Breves

  1. Retalho preocupado no Reino Unido
  2. Produção mundial de fio em crescimento
  3. Michael Kors em maus lençóis
  4. Redes sociais conquistam mundo árabe
  5. Abercrombie & Fitch em mudança
  6. Moscovo investe nos têxteis técnicos

1. Retalho preocupado no Reino Unido

A high street do Reino Unido registou a pior performance dos últimos quatro anos em janeiro, com os consumidores a aprofundarem a sua apetência pelo comércio eletrónico, de acordo com o BDO High Street Sales Tracker. As vendas no comércio de rua foram fortemente afetadas no mês passado, tendo caído 1% em termos anuais, depois de três semanas consecutivas de crescimento negativo. As vendas comparáveis desceram 0,1% em janeiro, a primeira descida desde 2013 num mês de saldos que habitualmente é crucial. Em contrapartida, as vendas online subiram 26,6% em termos anuais, atingindo o crescimento mais alto em dois anos para um único mês. A performance online foi impulsionada por uma vaga de frio na terceira semana de janeiro, que levou os consumidores a preferirem as compras na comodidade do lar, provocando uma queda de 4,46% nas vendas comparáveis em lojas. A BDO afirma que a debilidade, em geral, do comércio em dezembro e janeiro – normalmente os dois meses mais agitados do ano – deixou os retalhistas «nervosos», com os consumidores a enfrentarem a inflação, aumento de preços e incerteza política. Sophie Michael, diretora de retalho e vendas grossistas na BDO, afirma que «embora o tempo tenha sido um fator a desencorajar as pessoas de visitar as lojas, os retalhistas não devem distrair-se com isso. Os que têm uma forte presença online foram capazes de combater a queda no tráfego com fortes vendas online, sobretudo na terceira semana, destacando a necessidade de investimento em todos os canais. Com um início de ano pobre, num mês que habitualmente é positivo para a high street, antecipo que muitos retalhistas estejam preocupados com este ano».

2. Produção mundial de fio em crescimento

Uma maior produção na Ásia e na América do Sul contribuiu para o aumento de 3,4% da produção mundial de fio no quarto trimestre. A produção de tecidos também aumentou, com todas as regiões com exceção da Europa a registarem crescimento. Os números da International Textile Manufacturers Federation (ITMF) revelam que a produção de fio na Ásia subiu 3,7% em termos trimestrais, enquanto a América do Sul registou um crescimento de 2,6%. Na Europa e na América do Sul, a produção caiu 13,3% e 1,4%, respetivamente. Em termos anuais, a produção mundial de fio aumentou 3,7%, graças a um incremento de 3,5% na Ásia e de 21% na América do Sul. O cenário na Europa e na América do Norte, contudo, foi diferente, com quebras de 4% e de 7,8%. A produção de tecido, por seu lado, subiu mais de 3% em comparação com o trimestre anterior e 0,6% em termos anuais, com a produção na Ásia e na América do Sul a crescer 0,6% e 4,7%. Já na Europa, a produção baixou cerca de 7%. Os stocks de tecidos caíram 5% em termos mundiais, com uma descida de 0,4% na Ásia, de 16% na América do Sul e de mais de 2% na Europa, enquanto a América do Norte registou um aumento de 0,8% nos stocks em comparação com o ano anterior. As estimativas apontam, no entanto, para um declínio na produção mundial de fio e tecido no primeiro trimestre de 2017.

3. Michael Kors em maus lençóis

A Michael Kors teve poucos motivos para celebrar no mais recente trimestre, terminado a 31 de dezembro. A empresa registou uma queda de 7,9% no lucro líquido, para 271,3 milhões de dólares (255,3 milhões de euros), enquanto o volume de negócios líquido desceu 3,2%, para 1,35 mil milhões de dólares, e as vendas comparáveis caíram 6,9% – o sexto declínio nos últimos sete trimestres. As vendas a retalho subiram (+9,6%, para 2 mil milhões de dólares), mas este ganho deveu-se essencialmente à abertura de 193 novas lojas. O volume de negócios das vendas por grosso baixou 15%, para 1,32 mil milhões de dólares, e o volume de negócios resultante de licenças caiu 18%, para 112,4 milhões de dólares. «Estamos desapontados com a performance das vendas comparáveis na América do Norte e na Europa no trimestre», admitiu o diretor-executivo John Idol, acrescentando que as dificuldades nestes mercados deverão continuar na primavera, provocadas por uma descida no tráfego nos centros comerciais, flutuações cambiais e incerteza política. A empresa indicou, por isso, que espera um lucro de 0,68 a 0,72 dólares no quarto trimestre, bem abaixo das expectativas dos analistas de 0,93 dólares. O volume de negócios nos últimos três meses do ano fiscal deverá situar-se entre 1,04 e 1,06 mil milhões de dólares, mais uma vez aquém das expectativas dos analistas de 1,11 mil milhões de dólares. Para tentar dar a volta à situação, a Michael Kors apontou a vontade de melhorar a qualidade das suas carteiras e acessórios, de forma a vender mais artigos a preço completo.

