora da Vogue Paris junta-se agora oficialmente à casa de moda Karl Lagerfeld. Carine Roitfeld irá trabalhar sob a alçada do diretor criativo da marca, Hun Kim, com efeito imediato, pelo menos nas próximas três estações. Ao longo dos últimos 15 anos, Carine Roitfeld teve uma relação próxima da casa de moda, em campos como o design e o marketing. A nova consultora de estilo da Karl Lagerfeld afirmou à WWD que não irá desenhar coleções, mas contribuir com a sua criatividade e garantir que o vestuário e os acessórios estarão dentro do espírito certo – arrojado, contemporâneo e despreocupado, tal como era o próprio Lagerfeld. «Conheço todos os códigos da Karl Lagerfeld. Quero garantir que sentimos um pouco do Karl em todas as coleções. Ainda que fosse alemão, Karl tinha um gosto francês: sofisticado e muito feminino», explicou.