Breves

  1. Burberry ressente-se dos investimentos
  2. Sara Sampaio entre as mais bem vestidas em Cannes
  3. Quem quer trabalhar na Amazon?
  4. O colarinho azul
  5. Americanos procuram marcas honestas
  6. Fato de treino exercita menswear

1. Burberry ressente-se dos investimentos

No ano passado, atenta às mutações no retalho de luxo, a britânica Burberry mostrou-se proativa e procurou definir os contornos da sua adaptação à mudança nos hábitos de compra do consumidor e do próprio mercado. Porém, este realinhar de estratégia exigiu um alto investimento, que se refletiu nos resultados da marca. Nos 12 meses terminados a 31 de março, a receita total da Burberry atingiu 2,8 mil milhões de libras (aproximadamente 3,3 mil milhões de euros), um declínio de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado; os lucros caíram, também, em 7,3%, para 286,8 milhões de libras. A casa priorizou o digital mais cedo e com mais agressividade do que muitas das suas arquirrivais e, nos últimos trimestres, teve uma audiência e envolvimento recordes. Mas isso não aconteceu sem gastos. A Burberry anunciou planos para deslocalizar 300 postos de trabalho, apostou num formato de apresentação “ver agora/comprar agora” e combinou desfiles de moda feminina e masculina. Depois de conhecidos os resultados da marca, o diretor criativo e CEO Christopher Bailey reconheceu, em comunicado, que «2017 foi um ano de transição para a Burberry num mercado de luxo em rápida mutação».

2. Sara Sampaio entre as mais bem vestidas em Cannes

A tradicional passadeira vermelha, pisada pelas personalidades da 7.ª arte, teve as honras de abertura da 70.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, na semana passada. A modelo portuguesa Sara Sampaio, que desfilou uns brincos de diamantes da Fawaz Gruosi – sendo inclusivamente acompanhada pelo fundador da marca – e um vestido vermelho assinado por Zuhair Murad, Uma Thurman, numa proposta romântica e sofisticada em rosa pastel e Jessica Chastain, que envergou um macacão encarnado Roksanda e, depois, um vestido Alexander McQueen foram, até agora, as eleitas dos críticos da passadeira vermelha. Marion Cotillard, que optou por umas calças de ganga e uma longa túnica branca ou Bella Hadid que, depois da gala do Met, em Nova Iorque, voltou a escolher um vestido com uma fenda vertiginosa, dividiram opiniões. A jovem atriz Elle Faning também figurou entre as mais bem vestidas, numa cauda comprida Vivienne Westwood, repleta de motivos pintados à mão. A mostra cinematográfica começou com a antestreia do filme de Arnaud Desplechin “Ismael’s Ghosts” e promete animar a Riviera Francesa até dia 28 de maio.

3. Quem quer trabalhar na Amazon?

Recentemente, a rede social LinkedIn divulgou a lista das 50 empresas mais procuradas pelos norte-americanos em idade ativa. Gigantes como a Amazon, Facebook, Uber, Tesla, Apple e Walt Disney figuraram no Top 10. De acordo com o LinkedIn, as empresas receberam pontuação com base no comportamento dos utilizadores nesta rede social. As métricas analisadas pelo LinkedIn incluíram o número de pedidos de emprego, o número de profissionais que visualizaram a página de carreiras e o tempo médio de permanência dos seus utilizadores em cada uma das empresas como funcionários. «Quando se trata de candidaturas de emprego, visualizações de publicações de emprego e contratação de novos funcionários, a Uber ficou em melhor posição do que marcas como a Apple, Tesla e Walt Disney», revelou Caroline Fairchild, editora do LinkedIn. É interessante notar que os benefícios e regalias fora das ofertas tradicionais de planos de saúde são citados como critérios de preferência dos utilizadores. Alguns empregadores incluídos na lista estão inclusivamente a assumir a responsabilidade pela paridade de género e licença paga na ausência de apoio do governo. A Amazon, por exemplo, permite que os funcionários “transfiram” as suas seis semanas de licença paga para um cônjuge ou parceiro e a Salesforce, outra das empresas no Top 10, investiu cerca de 6 milhões de dólares (aproximadamente 5,4 milhões de euros) para dar igual salário a homens e mulheres – o que se traduziu em aumentos até 11% para os seus funcionários. Por fim, como observa Daniel Roth, editor do LinkedIn, «o tamanho importa». «Os americanos querem trabalhar para grandes empresas». Nos EUA, a Amazon lidera a lista em termos de efetivo, com 341.000 trabalhadores.

4. O colarinho azul

Como um dos tecidos mais clássicos e democráticos, no decorrer dos seus mais de 140 anos de existência, o denim tem vindo a ser reinterpretado estação após estação. Levi Strauss e Jacob Davis talvez não soubessem quão grande seria a sua pegada azul no mundo quando patentearam os jeans, em 1873. A herança do denim faz dele um tesouro para designers e marcas, que remexem arquivos e redescobrem lavagens e elementos funcionais que permanecem tão relevantes hoje como na altura. Agora, o denim transitou das ruas para o local de trabalho, substituindo os chamados “colarinhos brancos” da alfaiataria, pelos “colarinhos azuis” do tecido casual. A Dior e respetivos uniformes azuis vintage ou o fato de denim proposto pela Sacai mostram que o material merece um espaço de destaque dentro do vestuário de trabalho feminino. De acordo com os especialistas, o fitting, a função e a moda unem-se no denim e fazem dele o novo uniforme minimalista.

5. Americanos procuram marcas honestas

Um relatório recentemente publicado pelo portal de tendências WGSN mostra que os consumidores norte-americanos se mostram mais propensos a apoiar marcas que percebem como honestas. A Amazon liderou em termos de honestidade – percebida como 14,5% mais honesta do que a média. A J.C. Penney e a Burlington Coat Factory seguiram a gigante online em segundo e terceiro lugar, com 11,1% e 7,5%, respetivamente. «O alto nível de honestidade, juntamente com a acessibilidade, mostra que ambos os elementos são fundamentais para a consideração do consumidor», explica Lorna Hall, do WGSN, em comunicado. «As marcas honestas são transparentes nos seus preços», sublinha. De acordo com os analistas, a maior ênfase na honestidade da marca está relacionada com a incerteza política atual. «Com tanta incerteza global e ruído político, os consumidores querem que as marcas sejam os novos líderes», afirma Hall. «As marcas que se destacam neste espaço são aquelas que estão a reestruturar-se para colocar o mantra “fazer o bem” no centro da empresa, garantindo que a honestidade, a transparência e a autenticidade são as métricas dos novos negócios».

6. Fato de treino exercita menswear

Depois de ter tomado conta do guarda-roupa feminino nas últimas estações, o fato de treino invade o menswear. Considerando o apelo do athleisure – que levou marcas, designers e retalhistas a adaptarem as suas coleções, oferecendo peças clássicas do desporto com notas de moda aos seus clientes – o fato de treino já não é um exclusivo do ginásio ou dos fins de semana descontraídos, sendo inclusivamente usado em ambientes de trabalho mais flexíveis relativamente à indumentária. Na moda masculina, Christopher Shannon, Cottweiler e Todd Snyder sugeriram a peça nas respetivas coleções, com variantes como calções na parte inferior numa estética anos 1980, na primeira, tons de azul, pérola e bege, na segunda, e numa onda retro em cores vibrantes de vermelho, branco e azul-marinho, na última.