- Moda e desporto valeram €369 milhões na Sonae
- Inês Torcato cria coleção para a Wrong Weather
- 10 startups que vão revolucionar a indústria da moda
- Inovações impulsionam algodão orgânico no Brasil
- Inditex e MIT unidos pela sustentabilidade
- Vestuário e calçado são os mais falsificados
1. Moda e desporto valeram €369 milhões na Sonae
A empresa portuguesa anunciou um crescimento de 1,9% das vendas totais da Sonae Sports & Fashion – que agrega as marcas Salsa, Zippy, Berg Outdoor, Sport Zone, Berg Cycles, Deeply, MO e Losan – em 2018 face a 2017. Num ano que considera «desafiante», a divisão registou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 14,9 milhões de euros, com uma margem de 4%. Os resultados foram impulsionados pelos números do quatro trimestre, em que a divisão obteve um crescimento de 7,9% em comparação com o período homólogo de 2017, para 104 milhões de euros, com um Ebitda de 12 milhões de euros. Na área do desporto, destaca o comunicado da Sonae, nos nove meses do primeiro ano da joint-venture Iberian Sports Retail Group (ISRG), na qual a Sonae tem uma participação de 30%, o volume de negócios atingiu 411 milhões de euros, o que representa um aumento de 9,5%, impulsionado «sobretudo pelo desempenho de vendas da Sprinter e da JD». O Ebidta atingiu os 22 milhões de euros, tendo sido afetado pela conversão de lojas da Sport Zone para o modelo da Sprinter em Espanha. «Ao nível da gestão de portefólio, o primeiro destaque vai para a conclusão da operação de combinação de ativos da SportZone e da JD Sprinter que conduziu à criação da ISRG e que permitiu a consolidação de um forte operador ibérico, beneficiando de importantes sinergias e cuja integração está já a traduzir-se em resultados muito positivos», destaca Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, em comunicado. No total, o volume de negócios consolidado da Sonae atingiu os 5,95 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 8,1% face a 2017, enquanto o lucro líquido foi de 222 milhões de euros.
2. Inês Torcato cria coleção para a Wrong Weather
Depois de, em 2018, ter integrado a loja pop up do Portugal Fashion no projeto Wrong Weather Life, Inês Torcato cria agora uma coleção cápsula exclusiva para a Wrong Weather. Na coleção cápsula primavera-verão 2019/2020, constituída por um total de oito peças, o foco é colocado nas palavras e a paleta de cores é preta e branca. A inspiração partiu de um texto da escritora portuguesa Regina Guimarães, onde a autora analisa o significado da moda e como esta evoluiu nas últimas décadas: as tendências sociais, as técnicas de criação, as tendências e os seus seguidores. A designer reinterpretou as ideias textuais visualmente, desconstruindo as frases e reorganizando as palavras por semelhanças visuais. Além disso, Inês Torcato apresenta quatro modelos de calçado, com dois de botas e dois de sapatos, todos em preto.
3. 10 startups que vão revolucionar a indústria da moda
O programa “Fashion for Good Plug and Play Accelerator” selecionou 10 novas
startups, que apostam na gestão inovadora de dados, novos materiais, tecnologias de tingimento e soluções para o fim de utilização. Trata-se da mais recente vaga de empresas inovadoras que serão impulsionadas pelo seu potencial de acelerar a mudança para uma indústria da moda circular. Os empreendedores foram selecionados entre centenas de candidaturas e são o quinto grupo a juntar-se ao “Fashion for Good Plug and Play Accelerator”. A plataforma envolve um programa de 12 semanas, incluindo tutoria e oportunidades de desenvolvimento de negócio com parceiros corporativos, para ajudar a acelerar e a crescer as empresas selecionas, que foram a Checkerspot, Dimpora, Farfarm, FastFeetGrinded, IndiDye, Indigo Mills Designs, MonoChain, pondTextile, Pure Waste Textiles e VeChain. O programa é desenvolvido em colaboração com gigantes como Adidas, Bestseller, C&A, Galeries Lafayette, Kering, Otto Group, PVH Corp, Stella McCartney, Target e Zalando.
4. Inovações impulsionam algodão orgânico no Brasil
A C&A Foundation distinguiu uma série de inovações que poderão apoiar pequenos produtores de algodão orgânico no Brasil, de modo a aumentar a produtividade e a melhorar as suas condições de vida. A C&A Foundation, em parceria com a organização não governamental brasileira Esplar e a World Transforming Technologies, criou o desafio “Algodão Sustentável – Inovações para a Produção Familiar”. O objetivo é encontrar formas de ajudar a acelerar a produção de algodão orgânico no Brasil e tem um financiamento de 100 mil euros. «O Brasil é o quinto maior produtor de algodão do mundo. Enquanto os pequenos proprietários impulsionam a produção de algodão orgânico, este ainda representa menos de 1% do total de algodão produzido. A C&A Foundation acredita que isto tem que mudar», refere a fundação da retalhista C&A. Entre as inovações vencedoras do concurso estão, por exemplo, um método de simplificação da energia renovável, que permite aos produtores produzir óleo e outros produtos, como milho ou sésamo, na sua propriedade. A ideia é que os produtores participem em workshops e formações acerca de modos de gerar a sua própria energia renovável para produzir óleo e derivados. Como o milho e o sésamo são normalmente produzidos juntamente com o algodão, geram rendimentos extra para os produtores. Outra das inovações permitirá simplificar os processos de certificação. Tendo em conta a legislação no Brasil, que dificulta os produtores de pequena dimensão no acesso e na manutenção de certificação de algodão orgânico, a inovação pretende criar um sistema mais simples de candidatura e formar os produtores para que saibam o usá-lo.
