- Wearables de vento em popa
- Asos soma e segue
- O declínio dos centros comerciais franceses
- Gucci é a marca mais valiosa de Itália
- Devoluções fáceis e baixos preços atraem consumidores
- Pharrell Williams cria coleção cápsula para a Chanel
1. Wearables de vento em popa
As denominadas “tecnologias usáveis” podem ainda não ter dominado o mundo, mas crescem a um ritmo constante. O mercado mundial para wearables, que agora inclui auscultadores sem fios, com assistentes inteligentes, deverá aumentar 15,3% este ano, para 195,5 milhões de unidades. A previsão é do International Data Corporation (IDC), que estima que o mercado atinja 279 milhões de unidades até ao final de 2023, com a taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,9%, num período de cinco anos. Apesar do crescimento ser elevado, o impacto do vestuário inteligente e dos acessórios não é o mesmo de há alguns anos. O aumento continua a ser impulsionado pelos relógios, pelos “hearables” (dispositivos que se colocam nos ouvidos) e pelas pulseiras, que têm dominado. A saúde ainda é a principal razão para os wearables serem usados, em vez de questões relacionadas com o estilo de vida em geral. Contudo, estão a registar-se mudanças importantes. «O crescimento dos assistentes pessoais nos wearables, seja os que são usados nos pulsos ou nos ouvidos, é uma tendência que merece atenção», afirma Jitesh Ubrani, diretor de investigação para os rastreadores de dispositivos móveis do IDC. «Embora estejamos no início, a integração destes assistentes nos wearables abre a porta a novos tipos de utilização, como permitir que estes dispositivos se liguem a casas inteligentes até à possibilidade de se tornarem elementos mais proativos na motivação dos utilizadores para que adotem estilos de vidas mais saudáveis e produtivos», aponta. Em 2018, os relógios tinham uma quota de mercado de 44,2%, que deverá crescer, no futuro, atingindo os 47,1% em 2023. Os hearables serão a segunda maior categoria em 2023 com uma quota de 31%. O IDC revela igualmente que o vestuário inteligente se poderá tornar mais importante, ainda que seja maioritariamente constituído por calçado que, por exemplo, conta os passos dos utilizadores. Estes tiveram impacto principalmente na China, para já, mas podem crescer noutras regiões, já que marcas como a Nike e a Under Armour estão a chegar a mais mercados. O vestuário inteligente poderá registar um grande crescimento graças às empresas, numa altura em que estas pretendem monitorizar os trabalhadores em situações de perigo. No entanto, as vendas serão uma gota no oceano. A categoria de vestuário deverá ter uma quota de mercado de 1,5% este ano e de apenas 3,1% em 2023, o que representa um crescimento de 3 milhões de unidades para 8,5 milhões de unidades em cinco anos.
2. Asos soma e segue
A retalhista britânica de moda online registou um crescimento a dois dígitos das vendas nos seus principais mercados, Reino Unido, França e Alemanha, entre dezembro e fevereiro, e estima que o negócio continue a crescer, mantendo estimativas positivas para o ano. As vendas totais aumentaram 13% para 641,3 milhões de libras (cerca de 737,2 milhões de euros), uma subida de 11% em moeda neutra, até 28 de fevereiro. «Continuamos a superar-nos no Reino Unido, com um crescimento nas vendas de 14% [para 244,4 milhões de libras]», revela o CEO da Asos, Nick Beighton. As vendas na Europa subiram 15% (8% em moeda neutra) para 198 milhões de libras. Contudo, o crescimento poderia ter sido maior caso as operações na França e na Alemanha não fosse tão «desafiantes», admite Beighton, não fazendo nenhuma referência ao Brexit. Quanto aos EUA, houve uma descida de 3% nas vendas, para 76,6 milhões de libras. No entanto, o CEO da Asos olha para a descida como um problema a curto prazo. «Como o nosso armazém em Atlanta ficou totalmente disponível online, a procura superou as nossas expetativas. Ainda que seja um fator encorajador a longo prazo, causou atrasos nos envios, que resolvemos agora», assegura. As notícias são mais positivas para o restante globo, que evidenciou um crescimento positivo: uma subida de 20% para 122 milhões de libras, depois de um «primeiro trimestre dececionante», adianta Nick Beighton. Tal significa que as vendas internacionais cresceram 13% (9% em moeda neutra) para 397 milhões de libras. Como reflexo da sua performance geral, a Asos revela que o número total de encomendas efetuadas subiu 15% em relação ao ano anterior, para 17,3 milhões de libras, e que a envolvência dos consumidores também cresceu. Deste modo, o número de clientes ativos aumentou 16%.