4. Redes sociais conquistam mundo árabe

As redes sociais são um canal de informação e comunicação essencial no mundo árabe, com cerca de 39% da população a utilizar este recurso, de acordo com o mais recente estudo Arab Social Media Report da Escola de Gestão Mohammed Bin Rashid. O Facebook é a plataforma mais popular, devendo chegar a cerca de 156 milhões de utilizadores este ano, em comparação com 115 milhões em 2016. O Qatar e os Emiratos Árabes Unidos têm a maior taxa de penetração para o Facebook, que atinge quase 95% em ambos os países, em comparação com a média de 34% em todo o mundo árabe, com cerca de metade dos utilizadores a terem menos de 30 anos. O Twitter tem mais de 11 milhões de utilizadores ativos, com o maior número a ser atingido na Arábia Saudita, que representa 29% do total do mundo árabe. Mais de metade dos tweets da região são provenientes da Arábia Saudita e do Egito. «Hoje, cerca de 39% da população do mundo árabe usa as redes sociais, em comparação com 28% há cerca de dois anos. Os jovens continuam a dominar cerca de dois-terços dos utilizadores, numa altura em que o árabe se tornou na língua mais usada em atividades nas redes sociais na região pela primeira vez», destaca o investigador associado Fadi Salem. Contudo, as diferenças de género continuam a persistir nas redes sociais nas diferentes regiões, o que, na prática, significa que, na região, há ainda dois homens por cada mulher que usa as redes sociais.

5. Abercrombie & Fitch em mudança

A Abercrombie & Fitch está a tentar dar a volta ao negócio com o lançamento do novo conceito de retalho, a primeira mudança em mais de 15 anos. Com abertura programada para 17 de fevereiro no Polaris Fashion Mall em Columbus, no Ohio, «o aspeto do protótipo está em linha com a nova evolução da marca», adianta a Abercrombie & Fitch. Desenhada pelo gabinete MJ Sagan Architecture, a loja de cerca de 450 metros quadrados é a primeira das sete que serão alteradas este ano e dá ao consumidor «uma nova visão da marca». Entre as principais características destaca-se a existência de shops-in-shop para denim e perfumes, provadores inovadores, caixas de pagamento mais fáceis de entender, capacidades omnicanal e uma frente de loja transparente. «É importante que as nossas lojas reflitam o que a marca Abercrombie & Fitch é atualmente, por isso criamos um novo espaço para os nossos clientes, que é caloroso, convidativo, inclusivo e aberto», aponta Stacia Andersen, presidente da marca Abercrombie & Fitch e abercrombie kids. «O novo design de loja da Abercrobie & Fitch ilustra uma marca forte, com uma história rica que está a evoluir e a avançar. Uma paleta de materiais coesa, uma coleção elevada e elementos de escala residencial destacam o aspeto mais pessoal e íntimo da experiência de compra na A&F», afirma a arquiteta MJ Sagan.

6. Moscovo investe nos têxteis técnicos

De acordo com os analistas e produtores de têxteis técnicos russos, a região de Moscovo deverá tornar.se o principal centro de produção têxtil da Rússia no futuro, graças ao potencial de investimento na área e um aumento do apoio do estado. De acordo com um artigo publicado no Innovation In Textiles, nos últimos anos o governo da cidade de Moscovo deu prioridade à indústria de têxteis técnicos com iniciativas de desenvolvimento. Segundo um porta-voz do departamento de política económica de Moscovo, em 2016 mais de 30 produtores locais de têxteis técnicos e não-tecidos foram apoiados pelo município a forma de benefícios e incentivos fiscais. Em 2017, a cidade de Moscovo planeia apoiar mais 28 empresas têxteis- A política vai aumentar a quota de produtos têxteis técnicos feitos internamente de 25% para aproximadamente 60% do mercado. O diretor do Departamento de Política Económica e Desenvolvimento de Moscovo, Maxim Reshetnikov, afirmou que o desenvolvimento da indústria têxtil irá permitir que as autoridades de Moscovo abram aproximadamente 10 parques tecnológicos. A prioridade será dada aos produtores locais e quem se instalar nos mesmos irá beneficiar de rendas reduzidas e vantagens como a eliminação de impostos sobre os rendimentos e sobre os bens imobiliários. Os planos de desenvolvimento da indústria têxtil fazem parte de um programa regional para apoiar a economia real para a substituição de importações na cidade e na região de Moscovo, lançado pela edilidade em 2016. Em troca do apoio, os investidores irão fazer compromissos para financiar pelo menos 15 milhões de dólares no desenvolvimento da indústria têxtil de Moscovo nos próximos cinco anos. A cidade de Moscovo é a maior consumidora de têxteis técnicos na Rússia, pelo que a cidade irá necessitar de investimentos a longo prazo para apoiar futuras instalações têxteis e uma rede de distribuição intercidades para matérias-primas e produtos semiacabados e acabados, que ainda não existe e, como tal, compromete o desenvolvimento da indústria têxtil na cidade.