- Americanos estão mais inseguros
- Consumidores aceitam conselhos de robots
- Compra da American Apparel foi aprovada
- Schiaparelli na constelação da alta-costura
- Retalho suíço regressa ao crescimento
- Armani vendeu menos em 2016
1. Americanos estão mais inseguros
Os americanos estão a sentir-se inseguros e, no geral, mais pessimistas este ano, com uma sondagem da Harris a 2.192 adultos a mostrar que estes sentimentos negativos são transversais aos dois lados políticos. O otimismo, contudo, é mais elevado entre os jovens consumidores e os homens. Quase sete em cada 10 americanos (68%) afirmam que as coisas no país estão no caminho errado. Este sentimento é particularmente vincado entre as mulheres (73% em comparação com 62% dos homens) e os mais velhos – entre os que têm mais de 65 anos, 73% sente-se dessa forma. A sondagem, realizada online no início de janeiro, mostra que os americanos estão muito divididos em relação às expectativas políticas. Pouco mais de um terço afirma que a economia vai ficar igual (37%) ou melhorar (36%), enquanto mais de um quarto (27%) espera que piore. O otimismo económico é maior entre os homens (40% em comparação com 32% das mulheres) e entre os que têm agregados familiares com mais rendimentos (41% dos que têm 100 mil dólares ou mais, em comparação com 31% dos que ganham 50 mil dólares ou menos). Os Republicanos têm mais tendência do que os Democratas e os Independentes a acreditar que a economia vai melhor este ano (56%, em comparação com 20% e 37%, respetivamente). Ao nível pessoal, a maioria dos adultos espera que as condições financeiras da sua família se mantenham nos primeiros seis meses de 2017 (52%), enquanto mais de um terço (36%) acredita que vai melhorar e 12% que vai piorar.
2. Consumidores aceitam conselhos de robots
Sete em cada 10 consumidores em todo o mundo gostaria de ter os serviços de aconselhamento de um robot (aconselhamento gerado informaticamente que são independentes de um humano) para questões bancárias, seguros e reformas, de acordo com um novo estudo da Accenture. No entanto, um grande número de consumidores ainda quer interação humana para necessidades mais complexas, o que faz com que as empresas tenham como desafio combinar a presença física com uma experiência digital avançada, integrando serviços com robots e humanos. O estudo Distribution & Marketing Consumer da Accenture, que inclui um estudo a quase 33 mil consumidores em 18 países e regiões, concluiu que a maioria está disposto a receber conselhos gerados por computador para alguns produtos financeiros e de seguros. Os consumidores estão recetivos a receber conselhos de robots no que diz respeito a que banco abrir conta (71%), que cobertura de seguro comprar (74%) e como planear a reforma (68%). Quase quatro em cada cinco consumidores (78%) afirmam que aceitariam conselhos de robots para investimentos tradicionais. Mas quase dois-terços dos consumidores ainda desejam interação humana em serviços financeiros, sobretudo para lidar com queixas (68%) e conselhos sobre produtos complexos como hipotecas (61%). «Concluímos que existe uma forte procura atualmente por aconselhamento por robot em todas as áreas de serviços financeiros – banca, seguros e aconselhamento financeiro. Embora as instituições financeiras possam esperar beneficiar de uma redução dos custos internos ao dar aos consumidores uma opção “robot”, a nossa pesquisa concluiu que os consumidores também esperam uma interação humana de primeira classe», afirma Piercarlo Gera, diretor-geral da Accenture Financial Services. Os consumidores indicaram que os principais atrativos de usar plataformas com aconselhamento informático são a perspetiva de serviços mais rápidos (39%) e mais baratos (31%), e porque acreditam que os computadores/inteligência artificial são mais imparciais e analíticos do que os humanos (26%). Os países com maior apetite por este tipo de serviços são as economias emergentes da Indonésia (92%), Tailândia (90%), Brasil (86%) e Chile (84%), que são mercados onde já é comum usar o smartphone ou outro dispositivo móvel como veículo primário para interações de serviços financeiros. Mesmo em países com uma menor procura – Canadá (56%), Alemanha (59%) e Austrália (61%) – mais de metade dos consumidores inquiridos afirma estar disposto a usar aconselhamento informático.
3. Compra da American Apparel foi aprovada
As autoridades judiciárias aprovaram a aquisição da American Apparel pela Gildan Activewear, pelo valor de 103 milhões de dólares (cerca de 97,2 milhões de euros), que inclui a oferta inicial de 88 milhões de dólares mais 15 milhões de dólares por encomendas de inventário. O negócio ainda não está encerrado e pode estar sujeito a aprovação regulamentar. Ao mesmo tempo, a American Apparel encontrou um comprador para uma das unidades produtivas na Califórnia, um negócio que pode permitir manter 330 postos de trabalho. A retalhista chegou a um acordo preliminar para vender as instalações em Garden Grove à Broncs Inc. «Este seria um reinício para Garden Grove enquanto unidade de produção de malhas e tinturaria e potencialmente contratar os funcionários da American Apparel», indica um advogado. De acordo com o website da empresa, a Broncs está sediada em Compton e opera como Wescoast Textile.
