Breves

  1. Chanel viaja à Grécia Antiga
  2. Centros comerciais em mudança
  3. O guarda-roupa que se arruma sozinho
  4. Amazon e Nike já conquistaram os millennials
  5. Soutiens acompanham athleisure
  6. Vestidos de noiva casam com tendências

1. Chanel viaja à Grécia Antiga

Apesar de ter sido bem mais modesto do que o último desfile resort da casa, que tomou de assalto as ruas de Havana, em Cuba, o diretor criativo Karl Lagerfeld não deixou de iluminar os rostos da assistência com os brilhos da mais recente mostra da Chanel. O desfile aconteceu na quarta-feira, 3 de maio, em Paris. Sem abandonarem a Cidade-luz, os presentes foram convidados a viajar no tempo e no espaço, até à Grécia Antiga – o berço da democracia, ironicamente no dia em que Marine Le Pen e Emmanuel Macron debatiam os destinos de França na televisão. Houve colunas gregas, pedras e vegetação alusivas e coordenados drapeados e plissados merecedores de deusas gregas. Referências como a coroa de louros ou as sandálias gladiador também tomaram conta da coleção resort 2018. A paleta de cores deixou-se dominar pelos tons terrenos, dourados e azuis. Já os tecidos ricos, alguns deles bordados, contrastaram com as sedas e os chiffons. Contudo, não faltaram na passerelle os clássicos tweeds da Chanel.

2. Centros comerciais em mudança

À medida que os shoppings lidam com a quebra no tráfego e repensam a experiência de compras, os analistas começam a imaginar um futuro muito diferente para estes espaços de retalho, que não estão mortos, mas em mutação. Uma ideia popular é que os shoppings evoluirão para centros de lifestyle, oferecendo uma gama mais ampla de opções para os visitantes do que simplesmente fazer compras, comer e ir ao cinema. Há também quem defenda que estes espaços serviriam melhor os consumidores transformando-se em espaços voltados para a comunidade. «O shopping está prestes a transformar-se num espaço de lifestyle para a comunidade», afirma Marshal Cohen, analista de retalho do NPD Group. Alguns shoppings podem reposicionar-se como espaços experienciais de lifestyle, lojas pop-up e atividades de grupo. «As gerações mais jovens, em particular, estão a colocar maior valor em experiências, não em coisas», revela Julia Fowler, cofundadora da Edited, empresa de tecnologia de retalho. Greg Portell, da consultora A.T. Kearney imagina que alguns centros comerciais podem ser convertidos em espaços de fabricantes comunitários, uma vez que os shoppings tradicionais se estão a transformar em destinos para os consumidores que procuram produtos alimentares e bebidas produzidos localmente. Elevando a ideia de centros de lifestyle para outro patamar, alguns shoppings poderiam ser verdadeiros centros habitacionais, reorientando as suas vastas infraestruturas para servir as comunidades que precisam de mais espaços residenciais. Cohen encontra também nos shoppings um lugar ideal para serviços mais práticos. «Além de alimentação e entretenimento, os serviços médicos também encontrarão o seu espaço nos shoppings», aponta. A ideia pode funcionar especialmente bem se esses espaços forem direcionados para consumidores seniores que necessitam das capacidades únicas que estes grandes espaços centrais podem oferecer, revitalizando-se por isso em unidades de apoio à 3.ª idade. Outra ideia defendida pelos analistas é remover completamente o aspeto de entretenimento dos shoppings e transformá-los em infraestruturas destinadas a ajudar uma população que compra cada vez mais os seus produtos online. Sem exceção, os shoppings têm uma localização central e acesso fácil e isso torna-os espaços ideais para a produção e montagem, serviços e centros de distribuição, defendem.

3. O guarda-roupa que se arruma sozinho

Os consumidores que detestam dobrar e pendurar as roupas acabadas de lavar podem em breve ter um robot para os ajudar – desde que tenham dólares para gastar e espaço para um novo conceito de guarda-roupa nos seus quartos. A ThreadRobe, start-up de Alexandria, no estado norte-americano da Virgínia, fundada pelo empreendedor Matt Powell, revelou uma peça de mobiliário automatizada que elimina a necessidade de dobrar, pendurar e guardar a roupa. Os utilizadores colocam a roupa limpa diretamente num compartimento do guarda-roupa automatizado, sem necessidade de pendurar, separar ou dobrar as peças. Quando o proprietário quer usar determinada peça, pode utilizar uma aplicação móvel a “notificar” o guarda-roupa. Os artigos são identificados e geridos com recurso a etiquetas RFID pequenas e flexíveis que se prendem às roupas. A app permite também que os utilizadores organizem digitalmente as suas roupas para que possam ver, criar e programar coordenados à distância. Mostra também as combinações que podem ser realizadas com as peças disponíveis. O guarda-roupa terá dois modelos, para 100 ou 200 peças, e o seu preço pode variar entre os 3.750 e 4.250 dólares (aproximadamente entre 3.433 e 3.890 euros), com as primeiras unidades a chegarem ao mercado em meados de 2018.

