- Robots revolucionam retalho
- Exportações abrandam no Bangladesh
- Já começou a corrida ao Prémio Woolmark
- Sarah Jessica Parker chega à Amazon
- T-shirt adiciona cor ao treino
- O sex appeal do calçado
1. Robots revolucionam retalho
Na moda, a robótica e a automação podem baixar os custos de produção e de mão-de-obra, trazer as cadeias de aprovisionamento de volta a casa e melhorar a eficiência nos inventários, atendimento ao cliente e experiência de comércio eletrónico. Os postos de trabalho, todavia, estão em risco: o Cornerstone Capital Group prevê que, no decorrer dos próximos dez anos, a automação comprometa entre 6 a 7,5 milhões de empregos no retalho, ou 38% dos postos de trabalho. No entanto, esta não será uma revolução repentina. Apesar de a tecnologia já estar disponível, a indústria ainda não se ajustou, analisa a Digiday. «O mercado de retalho de vestuário é uma das indústrias mais competitivas do mundo, impulsionado pela redução dos ciclos de produtos, pela queda dos shoppings e do tráfego nas lojas e pela investida no retalho online», reconhece Paulo Sampaio, especialista de dados da Edited. «Mas também tem sido um dos mais lentos na incorporação de tecnologias, como a automação». Os “sew bots”, ou robots de costura, da Softwear Automation, por exemplo, aplicam a robótica à cadeia de aprovisionamento para automatizar o processo de costura usando máquinas equipadas com câmaras que rastreiam padrões pré-programados. Todavia, os obstáculos para uma adoção mais ampla incluem o custo para reestruturar os sistemas existentes. Ainda que os robots de costura já tenham dominado peças simples como t-shirts e jeans, itens e tecidos mais intrincados, como vestidos de renda, ainda não foram automatizados. Ainda assim, ao longo do ano passado, marcas e retalhistas, da Burberry à Kohl’s passando pela Adidas, anunciaram planos para acelerar o ritmo dos processos de produção, a fim de aproximar-se dos gigantes da moda rápida – como Zara, H&M e Uniqlo. No ano passado, a Adidas abriu a Speedfactory em Atlanta, uma fábrica automatizada que pode produzir e expedir sapatilhas customizadas em 48 horas. «O retalho da moda rápida tem uma relação muito mais estreita entre cliente e designer», ressalva Peter Santora, vice-presidente de vendas e marketing na Softwear Automation. «A tecnologia é a chave para que essa mudança ocorra para outras marcas. Para nivelar o campo da logística que as empresas de moda rápida já definiram». De acordo com Frank Henderson, CEO da Henderson Sewing Machine, 95% do vestuário que é vendido nos EUA é aprovisionado fora do país. Assim, com uma cadeia de aprovisionamento automatizada, os retalhistas podem praticar um aprovisionamento de proximidade, o que reduz os prazos de entrega para clientes domésticos e facilita a oferta de produtos personalizados.
2. Exportações abrandam no Bangladesh
No Bangladesh, as exportações sofreram o crescimento mais lento em 15 anos, com as exportações de vestuário a subirem apenas 0,2% no ano terminado em junho de 2017. Os dados estatísticos agora divulgados sugerem que, para os 12 meses até 30 de junho, as exportações totais atingiram os 34,8 mil milhões de dólares (aproximadamente 30,18 mil milhões de euros) 5,85% abaixo do crescimento alvo de 37 mil milhões de dólares. As exportações de vestuário, que incluem malhas e tecido, situaram-se nos 28,15 mil milhões de dólares no ano terminado a 30 de junho. O valor está 7,34% abaixo do objetivo – e o lucro comparável foi de 2,8%, o menor desde 2001/2002, ano fiscal em que as exportações foram atingidas pela recessão global. No ano anterior, as exportações de vestuário atingiram os 27,3 mil milhões de dólares. Estes dados representam um revés nas ambições do país de alcançar os 50 mil milhões e dólares em exportações de vestuário em 2021. Não obstante, a indústria de vestuário do Bangladesh tem vindo a ser assombrada por questões de segurança laboral depois de uma série de acidentes, sendo o mais significativo o colapso do edifício Rana Plaza em 2013, que resultou em 1.134 mortos. Há semanas, a explosão de uma caldeira ceifou a vida a 11 pessoas.