5. Inditex e MIT unidos pela sustentabilidade
A gigante espanhola vai investir mais de 4 milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros) para projetos de investigação plurianuais, em colaboração com o MIT, no sentido de aprofundar o conhecimento relativo à sustentabilidade. Sob os termos do acordo colaborativo, financiamentos de 2 milhões de dólares serão direcionados a bolsas de investigação Inditex no MIT, cada uma de um milhão de euros. O primeiro, o fundo para Bolsas de Investigação para Ciências e Engenharia de Materiais, irá apoiar a investigação nas áreas como sustentabilidade, logística e gestão da cadeia de aprovisionamento. O objetivo é apostar em iniciativas pioneiras de economia circular e a aplicação de técnicas sustentáveis avançadas na indústria têxtil. O segundo, o financiamento para Bolsas de Investigação de Gestão de Operações, irá suportar a investigação e inovação na análise de dados. O financiamento inclui uma contribuição plurianual de 1,2 milhões de dólares para investigação em áreas com a Inteligência Artificial, aprendizagem automatizada e data science. A retalhista espanhola também renovou o seu mestrado em Liderança para Operações Globais, um programa educativo da Inditex dirigido a estudantes do MIT que oferece experiências educacionais personalizadas e supervisionadas na sede da Inditex em Arteixo, Espanha, para impulsionar as capacidades técnicas e de gestão de cada estudante. A Inditex apostou ainda no fundo de capital MIT-Spain Inditex Sustainability, ao qual é conferido uma contribuição de 450 mil dólares ao longo de três anos. Este fundo de capital promove a colaboração em projetos de investigação entre o corpo docente e estudantes do MIT e os seus pares em universidades e centos de investigação em Espanha, em áreas como novas técnicas de reciclagem de têxteis e a criação de novas fibras, utilizando tecnologia sustentável. A primeira ronda do fundo de capital será usada para projetos pioneiros que envolvem a reciclagem de fibras, em projetos selecionados de instituições de ensino superior de Vigo, Granada e do País Basco e a Universidade Politécnica de Valência. O financiamento irá ajudar com a seleção de cinco novas iniciativas de investigação que vão de encontro à Estratégica Global de Sustentabilidade da Inditex que tem como objetivo identificar novas soluções para o upcycling, reciclagem, tecidos ecológicos, energias limpas e eficiência ecológica na produção e logística, entre outras.
6. Vestuário e calçado são os mais falsificados
Segundo um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) e do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, o vestuário, o calçado e os produtos em couro estão entre os artigos mais pirateados em todo o mundo. O mais recente relatório “Tendências na Comercialização de Produtos Falsificados e Pirateados” refere que apesar de, de um modo geral, o volume global de produtos comercializados ter estagnado, o comércio de produtos falsificados cresceu mundialmente e representa 3,3% do comercio mundial. O relatório, que mediu apreensões aduaneiras até 2016, coloca o valor de produtos falsificados importados no mundo inteiro em 509 mil milhões de dólares (cerca de 448 mil milhões de euros), um aumento de relação aos 461 mil milhões de dólares de 2013 (2,5% do comércio mundial). Do total de apreensões em 2016, o calçado foi o segmento com maior percentagem, de 22%, seguido do vestuário em 16% e os produtos em couro em 13%. A maioria dos produtos falsificados apreendidos têm origem na China e em Hong Kong. Outros importantes pontos de origem incluíam os Emirados Árabes Unidos, Turquia, Singapura, Tailândia e Índia. Os países mais afetados pela contrafação, em 2016, foram os EUA, cujas marcas ou patentes foram encontradas em 24% dos produtos apreendidos, seguidos da França (17%), Itália (15%), Suíça (11%) e Alemanha (9%). Um crescente número de empresas em Singapura, Hong Kong e economias emergentes como o Brasil e a China também foram afetados. Análises passadas dos organismos mostraram que zonas de comércio livre – onde a atividade económica é impulsionada por impostos reduzidos, controles alfandegários e leve regulamentação – podem involuntariamente facilitar o comércio de bens falsificados. «A comercialização de produtos contrafeitos retira receitas a empresas e a Governos e alimenta atividades criminosas. Também pode prejudicar a segurança e saúde dos consumidores», avisa o diretor para a governação pública da OECD, Marcos Bonturi.