Breves

  1. Projeto europeu quer reciclar têxteis revestidos
  2. Sustentabilidade motiva compras na Lyst
  3. Levi’s define preço para IPO
  4. Algodão sustentável conquista mercado
  5. PrimaLoft lança isolamento inovador
  6. Os 10 nomes sustentáveis a ter debaixo de olho

1. Projeto europeu quer reciclar têxteis revestidos

Financiado pela União Europeia (UE), o projeto Decoat tem como objetivo encontrar métodos para reciclar têxteis multicamadas revestidos e tingidos e materiais plásticos, incluindo tecidos funcionais e de performance usados em equipamento de outdoor. O principal objetivo é permitir o uso circular de têxteis multicamada, que são criados para unir diversas funcionalidades num único artigo. Atualmente, estes não podem ser reciclados devido à sua natureza híbrida. O Decoat tem como objetivo o desenvolvimento de uma gama inovadora e inteligente de sistemas para separar os materiais através de um estímulo – como o calor, a humidade ou químicos – para permitir a reciclagem. O foco inicial está na reciclagem do material de base, contudo, a reutilização dos materiais de revestimento também é um objetivo. O consórcio do projeto, que é liderado pelo centro belga de I&D Centexbel, junta 17 parceiros europeus, incluindo a Devan Chemicals a empresa de vestuário outdoor Vadue, de toda a cadeia de valor, do design à produção, passando por organizações não governamentais e centros de investigação. O Decoat tem como meta a reciclagem de 50% do plástico, uma medida definida pela indústria do plástico da Europa, que recebeu financiamento da UE através do programa de investigação e inovação Horizon 2020.

2. Sustentabilidade motiva compras na Lyst

A plataforma mundial Lyst prevê que, em 2020, 10% de todas as compras realizadas no seu website serão motivadas por fatores relacionados com a sustentabilidade. Num novo estudo, a Lyst analisou mais de 100 milhões de pesquisas, incluindo 5 milhões de artigos de moda de cerca de 12 mil designers. Segundo a plataforma, desde 2018, houve um incremento de 66% nas pesquisas por moda sustentável, nomeadamente com palavras-chave como “marcas éticas” e “econyl”. As pesquisas por “algodão orgânico”, aumentaram 16%, enquanto o crescente interesse dos consumidores em “denim sustentável” resultou num aumento de 187% em visualizações de páginas de marcas de denim sustentável. Desde outubro, as pesquisas por “couro vegan” cresceram 119%, sendo este frequentemente associado a malas e sapatos. O termo “moda vegan” gerou cerca de 9,3 milhões de referências. A Lyst assinala também o crescimento anual de 329% na revenda de produtos de luxo. «Com celebridades como Emma Watson, Meghan Markle ou Pharrell Williams a continuar a impulsionar a moda sustentável e a indústria da moda a começar a investir em métodos de produção amigos do ambiente, prevemos que, em 2020, 10% de todas as compras de moda na Lyst serão feitas com a sustentabilidade em mente. Comprar moda sustentável – reduzindo, consequentemente, o impacto negativo que o vestuário tem no meio ambiente – também deverá tornar-se mais fácil. Algumas marcas como a Reformation, a Stella McCartney, a Veja e a Nanushka dominam atualmente este mercado e provaram que o consumidor responde a valores éticos. Lideraram o caminho e criaram novas oportunidades para novas marcas, impulsionadas pela vontade de fazer melhor», escreve a Lyst, citada pelo just-style.com.

3. Levi’s define preço para IPO

A gigante do denim pretende angariar pelo menos 587 milhões de dólares (cerca de 522,1 milhões de euros) através da sua Oferta Publica Inicial (IPO na sigla inglesa). A Levi Strauss pretende obter entre 14 e 16 dólares por cada uma das 36,7 milhões de ações que vai vender. A empresa refere que pretende vender cerca de 9,5 milhões de ações de classe A, enquanto os seus acionistas irão vender 27,2 milhões de ações. A decisão de regresso à Bolsa, que foi anunciada no mês passado, valoriza a Levi Strauss em cerca de 6,17 mil milhões de dólares, segundo a Reuters. Nos documentos, a Levi Strauss referiu que pretende usar os lucros obtidos para fins cooperativos, incluindo fluxo de caixa, despesas operacionais e despesas de capital. A gigante do denim referiu ainda que também poderá usar uma parte dos lucros que receber desta oferta «para aquisições e outros investimentos estratégicos, ainda que atualmente não tenhamos nenhuns planos definidos para tal». A empresa, sediada em São Francisco, recentemente divulgou que, no ano terminado a 28 de novembro de 2018, as receitas ascenderam a 5,6 mil milhões de dólares e o lucro foi de 283 milhões de dólares.

