Breves

  1. Activewear impulsiona vestuário inteligente
  2. Nike cresce com a força do online e das mulheres
  3. O poder do retalho multissensorial
  4. Li & Fung cai 26% nos lucros
  5. A economia circular segundo a PrimaLoft
  6. YouTube é o favorito dos mais novos

1. Activewear impulsiona vestuário inteligente

Na era do digital e dos dados, o vestuário está a beneficiar da alta tecnologia, dinamizado pela procura do consumidor por informação atualizada acerca das suas estatísticas de fitness, bem como por uma experiência de utilização personalizada. Atualmente, o vestuário inteligente é olhado como uma forma de conjugar os benefícios do digital com o conforto. A procura por têxteis inteligentes está a impulsionar o mercado para um valor estimado de 2,1 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) em 2022, segundo novos dados do Transparency Market Research. Os produtores mundiais de têxteis inteligentes estão a adquirir empresas mais pequenas para fortalecer a sua oferta. Muita da inovação atual está a acontecer a nível universitário. Equipas de investigação têm inovado na flexibilidade, respirabilidade e elasticidade. Em outubro, a Volt Smart Yarns criou a divisão Wearable Tech, exclusivamente dedicada ao trabalho com marcas que desenvolvem vestuário inteligente. A Myant criou a marca de roupa interior SKIIN, que incorpora fios condutores, e que monitoriza dados de saúde dos utilizadores. O casaco inteligente da Levi’s, produto do projeto Jacquard da Google, talvez tenha sido a peça de vestuário inteligente mais bem-sucedida até ao momento, demonstrando a importância de levar a conectividade sem fios ao vestuário que as pessoas utilizam diariamente.

2. Nike cresce com a força do online e das mulheres

No terceiro trimestre do presente ano fiscal, a gigante norte-americana regressou aos lucros, numa altura em que o comércio eletrónico continua a ser a sua grande aposta. Apesar de, em geral, ter havido uma subida nos lucros para 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 970 mil milhões de euros) – depois da perda de 921 milhões de dólares, em encargos fiscais, há um ano – e do crescimento do negócio online, as ações da Nike caíram 4,5%. Tal deve-se ao facto de o crescimento no mercado doméstico ter sido mais baixo do que no resto do mundo. De modo geral, as receitas subiram 7% para 9,6 mil milhões de dólares (um aumento de 11% a moeda neutra) e as vendas cresceram em todas as regiões, particularmente na China, com um incremento de 19%. As vendas na América do Norte (que representam 40% do total de vendas) subiram 7% para 3,8 mil milhões de dólares, mais lentas do que no segundo trimestre, e abaixo das estimativas, daí a descida na Bolsa de Valores. O investimento no canal online, segundo o CFO da Nike, Andy Champion, tem como base a ambição de que «a longo prazo, os meios digitais irão representar a maior parte do nosso negócio». Mark Parker, CEO da Nike, revela que as receitas do online cresceram, a moeda neutra, 36%, no terceiro trimestre. A Nike refere que continuou a impulsionar o comércio eletrónico através de novas aplicações móveis e o reforço de programas de fidelização de clientes. A empresa tem vindo a acrescentar novas ferramentas às aplicações, com produtos personalizados, e recompensando os melhores clientes, indica Parker. «Há várias equipas na Nike sempre a trabalhar em novas ideias, melhorando os nossos conceitos», assegura o CEO. Outro segmento essencial para a Nike é o feminino, que beneficiou de um grande impulso de marketing. A campanha “Dream Crazier”, narrada por Serena Williams, foi visualizada mais de 8,7 milhões de vezes no YouTube e tornou-se a publicação mais partilhada de sempre no Instagram, na América do Norte, refere a empresa. «Vemos as mulheres a abraçarem, diariamente, a cultura das sapatilhas, por isso, estamos a potenciar os nossos modelos mais populares e a criar novos modelos para mulheres», conclui Mark Parker.

