Breves

  1. Há cada vez mais empresas com certificação GOTS
  2. Reino Unido inova nos fios de grafeno
  3. Exportações têxteis crescem no Paquistão
  4. O cânhamo da Levi’s parece algodão
  5. Sapatilha da Asics diminui esforço do corredor
  6. OMC enaltece papel da UE

1. Há cada vez mais empresas com certificação GOTS

O número de empresas com a certificação Global Organic Textile Standard (GOTS) aumentou 14% em 2018 em relação ao ano anterior, com o maior crescimento a registar-se no Bangladesh. A certificação GOTS inclui a utilização de fibras orgânicas em toda a cadeia de aprovisionamento. O número de empresas certificadas aumentou para 5.760 (espalhadas por 64 países) em comparação com as 5.024 do ano anterior. Os países que registaram maior crescimento em percentagem de certificações foram o Bangladesh, que cresceu 29%, a América do Norte, que aumentou 25% e o Paquistão e a Coreia do Sul, ambos com um incremento de 23%. No total, a Índia, o Bangladesh e a Turquia são os países com mais empresas certificadas. Registou-se ainda um aumento de 13% no número de químicos aprovados na Positive List da GOTS. «O aumento do número de empresas certificadas está em linha com o desejo global de resolver problemas relacionados com a sustentabilidade. Confirma-se que a GOTS é vista como parte da solução. Os líderes das empresas usam a GOTS como uma ferramenta de gestão de risco e como uma oportunidade. Os consumidores valorizam uma certificação que acompanha toda a cadeia de aprovisionamento», considera a diretora-geral da GOTS, Claudia Kersten.

2. Reino Unido inova nos fios de grafeno

Um grupo de investigadores da Universidade de Manchester desenvolveu uma nova tecnologia que tem o potencial de produzir mil quilos de fio à base de grafeno numa hora. O método de produção utiliza tecnologia já existente e não acarreta mais custos de produção. Orientado pelos docentes Nazmul Karim e Kostya Novoselov, o grupo de investigação garante que a inovação tem o potencial de produzir toneladas de fio de grafeno lavável, flexível, barato e biodegradável. O vestuário que incorpora grafeno, um nanomaterial derivado da grafite, permite, alegadamente, melhorar significativamente a performance de atletas profissionais e entusiastas do desporto. A matéria-prima é considerada ideal para o sportswear devido à sua alta condutividade e flexibilidade. Cada átomo de grafeno está exposto ao ambiente, permitindo-lhe “sentir” as mudanças à sua volta, fazendo deste o material ideal para sensores. Embora haja esforços para integrar sensores no vestuário, os atuais métodos de produção são complexos, demorados, caros e os materiais usados não são biodegradáveis. Outro impedimento para o avanço dos têxteis eletrónicos são os componentes volumosos necessários para os pôr a funcionar. «A nossa tecnologia para produzir mil quilos de fio à base de grafeno numa hora é um avanço significativo para a indústria», considera Shaila Afroj, autora principal do estudo, que realizou a investigação durante o seu doutoramento. «O vestuário de elevada performance está atualmente a passar por uma transformação, graças a recentes inovações nos têxteis. Tem havido um crescente interesse por parte da comunidade têxtil para usar as propriedades excelentes e multifuncionais do grafeno para aplicações em vestuário inteligente e funcional. Acreditamos que o nosso processo de produção ultrarrápido de têxteis à base de grafeno será um passo importante para concretizar a próxima geração de vestuário de elevada performance», acrescenta Nazmul Karim.

3. Exportações têxteis crescem no Paquistão

O Paquistão registou um aumento de 1,19% no valor total das exportações, para 7,8 mil milhões de dólares (cerca de 6,9 mil milhões de euros), nos sete meses até janeiro deste ano. Segundo dados do gabinete de estatísticas do Paquistão, as exportações de vestuário em tecido, que integram a categoria têxtil, aumentaram 2,26%, para 1,5 mil milhões de dólares entre julho e janeiro. Já as exportações de vestuário em malha aumentaram 11,5%, para 1,7 mil milhões de dólares, no mesmo período. Só em janeiro, a categoria têxtil registou um aumento de 8% nas exportações, para 1,17 mil milhões de dólares. A imprensa local, citando Mirza Ikhtiar Baig, vice-presidente sénior da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria do Paquistão, atribuiu o crescimento das exportações à diminuição de impostos nas importações de matérias-primas. Em janeiro, as exportações de vestuário em tecido aumentaram 9,9%, para 256 milhões de dólares, e as exportações de vestuário em malha cresceram 16%, para 248,6 milhões de dólares. Os têxteis e o vestuário contribuem em cerca de 70% para o total de exportações do Paquistão. Segundo a ferramenta re:source do just-syle.com, o Paquistão é um dos maiores consumidores e o quarto maior produtor do mundo de algodão e o sexto maior exportador de têxteis a nível mundial. O governo do Paquistão pretende que as exportações de têxteis e de vestuário atinjam os 26 mil milhões de dólares em 2019. O Paquistão beneficia ainda do facto de não pagar impostos nas exportações para a União Europeia, ainda que o sector seja afetado por questões de segurança e enfrente uma grande competitividade na Ásia.

