- Acessórios indiscretos dominam inverno
- Levi’s e Google dão novo passo no Jacquard
- Bershka ataca Nova Iorque
- Asos com crescimento recorde
- Ikea prepara novas experiências
- MoMA junta 111 objetos de moda icónicos
1. Acessórios indiscretos dominam inverno
Analisando as coleções outono-inverno 2017/2018 de marcas como a Céline e a Gucci, com a descida das temperaturas, os acessórios ganham extensão e volume. Sendo claramente o acessório-chave da temporada, todas as cores e materiais são considerados no que aos brincos diz respeito, desde que estes sejam longos e chamem a atenção, mesmo à distância. Num salto à primavera-verão 2018, a Burberry, Louis Vuitton e a JW Anderson deram continuidade à festa dos acessórios e também incluíram nas respetivas propostas para a estação brincos dramáticos, usados em par ou a solo numa das orelhas, para uma dose extra de irreverência. Com rostos, brilhos, com pompons e franjas ou assimétricos, as propostas do retalho, destacando-se a vasta oferta da espanhola Mango e da portuguesa Parfois, alinham-se com a tendência e convidam a fazer dos brincos uma pedra basilar dos coordenados femininos.
2. Levi’s e Google dão novo passo no Jacquard
As gigantes do denim e da tecnologia estão a trabalhar na versão 2.0 do casaco conectado que surgiu na sequência do projeto Jacquard. Chip Bergh, CEO da Levi’s, revelou na conferência D.Live do Wall Street Journal que antecipa um cenário em que pode ser acrescentada mais funcionalidades. Bergh demonstrou as atuais características do casaco com fibras condutoras que permite que os utilizadores, como ciclistas, usem o punho para obter direções ou simplesmente ver as horas sem terem de tirar o telefone do bolso. Mas além disso, Bergh imagina fios e tecidos condutores em diferentes peças de vestuário – por exemplo, fatos de banho que podem monitorizar o ritmo cardíaco e as voltas na piscina. O CEO da Levi’s indicou que a equipa vai definitivamente acrescentar «cada vez mais funcionalidades», reduzindo a necessidade do utilizador pegar no telemóvel. Bergh sublinhou ainda que a empresa está a inserir tecnologia de uma forma mais abrangente, tendo lançado a sua Virtual Stylist este verão, que pode recomendar estilos de jeans com base numa conversa com o consumidor para perceber o tipo de modelos e as exigências de fit. «Estamos a tentar replicar a experiência em loja», explicou, acrescentando que a tecnologia tem de se tornar mais inteligente.
3. Bershka ataca Nova Iorque
A Bershka, da Inditex, está a investir no mercado americano. Depois da abertura da loja online para os EUA na primavera, a marca abriu uma pop-up store na zona do SoHo. A loja vai permanecer aberta até ao final do ano com as 17 coleções da marca para o outono-inverno 2017/2018, incluindo Bershka, Bsk e Man, assim como as linhas de desporto Starr Moving para homens e mulheres jovens. O design da loja, com dois pisos, tem por base o conceito Stage que a empresa tem lançado em novas lojas por todo o mundo e é inspirado pelos concertos de música e pelo que se passa nos bastidores. A empresa afirma que a estética «representa o ADN da Bershka: música, moda e juventude». Isso resulta num visual «industrial mas leve» com tetos abertos que «revelam os esqueletos dos edifícios». A loja tem ainda características ecológicas, nomeadamente iluminação eficiente, madeira proveniente de florestas certificadas e o compromisso de reutilizar materiais e gerir de forma responsável os resíduos. A Inditex indicou os pontos de venda da marca em Berlim e Valencia conseguiram a classificação mais alta da certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) e são as suas referências em termos de eficiência ecológica para novas lojas. Isto significa que mais de metade das lojas da Inditex são agora eficientes em termos ecológicos, com poupanças de eletricidade e água de 20% e 40%, respetivamente, em relação às lojas convencionais.