3. O declínio dos centros comerciais franceses
Os analistas da empresa financeira UBS Group preveem que um quinto das lojas em centros comerciais franceses estarão encerradas em 2023. Em França, a desocupação de lojas nos centros comerciais atingiu os 11,2% e decorre a um ritmo que vai de encontro à previsão efetuada em janeiro de 2018, pelo UBS Group, de que esta irá atingir os 20,6% até ao final de 2023, referem os analistas liderados por Charles Boissier e Osmaan Malik num relatório. «Estamos a caminho de um cenário que foi considerado uma má previsão num mercado supostamente forte. Encontrámo-nos no início de uma espiral recessiva, que poderá conduzir a um cenário de “centros comerciais abandonados”, um conceito que, até ao momento, apenas foi usado nos EUA e é estranho em França», escrevem os analistas. A taxa de desocupação está a subir, de um modo geral, com as grandes avenidas a sofrerem um maior impacto e os recentes protestos dos Coletes Amarelos a causarem mais enceramentos de lojas, referem os analistas. Não obstante, a abertura de novas lojas e o crescimento das vendas online poderão compensar o problema. Os proprietários de centros comerciais poderão sofrer de maiores taxas de abandono, fazendo com que o poder negocial fique nas mãos dos inquilinos e, caso a confiança no mercado enfraqueça, prejudicará a sua capacidade de venda. Carrefour SA ou Maisons du Monde SA estão entre as retalhistas com uma presença mais forte em centros comerciais suburbanos que foram atingidos pelos coletes amarelos nos últimos meses. A agitação social deverá acelerar o declínio do modelo de hipermercado, segundo a Invest Securities, e os «desafios estruturais» sentidos estão entre as razões para a Standard & Poor ter redúzio o rating da dívida a longo prazo do Carrefour.
4. Gucci é a marca mais valiosa de Itália
É inegável que a Gucci é uma das mais bem-sucedidas casas de moda desde 2015, altura em que Alessandro Michele assumiu o leme criativo. No entanto, o valor da Gucci ultrapassa o mundo da moda. Um novo relatório do grupo WPP e da consultora Kantar, denominado BrandZ, mostra que a Gucci é, no geral, a marca mais bem-sucedida em Itália. O estudo define as 30 marcas mais valiosas de Itália, numa lista liderada pela Gucci, que aumentou o seu valor em 50% no ano passado, relativamente a 2017. Em boa verdade, no geral, as 30 marcas presentes na lista cresceram, em valor, 14%, para 96,9 mil milhões de dólares (cerca de 85,8 mil milhões de euros), em 2018, apesar da instabilidade política e dos problemas económicos do país. O ranking combina a análise de dados de mercado por parte da Bloomberg com a visão de mais de 60 mil consumidores italianos acerca de 800 marcas de mais de 50 categorias. A Gucci não apenas lidera a lista como é a marca que cresceu a um ritmo mais acelerado: 50% para 24,4 mil milhões de dólares. Na lista, as casas de moda mais próximas da Gucci são a Prada, a Armani e a Fendi. A primeira ficou em sexto lugar e, apesar de uma esperada recuperação, diminuiu 5% no seu valor de marca, chegando aos 3,9 mil milhões de dólares. De seguida, na 10ª posição, surge a Armani, com um crescimento de 5% para 2,9 mil milhões de dólares, enquanto a Fendi está no 13º lugar, com uma subida de valor de 22% para 1,9 mil milhões de dólares. A magnitude do crescimento da Gucci também é evidente quando se olha para o restante top cinco. Enquanto a Gucci cresceu em valor 50% para mais de 24 mil milhões de dólares, a TIM, especialista de telecomunicações italiana, que ocupa a 2ª posição, cresceu 2% para 9,4 mil milhões de euros. A empresa energética Enel surge em 3º lugar, a Kinder no 4º e a Ferrari, com uma forte subida de 36% para 4,752 mil milhões, figura em 5º lugar.