4. Algodão “verde” conquista mercado

A exigência por maior transparência das empresas de vestuário fez com que o algodão obtido de modo sustentável conquistasse uma maior quota de mercado. O 2025 Sustainable Cotton Challenge encoraja as marcas e os retalhistas a comprometerem-se a obter 100% do seu algodão de modo sustentável até 2025. O projeto surgiu em 2017, quando o Príncipe de Gales convocou um grupo de CEOs, através da sua Unidade Internacional para a Sustentabilidade. Na altura, 13 CEOs comprometeram-se a acelerar a utilização de algodão sustentável, o que abriu caminho para outros líderes da indústria, resultando na adesão de 39 empresas. O Sustainable Cotton Challenge tem como objetivo aumentar a utilização de algodão orgânico, consequentemente aumentando o rendimento de produtores de menor dimensão, eliminando pesticidas altamente prejudiciais, excluindo ou reduzindo a quantidade de fertilizantes sintéticos utilizados, reduzindo a utilização de água e melhorando a qualidade da mesma e do solo. As marcas e os retalhistas que se juntaram à causa devem optar por fornecedores de algodão incluídos na lista da Textile Exchnage, que conta com projetos reconhecidos de plantação de algodão orgânico e sustentável, como ABRAPA, BASF e3, Better Cotton Initiative (BCI), Cleaner Cotton, Cotton made in Africa (CmiA), Fairtrade, Fairtrade Organic, Field to Market, ISCC, myBMP, organic, certified recycled cotton, REEL Cotton, Regenerative Cotton and Transitional Cotton. O primeiro relatório da Textile Exchange revela informação e estatísticas das conquistas e do impacto que este programa está a ter na água, na comunidade, na qualidade do terreno, na biodiversidade e conta, igualmente, com algumas considerações sociais e regulamentação. «Ao comprometerem-se a usar algodão tendo em conta estes projetos e estas normas, as marcas estão a garantir que as intenções das suas estratégias de sourcing são mantidas e a integridade dos seus compromissos não é comprometida», refere a organização sem fins lucrativos. Dos 39 subscritores do 2025 Sustainable Cotton Challenge, 30 revelaram os dados do seu progresso. Destas, 10% já atingiram o objetivo da utilizar 100% de algodão sustentável, sendo que todos optaram por algodão orgânico. 37% conquistaram uma percentagem entre 75-99% de algodão sustentável. 23% obtiveram uma percentagem entre 50 a 74%. 7% atingiram uma percentagem entre 25 e 49%. 17% atingiram menos do que 24% da utilização de algodão orgânico. Tendo começado como um nicho e atingindo agora uma quota de mercado de 19%, o algodão ecologicamente produzido está a conquistar terreno. «A tendência está a dirigir-se para os fornecedores mais tradicionais, com as exigências por maior transparência a gerarem uma mudança de relações transacionais para parcerias transformadoras. Para que a utilização de algodão sustentável se torne uma prática corrente, a quantidade produzida e vendida deve aumentar significativamente. Este desafio envia uma mensagem para milhões de produtores de que há uma grande procura por práticas sustentáveis na produção de algodão que reduza os custos ambientais e sociais», afirma Alison Ward, CEO da CottonConnect.

5. PrimaLoft lança isolamento inovador

A especialista em tecidos de performance juntou as suas tecnologias a um gel de isolamento para desenvolver o que garante ser «um produto de performance superior». A Cross Core Series da PrimaLoft combina materiais já existentes da empresa com Aerogel, um produto que já é usado pelos cientistas da NASA em aplicações aeronáuticas. O Silica Aerogel tem uma estrutura altamente permeável, com baixa densidade, que forma uma barreira de proteção contra temperaturas extremas. O Aerogel é composto por mais de 95% de ar, é o material sólido mais leve conhecido pelo Homem e é um dos materiais de isolamento mais eficazes, garante a PrimaLoft. A empresa acrescenta que os seus engenheiros encontraram uma maneira de integrar o material Aerogel em fibras específicas, permitindo o desenvolvimento de vestuário de isolamento para resistir aos desafios do vestuário de outdoor. «Tentamos sempre superar os limites da ciência dos materiais e a nova gama PrimaLoft Cross Core representa um avanço significativo nas nossas capacidades tecnológicas. Com esta fusão revolucionária de múltiplas tecnologias seremos capazes de criar produtos com um nível avançado de aquecimento, conforto e proteção», assegura Jochen Lagemann, vice-presidente sénior e diretor geral da PrimaLoft para a Europa e Ásia. Para o inverno 2019/2020, mais de 30 marcas já adotaram a nova tecnologia PrimaLoft Cross Core na sua coleção, incluindo marcas como Adidas Originals, Bergans, La Sportiva, Mountain Hardware, Norröna, Peak Performance, Ping e Quiksilver.

6. Os 10 nomes ecológicos a ter debaixo de olho

A marca de luxo Stella McCartney e a marca premium de denim Outland Denim são dois exemplos dos 10 nomes da indústria da moda premiados por serem considerados inovadores, do ponto de vista da sustentabilidade, pela Common Objective (CO), uma plataforma online que liga marcas, fornecedores, consumidores e especialistas e que se estreia na atribuição de prémios. «A CO selecionou os nomes do mundo da moda que estão a desafiar os limites da criatividade, combinando bons produtos e serviços com práticas negociais que mudam vidas e resolvem desafios ambientais. Os prémios reconhecem os pioneiros entre todo o espectro do mundo da moda: marcas, fornecedores, comunidades e organizações», explica a CO, citada pelo just-style.com. Inicialmente, os nomes presentes no top 10 tiveram que corresponder a vários critérios baseados em seis categorias que abrangem o negócio e a sustentabilidade – missão, modelo de negócio, produtos/serviços, impacto e quadro de referência – antes de serem apresentados a um painel de especialistas da indústria. O painel incluía nomes como Caroline Rush, CEO do British Fashion Council, Christine Goulay, especialista de aprovisionamento sustentável na Kering, Christopher Stopes da Global Organic Textile Standard (GOTS), e Nikhil Hirdaramani, diretor da Hirdaramani Industries. «Estamos a reconhecer os verdadeiros pioneiros nas melhores práticas na indústria da moda, em toda a cadeia de aprovisionamento, de agentes estabelecidos a uma nova geração inovadora. O nosso objetivo é recompensar o trabalho das empresas que estão a inovar e a encorajar outros a seguirem o mesmo caminho», refere Tamsin Lejeune, CEO da CO. O top 10 é composto por Raeburn, Osklen, Stella McCartney, Bottletop, Indigenous, Outland Denim, Mayamiko, Sonica Sarna Design, Ethical Apparel Africa e The Rajlakshmi Cotton Mills.