3. O poder do retalho multissensorial

Os resultados de um novo estudo global sugerem que o retalho multissensorial poderá ser a solução que as lojas físicas, sob a pressão do online, estão à procura. A fornecedora de serviços musicais e sensoriais para lojas Mood Media inquiriu 10.000 clientes de 10 países, incluindo Austrália, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, China, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e EUA. O relatório revela que as fragâncias, o som e as atividades que decorrem nas lojas podem, de facto, ser fatores decisivos para encorajar as pessoas a entrarem e, mais tarde, regressarem. O relatório The Elevating the Customer Experience: The Impact of Sensory Marketing indica que quase todos os consumidores admitem que têm uma maior probabilidade de voltar a uma loja que os envolva com música, aspetos visuais e fragâncias. O estudo foi, na verdade, conduzido pela Walnut Unlimited, uma agência mundial especialista em neurociência, psicologia comportamental e economia. A pesquisa envolveu seis diferentes sectores: bancário, beleza, moda, alimentação, farmacêutico e restauração fast-food. 78% dos inquiridos admitem que «uma atmosfera agradável dentro da loja» é importante no momento de decisão entre ir à loja física ou comprar online, com Espanha a ser o país que mais aprecia lojas físicas (89% dos clientes residentes em Espanha têm uma maior a oportunidade de comprar nas lojas físicas). A música é o fator mais importante para melhorar o estado de espírito de um consumidor, já que tem impacto positivo em 85% dos clientes. Mas há um reverso: 57% dos consumidores reconhecem que se desligam das marcas se estas tiverem más escolhas musicais. Assumindo que os retalhistas conseguem acertar na escolha musical, combinar a música com aspetos visuais e elementos sensoriais como fragâncias, «aumenta o tempo de permanência do consumidor num espaço, com 75% dos clientes a afirmar que ficaram mais tempo em lojas quando essas componentes coexistam», refere o estudo. 90% dos consumidores decidiram voltar a uma loja porque gostaram da combinação entre fragâncias, a música e os aspetos visuais.

4. Li & Fung cai 26% nos lucros

2018 foi um ano de mudanças estruturais para a Li & Fung, que pretende, em 2019, focar-se nos consumidores e nas suas operações. A gigante do sourcing registou um declínio de 26,2% nos lucros, para 126 milhões de dólares. Os lucros sofreram com o encerramento de lojas, falências de clientes e investimentos em curso tendo em vista o reposicionamento da empresa para o futuro. 2018 foi um ano de investimentos na digitalização para um mercado em evolução, que, cada vez mais, valoriza uma cadeia de aprovisionamento rápida, de modo a que marcas e retalhistas possam reduzir os seus níveis de inventário. Os investimentos fizeram parte de uma reorganização em 2018 e estiveram em linha com o plano a três anos definido pela empresa. Além disso, a Li & Fung tem um novo presidente, um novo diretor operacional e a criou a posição de diretor digital. O novo diretor do grupo, Joseph Phi, experienciou o crescimento da LF Logistics ao longo das últimas décadas. «O crescimento orgânico da LF Logistics deve-se ao envolvimento com os trabalhadores e uma colaboração próxima com os clientes. Na Li & Fung, estamos bem posicionados para integrar a logística nas nossas soluções de sourcing e na cadeia de aprovisionamento. Isto torna a cadeia de aprovisionamento mais digital e mais rápida, permitindo que cultivemos parcerias mais próximas e duradouras. Procuramos um aumento da quota de mercado e na conquista de clientes como impulsionadores do nosso crescimento», afirma Phi. A Li & Fung está a considerar uma separação da LF Logistics em 2019, dependendo das condições de mercado. Os lucros operacionais do Li & Fung diminuíram 20% para 285 milhões de dólares. A empresa revela que o segmento de logística cresceu a dois dígitos, impulsionado pelo mercado da China e pela rápida expansão no Japão, Coreia do Sul e Índia. Além disso, em abril de 2018, completou o seu desinvestimento estratégico em produtos verticais, no valor 1,1 mil milhões de dólares. A venda impulsionou uma perda de 114 milhões de dólares. «Temos a estratégia certa e agora a estrutura e as pessoas no lugar certo. Com estes três elementos, construímos os alicerces adequados para o futuro. Estou confiante que estamos no bom caminho», assegura o CEO Spencer Fung.

