- Berg enaltece a cortiça
- Preço do algodão desce
- Erdem x H&M: coleção desvendada
- Europa lidera importações de Myanmar
- Nike perde vigor entre adolescentes
- Investigadores criam malha de papel
1. Berg enaltece a cortiça
A marca portuguesa Berg Outdoor acaba de lançar um vídeo de promoção e valorização da cortiça. Batizado IntoCork, o vídeo foi produzido em parceria com a Apcor – Associação Portuguesa da Cortiça e a Corticeira Amorim, que cederam imagens, e pretende mostrar as mais-valias da cortiça, nomeadamente o facto de ser «100% natural, reciclável, altamente flexível, leve, com elevada capacidade de isolamento térmico e impermeável», refere a Berg Outdoor em comunicado. Faz ainda parte da estratégia de lançamento das sapatilhas Jindo Burel, premiadas com um Ispo Award Winner na feira alemã Ispo Munich (ver Um mundo de inovações), que utiliza cortiça na parte superior e na sola. O filme, narrado em inglês e já disponível no Facebook, YouTube e Instagram da Berg Outdoor e nas redes sociais da Apcor, mostra o percurso de produção da cortiça, da origem nos sobreiros à extração feita por profissionais altamente especializados e à sua utilização para rolhas e, mais recentemente, no sector da moda.
2. Preço do algodão desce
Os preços do algodão desceram em setembro em termos mensais, uma vez que o impacto de dois grandes furacões nos EUA acabou por ser menor do que o inicialmente temido. De acordo com a revisão mensal da Cotton Inc, os futuros em Nova Iorque começaram por ser mais altos no início de setembro devido a preocupações com a produção relacionadas com os prejuízos dos furacões Irma e Harvey nas colheitas. Os valores subiram de cerca de 0,67 dólares por libra em meados de agosto para quase 0,75 dólares por libra no início de setembro. Mas após se verificar que os danos «foram menores do que o temido», os futuros em Nova Iorque baixaram, tendo diminuído ainda mais após um relatório do Departamento da Agricultura dos EUA que sugere mais um aumento significativo na previsão de produção americana. O Cotlook A Index seguiu o padrão dos futuros de Nova Iorque, subindo os níveis de cerca de 0,77 dólares por libra para quase 0,84 dólares por libra entre meados de agosto e início de setembro. Mais recentemente voltou a baixar, para 0,82 dólares por libra. Uma maior colheita nos EUA significa que mais algodão vai estar disponível para venda e a previsão para as exportações dos EUA aumentou 700 mil fardos, para 14,9 milhões de fardos. Fora dos EUA, tem havido também revisões em alta para a produção, estimando-se que a colheita mundial em 2017/2018 atinja agora 120,8 milhões de fardos (em comparação com os anteriores 117,3 milhões). «As revisões deste mês mudaram a história para a colheita de 2017/2018, passando de um ano com produção e consumo relativamente igual para um de produção excedentária», afirma o relatório da Cotton Inc. «Com as previsões de utilização das fiações a sugerirem um aumento relativamente forte de 4% no consumo, pode haver oportunidades limitadas para um incremento do lado da procura. Isto sugere que mais aumentos nos números da produção de algodão podem implicar mais aumentos nos stocks e, como tal, mais pressão descendente nos preços», conclui a Cotton Inc.
3. Erdem x H&M: coleção desvendada
Fruto daquela que é a colaboração mais aguardada de 2017, a coleção que une a marca de luxo Erdem à retalhista sueca H&M já foi revelada, ainda que apenas se possam comprar as peças a partir do dia 2 de novembro. Os padrões florais e os vestidos românticos da casa de moda britânica estão em destaque, mas há também alfaiataria, camisolas de lã e peças encapuzadas, numa linha com diferentes referências estéticas da era vitoriana. Das 84 peças da coleção, 33 são dedicadas aos guarda-roupas masculinos e incluem propostas ao estilo pijama e sobretudos. O leque de preços varia entre os 19,99, para artigos como collants, e os 299 euros, para vestidos compridos. Em território nacional, a H&M do Chiado é a única loja da retalhista sueca onde a coleção Erdem x H&M vai estar disponível a partir do dia 2 de novembro.