4. Amazon e Nike já conquistaram os millennials

Os millennials compram mais frequentemente nas lojas físicas, mas gastam mais dinheiro nas compras online, de acordo com o Checkout Tracking, um serviço do NPD Group. O NPD afirmou que a Amazon e a Target estão entre as nove grandes retalhistas online reconhecidas como “ímanes de millennials” pela conexão que conseguiram estabelecer com essa geração ao longo de 2016. A Amazon teve a maior penetração global de comércio eletrónico entre os consumidores milénio em 2016. Já a Target foi identificada como tendo o maior aumento na penetração de comércio eletrónico entre os millennials face à globalidade de retalhistas generalistas em 2016. Os restantes retalhistas analisados, que abrangem uma variedade de sectores, tiveram aumentos notáveis na penetração de comércio eletrónico nesta população, dentro dos seus respetivos sectores, em comparação com 2015. Estes incluem a Nike para calçado, a Best Buy para eletrónica de consumo, a jet.com para saúde e beleza, a Toys ‘R Us para brinquedos, a Wayfair.com para têxteis, a Walmart para artigos para o lar e a Asos para vestuário. «Os avanços que essas grandes marcas fizeram com os millennials são valiosos, já que esta geração gasta mais do dobro quando faz compras online em várias categorias», afirma Andy Mantis, vice-presidente executivo do Checkout Tracking.

5. Soutiens acompanham athleisure

No verão passado, a Fast Company foi catalogando em vários dos seus artigos a ascensão dos soutiens desportivos e dos bralettes (soutiens com uma silhueta semelhante aos crop tops). Os dados recolhidos pelo portal foram validados este ano, considerando a profusão de marcas do segmento que está a deixar de oferecer modelos dominantes em anos anteriores e a apostar em estilos mais desportivos, alinhados com a macrotendência do athleisure. Pelo menos nos EUA, os soutiens push-up e com enchimento perderam quota de mercado e a empresa de análise de dados Edited revela que retalhistas como Nordstrom ou Victoria’s Secret já estão a vender soutiens desportivos e bralettes.

6. Vestidos de noiva casam com tendências

Com a aproximação da temporada de casamentos de 2017, as tendências de vestidos de noiva – muitas delas alinhadas com o pronto-a-vestir – já foram catalogadas pelas marcas favoritas para a ocasião. Marchesa, Oscar de la Renta e Lela Rose propõem costas decotadas. Mais sensual do que um decote frontal, a tendência off-shoulder (de ombros destapados), por exemplo, é uma das mais fortes nos vestidos de noiva para a época de casamentos de 2017. Haverá sempre noivas para os estilos tradicionais e, por isso, «o vestido de princesa continua a ser o nosso bestseller», revela Caroline Burstein, diretora criativa da Browns Bride. «Estamos também a assistir a uma procura crescente de vestidos de renda», completa Burstein, que destaca ainda a popularidade das propostas com mangas longas. Os vestidos com pérolas são outra das sugestões para a temporada, como sugere a Reem Acra. Considerando a profusão de calças propostas, as tendências de 2017 abonam, também, a favor das noivas menos tradicionais. As calças são sugeridas principalmente para cerimónias civis, mas podem ser adaptadas a outros contextos. Para isso, existem vários estilos à escolha: calças clássicas, jumpsuits sofisticados ou calças usadas em camadas com um vestido volumoso, rígido e assimétrico. Os laços estão de volta aos vestidos de noiva, pelo menos segundo a Carolina Herrera. Dentro das propostas da marca, os laços oversized substituem os cintos, destacando as costas. Dos jogos de preto e branco às pinceladas de azul e rosa, as noivas podem também casar com a cor este ano. Os vestidos revisitam ainda aos padrões florais, mas dão um passo à frente. Em 2017, as flores têm textura, três dimensões (3D), são feitas de lantejoulas, brotam em camadas, etc. A coleção da Naeem Khan, por exemplo, inclui várias silhuetas floridas em 3D. As capas, uma das grandes tendências do pronto-a-vestir, também caminham para o altar na temporada de 2017, tal como os vestidos em camada e os corpetes com aplicações ou rendas. O revivalismo de décadas passadas invade também o segmento, com particular destaque para os anos 1970.