Breves

  1. Restrições ao comércio preocupam OMC
  2. Under Armour desenvolve ténis inteligentes
  3. Retalho americano marca passo
  4. Wrangler poupa mais água
  5. Sindicatos expandem-se na Tunísia
  6. Amazon lança linha masculina exclusiva

1. Restrições ao comércio preocupam OMC

Os benefícios do comércio mundial têm de ser mais disseminados e entendidos, de acordo com um novo estudo, que destaca a introdução de um número «preocupantemente elevado» de novas medidas restritivas devido à incerteza económica mundial. Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) introduziram 182 novas medidas restritivas de comércio entre meados de outubro de 2015 e meados de outubro de 2016 – uma média ligeiramente superior a 15 medidas por mês – de acordo com um recente estudo anual da organização intergovernamental. Embora isto represente um declínio em comparação com a média de 20 medidas por mês registada em 2015, o número de novas medidas restritivas de comércio continua a ser preocupante, aforma a OMC. Desde 2008 foram introduzidas 2.978 medidas restritivas do comércio, mas apenas 740 tinham sido eliminadas até meados de outubro, significando que o número de medidas em vigor aumentou cerca de 17% no ano passado, com o número de restrições ainda em vigor a ascender a 2.238. A OMC prevê um aumento de 1,7% no volume mundial de comércio em 2016, uma descida face à projeção anterior de 2,8%. Se esta previsão de confirmar, será o ritmo mais lento de crescimento desde a crise financeira de 2009. «As medidas restritivas de comércio podem ter um efeito de arrefecimento nos fluxos comerciais, com efeitos devastadores para o crescimento económico e a criação de emprego», afirma o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo. «No contexto de um cenário económico difícil, é mais importante do que nunca que os membros da OMC adotem políticas que apoiem o comércio e assegurem que os seus benefícios chegam ao maior número de pessoas possível», acredita, acrescentando que «os membros da OMC devem trabalhar em conjunto para assegurar que os benefícios do comércio são mais disseminados e melhor entendidos. Uma falha na defesa do comércio inclusivo pode abrir caminho para aumentar o protecionismo no futuro».

2. Under Armour desenvolve ténis inteligentes

A marca americana de sportswear Under Armour desenvolveu uma nova linha de calçado de corrida inteligente pensado para registar as capacidades do utilizador e informar quem está a correr se está a passar os limites em termos de cansaço. Os vários modelos de ténis que têm equipamento de gravação são ligados à app MapMyRun da Under Armour e contêm um chip que mede a cadência, a informação de ritmo em tempo real e o número de milhas corridas com uns ténis em particular. Antes de iniciar a corrida, o utilizador pode fazer um “teste de salto” nos ténis que irá medir de forma científica o nível de fadiga muscular do atleta – uma característica pensada para ajudar a monitorizar a recuperação do utilizador ao longo do tempo e que dá imediatamente conselhos sobre como alterar a intensidade de um treino. «Sabemos que um dos maiores problemas que os atletas enfrentam é treinar com dor e fadiga, o que leva a lesões. O teste de salto na MapMyRun é um primeiro passo crítico para quem corre e irá ajudar a evitar a “ressaca de treino” que muitos atletas enfrentam, dando-lhes a conhecer a sua capacidade de performance», explica Mike Lee, diretor de digital na Under Armour. Os ténis podem ser pré-encomendados no site da marca a partir de 5 de janeiro e vão incluir uma subscrição anual da MapMyRun. O calçado foi o maior motor do crescimento da marca de desporto no terceiro trimestre, com as vendas da divisão a crescer 42%, para 279 milhões de dólares (267,3 milhões de euros). A Under Armour indicou que planeia mais do que duplicar o número de unidades de calçado conectado em todo o mundo em 2017, com a distribuição mundial na América do Norte, Europa, Médio Oriente, Austrália, Nova Zelândia, Japão e, pela primeira vez, na Grande China.

3. Retalho americano marca passo

As vendas a retalho nos EUA em novembro ficaram estagnadas face ao mês anterior mas subiram em comparação com o mesmo mês do ano passado, com aumentos na maioria das áreas, incluindo vestuário. De acordo com os números do Departamento de Comércio, as vendas a retalho subiram 0,1% em comparação com outubro e 3,8% em comparação com novembro de 2015. As vendas em lojas de vestuário e acessórios de vestuário ficaram igualmente estagnadas em termos mensais, mas subiram 0,9% face ao mesmo mês do ano passado. À superfície, novembro parece ter sido um bom mês para o retalho, com forte crescimento na maior parte do sector. Mas na realidade, afirma Neil Saunders, CEO da analista de retalho Conlumino, «foi um mês muito inconstante, com muita variação entre as semanas». A incerteza com as eleições afetou as vendas em outubro e na primeira semana de novembro, destaca, enquanto os descontos iniciais no período anterior à Black Friday ajudou a estimular a procura durante essa semana. Ainda assim, Saunders destaca as vendas em lojas de vestuário pela sua melhor performance, mas refere que «a maior parte [da melhoria] deve-se ao tempo, que é muito mais favorável às vendas em comparação às temperaturas fora de época do ano passado, que deixou muito do equipamento de inverno nos charriots». O CEO da Conlumino também sublinha que estão agora a surgir preços mais altos nos combustíveis nas bombas, tendo o potencial de agir como um travão no consumo durante o período de Natal. «No geral, contudo, mantemos a nossa perspetiva de que, embora não espetacular, será um período de festas razoável», conclui.