4. O cânhamo da Levi’s parece algodão

Rumo a uma indústria mais sustentável, a gigante do denim divulgou a sua mais recente coleção cápsula, que conta com uma mistura de cânhamo e algodão. Utilizando o seu método Wellthread – que trabalha para produzir denim mais sustentável – e em parceria com a Outerknowns, na área do design, a coleção para a primavera-verão usa a nova mistura com cânhamo, que foi alterado para que o toque seja igual ao do algodão. Os benefícios ambientais do cânhamo são conhecidos: requer menos água na fase de crescimento e a pegada ecológica representa cerca de metade da do algodão produzido convencionalmente, garante a Levi Strauss. Contudo, o toque áspero do cânhamo tem impedido que haja uma maior utilização do mesmo na indústria do vestuário. Deste modo, a gigante de denim está a implementar um novo processo, que foi desenvolvido por especialistas, que, de certo modo, suaviza o cânhamo, dando-lhe uma imagem e um toque que o tornam quase indistinguível do algodão. «Já é sabido que o cânhamo é bom para o ambiente, porém, o seu toque sempre foi áspero. Esta é a primeira vez que conseguimos oferecer aos consumidores um produto de cânhamo cujo toque é tão ou mais suave do que o do algodão», assegura Paul Dillinger, vice-presidente para a inovação de produtos na Levi Strauss & Co. A coleção inclui jeans, e um blusão feitos com uma mistura de algodão e cânhamo. Além disso, conta com calções feitos com poliamida reciclável e uma t-shirt feita a partir de jeans reciclados.

5. Sapatilha da Asics diminui esforço do corredor

A marca japonesa, através da sua mais recente tecnologia Guidesole3, desenvolveu uma sapatilha que poupa a energia dos atletas e lhes permite percorrer distâncias mais longas mais facilmente. A Metaride é o resultado de dois anos de investigação científica, realizada por uma equipa no Instituto Asics para a Ciência Desportiva (ISS na sigla inglesa), sediado em Kobe, no Japão, e foi desenvolvida de modo a minimizar o movimento no local onde há um maior gasto energético: a zona do tornozelo. Segundo a insígnia nipónica, está cientificamente provado que a sapatilha reduz o gasto energético no tornozelo em cerca de um quinto, uma diferença «abismal» para corredores de longa distância, explica a Asics. A chave para esta poupança é a tecnologia Guidesole3, uma sola modelada com precisão que faz com que o peso do corpo vá para a frente, proporcionando aos corredores uma sensação de menor esforço. «O conceito Metaride e a nova tecnologia Guidesole são completamente diferentes de todos os outros que fizemos até agora ou que estão atualmente no mercado. Analisamos a eficiência da corrida através do olhar único da Asics para darmos uma nova “sensação” na corrida mantendo, ao mesmo tempo, a nossa promessa de performance e proteção», assegura Kenichi Harano, diretor-executivo do ISS. O primeiro modelo será lançado neste outono. «Acreditamos que esta nova tecnologia tem o potencial de mudar completamente as corridas de longa distância», acrescenta o COO da Asics, Yasuhito Hirota.

6. OMC enaltece papel da UE

A Organização Mundial do Comércio (OMC) enalteceu o compromisso da União Europeia (UE) nas conversações que têm em vista o fortalecimento do organismo e apelou aos líderes europeus que ajudem a enfrentar os principais desafios do comércio mundial, incluindo as atuais tensões e o impasse no sistema de resolução de conflitos da OMC. Numa intervenção na reunião de ministros da UE que teve lugar em Bucareste, na Roménia, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, afirmou que fortalecer a arquitetura negocial é um «elemento crítico» para melhorar as perspetivas do comércio mundial. «Os membros da OMC estão a estudar possíveis reformas no sistema comercial para ir ao encontro desse objetivo. Isto é muito positivo. Chegamos a uma série de novos acordos ao longo dos últimos anos, mas temos que ir mais longe para fazer com que a OMC seja mais rápida e responsiva às necessidades dos membros. Enalteço o papel que a UE está a ter, ao ajudar-nos a lidar com estes desafios e a encontrar novas formas de evoluir». O discurso de Roberto Azevêdo surge dois meses após uma declaração conjunta das nações do G20 que apoia a «reforma necessária» da OMC e reconhece que o atual sistema comercial multilateral está «aquém» dos seus objetivos.