- PVNY tem nova embaixadora
- Inditex acusada de fuga aos impostos
- DKNY perde liderança
- Rede de contrafação desmantelada em Espanha
- Hyosung faz parceria para vestuário funcional
- Luxo e turismo animam retalho britânico
1. PVNY tem nova embaixadora
Nellie Partow é a embaixadora do salão de tecidos Première Vision New York para a edição de janeiro de 2017. «Enquanto jovem designer, é incrivelmente importante apoiar as empresas que, geração após geração, oferecem produtos fantásticos. E elas estão na Première Vision. É por isso que esta parceria é muito importante», afirmou Nellie Partow, que já trabalhou com Donna Karan, na Calvin Klein e na John Varvatos antes de desenvolver a sua marca própria em 2011. A designer de vestuário de senhora segue-se, assim, a Peter Trainor e Anne-Marie Maniego, a dupla criativa por detrás da Max’N Chester (em julho de 2016) e David Hart (em janeiro de 2016). «Com este terceiro embaixador, a Première Vision continua a sua estratégia de promover a criação local em países onde a marca está presente com uma feira. Estar no centro da moda e da criatividade é uma missão em curso para a Première Vision, que atrai a indústria mundial da moda a cada estação», aponta a organização em comunicado. A seleção do embaixador para a Première Vision New York é feita em parceria com o Council of Fashion Designers of America. «Estamos satisfeitos com esta cooperação, que nos levou a escolher Nellie Partow, uma designer particularmente empenhada com uma forte sensibilidade para os tecidos orientada para a inovação e a elevada qualidade. Valores que fazem parte do ADN da PV», sublinha Guglielmo Olearo, diretor de feiras internacionais da Première Vision.
2. Inditex acusada de fuga aos impostos
Os membros do Parlamento Europeu dos Verdes acusam a Zara e a empresa-mãe Inditex de usar «medidas de otimização fiscal» para evitar pagar mais de 500 milhões de euros em impostos, de acordo com um estudo publicado recentemente que foi imediatamente negado pelo grupo espanhol. No relatório de 36 páginas, os deputados dos Verdes dão detalhes sobre o que afirmam ser «estratégias agressivas para evitar impostos» por parte do grupo. A Zara está alegadamente a beneficiar de níveis mais baixos de impostos empresariais em países como a Holanda, Irlanda e Suíça. «A Inditex pensa que o relatório tem por base premissas erradas, que levaram a conclusões falsas», indicou o grupo espanhol em comunicado. «Os consumidores da Zara esperam que uma empresa tão próspera pague a sua quota devida de impostos à comunidade. Os consumidores estão a ser induzidos em erro», afirmou Eva Joly, deputada dos Verdes e vice-presidente da comissão de inquérito sobre o escândalo dos Panama Papers. «É também um caso de inaceitável concorrência desleal para com todas as PME que obedecem às regras. Tem de ser montada uma investigação completa», acrescentou, citada pela AFP. «Está na altura dos governos europeus introduzirem uma nova série de medidas, que são defendidas pelos ecologistas há muito tempo. A responsabilidade financeira pública em cada país, e um nível mínimo de impostos sobre as empresas, vai contribuir para colocar um travão na concorrência fiscal e para a alteração de lucros», indicou Pascal Durand, um deputado dos Verdes e igualmente membro da comissão de inquérito sobre o escândalo dos Panama Papers. A Inditex é o terceiro grupo visado pelos deputados dos Verdes. Em fevereiro passado, os deputados apontaram o dedo à gigante sueca de mobiliário Ikea e, no início de novembro, ao grupo alemão de químicos BASF, pelos seus «truques fiscais». Ambos os grupos negaram as acusações.
3. DKNY perde liderança
A CEO Caroline Brown e os dois codiretores criativos da DKNY Maxwell Osborne e Dao-Yi Chow abandonaram a DKNY no mesmo dia em que ficou concluída a compra da empresa-mãe, a casa de moda Donna Karan International, pelo G-III Apparel (ver GIII Apparel conclui compra da Donna Karan). Osborne e Chow saem da direção criativa quase dois anos depois de terem entrado e afirmam ter sido uma decisão própria. «Tendo em conta a venda da empresa e a mudança subsequente nas estratégias, decidimos sair e focar-nos no nosso próprio negócio da Public School», revelam em comunicado. Já Caroline Brown indicou que «com a Donna Karan International a fazer a transição para um novo proprietário e, como tal, para novas direções, decidi que é a altura certa de sair e explorar novas possibilidades. Sei que a empresa fica em boas mãos com a nova liderança da G-III para a sua próxima fase de desenvolvimento».
