Breves

  1. As chaves do novo denim
  2. China e EUA impulsionam Adidas
  3. Encerramentos abrandam no retalho
  4. Consumidores gastam mais com redes sociais
  5. Trabalhadores da ITV ganham 89 euros por mês
  6. Alfaiataria rosa no inverno

1. As chaves do novo denim

Com a mudança de estação surgem, inevitavelmente, as novas tendências para o intemporal tecido, que continua a assumir-se pedra basilar do guarda-roupa feminino e masculino e coordenados casuais. No outono-inverno 2017/2018, o denim para mulher é reinterpretado de acordo com um novo conjunto de tendências-chave, prometendo agradar a todas as amantes de moda. As silhuetas soltas ou à boca de sino são uma delas, pelo que os skinny jeans devem ser esquecidos nesta estação fria. Os cropped jeans, que terminam na linha do tornozelo, são outra das grandes tendências da temporada, tal como o denim customizado com bordados, pérolas e patches com slogans. Os jeans com diferentes lavagens são, também, um dos estilos vencedores, tal como os pares com elementos desportivos, como as riscas coloridas nas laterais, os botões ou os fechos.

2. China e EUA impulsionam Adidas

O grupo alemão registou mais um trimestre com forte aumento das receitas graças à expansão nos EUA e na China. Por outro lado, o preço por ação diminuiu quando o crescimento desacelerou na Europa. As receitas do terceiro trimestre subiram 9% para os 5,68 mil milhões de euros, enquanto os lucros escalaram mais de um terço para chegarem aos 256,2 milhões de euros, face aos 386 milhões de euros do ano anterior. As vendas da marca Adidas aumentaram 13% nas categorias de corrida e outdoor. As categorias de futebol e basquetebol, no entanto, sofreram um declínio, devido ao término de dois acordos de patrocínio. As receitas da marca Reebok, entretanto, cresceram apenas 1%, com os esforços para limpar a distribuição da marca no mercado dos EUA a terem um impacto negativo. Nos EUA e na China, as vendas da Adidas e da Reebok subiram 28%, mas aumentaram apenas 7% na Europa, abaixo dos 19% de crescimento no segundo trimestre. Na Rússia, as vendas caíram 17%. «As áreas de crescimento estratégico da empresa – América do Norte, China e comércio eletrónico – foram novamente as principais impulsionadoras da nossa performance durante o terceiro trimestre», afirmou o CEO Kasper Rorsted. A margem bruta no período melhorou 2,4 pontos percentuais para 50,4%, enquanto a margem operacional aumentou 2,7 pontos percentuais para 14%.

3. Encerramentos abrandam no retalho

No Reino Unido, o número de lojas encerradas caiu para o seu nível mais baixo em sete anos, de acordo com uma pesquisa da Local Data Company, que analisou o retalho britânico e revelou que 2.564 pontos de venda fecharam portas no primeiro semestre de 2017, o equivalente a 14 por dia. Ao mesmo tempo, houve 2.342 aberturas de lojas, o que significa que desapareceu um total líquido de 222 lojas. As lojas de caridade, as lojas de roupa de senhora e as lojas de calçado foram as mais atingidas. No entanto, as lojas de moda em geral, os bancos e as lojas de câmbio assistiram ao seu menor número de encerramentos em três anos. Mike Jervis, especialista em retalho da PwC, explicou que o número de encerramentos «relativamente baixo» ao longo do período reflete um «ambiente de retalho mais estável» no Reino Unido.

4. Consumidores gastam mais com redes sociais

Os consumidores que se envolvem com um retalhista através das redes sociais gastam aproximadamente mais 19% do que o consumidor médio, ainda que o envolvimento do consumidor com os retalhistas via redes sociais tenha caído cerca de 2%, segundo dados da empresa Shareablee. Entre as marcas com maior taxa de interação surgiram a Victoria’s Secret, com 78 milhões de interações nos primeiros nove meses do ano, e a Urban Outfitters, com 48 milhões, de acordo com o relatório. A Sephora superou significativamente alguns dos grandes armazéns, com cerca de 17,5 milhões de interações. A Ulta Beauty e a Nordstrom tiveram 4,8 milhões e 2,7 milhões de interações, respetivamente. Mesmo num ano em que o envolvimento geral dos consumidores com os retalhistas via redes sociais diminuiu ligeiramente, o sector do retalho experimentou um aumento de 46% nas interações.

5. Trabalhadores da ITV ganham 89 euros por mês

Num relatório recentemente divulgado, o grupo defensor dos direitos humanos Clean Clothes Campaign (CCC) reivindica que, apesar de trabalharem horas extraordinárias, muitos trabalhadores na Ucrânia, por exemplo, ganham apenas 89 euros por mês, onde um salário digno tem de ser cinco vezes superior a esse montante. Para as marcas de moda mundiais, os países do leste da Europa são o «paraíso dos baixos salários», com muitas marcas a proverem o facto de serem “made in Europe”, sugerindo que isso significa condições «justas», segundo a CCC. Na realidade, o grupo afirma que muitos dos trabalhadores de vestuário na região vivem na pobreza, enfrentam condições de trabalho perigosas, incluindo horas extraordinárias forçadas. «Muitas vezes, os salários mensais auferidos pelos trabalhadores, maioritariamente mulheres, apenas cumprem os salários mínimos legais, que variam entre 89 euros na Ucrânia e os 374 euros na Eslováquia. Um salário que permita que uma família tenha acesso a condições básicas precisa de ser cerca de quatro a cinco vezes superior. Por exemplo, isso significaria ganhar cerca de 438 euros por mês na Ucrânia». No relatório “Europe’s Sweatshops”, a CCC alega que os salários mínimos legais na região estão abaixo das respetivas linhas de pobreza e níveis de subsistência para esses países. Entrevistas junto de 110 trabalhadores em fábricas de vestuário e calçado na Hungria, Sérvia e Ucrânia revelaram que muitos são obrigados a trabalhar horas extraordinárias apenas para alcançar os objetivos de produção e dificilmente ganham mais do que o salário mínimo legal.

6. Alfaiataria rosa no inverno

Quando Coco Chanel apresentou o fato feminino nos anos 1920, ainda em versão saia/casaco, transformou o guarda-roupa feminino. Na época, as mulheres estavam cansadas de usar vestidos e um conjunto a duas peças providenciava uma alternativa que não era apenas confortável e prática, mas esteticamente apelativa. A proposta de Chanel assentava num corte slim, sem gola e com apontamentos luxuosos em dourado e terão sido, provavelmente, estes os ingredientes que o mantiveram popular até hoje, quase 100 anos depois da sua criação. Nesta estação fria, os fatos femininos, agora na versão calça/casaco, ganham destaque em vários tons de rosa, com silhuetas longas e de fitting largo. O ideal, segundo os especialistas, é cruzar no mesmo coordenado diferentes gradações e texturas, optando por peças-chave como uma malha de gola alta ou uma blusa com gola em laço na primeira camada. O cor de rosa, de resto, tem vindo a ser um verdadeiro exercício criativo para os designers e marcas que fizeram dele uma das cores sensação da estação fria de 2017, a par do vermelho.