4. Schiaparelli na constelação da alta-costura
A casa de moda Schiaparelli está oficialmente de volta ao Olimpo da alta-costura. A marca histórica fundada por Elsa Schiaparelli, a grande rival de Coco Chanel nos anos 1930, fechou as portas em 1954, o ano em que Chanel regressou ao negócio após um hiato durante a II Guerra Mundial. A Schiaparelli renasceu há três anos, depois do nome ter sido comprado pelo dono da marca italiana Tod’s, Diego Della Valle. Na semana passada, a Chambre Syndicale de la Haute Couture anunciou a sua integração na lista de casas de moda de alta-costura, juntamente com o designer Julien Fournie. A designação alta-costura é protegida pela lei francesa e atribuída exclusivamente pelo Ministério da Indústria a casas de moda selecionadas cujas roupas são feitas à medida dos clientes. Com as suas peças acessíveis apenas às mulheres mais ricas do mundo, a alta-costura existe apenas em Paris. Atualmente, apenas 15 casas de moda podem usar a designação de alta-costura: Chanel, Christian Dior, Givenchy, Jean Paul Gaultier, Maison Margiela, Giambattista Valli, Franck Sorbier, Adeline Andre, Alexandre Vauthier, Alexis Mabille, Maurizio Galante, Stephane Rolland, Yiqing Yin e, a partir de agora, Schiaparelli e Julie Fournie.
5. Retalho suíço regressa ao crescimento
As vendas a retalho na Suíça subiram em novembro pela primeira vez desde dezembro de 2014, pondo fim ao declínio de um sector que deverá continuar sob pressão este ano. As vendas a retalho aumentaram 0,2% em termos nominais em comparação com novembro de 2015, de acordo com o gabinete de estatística do país, ou 0,9% em termos reais e ajustados em termos de dias úteis. O aumento foi o primeiro desde que o Banco Nacional da Suíça mexeu no franco suíço, uma ação que levou a uma rápida valorização da moeda face ao euro, tornando as compras nas vizinhas França e na Alemanha mais atrativas. Apesar do crescimento, os especialistas esperam um ano difícil para os retalhistas, uma vez que a confiança dos consumidores permanece frágil. O Crédit Suisse espera que as vendas a retalho desçam 0,1% em 2017, menos do que a queda nominal de 1% em 2016 e do que o declínio de 1,5% em 2015. «Esperamos que a situação estagne em 2017, o que é uma estabilização após os últimos anos», afirma à Reuters Sasha Jucker, economista no Crédit Suisse. «Há alguma luz ao fundo do túnel, mas não esperamos uma forte recuperação nos próximos anos a não ser que aconteça algo em grande, como o franco começar realmente a desvalorizar, o que não antecipamos», acrescenta. Jucker prevê a continuação do turismo de compras, enquanto o comércio eletrónico irá também crescer, com os consumidores a comprarem mais produtos de retalhistas como a Zalando. As lojas de vestuário têm sido particularmente afetadas nos últimos anos, com os consumidores a aumentarem as compras do outro lado da fronteira e online. Como resultado, 20% das empresas inquiridas indicaram que planeiam reduzir a área de venda este ano. «2016 foi um ano historicamente mau, depois do mau ano de 2015, e todo o sector está atualmente num período de recuperação», afirma Martin Hotz, da consultora de retalho Fuhrer & Hotz, que realizou o estudo. «A situação é extremamente tensa atualmente, com muitos lojistas a fazerem muitas perguntas mas não têm muitas respostas. Muitas lojas vão desistir, sobretudo no mercado não-alimentar. As empresas de vestuário estão a ter tempos particularmente difíceis», resume Hotz.
6. Armani vendeu menos em 2016
O volume de negócios do grupo italiano Giorgio Armani registou uma queda de 5% em 2016 e este ano deverá continuar a ser «complicado» para a empresa de moda. «O ano passado foi complicado, para nós tal como para outros, e o próximo ano vai continuar a ser», afirmou o fundador do grupo, Giorgio Armani, após o desfile da coleção da Emporio Armani na semana de moda masculina de Milão. O designer veterano, de 82 anos, sublinhou, contudo, que a empresa teve «muito dinheiro», sem dar mais pormenores, e acrescentou que a indústria de moda vai precisar de mais dois anos para regressar aos níveis de vendas anteriores. O grupo registou um volume de negócios de 2,65 mil milhões de euros em 2015, colocando a Armani atrás da maior empresa italiana de moda, a Prada, que teve vendas de 3,55 mil milhões de euros no mesmo ano. As vendas da Armani em 2015 aumentaram 4,5% a taxas de câmbio correntes, em comparação com um crescimento de 16% em 2014, mostrando que a marca não está imune ao abrandamento do sector provocado pela desaceleração económica na China, pelas ameaças à segurança que estão a afetar o turismo e às dificuldades dos países emergentes. A Giorgio Armani foi fundada em 1975 e é vista como uma possível candidata à entrada na bolsa de valores.