5. Devoluções fáceis e baixos preços atraem consumidores
As compras online têm vindo a crescer a um ritmo acelerado. Mas, afinal, o que é que realmente importa para o consumidor no ato de compra? A resposta poderá estar nas devoluções fáceis e nos preços acessíveis. É pelo menos essa a conclusão de um inquérito conduzido pela empresa Radial, que questionou cerca de 2 mil consumidores dos EUA e do Canadá. O estudo aponta que cerca de metade dos consumidores simplesmente não realiza compras em websites que não contam com as funcionalidades que estes desejam. Os resultados mostram que os consumidores têm «opiniões claras e inabaláveis acerca dos serviços que valorizam, assim como aqueles que os afastam». As vendas através de comércio eletrónico, nos EUA, em geral, deverão atingir mais de 604,2 mil milhões de dólares (cerca de 535,2 mil milhões de euros) até ao final do ano. O número de consumidores que admite comprar pelo menos 100 dólares em produtos por mês online aumentou de 57,8% para 59,8% nos EUA. A subida foi mais acentuada no Canadá, de 56% para 62,9%. Amazon, Alibaba e eBay são as plataformas mais populares há vários anos e, apesar da proliferação de alternativas, não parece que esse cenário se vá alterar. A lealdade em relação a estas plataformas cresceu em 2018, em relação ao ano passado, com 78% dos norte-americanos (uma subida de 5,4%) e 66,7% dos canadianos (um crescimento de 8%) a manterem uma filiação a uma plataforma digital. A filiação a estas plataformas mantem-se consistente entre os diferentes grupos de idade «revelando a atratividade dos websites», revela o relatório. «Liderando a lista de fatores valorizados estão os preços acessíveis, com os consumidores dispostos a comprometer o tempo de entrega, quando há a garantia que recebem a encomenda gratuitamente», explica a Radial. Na verdade, enquanto 35,1% dos norte-americanos esperam que os produtos cheguem em dois dias ou menos, apenas 24,3% estariam dispostos a pagar mais de 10 dólares pela entrega. 64% dos consumidores dos EUA esperam que todas as entregas sejam gratuitas nas compras online, o que significa que o preço triunfa sempre sobre a rapidez.
6. Pharrell Williams cria coleção cápsula para a Chanel
Depois de, durante anos, construir uma relação próxima com a casa de moda francesa, chegou a altura de o músico e produtor norte-americano criar uma coleção cápsula. O artista popularmente conhecido pela canção “Happy” será também protagonista da campanha publicitária da nova coleção. A relação entre Pharrell Williams e a Chanel tornou-se forte nos últimos anos. O músico desfilou para a casa de moda francesa, foi a cara da bolsa Gabrielle e esteve envolvido na criação de um par de sapatilhas para a casa de moda em 2017. A parceria atinge agora um novo nível com uma coleção que chegará às lojas a 4 de abril e que inclui cerca de 40 artigos, dos quais uma dúzia são peças de pronto-a-vestir, que conjugam elementos característicos da Chanel com a vibração urbana do músico. Algumas peças são emprestadas do guarda-roupa masculino, como é tradição na casa de moda francesa. A coleção inclui vestidos longos e curtos, joalharia, óculos de sol, artigos em couro e uma seleção de calçado que inclui sapatilhas e mules. Os resultados da colaboração podem ser vistos num curto vídeo, protagonizado por Pharrell Williams, lado a lado com modelos como Soo Joo Park, Yoon Young Bae, Adesuwa Aighewi, Alton Mason e Anok Yai.