4. Rede de contrafação desmantelada em Espanha
As autoridades em Espanha desmantelaram um dos principais centros de bens contrafeitos da União Europeia, tendo detido 71 pessoas e apreendido cerca de 270 mil relógios, peças de joalharia, vestuário, calçado, óculos de sol, artigos em couro e outros bens falsificados, segundo a polícia espanhola e a Europol. O gangue internacional que adquiria e vendia os produtos contrafeitos operava na zona de La Jonquera, no nordeste de Espanha, perto da fronteira com a França, uma zona conhecida pelos seus bordéis e supermercados que vendem álcool e tabaco a preços baixos. A polícia espanhola indicou aos jornalistas que os produtos apreendidos valem mais de oito milhões de euros no mercado – «a maior operação alguma vez conduzida em Espanha» contra violações de propriedade intelectual. Em comunicado, a Europol, que colaborou com as autoridades espanholas na operação, afirmou que desmantelou um «grande centro na União Europeia» para a distribuição de bens contrafeitos. «Em alguns dos locais [foram feitas buscas em mais de 40 localizações], os investigadores descobriram a existência de armazéns secretos escondidos por detrás de paredes falsas, usadas pelos criminosos para esconder os bens ilícitos mais recentes no caso de intervenção policial», destacou a Europol. A maioria dos detidos eram de origem israelita ou marroquina. Chris Vansteenkiste, diretor de contrafação na Europol, revelou que a região «é um dos pontos negros na União Europeia» neste tipo de ofensa, juntamente com a fronteira entre a República Checa e a Alemanha. O gangue «também usou uma rede sofisticada de empresas fictícias e testas de ferro para a lavagem dos lucros provenientes das suas atividades criminais, que devem ter excedido 9 milhões de euros», referiu a Europol. Muitos dos produtos eram importados, sobretudo da China, Portugal e Turquia. Outros produtos, especialmente artigos em couro e cintos, eram produzidos diretamente em Espanha.
5. Hyosung faz parceria para vestuário funcional
A produtora sul-coreana de vestuário e equipamentos de outdoor Black Yak Corp fez uma parceria com a gigante têxtil Hyosung Corp para aumentar a sua quota de mercado em casa e no estrangeiro através da introdução de fibras de elevada performance na sua oferta. De acordo com a Black Yak, as duas empresas assinaram um memorando de entendimento sob a qual a produtora de sportswear irá usar os materiais de neutralização de odores na produção de t-shirts e roupa interior a partir de 2017. A Hyosung é a responsável pelo desenvolvimento do fio de poliamida e poliéster altamente funcional, batizado “Freshgear”, e do material de elastano “creora Fresh”, ambos conhecidos por eliminar o cheiro a suor e no calçado criados para a vida quotidiana e atividades desportivas pela primeira vez na Coreia do Sul. Estes produtos são sobretudo usados na produção de roupa interior, sportswear e meias, que entram em contacto direto com o corpo. A Black Yak e a Hyosung vão trabalhar em conjunto para desenvolver tecidos altamente funcionais que vão ser aplicados a vestuário da Black Yak.
6. Luxo e turismo animam retalho britânico
Embora a perspetiva do Brexit esteja a pesar na economia britânica, o turismo e os negócios ligados ao luxo estão a prosperar com os visitantes desejosos de encontrar bons negócios, atraídos pela desvalorização da libra. As vendas de bens elegíveis para a isenção de impostos subiram pela terceira vez consecutiva desde o voto no Brexit em junho, que provocou a desvalorização da libra face ao euro e ao dólar. «Calculamos que nos últimos quatro meses tem sido 12% mais barato para os europeus virem e comprarem cá», afirma Chris Gottlieb, diretor de marketing de lazer na agência London & Partners. De acordo com um estudo da Deloitte, a queda da libra levou a que Londres se tenha tornado a cidade mais barata do mundo para a compra de bens de luxo em termos de dólares. Algumas lojas têm mesmo adaptado as suas táticas de publicidade e vendas ao novo comportamento do consumidor. «Antes do voto, os turistas europeus eram casais que vinham juntos e talvez comprassem algumas coisas», indica James, gestor de uma loja de vestuário de homem de luxo em Carnaby Street, citado pela AFP. «Agora há grupos de amigos a entrar. E pegam em tudo o que possam levar», acrescenta, estimando que o número de clientes europeus e americanos que entram na sua loja aumentou cerca de 50%. Em vez de publicitar nos jornais britânicos como anteriormente, esta loja está a mudar de tática para atrair mais visitantes estrangeiros, nomeadamente com a colocação de sinais à entrada das estações de Metro perto da loja. Mas há dúvidas em relação a se este boom se irá manter. Embora a boa saúde da economia britânica esteja confirmada pelo sólido crescimento de 0,5% no terceiro trimestre, as previsões oficiais para 2017 baixaram de 2,2% para 1,4%. «As nossas vendas aos clientes britânicos não são tão fortes como eram antes do voto e nem sabemos se este impulso do turismo irá durar», conclui James.