- Decenio lança coleção masculina intemporal
- Maus Frères de olho na The Kooples
- Gravatas em declínio na Hermès
- Bonmarché com grandes perdas
- Insegurança atinge máximos na ITV do Bangladesh
- Vai ser possível fazer compras no Instagram
1. Decenio lança coleção masculina intemporal
Com o ator Ricardo Pereira como protagonista, a marca do grupo Cães de Pedra lançou a coleção masculina primavera-verão 2019, que aposta no design de peças intemporais. No universo masculino, destacam-se as linhas simples das tradicionais camisas, polos e calças, que surgem em tons neutros e também em cores mais alegres, como o coral, eleito como a cor Pantone para 2019. Os azuis tomam conta de grande parte das peças da estação, conjugados com o branco e tons pastéis. «A estação quente pede tecidos leves, descontraídos e com um toque romântico, as peças monocromáticas misturam-se com padrões delicados e trazem um twist prático e moderno à coleção», destaca a marca portuguesa.
2. Maus Frères de olho na The Kooples
O grupo suíço Maus Frères entrou em negociações para comprar a The Kooples. Os termos iniciais ainda não foram revelados. Se o negócio for bem-sucedido, a marca francesa de luxo acessível irá juntar-se à divisão de insígnias internacionais do grupo Maus Frères, cujo portfolio inclui nomes como Lacoste, Gant, Aigle e Tecnifibre. As negociações deverão finalizar-se no final da primeira metade de 2019. «Ao longo dos últimos anos, temo-nos focado no fortalecimento e expansão das nossas marcas. A The Kooples será uma adição perfeita ao nosso portefólio, com o seu posicionamento urban/rock, dentro do universo do luxo acessível», afirma o presidente do grupo suíço, Didier Maus. «Sentimo-nos atraídos por este posicionamento que permitiu à marca desenvolver uma oferta igualmente forte para mulheres e homens e, nesse sentido, tem um potencial único. A aquisição poderá fortalecer a posição do grupo Maus Frères como grande agente no mercado das marcas premium», explica Maus. Fundada em 2008, a The Kooples registou, em 2018, receitas no valor de 227 milhões de euros e opera, atualmente, em 32 países, através da sua própria rede de distribuição, com 334 pontos de venda, maioritariamente na Europa e nos EUA, bem como uma forte penetração digital. Thierry Guibert, CEO do Maus Frères International, considera que «a The Kooples tem uma forte reputação e uma rede de distribuição de alta qualidade. Temos grandes ambições para a marca. Queremos ajudá-la a continuar a desenvolver-se internacionalmente, enquanto se mantém fiel às suas raízes e à sua identidade».
3. Gravatas em declínio na Hermès
A Hermès International tornou-se a mais recente vítima do crescimento do vestuário casual masculino, revelando um enfraquecimento no segmento das sedas, numa altura em que as gravatas estão a perder a sua atratividade. As sedas e os têxteis registaram uma subida de 3% nas receitas, em 2018, ou seja, o crescimento mais lento de todos os segmentos da casa de moda francesa. Alex Dumas, CEO da Hermès, refere que a empresa tem vindo a ajustar-se às preferências masculinas. «Há uma descida estrutural» nas gravatas, admitiu aos jornalistas. «Temos muitas novidades a caminho. Iremos lançar mais lenços para homens», adiantou. Numa altura em que o grupo Goldman Sachs aposta num código de indumentária mais descontraído, os produtores de vestuário formal têm vindo a mudar a sua estratégia, para manter o crescimento das vendas. Artigos de couro para mulher, como as malas Birkin ou Kelly, dominaram o balanço da Hermès. Contudo, já há muito tempo que as gravatas impulsionavam o segmento masculino da empresa. A Hermès tem inclusive apostado na mistura seda/caxemira para homem, na tentativa de conquistar o mercado masculino, com produtos como o Last Night Scarf, cujo preço é de 780 dólares (cerca de 690 euros), e conta com a imagem de uma mesa de mistura de um DJ. Ocasionalmente, a casa de moda organiza festas e eventos onde ensinam aos clientes formas de utilizar os lenços, enquanto os entretêm com música e champanhe. A Hermès também revela que a procura por parte dos clientes chineses continuou a aumentar no início do ano, depois do lucro operacional ter subido 6% em 2018, conservando a sua margem no topo entre os produtores de artigos de luxo.