3. Já começou a corrida ao Prémio Woolmark
A Woolmark Company anunciou esta semana os vencedores regionais do Prémio Woolmark 2017/2018 nos EUA. Christopher Bevans, que assina a marca Dyne, venceu na categoria de menswear. «Gostei da forma humilde como Christopher falou sobre o tecido com reverência – foi algo que realmente captou a minha atenção», explicou a jurada regional Kate Lanphear em comunicado oficial. «As suas peças eram extremamente inovadoras, mas ainda assim falou humildemente sobre elas e sobre a lã», continuou sobre a apresentação do designer que integra atualmente o calendário de desfiles da semana de moda masculina de Nova Iorque (ver Nova Iorque celebra homem plural). Zaid Affas foi o vencedor na categoria de womenswear e, agora, os dois designers vão representar os EUA na fase final do concurso – já são também conhecidos os vencedores da Ásia e das lhas Britânicas. «O apoio e a oportunidade que a Woolmark Company oferece aos jovens talentos é significativo e um verdadeiro avanço comercial», considerou ainda o CEO do CFDA e jurado regional do Prémio Woolmark Steven Kolb. Bevans e Affas vão receber 56 mil dólares cada e passar os próximos seis a sete meses a desenvolver uma coleção cápsula de seis peças em lã merino para mostrar na final internacional do concurso. A designer Gabriela Hearst foi a grande vencedora da edição 2016/2017.
4. Sarah Jessica Parker chega à Amazon
A linha de calçado da atriz Sarah Jessica Parker, lançada em 2014 e que inclui vários modelos de sapatos de salto alto, botas e pumps que respeitam o estilo da personagem interpretada na popular série “O Sexo e a Cidade”, já tem chegada agendada aos guarda-roupas dos clientes europeus do marketplace Amazon. A linha do calçado tem sido um sucesso comercial para a atriz, que depois de apresentar a coleção em exclusivo na Nordstrom, nos EUA, aposta agora na venda via Amazon Fashion. Parker também colocou os pares em espaços físicos nos EUA em dezembro passado, com a estreia da loja SJP by Sarah Jessica Parke no MGM National Harbor, em Maryland. No entanto, esta nova parceria de retalho com a gigante do comércio eletrónico vai alcançar um mercado bastante mais amplo. «A oportunidade de colaborar com a Amazon Fashion na Europa é muito emocionante», afirmou Parker. «A Amazon oferece um excelente suporte para as suas marcas e designers e uma experiência excecional para todos os seus clientes», sublinhou. A coleção dedicada ao outono-inverno 2017/2018 vai estar disponível a partir de outubro.
5. T-shirt adiciona cor ao treino
Avaliar um treino sem consultar uma app? Agora é possível, graças à Meta Wear e à sua mais recente inovação no campo do vestuário. A empresa de activewear apresentou uma t-shirt que avalia a performance do utilizador durante o treino de acordo com a sua temperatura corporal. A t-shirt vai mudando de cor devido aos corantes térmicos embutidos e as mudanças de cor alertam o utilizador quando a temperatura do corpo oscila. As mudanças de cor são resultado da tecnologia MRI da t-shirt, que combina com o fluxo sanguíneo e o metabolismo do utilizador durante a atividade física. Dependendo dos músculos que são trabalhados, a t-shirt muda de cor nas áreas do corpo que estão a ser trabalhadas durante o exercício. A t-shirt é também ecológica, usando corantes não tóxicos e um processo de produção sustentável para minimizar a pegada de carbono. A Meta Wear apresentou a t-shirt na sua linha Activate, mas os produtos ainda não estão disponíveis, uma vez que a Meta Wear tem a decorrer uma campanha coletiva de financiamento na plataforma Kickstarter.
6. O sex appeal do calçado
Outrora conhecida pelas suas escolhas de calçado formais e maioritariamente nude, a Duquesa de Cambridge Kate Middleton rendeu-se recentemente a um par de sandálias de tiras pretas, vertiginosas e sensuais da Prada. Já a cantora pop Rihanna tem sido várias vezes fotografada com umas botas brilhantes de salto alto assinadas pela Saint Laurent. De acordo com os portais da especialidade, o sex appeal do salto alto está de regresso aos caminhos da moda. Na última década, os saltos altos foram dominados pela excentricidade, face à sensualidade. As sandálias plataforma, as cunhas coloridas e os estilos ornamentados apoderaram-se das propostas das marcas – distantes da era d’ “O Sexo e a Cidade”, quando os saltos altos tinham um apelo emocional, sensual e romântico. O propósito fisiológico de um salto alto é acentuar as curvas, exagerando o balanço dos quadris em movimento. Mas, depois da febre Manolo Blahnik – a icónica marca que mereceu destaque na maioria dos episódios da série televisiva da HBO – ter atingido o guarda-roupa de mulheres à escala global, os sapatos de salto alto conheceram os tempos das arrojadas botas “Armadillo” da Alexander McQueen. Já em 2014, a indústria rendeu-se às propostas mais próximas do chão, de que são exemplo as sapatilhas de alta-costura da Chanel. Seguir-se-ia a mania dos mocassins da Gucci e, mais recentemente, o discreto kitten heel da Vetements e da Christian Dior fez as delícias das amantes de calçado. Agora, o tempo pertence ao salto feminino e sensual – como as sandálias de tiras de Kate Middleton – que vem substituir o popular modelo Stan Smith da Adidas como objeto de cobiça.