4. Wrangler poupa mais água

Depois de ter poupado 3 mil milhões de litros de água no processo de produção de denim na última década, a marca de jeanswear Wrangler, detida pela VF Corp, estabeleceu agora um novo objetivo de reduzir em 20% a utilização de água nas suas instalações até 2020. A marca de denim e casualwear indica que a poupança de 3 mil milhões de litros de água que conseguiu poupar desde 2007 equivalem ao consumo anual de água de cerca de 21 mil americanos. Esta redução foi possível através da fusão das etapas finais da produção e através do investimento em sistemas avançados de tratamento de água para melhorar a qualidade da água dos efluentes, que permite que a água seja novamente introduzida no sistema. A unidade da empresa em Torreon, no norte do México, conseguiu uma taxa de reciclagem de água de 45% através de uma combinação de filtros e processos de tratamento biológicos, que a Wrangler espera aumentar para 75% até 2018 através do investimento em tecnologia adicional. «A nossa empresa tem a responsabilidade de liderar para levar a nossa indústria para práticas sustentáveis», afirma Roian Atwood, diretor de sustentabilidade na Wrangler. «Reduzir milhões e litros de água representa uma pequena parte dos nossos esforços para minimizar o nosso impacto ambiental. A nossa estratégia de responsabilidade química também salvaguarda a qualidade da água enquanto o nosso programa de fibras sustentáveis promove práticas de cultivo de algodão responsáveis no que que diz respeito à utilização de água, pesticidas e fertilizantes», acrescenta. A Wrangler iniciou os seus esforços de conservação de água há cerca de uma década, com a aplicação de detergente de forma mais estratégica no processo de acabamento, reduzindo em até 28% a água usada em fórmulas de lavagem. Esta técnica foi depois aplicada em toda a produção interna.

5. Sindicatos expandem-se na Tunísia

Os sindicatos da indústria têxtil e vestuário da Tunísia deverão registar um forte crescimento após uma campanha de um ano para recrutar mulheres e jovens trabalhadores. A campanha, apoiada pelo sindicato internacional IndustriAll, começou em dezembro do ano passado com trabalho para apoiar a Fédération Générale du Textile, de l’Habillement, Chaussure e Cuir, incluindo formação e visitas a fábricas e áreas industriais. A indústria têxtil e vestuário é uma das principais da economia tunisina, dando emprego a cerca de 176 mil pessoas. Em 2014 representou mais de 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,6 mil milhões de euros) em exportações. 80% das exportações tem a UE como destino, um valor que pode aumentar tendo em conta o acordo de comércio livre que está a ser negociado. Os produtores da Tunísia fabricam para marcas como H&M, Zara, Calvin Klein, Benetton e Gap. Os salários são baixos, rondando os 200 dólares mensais, pouco acima do salário mínimo, e o sector tem sido afetado pela falta de investimento e produção de baixo valor acrescentado. A campanha focou-se na mobilização de mulheres e jovens, com foco na segurança no trabalho, salários e formação, que decorreu em Tunis, Hammamet e Mehdia. «O resultado desta campanha foi um crescimento de 7% no número de membros no último ano», afirmou o secretário-geral da Fédération Générale du Textile, de l’Habillement, Chaussure e Cuir, Habib Hazmi. «A campanha fez mais do que recrutar: deu aos líderes novas capacidades e revitalizou o trabalho do sindicato através de reuniões regulares, coordenação, comunicação, ações solidárias e relatórios. Também levou a um maior envolvimento em debates sobre o futuro do sector, as suas implicações no local de trabalho e estratégias sindicais para a atual ronda de negociação sectorial», acrescentou. O sucesso está a ser replicado noutros países na região do Médio Oriente e Norte de África, onde campanhas organizadas estão igualmente em curso em países produtores de têxteis e vestuário, como o Egito, Jordânia, Marrocos e Argélia.

6. Amazon lança linha masculina exclusiva

A expansão da Amazon na categoria de vestuário está de vento em popa, com o lançamento de uma nova marca de vestuário de homem disponível apenas para os membros da Amazon Prime. A linha, batizada Buttoned Down, estreia-se com uma coleção de camisas formais de qualidade, em 72 combinações de tamanho, diferentes cortes e cores e padrões, e deverá alargar-se no futuro a calças formais, camisas mais desportivas e camisolas. As camisas são feitas de 100% algodão supima, que permite obter um tecido mais suave e durabilidade. Têm ainda uma garantia de devolução de dinheiro caso o cliente não fique satisfeito em qualquer momento. «Na Amazon, estamos sempre a tentar tornar o vestuário de elevada qualidade mais acessível», afirma Warren Satchell, editor de moda masculina na Amazon Fashion. «Quer seja para usar com um fato e gravata ou apenas por dentro dos jeans numa sexta-feira casual, a Buttoned Down é uma opção de confiança que garante estilo sem esforço e um ótimo valor», acrescenta. A linha é a primeira das private labels da Amazon a ser lançada em exclusivo para os Prime Members, que pagam uma subscrição anual para vários serviços prioritários, incluindo envios rápidos e gratuitos ilimitados. Um relatório realizado no início deste ano sugeria que a gigante do comércio eletrónico está em vias de ultrapassar a Macy’s como principal retalhista de vestuário nos EUA nos próximos anos. Os analistas na Morgan Stanley calculam que a Amazon seja já a segunda maior retalhista nos EUA, a seguir ao Wal-Mart e acreditam que pode representar 19% do mercado de vestuário dos EUA em 2020, em comparação com os 7% atuais.