4. Asos com crescimento recorde
A retalhista online de moda rápida britânica anunciou esta terça-feira que as vendas para o ano terminado em agosto cresceram 34% em base comparável e 27% em moeda constante, com um crescimento sólido no mercado doméstico de 16% e uma subida de 36% internacionalmente (ou 47% em moeda constante), adiantando que o potencial de crescimento contínuo da empresa «continua enorme». A margem bruta da Asos no período foi de 10 pontos base em relação ao ano anterior, apesar das promoções, informou a empresa em comunicado de imprensa. O envio de encomendas no período escalou 30% em relação ao período homólogo do ano passado, para 49,6 milhões. A retalhista de comércio eletrónico indicou ainda que espera uma subida nas vendas de 2018 entre os 25% e os 30%. A empresa goza de uma «forte posição de caixa» de 160,3 milhões de libras (aproximadamente 179,5 milhões de euros) para apoiar o crescimento e permitir o investimento.
5. Ikea prepara novas experiências
A Ikea poderá em breve chegar à rua, com planos para testar showrooms no centro das cidades, numa tentativa de se adaptar à mudança de hábitos dos consumidores. Embora a retalhista sueca de mobiliário pretenda manter a sua base de lojas em centros comerciais e armazéns nos arredores, a nova estratégia irá tornar a marca «mais acessível, física e digitalmente». Torbjorn Loof, diretor-executivo de franchise Inter Ikea, indicou à Reuters que o grupo vai «experimentar mais coisas em diferentes mercados». A Ikea está a afinar o conceito de loja no centro de cidade, desenvolvendo um formato para mostrar toda a sua gama mas num espaço mais pequeno com a ajuda de novas ferramentas digitais, como a realidade virtual. «Este formato vai surgir nos próximos anos», afirmou, acrescentando que as novas lojas não necessitarão de parques de estacionamento ou grandes inventários graças a um aumento dos serviços de entrega em casa. A retalhista sueca já lançou algumas lojas de teste mais pequenas no centro de lojas, assim como pontos de encomenda e recolha e, mais recentemente, um showroom de cozinhas no bairro financeiro de Estocolmo. Ao mesmo tempo, o grupo está a planear uma nova plataforma digital para o próximo ano, batizada “Co-Create Ikea”, semelhante ao que acontece com as plataformas de desenvolvimento de software “open-source” no sector das tecnologias da informação, referiu Loof, que irá permitir que os consumidores tomem parte no desenvolvimento e teste de novos produtos. No final do seu ano fiscal, a Ikea contava 403 lojas em 49 mercados.
6. MoMA junta 111 objetos de moda icónicos
O Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque inaugurou a 1 de outubro a exposição “Items: Is Fashion Modern?” com 111 peças de vestuário, acessórios e outros artigos (como protetor solar e o perfume Chanel n.º5) que «tiveram um efeito profundo no mundo no último século». Da mostra, que estará patente ao público até 28 de janeiro, constam também as camisolas de hola alta de Issey Miyake que foram as favoritas do fundador da Apple, Steve Jobs, o smoking feminino de Yves Saint Laurent de 1966, um vestido da Chanel, um wonderbra, umas Nike Air Force 1 e umas Levi’s 501. Os curadores descrevem os itens em exposição como estereótipos: coisas que se tornam um modelo para os designs que se seguem ou que representam um conceito mais vasto, como “o pequeno vestido preto” ou “o fato”. O objetivo é que, ao agrupar todas estas peças num museu, os visitantes os analisem como objetos desenhados deliberadamente, ligados através do ecossistema da moda e muitas vezes indo além da moda, intersetando temas políticos, sociais ou tecnológicos. «Queríamos mesmo que o visitante viesse e ficasse, primeiro que tudo, espantado pela diversidade de artigos», afirma Stephanie Kramer, investigadora assistente no MoMA e especialista em moda da equipa de curadores por detrás da exposição.