Breves

  1. Lenzing lança filamento de luxo
  2. Armani anuncia sucessão
  3. Creora une Hyosung à Bossa
  4. Já há uma rua de compras online
  5. Linho é melhor para o ambiente
  6. Sacai e Undercover juntas na passerelle

1. Lenzing lança filamento de luxo

A produtora austríaca de fibras de celulose desenvolveu um novo filamento de liocel que afirma marcar uma nova era para os tecidos sustentáveis de celulose para o mercado de vestuário de luxo, uma vez que confere o mesmo cair e toque da seda. O Tencel Luxe, que significa a entrada da Lenzing no mercado de filamentos, é mais «um marco» na implementação da estratégia sCore TEN da empresa, que se foca no crescimento rentável com base em fibras especiais amigas do ambiente. O filamento é descrito pela Lenzing como «um novo player» para têxteis celulósicos sustentáveis de gama alta, oferecendo estética, conforto e performance superiores que o tornam perfeito para combinações com fibras nobres como seda, caxemira e lã. Obtido a partir de polpa de madeira, que é aprovisionada de fontes sustentáveis, os filamentos Tencel Luxe são produzidos usando o processo de produção de liocel de ciclo fechado da Lenzing, que assegura um impacto ambiental mínimo devido ao reduzido consumo de água e energia, assim como matérias-primas. «Estamos empenhados em fixar os padrões para a indústria de forma a melhorar a proteção do nosso ambiente, ao mesmo tempo que fabricamos filamentos para tecidos que são pensados para atrair os consumidores mais sofisticados», explica o CEO da Lenzing, Stefan Doboczky. «O lançamento do Tencel Luxe é mais um sinal do nosso compromisso em curso com a inovação e a sustentabilidade. Com a ajuda do Tencel Luxe, a Lenzing vai apoiar a indústria de vestuário de luxo para redesenhar as fronteiras entre a responsabilidade e a moda de luxo e faz parte do compromisso da Lenzing de uma inovação impulsionada pela sustentabilidade», acrescenta. O Tencel Luxe vai ser produzido na unidade austríaca da Lenzing, com planos para expandir a capacidade nos próximos anos. «Aqui podemos aproveitar por completo a proximidade entre operações, investigação e desenvolvimento, serviço ao cliente e organização de engenharia para acelerar o desenvolvimento desta tecnologia para a produção de Tencel Luxe a uma escala industrial maior», afirma Heiko Arnold, diretor de tecnologia. Arnold revela ainda que a decisão sobre uma nova unidade para a produção de Tencel Luxe a uma escala maior será tomada no terceiro trimestre de 2018.

2. Armani anuncia sucessão

Giorgio Armani divulgou planos de sucessão à frente do seu império, que incluem a transferência de parte do negócio para uma fundação que criou recentemente, onde os seus herdeiros têm uma quota. Numa entrevista ao jornal Corriere della Sera, publicada na passada segunda-feira, Armani, de 83 anos, afirmou que demorou cinco anos a gizar a «arquitetura certa» para a sua sucessão, mas ainda não divulgou quem irá substitui-lo à frente da empresa, que regista um volume de negócios anual de 2,5 mil milhões de euros. O designer e empresário indicou ainda que as vendas do grupo vão baixar 5% este ano e no próximo, antes de regressar ao crescimento em 2019. As quebras devem-se ao reposicionamento das marcas da empresa, nomeadamente a marca A/X Armani Exchange. Sobre o plano de sucessão, Armani referiu que a Fundação serve dois propósitos. «Por um lado, reinvestir o capital por motivos de solidariedade e, por outro lado, assegurar o equilíbrio na Giorgio Armani SpA. O que criámos é um mecanismo que encoraja os meus herdeiros a manterem-se em harmonia e a evitar que o grupo seja comprado ou fragmentado. Enquanto estiver vivo, irei liderar a fundação, depois haverá três pessoas nomeadas por mim». Armani adiantou também que a empresa tem estado a trabalhar para aumentar a sua oferta digital e que foi recentemente nomeado um diretor digital. A empresa renovou ainda a licença de comércio eletrónico com a Yoox Net-A-Porter para mais 10 anos e esta semana irá lançar um novo website para as marcas Giorgio Armani e Emporio Armani. A empresa investiu ainda vários milhões nas suas capacidades de produção de vídeo e fotografia, que ficarão online no próximo mês de março. Tem ainda havido um reforço da aposta nos acessórios. «Atualmente, 85% do nosso volume de negócios é realizado com vestuário e 15% com acessórios, mas queremos que este rácio seja de 70%/30% nos próximos três anos», resumiu Giorgio Armani.

