- Designers defendem jornalismo
- Guava calça retrospetiva de Versace
- Retalho em recuperação
- Mango à conquista do Médio Oriente
- Tecnologia móvel dispara receitas em loja
- Mude liga Portugal e Brasil pelo design
1. Designers defendem jornalismo
Num tempo marcado pelas “fake news” (notícias falsas) e pelos alegados atropelos da presidência norte-americana, encabeçada por Donald Trump, à liberdade de imprensa, marcas de moda como a Études e a Sacai desfilaram, durante a semana de moda masculina de Paris, coleções com o lettering do jornal The New York Times, levando a luta pela liberdade de imprensa para a passerelle. No mesmo âmbito, o designer Alexander Wang colaborou com a Page Six – dedicada às celebridades e ao entretenimento – para uma coleção masculina que procurou vincular a mensagem de que o jornalismo impresso não está morto. Em setembro último, o designer Virgil Abloh apresentou uma linha de bolsas para a marca epónima que remetia para o lettering de órgãos de comunicação social como a Time, a People e a Life.
2. Guava calça retrospetiva de Versace
A marca portuguesa de calçado e acessórios foi convidada para estar presente no desfile de peças icónicas de Gianni Versace, que acontece a 30 de janeiro, em Berlim, durante a cerimónia de abertura da retrospetiva sobre o trabalho do criador de moda italiano. De 30 de janeiro a 13 de abril, o Kronprinzenpalais, no centro da capital alemã, vai acolher a exposição que reunirá mais de 300 peças icónicas, criações raramente expostas e usadas por celebridades como Prince, Madonna, Elton John e Anna Wintour, assim como uma série de objetos que contam e ilustram a carreira do criador de moda italiano. A cerimónia de abertura conta com um desfile de apresentação de peças históricas de Gianni Versace e alguns coordenados vão ser complementados por uma seleção de sapatos da marca portuguesa Guava, a única a ser convidada para fazer parte desta exposição. A estética de Versace, marcada por cores ousadas e cortes arrojados, combina na perfeição com o design dos modelos Guava, inspirados no imaginário arquitetónico e geométrico de Inês Caleiro, diretora criativa da marca. «É uma honra inestimável fazer parte deste evento fantástico, que honra um designer que sempre foi uma enorme fonte de inspiração para mim», afirma Inês Caleiro. «Na Guava, o nosso objetivo é inspirar as mulheres a amar e a celebrar a vida, a acreditar que serem elas mesmas e orgulharem-se disso é o melhor lema. É um orgulho partilhar a mesma filosofia e princípios que Gianni Versace teve durante toda a sua vida», acrescenta.
3. Retalho em recuperação
O retalho de vestuário parece estar em recuperação, alavancada pela subida nas vendas comparáveis em loja durante a quadra natalícia. Os grandes armazéns têm renovadas forças, de acordo com um relatório da Moody’s, uma vez que começaram a temporada com stocks mais reduzidos, clima frio foi mais propício às vendas sazonais do que no ano passado e a economia dos EUA impulsionou a confiança do consumidor. A Best Buy e o Walmart foram os grandes vencedores do retalho norte-americano, juntamente com a Target, na sequencia das vendas animadoras do Natal. Já os lucros de grandes armazéns como a Kohl’s, Macy’s e J.C. Penney ajudaram à performance de marcas como a Under Armour e a Fossil. Entretanto, os encerramentos de lojas em 2018, sem surpresa, continuam concentrados entre os nomes mais fracos do retalho, como a Sears e a Bon-Ton, segundo o relatório. A Sears já anunciou o encerramento de mais 100 lojas, que se vêm somar às 400 fechadas no ano passado. A Bon-Ton anunciou o encerramento de 40 lojas e, de acordo com os analistas, está à beira da falência.
4. Mango à conquista do Médio Oriente
A Mango continua a desenvolver a sua rede comercial no Médio Oriente. A retalhista espanhola despediu-se de 2017 somando 24 pontos de venda em países como a Arábia Saudita, Israel, Irão ou Qatar, alcançando uma totalidade de 160 lojas. Entre as aberturas mais destacadas, encontram-se as das cidades de Doha (Mirqab Mall e Festival City), Teerão e Carmiel que, para além de oferecerem o novo conceito de decoração de interiores da marca, têm uma superfície compreendida entre os 600 e os 900 metros quadrados. O Médio Oriente é um dos mercados mais relevantes para a Mango, onde está presente em 14 países. A faturação neste mercado significou, em 2016, 7% do total e há mais de 10 anos que a empresa trabalha parte dos designs para esta zona num departamento de coleções especiais. Há aproximadamente um ano, a Mango lançou a adaptação do seu website no mercado. «Esta e outras iniciativas, como novas formas de pagamento, confirmam o trabalho que está a ser levado a cabo na região e compõem o plano estratégico para 2018, no qual se prevê a abertura de quase 20 novos pontos em países como Israel, os Emiratos Árabes Unidos ou o Qatar», revela a marca em comunicado.
5. Tecnologia móvel dispara receitas em loja
A implementação bem-sucedida de dispositivos móveis em loja pode gerar um crescimento até 146% nas receitas dos retalhistas em 2018 e ser uma decisão de investimento chave para qualquer retalhista cujas vendas tenham estagnado ou baixado, segundo uma pesquisa recente do Stratix e do grupo IHL. Os retalhistas que estão a implementar tecnologias móveis em loja assistiram a um aumento médio de 24% nas vendas em 2017. De acordo com o relatório, são três os fatores que influenciam o sucesso móvel dos retalhistas: a formação do associado de vendas na utilização de dispositivos móveis, as transações paralelas para que os clientes possam ver o que o associado está a fazer no dispositivo e, por último, perceber que o dispositivo móvel não é um substituto, mas uma mais-valia dentro do processo de vendas.
6. Mude liga Portugal e Brasil pelo design
Desde o dia 27 de janeiro, o Palácio dos Condes da Calheta, no Jardim-Museu Agrícola Tropical, em Lisboa, acolhe a exposição “Tanto Mar. Fluxos Transatlânticos pelo Design”, «que traça um mapa de fluxos entre Portugal e Brasil, focando o design e a cultura material de cada país, de modo a problematizar a natureza dessas trocas e a entender como espelham a identidade e a história de cada um», refere a organização, da responsabilidade do Mude – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo, em parceria com a Universidade de Lisboa – Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A mostra faz parte da programação Mude Fora de Portas e está patente até 20 de maio de 2018. Com a curadoria de Bárbara Coutinho e Adélia Borges, “Tanto Mar. Fluxos Transatlânticos pelo Design” exibe objetos, projetos, móveis, embalagens, peças gráficas e vestuário que remetem para a história, identidade, política, cultura e memória coletiva de Portugal e do Brasil, assim como espelham alguns estereótipos e/ou equívocos das suas representações e imagéticas. Outras peças remetem ainda para a cultura arquitetónica ou vivem num território híbrido, entre o design e o artesanato. Entre os vários projetos apresentados encontram-se, por exemplo, os do marceneiro e designer de móveis português Joaquim Tenreiro, que levou de Portugal a arte de trabalhar a madeira para se tornar o “pai” do móvel moderno brasileiro. A exposição inclui também trabalhos elaborados em conjunto por profissionais das duas nacionalidades.