4. Bonmarché com grandes perdas
Em meados de dezembro, a retalhista britânica de moda emitiu um novo profit warning, numa altura em que continua a ter dificuldades no segmento feminino. Em janeiro e fevereiro, o período de saldos foi bem-sucedido para a Bonmarché e os níveis de stock estão agora 40% mais baixos. As vendas desde o período natalício ficaram «ligeiramente acima do nível previsto, indo de encontro às estimativas revistas», indica. No entanto, a comercialização, desde o início de março, «foi significativamente mais fraca, revertendo os ganhos obtidos durante os meses anteriores», admite a retalhista. «Tendo isto em conta, provavelmente, durante o resto do mês, vamos continuar a sentir esta tendência, o que fará com que as perdas subjacentes aos lucros antes de impostos sejam superiores a 4 milhões de libras (cerca de 4,6 mil milhões de euros). Nesse sentido, a estimativa é que as perdas estruturais nos lucros antes de impostos sejam entre 5 milhões de libras e 6 milhões de libras», antecipa a retalhista. A Bonmarché culpou a recente recessão na comercialização «como consequência do facto de a procura por gamas de transição, entre o inverno e a primavera, ter sido satisfeita entre janeiro e fevereiro. Embora a venda de stock para a estacão da primavera tenha beneficiado das temperaturas quentes no final de fevereiro, ainda não representa uma parte suficientemente grande do mix de vendas para compensar pela baixa procura por stock de transição. Apesar disso, tendo em consideração esta reação positiva aos artigos de primavera, a nossa expetativa em relação ao ano fiscal 2020 permanece inalterada», refere.
5. Insegurança atinge máximos na ITV do Bangladesh
Os trabalhadores das fábricas de vestuário no Bangladesh apresentaram um número recorde de reclamações sobre segurança – 662 – no ano passado, revelando que o mecanismo criado pelas marcas de moda europeias para melhorar as condições de trabalho está a revelar-se eficaz, afirmam organizações sindicais. O Acordo de Segurança contra Incêndios e Construção do Bangladesh foi assinado em 2013 por cerca de 200 marcas globais e sindicatos, depois do acidente no Rana Plaza, no qual cerca de 1.100 pessoas morreram, chamando à atenção para as más condições de trabalho no país. O acordo, juridicamente vinculativo, abrangeu cerca de 1.700 fábricas e conta com as assinaturas de marcas de vestuário e retalhistas de quase 20 países, como o grupo britânico Tesco, a retalhista sueca H&M ou a gigante alemã Adidas. Desde que iniciou dos trabalhos em 2014, o acordo recebeu 1.152 reclamações, muitas relativas a incêndios e riscos estruturais, indica o relatório, que excluiu mais de 100 fábricas, que não foram consideradas elegíveis para aprovisionamento das empresas signatárias. «Quando comparado com outros mecanismos de reclamações, neste, as queixas são encaradas mais seriamente», afirmou Amirul Haque Amin, diretor da Federação Nacional de Trabalhadores de Vestuário, o maior sindicato do Bangladesh, à Reuters. «Os proprietários das fábricas sabem que os seus clientes também são parte interessada no acordo e, se não lidarem com os problemas de forma apropriada, os seus negócios podem ser afetados», explicou, referindo-se à exclusão do acordo das empresas não cumpridoras, que são proibidas de aprovisionar as marcas e retalhistas signatárias. O Bangladesh está apenas abaixo da China como fornecedor de vestuário para os países ocidentais. A indústria de vestuário representa mais de 80% das exportações do país e cerca de 4 milhões de postos de trabalho.
6. Vai ser possível fazer compras no Instagram
H&M, Burberry e Dior são algumas das marcas que já aderiram ao novo serviço de compras através da rede social. O Instagram lançou a versão beta da funcionalidade “checkout”, que permite aos consumidores comprar produtos diretamente na aplicação. Para já, a funcionalidade está apenas disponível no mercado dos EUA. Não ostante, mais de 20 marcas já aderiram, incluindo Nike, Adidas, Kylie Cosmetics, MAC Cosmetics, Michael Kors, Oscar de la Renta, Prada, Uniqlo, Warby Parker, e Zara. Os artigos que podem ser comprados através da nova funcionalidade têm um botão azul, no qual se lê “checkout on Instagram”. Ao carregar no botão, o cliente tem que fornecer um endereço de email, informação de entrega e de pagamento, para que o vendedor consiga terminar a compra. As primeiras marcas a aderir ao serviço abrangem uma ampla dimensão do mercado, desde o luxo, passando pelo desporto e acessórios. «Acreditamos que esta é uma forma maravilhosa de oferecer aos amantes da moda uma experiência de compras inspiradora e prática. O Instagram é um canal muito importante e estamos entusiasmados por explorar este novo modo de fazer compras», elogia Sara Spännar, diretora de marketing e comunicação da H&M. Estudos recentes têm revelado que, cada vez mais, os consumidores têm escolhido o Instagram como destino para encontrar inspiração e obter recomendações diretas de produtos.