3. Creora une Hyosung à Bossa

A produtora sul-coreana de fibras estabeleceu uma parceria com a empresa turca Bossa para lançar uma coleção de denim bi-elástico usando a tecnologia patenteada. A coleção Xplay utiliza Creora 2, uma tecnologia que aplica fio Creora para uma elasticidade de 360º, oferecendo um fit mais justo e atrativo, explica a Hyosung. «Desenvolvemos o Creora Fit 2 para responder às necessidades do consumidor, que procura um ajuste e uma silhueta melhorados», explica David Jang, diretor de marketing da Creora para denim. «Estabelecemos uma parceria com a Bossa para desenvolver a próxima geração de denim, já que os consumidores vão perceber o seu valor quando a começarem a usar», destaca. A Bossa é uma das maiores empresas têxteis verticais na Turquia, com instalações de produção em Adana. A produtora têxtil oferece artigos e serviços nas áreas da fiação, tingimento, tecelagem e acabamentos de denim. «A nossa reputação foi construída com base na inovação e na entrega de valor ao consumidor», afirma Müge Tunceren, diretor de marketing e de desenvolvimento de produto da Bossa. «A Creora Fit 2 permitiu-nos criar a coleção Xplay para o denim mais confortável e lisonjeador de sempre. Estamos a direcionar-nos para marcas e retalhistas que querem melhorar a fidelização dos consumidores através de um fit melhor e conforto superior», acrescenta. A nova gama estará em exposição na próxima edição da Denim Première Vision, que decorre de 14 a 15 de novembro.

4. Já há uma rua de compras online

A Orchard Mile, que conta com três anos online, permite que os consumidores criem a sua própria “rua de compras”, com apenas as lojas onde habitualmente fazem compras. Desta forma, em vez de terem de procurar entre as marcas selecionadas pelos editores de estilo do website, os consumidores podem clicar nas marcas favoritas – por exemplo, Balenciaga, Marni, Marc Jacobs e Ulla Johnson – e ter um site customizado que mostra apenas as suas preferências. Ao contrário da Net-a-Porter e da 24 Sèvres, que fazem a curadoria dos produtos disponíveis de cada designer, a Orchard Mile oferece toda a coleção do designer. Isto significa que a experiência é mais como passear na rua e entrar na loja de cada designer. Desde que a empresa apresentou esta plataforma “My Mile” há alguns meses, a Orchard Mile registou resultados impressionantes. As vendas estão a crescer a uma taxa de 26,9% por mês, enquanto a compra média é de 350 dólares. Numa altura em que os retalhistas lutam por customizar a experiência para cada pessoa que visita o website, a abordagem da Orchard Mile tem sido colocar essas decisões nas mãos dos consumidores – e parece estar a funcionar.

5. Linho é melhor para o ambiente

As fibras de linho e provenientes de vestuário reciclado têm uma menor pegada ambiental, com as fibras celulósicas artificiais obtidas a partir de linho belga a serem as mais benéficas para o meio ambiente. Um estudo solicitado pela designer de moda de luxo Stella McCartney à SCS Global Services compara a performance ambiental de 10 matérias-primas diferentes de fibras celulósicas artificiais, com o objetivo de perceber o nível de impacto relativo nos ecossistemas associados com a produção de cada fonte. O estudo analisa várias questões ambientais, desde o momento em que as matérias-primas são obtidas nas florestas, operações agrícolas ou outras fontes até à produção da viscose e de outras fibras celulósicas artificiais. De acordo com o estudo, a escolha da matéria-prima é essencial para determinar o perfil da fibra celulósica artificial. Embora nenhuma das 10 matérias-primas ou cenários mundiais de sourcing seja ambientalmente preferível em todas as categorias analisadas, as fibras celulósicas artificiais fabricadas com linho belga emergiram como favoráveis em várias categorias de impacto, seguidas da viscose produzida a partir de vestuário reciclado. A investigação concluiu ainda que a produção asiática a partir de polpa de madeira das florestas boreais do Canadá, a produção chinesa a partir de polpa da floresta tropical da Indonésia, a produção chinesa a partir de polpa de plantações indonésias e o algodão indiano processado na China têm a maior pegada ambiental entre os cenários em análise. O estudo realizado pela SCS Global Services usou a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (LCA na sigla em inglês) e foi revisto por representantes da PriceWaterhouseCoopers (PwC), do Smithsonian Tropical Research Institute, do Copernicus Institute of Sustainable Development da Universidade de Utrecht e da organização sem fins lucrativos Canopy. «Este estudo rigoroso dá nova informação importante sobre como a escolha da fibra determina os impactos da fibra celulósica artificial nas espécies, ecossistemas florestais e água potável do mundo, assim como no clima mundial e na saúde humana», explica a diretora-executiva da Canopy, Nicole Rycroft. «Para a Canopy, estas conclusões reforçam a necessidade de priorizar e avançar com a produção à escala comercial de tecidos produzidos a partir de soluções de fibras de ciclo fechado, como resíduos agrícolas e tecidos reciclados», acrescenta.

6. Sacai e Undercover juntas na passerelle

A Sacai, de Chitose Abe, e a Undercover, de Jun Takahashi realizaram pela primeira vez um desfile conjunto na Semana de Moda de Tóquio. A iniciativa fez parte do projeto At Tokyo da Amazon, que tem como objetivo atrair marcas que normalmente não fazem parte do evento e também responde à tendência geral das marcas de mudarem de local de apresentação. As coleções individuais tinham já sido vistas em Paris, mas os camuflados, o denim, o xadrez, a renda branca e as peças florais da Sacai entusiasmaram os fashionistas nipónicos. O mesmo aconteceu com a Undercover, que mostrou looks inspirados nos anos 50, peças muito decoradas (com lábios em pedraria, por exemplo), vestidos com estampados barrocos, denim com franjas e vestidos de festa femininos. No final, as modelos de ambas as marcas surgiram com batas de laboratório brancas estampadas com a mesma afirmação: “What goes around comes around”.