4. Europa lidera importações de Myanmar
A União Europeia tornou-se a maior importadora de vestuário de Myanmar, comprando quase tanto como os dois principais clientes seguintes em conjunto. «Tem sido um desenvolvimento bastante rápido, mas tivemos de trabalhar para o conseguir», afirma Khine Khine Nwe, secretária-geral da Associação de Produtores de Vestuário de Myanmar, sublinhando que a UE era a terceira maior compradora em 2014 e a segunda em 2015. Myanmar exportou cerca de 2,15 mil milhões de dólares (1,82 mil milhões de euros) em vestuário em 2016, dos quais 961 milhões de dólares (45%) tiveram como destino a UE, segundo as estatísticas de comércio internacional das Nações Unidas. O japão, que até ao ano passado era o maior comprador, representou 31% das exportações de vestuário de Myanmar e a Coreia do Sul representou 16%. A tendência tem sido impulsionada quase inteiramente por uma maior apetência por parte da UE do que por uma diminuição da procura por parte do Japão. A UE reinstaurou o estatuto do Sistema Generalizado de Preferências (GSP) para Myanmar em 2013 e os custos mais altos noutros países exportadores de vestuário ajudaram a tornar Myanmar mais atrativo. «Os países tradicionalmente produtores de vestuário, como a China, tornaram-se cada vez mais dispendiosos», sublinha Filip Lauwerysen, diretor-executivo da Câmara de Comércio Europeia em Myanmar, acrescentando que os custos laborais «muito baixos» do país também se mostrou um fator decisivo para atrair mais players europeus para produzir em Myanmar. Khine Khine Nwe acredita que o GSP foi um grande impulso para Myanmar e acrescenta que a associação que representa também trabalhou muito para cumprir os padrões internacionais e entrar em novos mercados. Segundo o projeto do sector do vestuário Smart Myanmar, financiado por fundos europeus e em ação desde 2013, as importações de lingerie e vestuário em malha com fibra acrílica, sobretudo camisolas, estão a crescer ao ritmo mais acelerado, embora as exportações para a UE sejam dominadas por casacos almofadados e vários tipos de vestuário exterior.
5. Nike perde vigor entre adolescentes
A gigante americana Nike está a perder a sua atratividade junto dos adolescentes nos EUA, com este grupo etário a preferir marcas de streetwear como a Vans e a Supreme. No geral, o consumo dos adolescentes no período de outono baixou 4,4% em termos anuais, de acordo com o 34.º estudo semestral “Taking Stock With Teens” da Piper Jaffray, que mostra as tendências de consumo e as preferências de marca entre 6.100 adolescentes em 44 estados norte-americanos. A Piper Jaffray indica que o contributo dos pais para o consumo dos adolescentes, de 67%, está ligeiramente abaixo da média a longo prazo, que se situa nos 68%. Entre o consumo dos jovens, a alimentação ocupa o primeiro lugar, representando 22% das despesas, enquanto o vestuário representa 20%. O vestuário de desporto é liderado pela Nike, enquanto no streetwear dominam a Vans e a Supreme. Nike, Ralph Lauren, Steve Madden, Ugg (Deckers), Fossil e Michael Kors registaram os maiores declínios entre as principais marcas. «Pela primeira vez em anos, vimos a quota da Nike ficar mais modesta como marca preferida», afirma Erinn Murphy, analista sénior na Piper Jaffray. «Compensando esta diminuição, vimos um aumento inesperado em tendências como o streetwear, com a Vans e a Supreme a ganharem dinamismo. Além disso, outras marcas como a Adidas, a Puma e a New Balance têm captado mais quota, numa altura em que os adolescentes estão a gravitar para aquele look retro dos anos 90», acrescenta. O estudo também concluiu que 23% dos adolescentes preferem comprar em retalhistas especializados, o que representa menos 3% em termos anuais, e este grupo etário prefere cada vez mais a Amazon como website favorito, com uma quota de 49% (+9% em termos anuais).
6. Investigadores criam malha de papel
Investigadores da Universidade de Borås na Suécia criaram um vestido em papel proveniente das florestas suecas num projeto pensado para produzir têxteis a partir de matérias-primas da indústria de polpa de madeira. A iniciativa usa materiais das florestas de pinheiros e abetos, que foram processados e refinados para dar origem a papel pelas empresas Nordic Papers e Ahlstrom-Munksjö. O papel, que não foi branqueado e tem origem local, foi então enviado para o cluster têxtil na região de Sjuhärad, fiado na SKS Textile e transformado em malha na Escola Sueca de Têxteis em Borås. A malha foi de seguida tingida na Sjuhäradsbygdens Färgeri e transformada num «vestido flexível» na Smart Textiles da Universidade de Borås. Os investigadores afirmam que este método de produção têxtil vai oferecer novas oportunidades de negócio para a indústria doméstica na Suécia e criar oportunidades para uma indústria têxtil mais sustentável. Lena-Marie Jensen, líder do projeto Design for Recycling – uma das faces do programa Establishing Locally Grown Textiles na Suécia – afirma que os têxteis produzidos a partir de papel já existem, a parte «única» do projeto da universidade é que a equipa analisou as possibilidades de reciclagem e os desafios com a produção atual e as técnicas de reciclagem para «conseguir um fluxo circular». Segundo Lena-Marie Jensen, «a necessidade de fibras têxteis está a aumentar à medida que a população da Terra aumenta e o padrão de vida geral sobe. À medida que as pessoas se instalam em cidades e consomem mais, a necessidade de têxteis sofisticados também aumenta. Para resolver as necessidades de fibra no futuro, precisamos de uma variedade de soluções onde o papel possa ser uma alternativa a alguns produtos. O papel é também um material de base biológica nas imediações e pode ser parte de um ciclo fechado».