5. A economia circular segundo a PrimaLoft

A especialista em tecidos de performance garante que o seu isolamento sintético e de performance reciclado e biodegradável apoia a circularidade da indústria da moda, depois de testes científicos revelarem que é possível recicla-lo quimicamente. A PrimaLoft assegura que as fibras foram submetidas a testes externos, que desfizeram o poliéster, para que pudesse rejuvenescer em material de alta performance, sem comprometer a integridade inicial. «A intenção da PrimaLoft sempre foi resolver o eventual fim de vida de uma peça, enquanto encontrava uma solução para um problema de toda a indústria: os microplásticos. O potencial biodegradável é uma solução para o fim de vida de um produto que funciona em harmonia com o modelo de circularidade. A economia circular é o próximo desafio da sustentabilidade e nós provámos a nossa capacidade neste ramo», afirma o presidente e CEO da PrimaLoft, Mike Joyce. As fibras da PrimaLoft Bio são 100% produzidas a partir de material reciclado e desafazem-se quando expostas a ambientes específicos – como um aterro ou o oceano. A especialista em têxteis de performance garante que aprimorou as fibras, para que estas se tornassem mais atrativas aos micróbios naturalmente presentes nestes locais, para que estes se alimentem das fibras mais rapidamente. As fibras só se irão degradar quando expostas a estes microorganismos em aterros ou locais com água permitindo, desta forma, que o isolamento continue a ser altamente durável durante o seu ciclo de vida.

6. YouTube é o favorito dos mais novos

O Facebook pode ser o grande vencedor das redes sociais, mas não está a conquistar os consumidores mais jovens. Em geral, o tempo que a maioria dos consumidores passa nas redes sociais é no Facebook. Contudo, a geração Z (indivíduos entre os 18 e 24 anos) prefere o YouTube, segundo um recente estudo da plataforma Visual Objects, que inquiriu cerca de 600 cidadãos norte-americanos. 31% dos membros da geração Z preferem o YouTube, comparado com 15% que preferem o Facebook. Todavia, no que toca aos millennials, a situação inverte-se, com 39% a preferirem o Facebook e apenas 19% o YouTube. No que toca à geração X, 29% escolhem o Facebook, enquanto apenas 16% preferem o YouTube. A lacuna é maior para os Baby Boomers, já que 39% escolhem o Facebook e apenas 10% o YouTube. O relatório refere que o interesse da geração Z pelo YouTube se deve ao facto de a plataforma oferecer uma Experiência de Utilizador (UX na sigla inglesa) personalizada, envolvente e focada no vídeo, com menos distrações do que o Facebook. A geração Z «prefere conteúdo visual em vez de texto, porque é mais fácil e mais recompensador para o consumidor – e eles consomem muito», revela o relatório. Na verdade, 47% dos jovens da geração Z veem três a quatro horas de vídeos no YouTube diariamente, segundo dados da GenHQ, citados pela Visual Objects. A maioria cresceu com as redes sociais, por isso, a geração Z navega com confiança em plataformas visualmente atrativas, explicam os especialistas. «Há características na aplicação do YouTube que são particularmente intuitivas para a utilização. Se fores da geração Z, estes padrões gestuais no design dos telemóveis são inerentes», afirma Jordan DeVries, diretor de UX na empresa Brave UX, que foi citado no relatório. Enquanto a obsessão dos jovens pelo vídeo é um desafio a longo prazo, para já, o Facebook mantém o seu domínio. Além disso, mais de 500 mil utilizadores com 55 ou mais anos deverão aderir à rede social este ano. E o interesse parece estar a aumentar entre os cidadãos em idade de reforma. 47% dos membros da geração Z estão a consumir uma grande quantidade de vídeos diariamente no YouTube e a mesma percentagem de utilizadores com mais 65 anos refere que visita mais o Facebook, comparado com 15% dos da geração Z. Os mais velhos sentem-se atraídos pelo Facebook devido à «sua ampla funcionalidade e características sociais, incluindo o envio de mensagens, a partilha de fotos e atualização noticiosa. O Facebook é a primeira introdução dos mais velhos às redes sociais, permitindo-lhes que se conectem com família e amigos», indica o relatório, com Jordan DeVries a admitir que «o conforto que estes utilizadores sentem com o Facebook pode fazer com que fiquem hesitantes em experimentar outras plataformas». O inquérito também questionou a perspetiva dos utilizadores em relação a sites populares e descobriu que utilizadores entre os 35 e os 64 anos «acreditam que a Amazon oferece a melhor UX», entre os grandes nomes, com os outros grupos de idade a citarem-no como o segundo website mais usável. A Visual Objects explica que a preferência pelo site da Amazon se deve à «experiência altamente otimizada, com a importante barra de pesquisa, resultados fáceis de ler, numerosos filtros e grande personalização».